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aula 01-Recrutamento e seleção de talentos

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DISCIPLINA:
RECRUTAMENTO E SELEÇÃO
AULA 1
Prof.ª Erika Gisele Lotz
CONVERSA INICIAL
Estimado estudante, é um prazer acompanhá-lo (a) nesta jornada pelos conhecimentos dos processos de recrutamento e seleção! Está pronto?! Então, vamos começar a nossa jornada! À medida que percorrermos o caminho, eu, como sua guia, vou apresentar e refletir com você a importante relação entre o homem e o trabalho, bem como o mercado de trabalho. Vamos mergulhar no conceito de trabalho, e na relação entre o homem e o trabalho, através dos tempos, desde os primórdios da humanidade chegando até aos nossos dias.
Refletiremos sobre o papel do trabalho na expressão do perfil e potencialidades do indivíduo. Pensaremos, também, sobre a forma pela qual, por meio do trabalho, edificamos nossa autoestima, autoimagem e contribuímos para o desenvolvimento da sociedade.
O mercado de trabalho, o que é, de que forma é impactado e como impacta no recrutamento e seleção de pessoas é outro tema significativo para a sua formação como profissional de recursos humanos.
E como não poderia deixar de ser, vamos encerrar a nossa aula refletindo sobre empregabilidade e sobre as estratégias para nutri-la e desenvolve-la, tendo em vista o instigante convite para a melhoria contínua. Desejo a você inspiradores estudos!
CONTEXTUALIZANDO
Sabemos que um dos grandes desafios que as empresas encontram é o de um contingente de trabalhadores qualificados e competentes. Para tanto é preciso mantê-los satisfeitos e produtivos para que possam realizar os objetivos da organização. Este desafio começa pela gestão da “porta de entrada”, cujo primeiro portal se dá na arte e na técnica de gerir os processos de recrutamento e seleção. O recrutamento, a seleção de pessoas e a análise do mercado de recursos humanos são processos que compõem um dos subsistemas de gestão de pessoas, denominado de subsistema de provisão.
FIGURA 01: Subsistema de Provisão
Por que o nome de provisão? Pense comigo: provisão deriva de prover, que significa fornecer, abastecer, munir. É este, justamente, o objetivo dos processos de recrutamento e seleção: prover a organização de mão de obra qualificada para o desempenho das funções. Por que é tão importante cuidar da porta de entrada? Porque a eficácia ou a falta dela, na escolha do profissional, que tenha o perfil compatível com a função que irá desempenhar, impactará profundamente no funcionamento, na produtividade e no clima da empresa. O alinhamento, entre perfil e competências do colaborador ao cargo, e a cultura organizacional são ingredientes nobres para a produtividade, competitividade e sustentabilidade da organização.
Ao estudar os conteúdos apresentado nesta aula, convido você a ter em mente as seguintes perguntas:
De que maneira o mercado de trabalho influencia na gestão da porta de entrada?
É possível existir trabalho sem empregos formais?
Como uma pessoa pode construir a empregabilidade e uma carreira sustentável mesmo em tempos de crise?
TEMA 1 – A VISÃO HISTÓRICA DO TRABALHO
A história do trabalho remonta à história do homem e, dificilmente, pode ser dissociada das fases do desenvolvimento do ser humano. No berço da civilização, o trabalho tinha por objetivo assegurar o sustento e a vida em comunidade. Assim, o homem trabalhava para se alimentar, construir instrumentos, se defender e se abrigar. (CASSAR, 2010; SUSSEKIND, 2002).
Na Antiguidade, período que se estendeu desde a invenção da escrita – 4000 a.C. a 3500 a.C. – até o ano de 476 d.C., com a queda do Império Romano e o início da Idade Média (século V), a relação do homem com o trabalho foi pautada pela escravidão, privação de liberdade e punição imputada pelos povos vencedores povos derrotados.
O trabalho era, portanto, considerado algo indigno, pois somente os escravos e os pobres trabalhavam. O interessante é que para a sociedade da época, escravidão era concebida como justa e necessária, e o homem “culto” tinha que ser rico e ocioso. Os homens livres, que pertenciam à minoria da população, ocupavam-se da filosofia, das artes, da administração pública e das guerras. (JORGE NETO, 2010).
Mais adiante, na História, a relação do homem com o trabalho foi marcada pela servidão. O vassalo, ou servo, prestava serviço, auxílio e obediência ao seu senhor, proprietário das terras (feudos), e recebia em troca proteção e comida. O juramento de fidelidade, ao senhor feudal, passava de geração a geração, os filhos dos servos também eram servos, e deviam manter a obediência ao senhor feudal. Portanto, não eram livres para fazer escolhas a respeito de quem gostariam de prestar serviços.
Com o Renascimento, importante período que assinala a passagem da Idade Média para a Idade Moderna, floresce também forte valorização do homem e os atos “mundanos”, dentre os quais se configurava o trabalho. Um aspecto interessante sob esta mudança de ótica ocorre por causa da influência dos princípios da religião protestante, que ia ao encontro dos valores nutridos pela classe dominante, a burguesia que legitimava o comércio como um possível caminho para o Paraíso. Essa mudança de perspectiva coloca o trabalho não como uma condenação, mas como “instrumento para a aquisição de riquezas, meio de sucesso no mundo terreno, que permitiria ao homem sentir-se escolhido por Deus” explica Woleck (2002, p.4).
No Renascimento, a maior parte da população vivia ainda na zona rural, na qual a servidão era o regime de trabalho vigente. No entanto, os burgos, pequenas aglomerações urbanas que se formavam nos arredores dos castelos, fez nascer uma nova forma de configuração de trabalho regulamentada pelas Corporações de Ofício, agrupamentos de pessoas de determinado ramo de trabalho cujos objetivos eram o de defesa e de negociação.
Vale destacar que até a Revolução Industrial o trabalho se configurava fortemente na relação de “escravos e servos, cuja ínfima condição social era condizente com o escasso ou quase nulo valor que se atribuía ao seu esforço”. (MELGAR, 1995, p. 50).
O trabalho assalariado, caracterizado pela troca da força de produção do homem por dinheiro, é fruto do advento da Revolução Industrial, um conjunto de transformações sociais, econômicas e políticas que aconteceram no final do século XVII e que transformaram, profundamente, o modelo de produção, o trabalho e toda a sociedade.
Com a Revolução Industrial, a força motriz, oriunda do trabalho do homem e do animal, passa para a máquina, abrindo as portas para a produção em massa e para o acúmulo de capital. Este período, de grandes mudanças, descortinava aos olhos da humanidade algo jamais visto. Uma única máquina, que poderia ser operada por uma criança, executava o trabalho que antes requereria a força laboral de muitos homens.
É no período pós Guerra, já no século XX, que as organizações se firmam como grandes corporações e que a Lei passa a proteger os direitos do trabalhador. Neste período, observa-se, também, a entrada massiva das mulheres no mercado de trabalho.
Nos dias atuais, estimado aluno, também somos testemunhas de uma transformação ímpar no mundo do trabalho, jamais vista antes na história da humanidade e apenas possível pelo avanço do conhecimento e pelo aparato tecnológico em constante inovação: o trabalho digital. Estamos na Era Digital, a qual está impactando, profundamente, os valores da sociedade, os relacionamentos e os cenários de trabalho. Podemos observar a passagem do trabalho assalariado para o trabalho autônomo. A presença física do trabalhador, no ambiente de trabalho, já não é mais requerida, dado que, com o aparato tecnológico, o trabalho pode ser realizado de forma assíncrona e a distância. A forma de produzir e prestar serviços requerem profissionais cada vez mais qualificados, o que, em pouco tempo, fez emergir uma nova classe: o trabalhador do conhecimento e da economia mundializada (KANAN; ARRUDA, 2013).
Saiba mais
Que tal aprofundar seus conhecimentos por meio da leitura do artigo intitulado “A relação entre homeme modo de produção do sistema capitalista”? Os autores propõem uma interessante reflexão a respeito dos problemas que a nossa sociedade apresenta, tendo em vista as desigualdades e o voraz processo de produção em contradição com as sensações, pensamentos e ações do homem. O artigo está disponível em:
http://portal.metodista.br/gestaodecidades/publicacoes/boletim/09/a- relacao-entre-homem-e-modo-de-producao-do-sistema-capitalista
Curiosidade
Você sabia que uma das obras primas de Charles Chaplin é o filme rodado em 1936 que retrata brilhantemente a sociedade industrial? Que tal aprofundar seus conhecimentos sobre a sociedade industrial por meio da sétima arte? Assista ao filme “Tempos Modernos”, o qual trata de uma sátira a sociedade industrial e a mecanização do operário, que oportunizará interessantes reflexões sobre a fragmentação e mecanização do trabalho, bem como os efeitos no trabalhador e em toda a sociedade.
TEMA 2 – TRABALHO, OCUPAÇÃO E EMPREGO
Os termos “trabalho”, “ocupação” e “emprego”, embora tenham em comum o dispêndio de energia física e intelectual, assumem conotações diferentes. Vamos nos deter, aqui, por alguns minutos, para esclarecer as peculiaridades de cada um.
Trabalho
É “toda energia física ou intelectual empregada pelo homem com finalidade produtiva” (CASSAR, 2010, p. 3). É a ação, o esforço de natureza física ou intelectual que tem por objetivo atingir determinado fim exercido, desde os primórdios da existência humana. Determinados tipos de trabalho demandam maior empenho de energia física - trabalhadores da estiva, o pessoal da coleta de lixo, os jogadores entre outros - ao passo que outros exigem maior uso do intelecto – físicos, matemáticos, gestores, entre outros. Nem todo trabalho é remunerado. Pense na dona de casa que trabalha o dia todo para manter o lar limpo e arrumado e a alimentação saudável para a família, todos os dias, e não recebe salário por isto. Existem pessoas que se dedicam à prática de trabalhos voluntários, e, embora tenham dispêndio de energia física e intelectual, não contam com nenhuma contrapartida de ordem legal ou financeira que regulamente tal prática.
Ocupação
A ocupação é o lugar no indivíduo na divisão técnica e social do trabalho. Esta divisão, que envolve aspectos objetivos e subjetivos, classifica e hierarquiza os indivíduos no mundo do trabalho.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD - do IBGE (1995) classificou as ocupações por ramos e classes de atividade distribuídas em seis categorias: a) empregado; b) trabalhador doméstico; c) conta-própria; d) empregador; e) trabalhador não remunerado, membro da unidade domiciliar; f) outro trabalhador não remunerado. (FRANZOI, 2016).
Emprego
“É a atividade habitual exercida por uma pessoa física para uma organização ou governo e remunerada sob a forma de salário”, explica Lacombe (2004, p. 128). O emprego pressupõe contrato de trabalho, na qual as partes – empregador e empregado - possuem direitos e deveres. O conceito de emprego é recente na história da humanidade. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD - do IBGE (1995) classificou os empregados em: a) com carteira de trabalho assinada; b) militares e funcionários públicos estatutários; c) outros.
Saiba mais
A Classificação Brasileira de Ocupações - CBO é o documento que reconhece, nomeia e codifica os títulos e descreve as características das ocupações do mercado de trabalho brasileiro. É ao mesmo tempo uma classificação enumerativa e uma classificação descritiva. A classificação enumerativa codifica empregos e situações de trabalho para fins estatísticos e a classificação descritiva inventaria detalhadamente as atividades realizadas no trabalho, os requisitos para o exercício da função e as condições requeridas para o trabalho.
Fonte: http://www.ocupacoes.com.br/o-que-e-cbo
Já imaginou o quanto este documento pode ajudar você a construir a análise e descrição de cargos, fundamental para o processo de recrutamento e seleção? Para saber mais visite o site:
http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTitulo.jsf
Curiosidade
O dia 1º de maio é o Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador. Este dia tem por objetivo celebrar as conquistas dos trabalhadores, ao longo da história. Conheça algumas das importantes conquistas dos trabalhadores acessando o site:
http://educacao.uol.com.br/noticias/2015/05/01/dia-do-trabalho-veja- curiosidades-sobre-o-tema.htm
TEMA 3 – O SER HUMANO E O TRABALHO
Estimado companheiro de jornada, pense por alguns instantes na palavra trabalho. Agora, fique atento às imagens mentais e sensações que surgem. E então? O que veio a mente? Satisfação, alegria? Mas, se a experiência não lhe trouxe sensações tão positivas assim, fique tranquilo, você pode não ser o único! Você sabia que o trabalho desde a antiguidade é associado a peso,
condenação e sofrimento?
Na Antiguidade, o trabalho assumia a conotação da atividade dos que haviam perdido a liberdade imputando castigo, condenação, padecimento e sofrimento. O trabalho significava um fardo pesado a ser carregado, do qual não havia como se libertar. Por isso a penúria imposta pelo trabalho ia muito além da fadiga ou cansaço físico, mas remetia a uma condição social (WOLECK, 2000).
Na tradição judaico-cristã, encontramos, no Antigo Testamento, uma passagem que associa trabalho á punição. O livro do Genesis, no 3:17-19, narra que Adão e Eva, ao serem expulsos do paraíso, foram condenados ao trabalho como “parte da maldição divina decorrente do pecado original”.
Outro aspecto curioso é o termo que deu origem a palavra trabalho, do latim tripalium, (tri= três; palium = paus) instrumento composto de três estacas aguçadas, que os agricultores utilizam para bater nos cereais com o intuito de processa-los. A palavra trabalho está, portanto, associada ao verbo tripalliare, "torturar sobre o trepalium", uma armação de três troncos, em substituição a crucificação utilizada como condenação no mundo cristão.
Mas será que o trabalho encerra somente condenação penúria e sofrimento, ou pode ser, também, uma das maiores expressões do ser humano e uma inesgotável fonte de criação, satisfação e realização? Esta dualidade já era contemplada pelos gregos que utilizavam duas palavras para expressar trabalho: “ponos”, que remete a esforço e à penalidade, e “ergon”, criação, obra de arte; estabelecendo, assim, a diferença entre trabalhar no sentido de penar, “ponein”, e trabalhar no sentido de criar, “ergazomai”. (WOLECK, 2002).
O trabalho, além de contribuir para suprir as necessidades de sobrevivência, é uma das formas mais profundas da expressão do ser humano. No trabalho, o indivíduo busca o reconhecimento, conquista espaço e respeito constrói sua autoimagem, autoconceito e autoestima. Por meio do trabalho, o homem desempenha seu papel na sociedade e faz a sua contribuição para o desenvolvimento da humanidade.
O que distingue o trabalho como fonte de prazer ou pesar? O homem não vive apenas para se alimentar, mas tem, também, necessidades físicas, bem como é carregado de subjetividades. Tem desejos, almeja por segurança, pertencer a um grupo, ser estimado e realizar-se em suas potencialidades.
Steve Jobs, empresário americano fundador da Apple, em um discurso que proferiu na Universidade de Stanford, no ano de 2005, ilustrou brilhantemente, o papel da subjetividade e do trabalho ao afirmar que “seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho, é amar o que você faz”, registra Fischman (2008). O trabalho tende a ser mais prazeroso à medida que contempla o homem em sua totalidade, ao atender às dimensões biológicas, psicológicas e sociais.
Texto de leitura obrigatória
Neste ponto de seus estudos, é importante que você conheça a Visão Biopsicossocial do homem. O texto está disponível na obra Recrutamento e Seleção De Talentos especificamente no item 1.1.2 O homem e o significadodo trabalho.
LOTZ, E. G e BURDA, J. A. Recrutamento e seleção de talentos. Curitiba: Intersaberes, 2015.
Saiba mais
Você sabia que o trabalho noturno pode afetar a saúde do trabalhador por estar em descompasso com o ritmo biológico ao qual o corpo esta programado? Visite o site e leia o artigo “Enquanto a cidade dorme: efeitos do trabalho noturno” texto de Mariana Castro Alves:
http://pre.univesp.br/trabalho-noturno#.V7mz01mQI4V
Curiosidade
Será que é possível pessoas com habilidades similares ganharem salários diferentes por causa da diferença de gênero? O que você pensa a respeito?
TEMA 4 – O MERCADO DE TRABALHO
Você já se deparou com expressões tais como “O mercado de trabalho está cada vez mais exigente!” ou, “É importante se preparar para o mercado de trabalho!” ou ainda, “Vou para a capital, pois lá tem mais mercado de trabalho”? Mas o que, especificamente, é o mercado de trabalho?
O mercado de trabalho é “a oferta e a procura de mão de obra em determinada região”, explica Lacombe (2004, p. 210). É formado pela oferta de postos de trabalho e emprego, bem como pela disponibilidade de mão de obra, em um determinado espaço de tempo e região.
Ele regula a remuneração, os benefícios e as condições de trabalho em determinada região e determinado momento. O mercado de trabalho é dinâmico e é altamente impactado por condições econômicas, políticas, sociais entre outras (LACOMBE, 2004).
O mercado de trabalho é regulado pela Lei da Oferta e da Procura. O cenário do mercado de trabalho impacta de forma brutal nos processos de recrutamento, seleção e retenção de talentos na organização. Vamos analisar cada um dos três cenários:
A oferta de vagas é maior do que a procura: muita oferta de postos de trabalhos e número insuficiente de candidatos para preenchê-las. Quando a oferta de empregos é maior do que a disponibilidade da mão de obra, os recursos humanos se transformam em recursos escassos. Por isso, organizações entram em verdadeira disputa por mão de obra e passam a praticar políticas que ofereçam maiores benefícios aos colaboradores, com o objetivo de atraí-los e mantê-los. (LOTZ e BURDA, 2015). Este cenário faz com que a organização se flexibilize e adote práticas que reduzam o rigor e elevem a flexibilidade dos critérios de seleção; elevem os investimentos em treinamento e ampliem as estratégias de capacitação e aperfeiçoamento dos ingressantes; aumentem o patamar salarial; ampliem a oferta de benefícios sociais e priorizem o recrutamento interno. Trata-se de um cenário altamente favorável para a mão de obra. Os candidatos podem escolher o trabalho e se tornam mais exigentes em relação à organização, selecionando as que tendem a ofertar salários mais elevados, benefícios e melhores condições de trabalho. Os trabalhados empregados que, por ventura, estejam insatisfeitos com a empresa, vislumbram múltiplas oportunidades de recolocação e sentem-se empoderados para empreender negociações salariais, tornando-se mais críticos e exigentes em relação ao planejamento e desenvolvimento da carreira. Quem dá as cartas do jogo é o colaborador.
Equilíbrio entre oferta de vagas e procura: seria aquela situação ideal na qual o número de postos de trabalhos estaria em harmonia com o número de profissionais para ocupá-los.
A procura por vagas é maior que a oferta: ocorre quando existe um reduzido número de vagas, ou postos de trabalho, e a mão de obra é um recurso abundante. Este cenário, favorece, significativamente, as organizações. Diante da dificuldade de colocação, candidatos aceitam ocupar cargos aquém de sua qualificação. A empresa pode, também, reduzir investimentos em recrutamento, dado o aumento ao número de candidatos que se apresentam espontaneamente; eleva os critérios e a rigidez na seleção de pessoal; reduz ou congela os benefícios sociais; pode promover o desenvolvimento de políticas e ações para a substituição de pessoal por mão de obra mais qualificada; entre outros. Os profissionais empregados, com medo de perder o emprego, suportam, até mesmo, precárias condições e uma gestão desqualificante, com o objetivo de assegurar a sobrevivência. Em face deste cenário, quem dá as cartas do jogo é a organização. (CHIAVENATO, 2000).
Texto de leitura obrigatória
É vital que o recrutador e selecionador de pessoas conheça os movimentos e cenários do mercado de trabalho, o qual é profundamente influenciado por aspectos sociais, políticos, econômicos e ambientais. Para aprofundar seus conhecimentos, leia o item 1.2 O mercado de trabalho disponível na obra:
LOTZ, E. G e BURDA, J. A. Recrutamento e seleção de talentos.
Curitiba: Intersaberes, 2015.
Saiba mais
Assista ao vídeo Mudanças no Mercado de Trabalho e Perfil do Profissional do Futuro. O Prof. Luiz Guilherme Brom aborda as significativas mudanças no mercado de trabalho e os desafios do profissional neste novo cenário:
https://www.youtube.com/watch?v=kQF3Qw1MtRA
Curiosidade
Você já ouviu falar em coworking? Em tempos de profissionais que optam por captar e atender seus clientes de forma independente e das start-ups, aquelas empresas que estão no início de suas atividades, os coworkings reúnem, diariamente, milhares de pessoas a fim de trabalhar em um ambiente inspirador.
O que é Coworking? A revolução que está alterando para sempre a forma que pequenas empresas, profissionais freelancers e autônomos se relacionam entre si, com seus fornecedores e clientes. Visite o site:
https://coworkingbrasil.org/como-funciona-coworking/
TEMA 5 – EMPREGABILIDADE
Estimado estudante, o último tema da jornada desta aula é empregabilidade. Empregabilidade é a capacidade do indivíduo de manter-se, reinserir-se e reintegra-se no mercado de trabalho (OLIVEIRA, 2009). Este conceito nos fornece pistas do ‘o que é’ empregabilidade e abre a perspectiva para que investiguemos o ‘como’ a empregabilidade pode ser nutrida, eis aí o x da questão.
O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e exigente, em virtude das constantes mudanças que ocorrem em diversas esferas, como, por exemplo, na tecnológica, econômica, politica, social e cultural.
A constatação de que está tudo em constante mudança não é obra do nosso tempo e nem, tampouco, podemos atribuí-la ao advento das novas tecnologias em comunicação e transportes. Embora a internet, a nanotecnologia e outros avanços da nossa era fizeram acelerar tais mudanças, o fato de que tudo muda já havia sido registrada nas palavras Phanta rhey, que significa “tudo muda”, de Heráclito (535 a.C. - 475 a.C.) filósofo grego, nascido em Efeso. O Tao Te Ching, que pode ser traduzido como ‘O Livro do caminho e da virtude’, importante obra da literatura da China escrita entre 350 e 250 a.C., postula que a única coisa permanente é a mudança. (BURRUS, 2011).
E o que isso tem há ver com a empregabilidade em nossos dias? O mercado de trabalho, hoje, está muito mais exigente do que há algumas décadas atrás. Houve um tempo em que se passava um período na faculdade e o resto da vida no exercício da profissão. Hoje, o profissional que não está em constante atualização, aperfeiçoamento, ou até mesmo em “reinvenção” de si mesmo e de sua carreira, pode estar fadado à obsolescência e ao insucesso.
O mercado de trabalho, em constante e incessante transformação, exige que as pessoas desenvolvam e aprimorem, continuamente, o background de competências técnicas, ou seja, as voltadas ao exercício das tarefas e das competências comportamentais, aquelas alicerçadas nas dimensões da inteligência emocional.
O profissional com empregabilidade é desejado pelo mercado de trabalho. Mas o que é preciso para que isso ocorra? Você pode construir a sua empregabilidade a partir deste momento. Pense por alguns instantes em você como um produto, sim um produto, um produto raro e único que chamaremos de “Produto Você”:
Que produto é você?
O “Produto Você” atende as necessidades do mercado?
Qual a imagem que o “Produto Você” passa ao mercado?
O “Produto Você” tem acompanhado as mudanças e atendido as necessidades dos clientes?
A embalagemdo “Produto Você” é atrativa e adequada ao seu publico alvo?
Observe o quadro a seguir:
Quadro 01– Perguntas para construir a análise Swot
	
Forças
	Quais são seus pontos fortes? Quais são os seus talentos?
O que você faz que te dá muito prazer?
Quais são os recursos que destacam você em relação a outras pessoas?
O que as pessoas apreciam em você?
	
Oportunidades
	Que oportunidades você pode obter com seus pontos fortes?
Que possibilidades de atuação você pode abrir por meio dos seus talentos?
Como seus talentos podem contribuir para você obter os resultados desejados na vida pessoal e na vida profissional?
Como seus pontos fortes podem ser utilizados para contribuir com o resultado de outras pessoas/seus colegas/sua organização?
Como você constrói e utiliza a sua imagem nas redes sociais?
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Fraquezas
Leia-se oportunidades de desenvolvimento
	Em que você pode melhorar?
Quais conhecimentos precisam ser aprofundados?
Que comportamentos podem ser adotados para ganhar oportunidades?
Quais práticas, atitudes e pensamentos que você deveria evitar?
O que te faz perder oportunidades (pensamentos, crenças, atitudes, estados emocionais, ações)?
O que as pessoas apontam que você poderia melhorar?
O que você pode perder no médio e longo prazo se continuar assim como está?
	
Ameaças
	Que obstáculos você encontra (no seu dia-a-dia, sua atuação)?
O que está mudando em seu trabalho ou em sua vida e que requer novos conhecimentos e recursos pessoais?
O que você é importante buscar para construir e realizar o seu projeto de vida?
O que você é importante buscar para atender às novas exigências do mercado de trabalho?
Fonte: Adaptado de Lotz e Gramms (2014).
As respostas obtidas podem contribuir para a promoção de reflexões e clarificar suas potencias e núcleos que o diferenciam das demais pessoas, os quais podem ser nutridos como diferenciais competitivos. Além disso, pode apontar para as oportunidades de melhoria e, assim, te impulsionar para gerar comportamentos que promovam o seu desenvolvimento.
Texto de leitura obrigatória
Visite o site:
http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/as-5-leis-da-empregabilidade- agora-e-sempre
Saiba mais
Empregabilidade - o que é e como mantê-la? Confira as dicas! Este é um vídeo que embora tenha sido publicado em dezembro de 2013 oferece reflexões importantes sobre empregabilidade e mercado de trabalho. Acesse:
https://www.youtube.com/watch?v=vCysk1BaFpo
Curiosidade
O que você quer ser quando crescer? Talvez você se lembre de ter feito essa pergunta a si mesmo quando era bem pequeninho. Por isso, escolhi com todo carinho um vídeo muito especial. Espero que instigue, novamente, a sua curiosidade sobre esta pergunta. Assista ao vídeo que ultrapassou 40 milhões de acessos na web, em mais de 20 países, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=IAnzAWt5tCI
TROCANDO IDEIAS
Em tempos de redes sociais, é fundamental saber o impacto que causam na imagem do profissional e de que forma elas podem contribuir na obtenção, na manutenção ou na perda de trabalho.
As redes sociais são estruturas sociais virtuais que congregam pessoas ou organizações que se comunicam e conectam via internet. As redes sociais podem ser uma “faca de dois gumes”, ou seja, se por um lado elas projetam a imagem da pessoa para o mundo, o uso descuidado desta projeção pode gerar marcas desastrosas e danosas. Aí vem a pergunta: será que o que o individuo está projetando, apoia a construção de uma imagem ética, equilibrada e confiável? A resposta a esta pergunta é obtida mediante a análise de que tipo de link é postado, pois os links que o indivíduo compartilha revelam aspectos da personalidade, valores, crenças, princípios e propósitos que impactam fortemente na imagem do Produto Você.
Leia a matéria Empregabilidade e redes sociais, disponível em: http://www.ebc.com.br/tecnologia/2013/01/redes-sociais-sao-decisivas-
para-quem-deseja-ganhar-ou-nao-perder-um-emprego
Após a leitura do artigo, apresente aos seus colegas a sua posição sobre o tema de como as redes sociais podem contribuir para chegar até o emprego ou atividade profissional desejada ou afasta-se dela.
NA PRÁTICA
Maria Julia, vinte e quatro anos, trabalhava como caixa de supermercado, há cinco anos. Recentemente, foi desligada de seu emprego, uma grande rede de supermercados, que havia fechado dezenas de lojas por todo o estado. A princípio, ela se sentiu muito triste e abalada, pois precisava trabalhar. Mas, como sempre foi uma pessoa guerreira, tratou de aceitar a configuração da nova situação e de traçar uma estratégia de se recolocar no mercado.
Ela se deu conta de que gostaria de trabalhar em uma nova função. Na verdade, sempre acalentou o desejo de ser recepcionista ou secretária, mas não tinha experiência na área. Sequer um currículo ela tinha, dado o seu emprego de caixa havia sido o seu único emprego. Outro aspecto que a preocupava, era a grande quantidade de pessoas que se encontravam na mesma situação, disputando uma vaga no mercado de trabalho. Então, o que ela poderia fazer para se diferenciar?
Protocolo de resolução da situação proposta
O professor deverá indicar ao aluno a sequência de passos para resolver a situação envolvendo:
– Leia atentamente as considerações apresentadas na aula sobre os aspectos do mercado de trabalho e empregabilidade.
– Identifique as ações que Maria Julia pode fazer para elevar seu nível de empregabilidade.
– Oriente Maria Julia na elaboração de um currículo que possa atrair a atenção de recrutador.
– Faça uma reflexão a respeito de como as crises podem favorecer o crescimento e o desenvolvimento do profissional.
Resolução do caso
Espera-se que o aluno recupere informações relevantes a respeito do mercado de trabalho, sobretudo em relação ao que ocorre quando a oferta de mão de obra é maior do que a demanda. Entender o comportamento do mercado é fundamental para que o candidato se posicione face ao desafio que se apresenta. Paralelo ao entendimento do mercado, no que tange as questões de empregabilidade, é fundamental que ela estabeleça o foco do que deseja, faça uma autoanálise no sentido de identificar os pontos fortes e as oportunidades de melhoria que pode empreender para alcançar o objetivo de se recolocar no mercado. Este ponto deve conduzir, também, a questão das redes sociais e networking, ou seja, de que forma ela pode colocar as facilidades das redes sociais em prol do alcance da meta do novo emprego. Isto inclui, também, fazer o cadastro nos sites das empresas nas quais gostaria de trabalhar.
Para elevar o nível de empregabilidade, Maria Julia pode ser orientada a realizar	cursos	de	formação	de	recepcionista	ou	secretária (http://www.cursosgratuitossenai.com.br/curso-de-recepcionista-gratuito-no- senai-senac-e-outros/ ) que estão disponíveis, gratuitamente, e que podem ser feitos de forma presencial ou a distância.
Em relação à elaboração do currículo é importante observar as seguintes recomendações:
que seja feito de forma legível, sem erros de português, limpo, cuidando tanto do conteúdo – as informações – quanto da forma – a estática, organização e limpeza.
deixar evidente os seguintes campos:
Nome completo
E-mail e endereço para contato
Objetivo- área ou cargo que deseja
Formação Escolar – ordenada sempre da mais atual para a mais antiga Experiência profissional - as empresas que trabalhou informando o cargo e fazendo um breve relato das funções que executava
Informações complementares – relativas ao domínio de idiomas, ferramentas de informática ente outros.
Em relação a momentos de crise, é fundamental que o profissional que busca uma recolocação no mercado de trabalho, mantenha uma atitude positiva perante a vida. Pensamentos derrotistas só fazem assaltar a vitalidade e o desejo de agir. A ação que muda os resultados e os pensamentos negativos, em nada contribuem para o alcance das metas; muito pelo contrário, eles só fazem a “marcar gol contra”.
As dificuldades fazem parte da vidado ser humano e uma das grandes competências que o profissional pode desenvolver é a tolerância às frustrações e a capacidade de agir, mesmo sob fortes pressões.
SÍNTESE
Nesta aula, caminhamos sobre importantes temas que envolvem a relação do homem com o trabalho, o mercado de trabalho e a empregabilidade. Com o objetivo de ajudá-lo a lembrar das palavras chave, deixo o esquema que contribuirá para que você se lembre de nossas passagens tão importantes.
Então, sugiro que, ao ler a palavra, repita mentalmente para você o que aprendeu sobre ela. Faça isso repetidas vezes. O cérebro aprende, por meio da repetição, por isso vale a pena dedicar-se a este exercício!

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