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ORGANIZAÇÃO da MANUTENÇÃO ETAPA – 2 Manutenção Preventiva ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO CORRETIVA ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO PREVENTIVA CADASTRAMENTO DAS INSTALAÇÕES CODIFICAÇÃO CONVENCIONAL DOS EQUIPAMENTOS CODIFICAÇÃO ALTERNATIVA DOS EQUIPAMENTOS HISTORICO DAS INSTALAÇÕES ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA FICHAS E DOCUMENTOS COMPLEMENTARES PROF. HENRIQUE C. H. TRÖGER PROF. SANDRO SILVA TEIXEIRA FEVEREIRO de 2013 ETAPAS DA ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO 1 – INTRODUÇÃO Teoricamente, a implantação de um sistema administrativo se dá com o único fim, o de melhorar e facilitar o desenvolvimento de qualquer atividade técnica, de forma a obter rapidez e eficiência na execução e no controle. Porém a implantação de mecanismos de organização e controle é considerado um aspecto muito problemático para qualquer área, por que existe uma resistência da maioria das pessoas ao sistemático registro de dados e controle de informações. A implantação desses mecanismos na manutenção, requer determinação das pessoas envolvidas, pois o sucesso depende do envolvimento e dedicação de todos, além de um grande detalhamento inicial no levantamento das informações. A organização da manutenção pode ser executada através de controle manual ou informatizado. Em ambos os casos, as informações que devem ser obtidas são as mesmas, diferindo somente na rapidez de acesso e tratamento dos dados. 2 – CONCEITOS BÁSICOS Conceito de Manutenção: combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida. A manutenção pode incluir uma modificação de um item. Outros aspectos que ainda devem ser considerados na realização das atividades de manutenção são as normas de segurança, o custo e o menor impacto ao meio ambiente. Conceito de Manutenção Preventiva: intervenção realizada no equipamento, segundo inspeções pré-fixadas, tendo como objetivos principais detectar e corrigir falhas latentes, prevenindo desta forma a parada imprevista do equipamento. 3 – ETAPAS PARA A ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO Podemos dividir em duas grandes fases. 1º deve-se organizar a manutenção corretiva, não no sentido de adotar esta técnica, pois é uma técnica que (para a grande maioria das máquinas da linha de produção) deve ser obviamente evitada, mas no sentido de ter condições de efetuar uma boa manutenção corretiva, nos equipamentos destinados a ser atendidos por esta técnica. Na 2ª fase, implanta-se a manutenção preventiva, que necessita, obviamente de uma manutenção corretiva de boas condições. 3.1 – Organização da manutenção corretiva Em linhas curtas, visto que esta técnica a Manutenção Corretiva foi abordada, em seus aspectos positivos e negativos no primeiro módulo, a “organização da manutenção corretiva” consiste em cumprir alguns passos básicos. Primeiramente, cabe fazer um breve levantamento dos seguintes aspectos: - Quais equipamentos que existem na empresa; - Qual é o nível de instrução do pessoal da manutenção; - Quais tarefas serão realizadas no setor de manutenção e quais serão realizadas fora (terceirizadas); Após reconhecer quem são os responsáveis pela manutenção, seus níveis de instrução e quais os equipamentos em que podem atuar, vem o segundo passo, que consiste em especificar e adquirir as melhores ferramentas (dentro de um critério “custo x benefício”) para a realização dos reparos previstos. È importante que o técnico atente para o local onde é a oficina, monte um bom layout, tenha disponíveis bancadas, prateleiras, armários, ventilação, iluminação. Sempre é bom visitar várias oficinas, anotando os melhores aspectos de cada uma. O terceiro e um dos mais importantes passos na organização da manutenção corretiva, considerado a base da manutenção preventiva, é a organização dos manuais de todos equipamentos existentes na empresa, entre estes, os manuais das máquinas da produção, que são os equipamentos mais importantes dentre todos na empresa. Realizar um reparo não tendo os manuais é muito demorado e corre-se o risco de cometermos falhas na desmontagem ou na montagem, além de não termos ideia do número de sobressalentes. Por esta razão, dispor dos manuais é fundamental para a boa manutenção corretiva e também é a grande base da manutenção preventiva, como veremos a seguir. 3.2 – Organização da manutenção Preventiva A manutenção preventiva tem por finalidade, prestar uma manutenção que evite a quebra inesperada de qualquer componente dinâmico da máquina. Nesta modalidade de manutenção as máquinas são verificadas e, cada componente, com sua frequência de reposição é substituído, evitando que ele quebre, gerando uma corretiva que é geralmente onerosa e demorada. Se o efetivo da Manutenção for pequeno, a manutenção preventiva será melhor implementada cumprindo algumas etapas, como veremos a seguir. Etapa 1 – CADASTRAMENTO DAS INSTALAÇÕES Será necessário conhecer os equipamentos quanto ao seu tipo e quantidade, para posteriormente decidir sobre o planejamento de sua manutenção. Em função dessa premissa, devemos conhecer primeiramente e muito bem, o processo da planta industrial onde a “organização da manutenção” será implementada. Observe as imagens abaixo, onde cada uma, representa um processo industrial completamente diferente, com equipamentos específicos adequados as suas necessidades. Na Fig.1 observa-se na planta industrial, a presença de várias bombas centrífugas, válvulas, etc. Figura 1. Planta industrial de um processo químico. Na Fig.2 observa-se uma planta industrial cujo processo é mecânico, de usinagem de peças de diversos tipos. Neste caso, a quantidade de máquinas de usinagem, motores elétricos, ferramentas de usinagem, sistemas de comando (e proteção), sensores e cuidados com aspectos de lubrificação provavelmente é bem maior. Figura 2. Planta industrial cujo processo é de usinagem mecânica. Para melhor conhecermos, portanto, os equipamentos da empresa, devemos primeiramente, dividir os equipamentos em quatro grupos principais, de acordo com o tipo e quantidade, para posteriormente, decidir sobre o planejamento de sua manutenção. a) Unidades Produtivas Diretas: aquelas que transformam a matéria-prima para obter o produto. Como exemplo, na Fig. 2, as máquinas de usinagem pertencentes à linha de produção. b) Unidades Produtivas Indiretas: aquelas que não transformam a matéria-prima, mas formam parte ativa do sistema produtivo indiretamente. Ex.: caldeiras (Fig.3), compressores de ar, geradores de energia elétrica, ventiladores, transformadores, pontes rolantes utilizadas para matéria prima ou produto processado, sistemas de ar condicionado para sala de processo produtivo, bombas,etc. Figura 3. Modelo de caldeira aquatubular, empregada em diversos processos industriais. c) Unidades Móveis de Transporte: assim se consideram as unidades móveis que transportam as matérias-primas ou produtos acabados. Ex.: empilhadeiras (Fig. 4), tratores, pás carregadeiras, guindastes móveis, caminhões, etc. d) Unidades Não-Produtivas: são aquelas que não tomam parte alguma no processo produtivo. Ex.: computadores de uso administrativo (compras, vendas, processamento, etc), ar condicionado das salas administrativas, carros de transporte de pessoal, máquinas e equipamentos utilizados em manutenção. Figura 4. Modelo de empilhadeira portuária, com capacidade de elevação de 24.000 kg (24 Ton). Deve-se verificar qual será a área de atuação da manutenção, normalmente se cadastramprioritariamente os equipamentos pertencentes às Unidades Produtivas Diretas e Unidades Produtivas Indiretas, pois são esses que estão relacionados de forma mais objetiva com o processo produtivo. Feita esta classificação deve-se proceder ao cadastramento das instalações utilizando para isto a ficha cadastral por equipamento (no anexo), sendo consideradas as seguintes recomendações: 1 – Elaborar um lay-out das instalações; 2 – Classificar as mesmas nos grupos a ,b ,c ,d conforme acima; 3 – Preencher a ficha cadastral, cumprindo as seguintes exigências: a) – Formar um grupo de trabalho do qual participem o supervisor de planejamento de manutenção, o futuro inspetor de manutenção preventiva e um supervisor ou chefe responsável pela área que se está cadastrando (deve -se buscar o envolvimento de todos nesta atividade); b) – Especificar os dados sobre os equipamentos segundo o planejamento e processos de produção. Deve-se utilizar catálogos, manuais, ordens de compra do equipamento e outros registros contábeis; c) – Comparar o cadastramento realizado cm o inventário existente na empresa, para corrigir diferenças; Figura 5. Modelo de ficha cadastral, que pode ser aplicada para qualquer equipamento. 4 – Arquivar as fichas cadastrais em pastas suspensas, onde conjuntamente, se arquivarão todas as fichas e registros utilizados em manutenção, inclusive catálogos, manuais e desenhos, formando o seu “dossiê”. O arquivamento tem por função gerar um processo de tratamento manual de dados, que poderá, se necessário, se tornar informatizado. Figura 6. Pastas suspensas para arquivamento de documentos das máquinas e equipamentos e motores da empresa. Etapa 2 – CODIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS A – CODIFICAÇÃO CONVENCIONAL DOS EQUIPAMENTOS Qualquer inventário de instalação possui um número de identificação, chamado de número de patrimônio, mas este número não deve ser utilizado pela manutenção como código dos equipamentos, chamado de “código de manutenção”, pois o número de patrimônio indica o número de itens adquiridos pela empresa e o código de manutenção informa dados sobre a localização da máquina, tipo, modelo e seus acessórios. Recomenda-se codificar as instalações com um sistema que possa ser informatizado posteriormente. A utilização de um sistema informatizado permite acesso mais rápido aos dados das máquinas, se em comparação com a busca de dados em registro manuais. Ao decidir por informatizar a manutenção, recomenda-se verificar todos os softwares disponíveis no mercado, para ver qual é o mais adequado ao sistema de controle que existe na empresa. O código de manutenção identifica o equipamento e os sub-conjuntos, por exemplo, uma Fresadora (como equipamento ou conjunto) e a mesa divisora da fresadora (como acessório ou sub-conjunto). Esta codificação não atinge um nível de detalhamento a ponto de colocarmos código de manutenção em componentes, como por exemplo, rodas dentadas. A necessidade de se considerar sub-conjuntos principais se faz necessário quando os equipamentos dão de grande porte, de constituição sofisticada ou grande número de unidades independentes, porém conectadas, tais como: máquinas para fabricação de papel, instalações petroquímicas, linha de montagem contínua e outras. Para a codificação de máquinas ferramenta existe uma padronização baseada na norma PNB-214, conforme exemplo abaixo, que também servirá de base para as outras codificações sugeridas. A codificação é composta por três (3) campos de preenchimento, sendo dois (2) principais e mais um campo de preenchimento esporádico (para acessórios). O 1º e o 2º campo são os principais para as máquinas. O 3º campo é para acessórios das máquinas ou grandes partes das mesmas (veja a Figura 7). Detalhando os campos da codificação dos equipamentos: 1º grupo ou campo – Caracteres que codificam a área de localização do equipamento (normalmente dois números ou dois caracteres alfanuméricos); A necessidade de classificar áreas com dois dígitos se dá por que permite subdivisão, da seguinte forma: Área 10: área de tratamento térmico e superfície; Sub-área 11: Área de fornos de têmpera; Sub-área 12: Área de fornos de revenimento; Sub-área 13: Área de cromagem e galvanização; Abaixo, o esquema da Figura 7, que mostra os três campos que compõem o código de manutenção. _1º ___2º __ _3º XX – XX X X – XX Acessórios ou sub-conjuntos Posição de equipamento na área Modelo do equipamento Tipo de equipamento Área onde se localiza o equipamento Figura 7 – Codigo de manutenção para máquinas e acessórios. 2º grupo ou campo – Caracteres que codificam o equipamento (o agrupamento aqui sugerido é de quatro caracteres com o correspondente significado): O primeiro dos dois caracteres especifica o tipo de máquina ferramenta, e o segundo dos dois caracteres especifica o modelo de máquina, da seguinte forma: 1º Exemplo: 1º Caracter (tipo de máquina) 1- TORNO 2º Caracter (modelo de máquina) 10- Torno Paralelo 11- Torno Revólver 12- Torno Copiador 13- Torno Universal 14- Torno de Retomada 15- Torno Vertical 16- Torno de Perfilar 17- Torno Automático 18- Torno Semi-Automático 19- Torno com Controle Numérico 2º Exemplo: 1º Caracter (tipo de máquina) 2- FURADEIRAS 2º Caracter (modelo de máquina) 20 Furadeira Portátil 21- Furadeira Sensitiva 22- Furadeira de Coluna 23- Furadeira de Mais de uma Coluna 24- Furadeira Radial 25- Furadeira Múltipla de Cabeçote Único Vertical 26- Furadeira Múltipla de Mais de um Cabeçote 27- Furadeira de Castela 28- Furadeira de Plataforma Rotativa e Várias Estações 29- Livre para Máquinas Eventuais Outros exemplos: 3- LIMADORAS-PLAINAS-MORTAJADORAS-BROCHADEIRAS 30- Plaina Limadora Mecânica 31- Plaina Limadora Hidráulica 32- Plaina de Mesa Mecânica 34- Mortajadora Mecânica 35- Mortajadora Hidráulica 36- Brochadeira Mecânica para Internos 37- Brochadeira Hidráulica para Internos 38- Brochadeira Mecânica para Externos 39- Brochadeira Hidráulica para Externos 4- FRESADORAS E DENTEADORAS 40- Fresadora Horizontal 41- Fresadora Vertical 42- Fresadora Horizontal e Vertical 43- Fresadora Universal 44- Denteadora e Sistema Pfauten 45- Denteadora de Ferramenta Circular, Sistema Fellows 46- Denteadora de Ferramenta Linear, Sistema Maag 47- Denteadora de Engrenagens Cônicas de Dentes Retos , Sistema Bilgran e Gleason 48- Denteadora para Engrenagens Cônicas Dente Helicoidal 49- Rebarbadoras Tipo Shaving e Retificadoras para Engrenagens 5- RETIFICADORAS E BRUNIDORAS 50- Retificadora universal 51- Retificadora Vertical 52- Retificadora Sem Centros 53- Retificadora Frontais Planas 54- Retificadoras Tangenciais Planas 55- Retificadoras Especiais 56- Retificadoras para Engrenagens Cilíndricas 57- Brunidoras 58- Afiadoras Universais 59- Afiadoras para Brocas Helicoidais 6- MANDRILADORAS 60- Mandriladoras Universal Horizontal 61- Mandriladoras Universal Vertical 62- Mandriladoras Vertical com Repetidor Automático 63- Mandriladoras Múltipla 64- Mandriladoras Especial para Usinagem Transversal e Axial 65- Mandriladoras Horizontais para Usinagem de Precisão 66- Mandriladoras Universais com Posicionador Numérico e Programa 67-68-69- Reservado para futuras máquinas eventuais da mesma família 7- SERRAS-ESMERIS-PRENSAS-FORJAS-GUILHOTINAS 70- Serras Circulares 71-Serra de Fita 72- Serra de Corte Alternativo 73- Esmerilhadoras 74- Prensas Mecânicas Tipo Excêntricas 75- Prensas Hidráulicas 76- Prensas de Fricção 77- Guilhotina ( Cortadora Universal) 78- Máquina de Forja por Impacto( Marteletes,Forjadoras, Rebitadoras, etc) 79- Calandras e Viradeiras 8- ROSQUEADORAS 80- Rosqueadora de Macho 81- Fresadora para Rosquear 82- Tornos Rosqueadores 83- Roladoras ou Máquinas de Rosquear por Laminação 84- Retificadoras para Roscas 85-86-87-88-89- Reservado para futuras máquinas eventuais da mesma família 9- MÁQUINAS DE TIPOS ESPECIAIS 90 a 99- Reservado para máquinas eventuais como: máquina ferramenta múltipla com mesa giratória e estação, máquinas especiais de múltiplos cabeçotes , centros de usinagem, eletroerosão e outros. 00-05- EQUIPAMENTOS PARA SOLDAGEM 06-09- RESERVADO PARA MÁQUIANS EVENTUAIS que não se enquadram nas famílias dos dígitos apresentados como por exemplo: instalações de pintura, limpeza por jateamento, compressores, etc. O terceiro caractere (do 2º grupo ou campo): específica as características principais das maquinas ferramentas, tais como: capacidade, potência, precisão, deslocamento(modelo de equipamento) O quarto caractere (do 2º grupo ou campo): especifica a posição do equipamento dentro da área ou sub-área considerada. 3º grupo ou campo de caracteres (Acessórios da máquina): Esses caracteres identificam acessórios e/ou dispositivos das máquinas ferramentas. Para este grupo de caracteres é sugerido a seguinte codificação: Intervalo de 00 a 09- Reservado Intervalo de 10 a 19- Acessórios de Movimento ou Acionamentos Intervalo de 20 a 29- Acessórios de Guia Intervalo de 30 a 39- Acessórios de Suporte Intervalo de 40 a 49- Acessórios de Porta-Ferramentas Intervalo de 50 a 59- Acessórios Porta-Peças Intervalo de 60 a 69- Acessórios de Controle ou Verificação Intervalo de 70 a 79- Acessórios para automatismo Intervalo de 80 a 89-Utensilios para Movimentos Padrões, como: Aparelhos Divisores, Copiadores , etc. Intervalo de 90 a 99-Outros acessórios. Para melhor esclarecer o sistema de código sugerido, vejamos os seguintes exemplos: 1) 12 – 17 – 4 – 2 Significa máquina ferramenta lotada na área 12, tratando-se de um torno automático (17) de dois carros, um mandril e três utensílios (4), corresponde a posição número (2) na área . 2) 12 – 17 – 4 – 2 – 62 Significa o código de um acessório de controle ou verificação da máquina acima, no caso um comparador ótico (62). 3) 14 – 43 – 2 – 5 Significa máquina ferramenta lotada na área 14, tratando-se de uma fresadora universal(43), com recuperação de folga automática na revisão (2) , corresponde a posição (5) na área. 4) 14 – 43 – 2 – 5 – 82 Significa o código de um utensílio de movimento padrão da máquina acima, tratando- se neste caso de um parelho divisor de tipo diferencial. Etapa 2 – CODIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS (continuação) B – CODIFICAÇÃO ALTERNATIVA DOS EQUIPAMENTOS A partir do padrão de codificação acima pode-se criar códigos alternativos baseados em letras e números (código alfa numérico), que permite reconhecer com maior facilidade a área e o equipamento que está sendo codificado. Como sugestão pode-se seguir o seguinte roteiro: a) codificar a área onde se localiza o equipamento com duas letras, que podem ser as iniciais da área. Exemplos: PM ( Área de Produção Mecânica ); TR ( Área de Transformadores); FO ( Área do Forno); b) codificar os equipamentos com duas ou três letras que devem ser as iniciais dos equipamentos em questão, deixando a primeira letra para definir o tipo de equipamento. Exemplos: CP (Compressor de Parafuso); CA (Compressor Automático); CD (Compressor de Diafragma); BC (Bomba Centrífuga); BE (Bomba de Engrenagens); BL (Bomba de Lóbulos); RE (Redutores); VE (Ventiladores); PR (Prensas); FO (Fornos); e assim sucessivamente Seguindo esta lógica pode-se codificar os diversos equipamentos da empresa. Caso se repitam as duas letras utilizadas em equipamentos com a mesma letra inicial, pode-se utilizar a codificação com três letras para facilitar a compreensão (neste caso todos os equipamentos serão codificados com três letras). c) a seqüência da codificação é a mesma anterior, ou seja, um número codifica o tipo de equipamento e os próximos codificam a posição do equipamento na área. Exemplos: PM – TU – 1 – 4 Torno Universal, localizado na área de Produção mecânica, correspondendo ao modelo 1, estando na posição 4 dentro da área. ES – RE – 3 – 10 Redutor, localizado na área de Esmaltagem, correspondendo ao modelo 3, estando na posição 10 dentro da área. TT – FI – 2 – 7 Forno de Indução, localizado na área de Tratamento Térmico, correspondendo ao modelo 2, estando na posição 7 dentro da área. ETAPA 3 – HISTÓRICO DAS INSTALAÇÕES O histórico dos equipamentos é o conjunto de informações sobre o comportamento funcional de cada um deles, desde sua entrada na instalação até sua correspondente saída. O histórico dos equipamentos é um dos principais instrumentos para desenvolver um eficiente as análises e decisões devem ser tomadas, através de informações históricas que diagnosticam seu comportamento e estabelecem um ponto de partida para as providências que devem ser tomadas. Normalmente onde a manutenção é negligenciada , estes informes não existem, devendo ser executado um levantamento englobando os seguintes registros e arquivos mínimos necessários: - Levantamento das principais deficiências atuais; - Elementos que mais voltam a falhar; - Modificações, substituições e reformas do original; - Relatório das manutenções corretivas; - Horas de operação acumulada; - Número de paradas imprevistas por mês; - Número de horas de manutenção planejada (por mês); - Número de horas de manutenção corretiva (por mês); - Número de horas improdutivas ocasionadas pela manutenção; - Custo mensal da hora improdutiva ocasionada pela manutenção; - Custo do consumo de peças de reposição por mês; Para o levantamento das informações necessárias à execução dos dados histórico de cada equipamento, as ordens de serviço arquivadas constituem a fonte mais qualificada, fornecendo a maioria das informações através de uma análise retrospectiva. Na falta deste material de informação, uma outra alternativa para coleta de dados será a análise por observações diretas e indagações em forma de entrevista, sugerindo-se a aplicação de um questionário com o pessoal da manutenção e produção envolvido com o equipamento, onde será possível coletar de forma aproximada os itens listados acima. Além destes dados deverá ser incorporado ao histórico as informações técnicas sobre o equipamento , tais como: - catálogo de peças e de componentes; - manuais de operação e de manutenção; - desenho de peças especiais confeccionadas em oficina; - lista de peças de reposição para estoque (almoxarifado de manutenção). Para organização da documentação pode-se utilizar pastas de arquivo suspensas com visor frontal, para identificá-la, e visor lateral para indicar o conteúdo. Estas pastas (no mínimo uma por equipamento) deverão ser guardadas em arquivos metálicos com controle da retirada das fichas e catálogos para evitar o extravio de documentos. É necessário, por medida de segurança a retirada de duas cópias dos manuais e desenhos utilizados (de peças e circuitos), sendo que uma das cópias ficará arquivada no setor de planejamento da manutenção e outra nas oficinas para utilização direta. Os originais ficarão no arquivo geral da organização. Para os desenhos de circuitos elétricos, eletrônicos, hidráulicos e pneumáticos, além das cópias mencionadas costuma-se colocar um cópia nas portas dos quadros que guardam os referidos controles, protegidas por envelopes plásticos para facilitar as consultas em caso de emergência diminuindo assim o tempo na execução do serviço. ORDEM DE SERVIÇO (O. S.) O primeiro formulário a ser implantadopara o controle da manutenção são os registros organizados dos serviços executados pela manutenção, que constituirá a base do histórico da instalação além de permitir o controle das atividades (eficiência das equipes). O modelo de Ordem de serviço deverá cumprir as seguintes funções: - Ser um instrumento para solicitação de qualquer serviço corretivo, sendo este proveniente de detecção de defeitos quando realizada uma manutenção planejada, por parada imprevista do equipamento ou por necessidade funcional de um determinado departamento (uma instalação nova, por exemplo); - Permitir o registro das atividades desenvolvidas nos serviços tais com: deficiência que o equipamento apresentou, trabalho executado, causas que provocaran a falha e prevenção da falha; - Ser o principal instrumento para programação e controle dos serviços a executar e em execução; - Registrar o material consumido; - Registrar as horas gastas no serviço; - Registrar o tempo improdutivo; - Registrar a especialidade do serviço (elétrica, eletrônica, mecânica, instrumentação, etc.) e quem foi ou é o seu executor; - Permitir registrar qualquer informação relativa ao reparo do equipamento; Para facilitar a compreensão da organização dos dados na ordem de serviço, no anexo, teremos alguns exemplos utilizados atualmente em empresas. ETAPA 4 – DOCUMENTAÇÃO PARA ELABORAR O PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA A – ESCOLHA DOS PONTOS DE INSPEÇÃO PREVENTIVA Consiste no ponto mais crítico para a elaboração de uma ficha de inspeção. Na escolha dos itens de inspeção, poderemos obedecer uma série de princípios que nos facilitará o trabalho. Geralmente, existem fontes de referência que nos orientarão na determinação destes itens. Estas fontes por ordem de importância, são: 1º) Manual do equipamento, fornecido pelo fabricante, ou recomendações do mesma quando forem solicitados especialmente. Ultimamente alguns fabricantes fornecem manuais que contém planos de manutenção preventiva, ou assessoramente e assistência, no caso de serem consultados. 2º) Experiência própria. Este fator será essencial no caso de não se ter apoio por parte do fabricante. 3º) Tomar por base fichas de inspeção de equipamentos ou unidades similares, da própria empresa ou de indústrias vizinhas, que possam ser consultadas. Um princípio que ajudará a detectar elementos que precisem de inspeção consiste em obedecer ao seguinte raciocínio: - Merecerá inspeção preventiva todo elemento, peça ou unidade constituinte do equipamento que, com o tempo de funcionamento, sofra desgaste, afrouxamento, envelhecimento, fadiga, mudança estrutural ou mudança funcional, que alterem as condições ótimas de funcionamento, podendo ocasionar, m última instância, para imprevista no equipamento por pane (falhas latentes). - No inicio devem ser incorporados itens em anexo, isto é, itens sobre os quais de tenham dúvidas quanto à necessidade de inspeção. Isto por entendermos que o excesso de inspeção ocasiona menores prejuízos que inspecionar a menos. É com o tempo e a experiência que se aperfeiçoarão estas fichas, incluindo novos itens que não haviam sido previstos. - Um critério de grande importância, que reduz consideravelmente os itens de inspeção, será excluir todos aqueles elementos cuja falha não provoque a parada do equipamento ou altere sua condição funcional eficiente, ou ainda, por seu baixo custo é mais econômico substituí-los após a deterioração. B – FICHA DE INSPEÇÃO PREVENTIVA Esta ficha é o instrumento no qual o inspetor se baseia para executar as inspeções preventivas em cada equipamento. Assim existirá uma ficha de inspeção para cada equipamento ou unidade de instalação. Recomenda-se, por comodidade prática, que as mesmas não superem os 20 ou 25 itens de inspeção. Para o caso do equipamento de grande porte, onde o número de itens supera esta quantidade, recomenda-se executar mais de uma ficha, divididas segundo freqüências de inspeção, isto é, uma ficha de inspeção do equipamento por cada frequência, ou como por exemplo, todos os itens que devem ser inspecionados a cada 3 meses e, noutra ficha, todos os itens que devem ser inspecionados a cada. Se ainda esta alternativa superar o número de itens referido como limite, o equipamento poderá ser dividido por setores, tais como setor de entrada, setor de saída, lado direito, lado esquerdo, etc. Com esta divisão, será preenchida uma ficha para cada freqüência e/ou setor do equipamento. Também por comodidade prática, recomenda-se que esta ficha não contenha itens referentes à lubrificação. Será essencial considerar que uma ficha de inspeção não seja permanente quanto aos itens a inspecionar e suas freqüências. Ela deve ser aprimorada com o tempo e a experiência, adicionando-se itens não considerados no inicio, excluindo-se os que não merecem inspeção, corrigindo-se as freqüências de inspeção e fazendo outras modificações que melhorem a eficiência desta ficha. C – ESCOLHA DAS FREQÜÊNCIAS DE INSPEÇÃO Esta freqüência de inspeção tem como função primordial detectar a falha em seu estágio inicial (falha latente), prevenindo assim o aparecimento das falhas concretas que provocarão a parada imprevista do equipamento por pane. Desta forma, unicamente cumprindo esta condição é que uma inspeção preventiva terá sentido; por outro lado, o excesso de inspeções acarreta maiores custos de manutenção. O problema principal na escolha de uma freqüência é que a mesma depende de mais de uma variável e, essencialmente de: - Confiabilidade desejada; - Regime de trabalho; - Qualidade do equipamento; - Cuidados na operação; - Perícia e eficiência nos serviços de manutenção; - Idade do equipamento Deve-se estabelecer intervalos de freqüência com períodos inferiores a provável vida útil do componente (60 a 70% da vida útil) para, desta forma, sempre detectar as falhas em seu estágio inicial. D – UNIDADES DE FREQÜÊNCIA DE INSPEÇÕES Estas unidades são utilizadas para definir os períodos entre inspeções. Tais unidades são: - Horas de Funcionamento (h) Mede-se com horímetro instalado na própria máquina. Esta unidade poderá ser utilizada para inspecionar qualquer equipamento que possua um horímetro para registar as horas de funcionamento, sendo estes móveis ou estáticos. A utilização desta unidade apresenta como desvantagem à necessidade do horímetro e o controle diário que exige, para saber quando atinge o registro desejado a correspondente inspeção. - Dias – Calendário Para os quais temos as freqüências: Diária (D), Semanal (S), Quinzenal (Q), Mensal (M), Bimestral (B), Trimestral (T), Semestral (S) e Anual (A). Este tipo de unidade é de maior utilidade para os equipamentos com carga horária constante durante o ano. Este comportamento permite traduzir as horas de funcionamento em dias, para assim utilizar a unidade de dias- calendário. A vantagem desta última unidade é que não precisa de horímetro e controles de registro das horas de funcionamento, passando a ser utilizados como unidade coletiva para toda a instalação , com a simples obediência ao calendário. - Quilômetro (Km) Unidade utilizada exclusivamente para viaturas de estrada. - Número de Peças Produzidas Utilizada quando o desgaste ou alteração do elemento é proporcional ao número de peças fabricadas. É o caso, por exemplo, das matrizes de estampo, corte e de injeção. - Número de Ciclos ou Impactos Utilizada quando o desgaste ou alteração da peça é proporcional a estes fatores, como é o caso, por exemplo dos disjuntores secos de alta tensão. FICHAS E DOCUMENTOS COMPLEMENTARES A – FICHA DE SUBSTITUIÇÕES Esta ficha deve registrar informações a respeito de: substituições de peças, duração da vidaútil de cada peça substituída, data para próxima substituição (no final da vida útil do componente), tempo necessária para troca e causa da substituição que pode ser por desgaste normal, acelerado ou quebra imprevista. Também essas informações são retiradas convenientemente das ordens de serviço. B – FICHA DE MODIFICAÇÕES E REFORMAS Objetiva registar as reformas e modificações executadas no equipamento por prevenção de manutenção. C – LISTA DE PEÇAS SOBRESSALENTES Informa sobre as peças sobressalentes necessárias para a manutenção, registrando informações para identificação e utilização do material por equipamento. Entretanto, para alguns casos específicos de materiais, como por exemplo rolamentos, sugere-se utilizar uma listagem particular. Quanto às especificações técnicas dos materiais importados, devem ser escritas em dois idiomas: o local e o do fabricante para facilitar futuros pedidos de compra a exterior. OBSERVAÇÃO: A SEGUIR TEMOS OS EXEMPLOS DE DIVERSAS FICHAS PARA O PLANEJAMETO DE MANUTENÇÃO, BEM COMO PLANOS DE PREVENTIVA UTILIZADOS POR EMPRESAS ONDE TRABALHAM TÉCNICOS ELETROMECÂNICOS.