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Relatório Microbiologia - ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE ÁGUAS: DETECÇÃO DE COLIFORMES PELA TÉCNICA DE TUBOS MÚLTIPLOS/NMP E CONFIRMAÇÃO DE Escherichia coli

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CAMPINA GRANDE 
2018 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB 
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT 
CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 
 
COMPONENTE CURRICULAR: Técnicas Experimentais de Microbiologia Experimental 
PROFESSORA: Weruska Brasileiro Ferreira 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES PRÁTICAS 
 
AULA VII – ANÁLISE MICROBIOLOICA DE ÁGUAS: DETECÇÃO DE 
COLIFORMES PELA TÉCNICA DE TUBOS MÚLTIPLOS/NMP E CONFIRMAÇÃO 
DE Escherichia coli 
 
 
 
 
 
 
 
AMANDA MYRNA DE MENESES E COSTA 
Matrícula: 162010010
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SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 3 
2. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 8 
3. MATERIAIS UTILIZADOS ............................................................................................... 9 
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................................ 10 
4.1. Preparação do material para coleta e análise da amostra ........................................... 10 
4.2. Coleta de amostras de água de piscina ....................................................................... 10 
4.3. Análise para Coliformes Totais – Método dos Tubos Múltiplos ................................ 10 
4.3.1. Teste Presuntivo ....................................................................................................... 10 
4.3.2. Teste Confirmativo – Coliformes Totais .................................................................. 11 
4.3.3. Diferenciação para Termotolerantes ........................................................................ 11 
4.3.4. Fase Completa (Opcional) ....................................................................................... 12 
4.3.5. Confirmação para Escherichia coli ......................................................................... 12 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 13 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 15 
Referências .............................................................................................................................. 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
As doenças de veiculação hídrica são assim classificadas pela capacidade da água de 
transportar os microrganismos patogênicos e transmiti-los para o homem e para os animais 
através do contato ou ingestão da mesma, geralmente essas doenças possuem origem de 
contaminação fecal. Fezes humanas e resíduos sólidos contaminados são os principais veículos 
transmissores dessas doenças infecciosas, sendo elas as principais causas de morte em crianças 
menores de dois anos (CEBALLOS; DINIZ, 2017). 
As fezes humanas e de animais de sangue quente contêm componentes orgânicos e 
microrganismos comensais – não patogênicos que existem numa relação mutuamente 
simbiótica e benéfica com hospedeiros humanos, auxiliando o sistema imunológico, por 
exemplo (PAIXÃO L; CASTRO, 2016) – que fazem parte da biota normal do organismo. 
Porém, se o indivíduo estiver infectado, ocorrerá também, juntamente com os comensais, 
microrganismos patogênicos. 
 Realizar análises de todos microrganismos enteropatogênicos presentes, ou potencialmente 
presentes, na água é uma tarefa árdua que demanda tempo, além de possuir gastos elevados e 
nem sempre expressar resultados confirmativos para a presença desses (BRASIL, 2013). Sua 
grande diversidade e a impossibilidade de determina-los com eficiência, rapidez e segurança, 
tornou necessário a determinação de microrganismos específicos que servissem de indicadores 
de contaminação fecal. A presença na água desses indicadores é aceita como indício da possível 
presença de patógenos, bem como sua densidade, que é diretamente proporcional ao risco à 
saúde humana. 
 Indicadores bacterianos devem cumprir alguns requisitos para serem considerados ótimos 
indicadores de contaminação fecal. Entre eles podemos citar: ser um componente da biota 
intestinal de pessoas sadias; estar ausente em águas não contaminadas; estar presente sempre 
que microrganismos patogênicos intestinais estiverem presentes; não se multiplicar fora do 
intestino de homeotermos; possuir resistência similar aos patógenos do sistema digestório; ser 
de fácil identificação, isolamento e quantificação através de técnicas simples e de baixo custo; 
entre outros. 
 Um grupo de bactérias é eleito atualmente como indicador universal de contaminação fecal: 
os coliformes, cujo principal representante é o Escherichia coli, pois atendem as seguintes 
especificações: são encontradas nas fezes de animais de sangue quente; são facilmente 
detectáveis e quantificáveis por técnicas simples e economicamente viáveis e em qualquer tipo 
de água; sua concentração na água possui relação direta com grau de contaminação fecal da 
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mesma; e são, geralmente, mais resistentes aos agentes desinfetantes do que as bactérias 
patogênicas (BRASIL, 2013). 
 Inicialmente, eram utilizados como indicadores universais de contaminação fecal os 
Coliformes Totais (CT), capazes de crescerem na presença de sais biliares fermentando a lactose 
em temperaturas entre 35-37°C com produção de ácidos e gás, apresentando atividade da 
enzima β-galactosidase. Contudo, foi verificado que os CT têm ampla distribuição na natureza, 
possuindo gêneros que não são exclusivamente de origem fecal. Atualmente são utilizados 
como indicadores da eficiência do tratamento de águas, segundo a Portaria de Consolidação n° 
5 de 28 de setembro de 2017, Anexo XX, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de 
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade do 
Ministério da Saúde. 
 Esse fato levou a descoberta de um subgrupo dos CT, os Coliformes Termotolerantes. 
Assim como os Totais, os Termotolerantes fermentam a lactose produzindo ácidos e gases, além 
de aldeídos, com atividade da enzima β-galactosidase, porém, o fazem na faixa de temperatura 
entre 37 e 44,5°C. Entre os representantes desse subgrupo também pode-se encontrar gêneros 
que não possuem origem exclusivamente fecal, o que comprometia o resultado das análises que 
os tomasse como indicadores. Mas, entre os gêneros e espécies dos Coliformes Termotolerantes, 
existe uma que se faz mais numerosa e é exclusivamente de origem fecal: a Escherichia coli. 
 A Escherichia coli ou E. coli também se caracteriza pela presença da enzima β-
galactosidase, assim como os outros coliformes, porém também possui a β-glucurionidase, que 
é exclusiva de E. coli. A presença dessas enzimas permite a diferenciação entre Coliformes 
Totais e a própria E. coli diretamente por meio de testes cromogênicos ou de meio definidos, 
assim como a sua quantificação. A presença dessa bactéria confirma a contaminação fecal em 
água, alimentos, solos, materiais e indica uma presença muito provável de microrganismos 
patogênicos. Quanto maior a densidade (ou número) de E. coli, maior a probabilidade de se 
encontrar microrganismos enteropatogênicos (CEBALLOS; DINIZ, 2017). 
 O objetivo da realização de análises microbiológicas na água é fornecer informações sobre 
sua potabilidade, assim como sobre os riscos de ingestão de microrganismos causadores de 
doenças vinculadas à contaminação fecal pelas excretas de animais de sangue quente, incluindo 
o homem (BRASIL, 2013). 
 A Portaria de Consolidação n° 5, citada anteriormente, estabelece que, para consumo 
humano e garantia de potabilidade
da água, a mesma deve apresentar ausência de coliformes 
totais em 100 mL de amostra na saída do tratamento e também de Escherichia coli. 
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 Dentre as metodologias utilizadas para a determinação e quantificação dos microrganismos 
mencionados, podemos citar o método dos tubos múltiplos e testes cromogênicos ou com 
substratos definidos, que vão reagir tanto com as enzimas presentes nos coliformes em eral 
quanto com a exclusiva da E. coli. 
 A técnica de tubos múltiplos foi desenvolvida para detectar Coliformes Totais e 
Termotolerantes partindo do pressuposto que exista um único coliforme no inóculo introduzido 
no meio de cultura para que ocorra crescimento. Sendo realizada em três etapas (presuntiva, 
confirmativa e final ou completa – quando indicado), a técnica consiste na inoculação de 
volumes decrescentes da amostra em meios de cultura adequados ao crescimento do 
microrganismo em uma série de tubos. 
 Na fase presuntiva, as alíquotas de água são inoculadas em caldo lactosado ou em Caldo 
Lauryl Triptose e incubadas à uma temperatura de 37°C durante o período de 24 horas. Os tubos 
que apresentarem formação de gás e/ou turvação do meio são considerados positivos e é feita a 
repicagem desses paro outra série de tubos contendo o meio Caldo Lactosado Verde Bile 
Brilhante 2% (CLVBB) para a confirmação de CT. Os tubos que apresentarem resultado 
negativo na fase presuntiva, voltam à estufa por mais 24 horas. A fase completa, quando exigida, 
realiza a reconfirmação de CT através de meios sólidos como o Endo Less Ágar ou MacConkey 
Ágar, onde serão formadas colônias com colorações distintas, permitindo a diferenciação desse 
grupo de bactérias (colônias vermelhas com brilho verde metálico ou um rosa intenso, 
respectivamente), ou ainda utilizando-se o meio líquido com substrato definido 4-Methyl-
Umbilipheril-β-D-Glucoronosídeo (MUG), que muda de amarelo suave para amarelo intenso 
na presença de CT. 
 Os Coliformes Termotolerantes podem ser determinados de forma simultânea com os CT 
a partir da fase presuntiva. Ao fazer a inoculação em CLVBB dos tubos positivos em caldo 
lactosado, também pode-se inocular em outra série de tubos com o meio EC (específico para 
termotolerantes) alíquotas dos mesmos. Esses tubos devem ser incubados a 44,5°C durante 24 
horas. 
 A confirmação da presença de E. coli pode ser feita de diversas maneiras, uma delas é 
fazendo a inoculação de alíquotas dos tubos positivos na fase confirmativa em tubos contendo 
o meio EC-MUG, que também permite quantificar Coliformes Termotolerantes. Esse meio 
permite que a E. coli metabolize parte da molécula MUG e produza fluorescência, por conta da 
sua enzima exclusiva; enquanto a outra parte é metabolizada pelos demais termotolerantes. Os 
tubos devem ser incubados a uma temperatura de 44,5°C durante 24 horas. Os positivos para 
termotolerantes apresentam cor amarela intensa e, se ao serem observados em luz UV (λ 366 
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nm) apresentarem fluorescência azul, também são confirmativos para E. coli. A inoculação em 
EC-MUG também pode ser realizada a partir dos tubos positivos para termotolerantes. 
 Os resultados obtidos nas etapas dessa técnica são expressos em NMP/ 100ml (Número 
Mais Provável por 100 mL) a partir de tabelas que relacionam os tubos positivos ao NMP de 
microrganismos em 100 mL. 
 Porém, nota-se que a técnica de tubos múltiplos possui um período longo de duração, além 
de não possuir boa precisão, embora possua um custo relativamente baixo. Por outro lado, é 
gasto uma quantia significativa em relação a lavagens de vidrarias, esterilização de meios de 
cultura, incubação dos tubos. Bem como, para realização desse ensaio em grande escala, o 
mesmo se torna inviável, justamente pelos fatores aqui expostos. 
 Pensando nisso, criou-se outra técnica de determinação de coliformes que é mais rápida, 
econômica e eficaz. Baseando-se nas enzimas presentes nos coliformes de maneira geral e na 
específica da E. coli, o método de substrato cromogênico definido ONPG-MUG é comumente 
adotado pela facilidade de manuseio, bem como seu custo benefício já comprovado (BRASIL, 
2013). 
 O método é baseado nas atividades enzimáticas específicas dos coliformes de maneira geral 
e da E. coli. Assim como o EC-MUG, esse meio de cultura contém nutrientes indicadores que, 
ao serem consumidos pelas enzimas, provocam uma mudança de cor no meio. Nesse caso, é 
adicionado um flaconete do meio à 100 mL da amostra coletada dissolvendo-se naturalmente. 
Deve-se incubar esse frasco a 35,0°C durante 24 horas. Esse método tem como vantagens sua 
maior precisão e um tempo de resposta rápido para a confirmação de CT e E. coli, não sendo 
necessário nenhum teste presuntivo ou confirmativo. 
 Porém para que os resultados sejam confiáveis é necessário tomar alguns cuidados na 
coleta da amostra a ser analisada. As técnicas de amostragem variam de acordo com o tipo de 
corpo d’água a ser estudado e o tipo da análise a ser realizada. Para análises microbiológicas, a 
amostragem deve ser feita utilizando-se frascos de vidro neutro ou plástico autolavável, não 
tóxico, baca larga e tampa a prova de vazamento. Recomenda-se que, antes da esterilização do 
frasco, seja adicionado 0,1 mL de tiossulfato de sódio a 1,8% a fim de neutralizar o cloro 
residual. De modo geral, o período entre a coleta e o início das análises não deve ultrapassar 24 
horas, sendo as amostras armazenadas sob refrigeração uma temperatura entre 4 e 10 °C 
(BRASIL, 2014). 
 Classificando as coletas em: coletas em águas superficiais, em poços e em sistemas de 
abastecimento, algumas precauções devem ser tomadas. Para o primeiro caso, procura-se 
selecionar pontos representativos do corpo d’água evitando a coleta próxima às margens e em 
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águas paradas ou da superfície. No caso de poços com bomba, deve-se bombear a água durante 
aproximadamente cinco minutos, fazer a desinfecção da saída da bomba novamente deixando 
a água escorrer durante 10 minutos, encher o frasco deixando um espaço vazio para a 
homogeneização da amostra, fechar e identificar o frasco (em poços sem bomba, a coleta deve 
ser realizada diretamente do poço, evitando águas superficiais e as paredes do mesmo). Já no 
último caso, deve-se ligar a torneira e deixar a água escorrer por dois a três minutos, coletar a 
amostra deixando um espaço vazio no frasco, fechar, homogeneizar e identificar. A torneira não 
deve passar por processo de desinfecção por flambagem, uma vez que pode causar danos às 
torneiras e válvulas, além de não ter efeito letal sobre as bactérias (BRASIL, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. OBJETIVOS 
 Compreender como se dá os métodos de coleta de amostras de água para análise 
microbiológica; 
 Executar a análise de Coliformes Totais e Termotolerantes por meio da técnica de tubos 
múltiplos; 
 Identificar métodos de análise para determinação do indicador fecal E. coli; 
 Determinar o Número Mais Provável de coliformes na amostra coletada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. MATERIAIS UTILIZADOS 
 Vidrarias e equipamentos: 
– Tubos de ensaio e tubos de Durhan; 
– Bico de Bunsen; 
– Pipeta; 
– Líquido de diluição; 
– Alça de platina; 
– Estante para tubo de ensaio; 
– Autoclave; 
 – Frasco para coleta; 
– Papel alumínio; e 
– Estufa. 
 
 Meios de cultura e reagentes utilizados: 
– Caldo lactosado (concentração dupla e simples), Caldo Lactosado Verde Bile 
Brilhante 2% (CLVBB), caldo EC, substrato cromogênico
definido ONPG-MUG 
(Colilert©), tiossulfato de sódio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 
4.1. Preparação do material para coleta e análise da amostra 
 Adiciona-se 0,1 mL de tiossulfato de sódio ao frasco a ser utilizado na coleta, coloca-
se papel alumínio entre a boca e a tampa do frasco e envolver a tampa com papel 
alumínio; 
 Separar os tubos de ensaio a ser utilizados, colocando o tubo de Durhan na posição 
invertida dentro de cada tubo; 
 Preparar os meios a serem colocados nos tubos de acordo com as indicações da 
embalagem e, com auxílio de pipeta, transferi-los para os tubos de ensaio; 
 Fechar os tubos com suas tampas ou com chumaços de algodão; 
 Colocar um pequeno chumaço de algodão no bocal das pipetas a ser utilizadas na 
análise envolve-las com papel alumínio ou papel madeira; 
 Preparar o líquido de diluição. 
 
Observação: Após os procedimentos listados acima, deve-se realizar a esterilização em 
autoclave desses materiais e meios a 121°C durante 15 minutos e devidamente 
armazenados após a esterilização. 
 
4.2. Coleta de amostras de água de piscina 
 Tomando as medidas de assepsia necessárias, retirar a tampa do frasco juntamente 
com o plástico filme; 
 Segurar o frasco pela base, mergulhando-o rapidamente com a boca para baixo, 
atingindo uma profundidade de 15 a 30 cm (na superfície se forma um filme de 
gordura proveniente dos banhistas e o número de bactérias acaba se tornando maior); 
 Inclinar o frasco lentamente para cima, permitindo a saída do ar e a entrada da água; 
 Ao retirar o frasco da piscina, desprezar uma pequena quantidade da amostra, a fim 
de deixar espaço vazio para homogeneização; 
 Fechar o frasco imediatamente, envolvendo o gargalo com o papel alumínio. 
 
4.3. Análise para Coliformes Totais – Método dos Tubos Múltiplos 
 4.3.1. Teste Presuntivo 
 Separar 15 tubos contendo caldo lactosado, distribuindo-os em séries de 5 em 5; 
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 Nos primeiros 5 tubos (contendo a concentração dupla de caldo lactosado) 
inocular, com uma pipeta esterilizada, 10 mL da amostra (Diluição 1:1); 
 Realizar a diluição da amostra, colocando-se 1 mL da mesma em 9 mL de líquido 
de diluição, sendo esta a diluição 1:10 ou 10-1 e transferir 1 mL dessa para um 
outro tubo com 9 mL de liquido de diluição, obtendo-se a diluição 10-2; 
 Nos próximos cinco tubos (com concentração simples de caldo lactosado) 
inocular 1 mL da diluição 10-1; 
 Nos últimos cinco tubos, também com concentração simples, inocular 1 mL da 
diluição 10-2 em cada tubo; 
 Identificar e incubar a 35°C durante 24/48 horas; 
 Depois do período de incubação, continuar com os tubos positivos para o teste 
confirmativo; 
 Os tubos positivos apresentarão formação de gás e/ou turvação do meio. 
 
 4.3.2. Teste Confirmativo – Coliformes Totais 
 Verificar os tubos que apresentaram resultado positivo no teste presuntivo 
(formação de gás e/ou turvação do meio); 
 Realizar a inoculação de uma alíquota dos tubos positivos na fase presuntiva 
para os tubos com CLVBB utilizando a alça de platina devidamente flambada; 
 Identificar os tubos e incuba-los durante 24/48 horas a 35°C; 
 Os tubos positivos apresentarão formação de gás e/ou turvação do meio. 
 
 4.3.3. Diferenciação para Termotolerantes 
 Essa etapa pode ser realizada simultaneamente com o teste confirmativo. Da 
mesma forma que são inoculadas alíquotas dos tubos com caldo lactosado 
positivos em tubos com CLVBB, faz-se a repicagem para tubos contendo caldo 
EC; 
 Identificar e incubar os tubos a uma temperatura de 44,5°C durante 24 horas; 
 Os tubos positivos apresentarão formação de gás e/ou turvação do meio. 
 
Observação: também pode ser feita a diferenciação para termotolerantes a partir dos tubos 
positivos de CLVBB, ou seja, quando já se tem a confirmação para coliformes totais. 
 
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 4.3.4. Fase Completa (Opcional) 
 Visa eliminar os resultados falso positivos possíveis de ocorrer no CLVBB; 
 Toma-se os tubos positivos da fase confirmativa e, com a alça de platina, 
procede-se a inoculação para um meio sólido como Ágar de MacConkey, Ágar 
Eosina Azul de Metileno ou Ágar LES Endo; 
 Realiza-se a semeadura em estrias para obter culturas isoladas; 
 Deve-se identificar e incubar as placas na posição invertida a uma temperatura 
de 37°C durante 24 horas; 
 Efetuar a leitura, considerando as colônias típicas de coliformes aquelas que 
sejam nucleadas, com ou sem brilho metálico, considerar como colônias 
atípicas de coliformes as rosadas, mucoides, opacas e sem núcleo. Colônias 
negativas: todos os outros tipos. 
 
 4.3.5. Confirmação para Escherichia coli 
 Utilizando o meio EC-MUG como substrato cromogênico, pode-se retirar 
alíquotas dos tubos positivos na fase presuntiva e inocula-las em tubos 
contendo esse meio, incubando-os durante 24 horas à temperatura de 44,5°C. 
Identifica-se a E. coli pela fluorescência formada pela reação com enzima β-
glucurionidase quando observa-se os tubos sob luz UV; 
 Outro método utilizado é fazendo uso do substrato cromogênico definido 
ONPG-MUG, que também reage com a enzima citada acima, porém não é 
necessário a realização de ensaios presuntivos e confirmativos. Coloca-se um 
flaconete do meio em 100 mL da amostra e incuba-se o frasco durante 24 horas 
na temperatura de 35°C e os resultados são apresentados da mesma forma do 
EC-MUG. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Realizando todos os procedimentos de assepsia necessários, foram separados e identificados 
os frascos para coleta de água de piscina e da torneira, respectivamente. Ambos já possuíam o 
tiossulfato de sódio antes da esterilização. As águas foram coletadas seguindo as orientações 
anteriormente citadas. 
A água de piscina foi a utilizada para demonstração da técnica dos tubos múltiplos, já a da 
torneira foi destinada para o método do substrato cromogênico definido ONPG-MUG. 
Os tubos com caldo lactosado, já esterilizados, foram separados em três séries de cinco, 
sendo uma delas com concentração dupla. Nos cinco primeiros tubos foram colocados 10 mL 
da amostra em cada. Os dez tubos restantes possuíam concentrações simples e, em metade 
deles, foi-se colocados 1 mL da diluição 10-1. Na outra metade, foram inoculados 1 mL da 
diluição 10-2. Os tubos foram identificados e colocados na estufa durante 24 horas na 
temperatura de 35°C. 
Após o período de incubação, foi-se verificado que três tubos de concentração dupla 
apresentaram formação de gás e turvação do meio, portanto foram considerados positivos. Os 
tubos das diluições 10-1 e 10-2 apresentaram, ambos, dois tubos positivos. Todos esses seguiram 
para a fase de confirmação da presença de CT. 
Com a alça de platina foi-se inoculado uma alíquota de cada tubo em tubos contendo 
CLVBB, sendo cada um identificado com suas respectivas diluições. Foram incubados por mais 
24 horas a 35°C. Os resultados obtidos foram três tubos positivos para diluição 1:1, um para as 
diluições 10-1 e 10-2. 
A redução de resultados positivos para a diluição 10-1 pode ter se dado pelo fato de que o 
caldo lactosado fortifica as bactérias presentes na amostra, incluindo as não pertencentes ao 
grupo coliformes, portanto, ao passar os resultados positivos para o CLVBB, alguns tubos, antes 
positivos, podem apresentar resultado negativo para CT. 
O NMP/100 mL da amostra foi determinado tomando por referência a tabela de Número 
Mais Provável com combinação de resultados positivos quando são utilizados cinco tubos para 
as diluições com 10 mL; 1 mL e 0,1mL
da amostra disponibilizada pela American Public Health 
Association (APHA, 2012), e chegamos à conclusão que a amostra apresentou 14 NPM/ 100 
mL de coliformes totais. 
Simultaneamente à fase confirmativa, realizou-se a repicagem dos tubos positivos em caldo 
lactosado para o caldo EC, específico para termotolerantes, sendo realizada a identificação e 
quantificação desses após um período de incubação de 24 horas a uma temperatura de 44,5°C, 
verificando-se três tubos positivos da diluição 1:1 e um de cada para as últimas duas diluições, 
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sendo assim, um total de 14 NPM/ 100 mL. 
A fase completa do teste não foi realizada, pois não havia necessidade, logo, partimos para 
a confirmação para E. coli. Foi-se utilizado os dois métodos apresentados no item 4.3.5. e se 
verificou a presença do microrganismo em ambos os casos por meio da observação sob luz UV 
com ondas de 366 nm, sendo considerados resultados positivos aqueles que apresentaram 
fluorescência azul. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O estudo microbiológico da água é de fundamental importância, uma vez que grande 
número de doenças são veiculadas por ela graças as contaminações que a mesma sofre, 
principalmente, com fezes de animais de sangue quente contaminadas por agentes 
enteropatogénos. 
Visando evitar a transmissão dos patógenos para a população, que acarreta, em alguns casos, 
em morte, a análise da água permite entender o comportamento dos microrganismos ali 
presentes, além de tornar possível a indicação ou não de contaminação fecal. A partir dos 
resultados das análises, podemos chegar à conclusão sobre qual seria o tratamento mais efetivo 
para aquela água, a fim de eliminar os riscos durante seu consumo, seja por ingestão ou por 
contato. 
Atualmente, o indicador de contaminação fecal universal é a E. coli, pois apresenta 
características que tornam possível sua identificação por métodos simples e relativamente 
baratos. Além de se desenvolver no trato intestinal de animais de sangue quente, assim como 
os microrganismos patogênicos que causam doenças infecciosas, e possuir relação direta com 
grau de contaminação fecal da água. 
Existem métodos para identificar microrganismos indicadores como a E. coli. No caso 
dessa, podemos realizar a técnica dos tubos múltiplos que nos identificará e quantificará os 
coliformes totais e termotolerantes para, a partir deles, confirmar ou não a presença da E. coli. 
Porém essa técnica possui um período de execução maior, uma vez que casa fase leva, no 
mínimo, 24 horas. 
Por isso foram criadas novas metodologias para identificação e quantificação dessa bactéria, 
fazendo uso de substratos cromogênicos ou definidos, que a presentam diferenciação para E. 
coli de maneira mais rápida e precisa. É o que acontece com o substrato cromogênico definido 
ONPG-MUG e o meio EC-MUG como substrato cromogênico. Ambos apresentam a E. coli 
como fluorescente sob a luz UV depois de 24 horas, porém as temperaturas de incubação são 
diferentes (35 e 44,5°C, respectivamente). Porém, o método com o EC-MUG necessita de testes 
presuntivos (o que aumenta o tempo de execução do teste), enquanto o segundo não precisa de 
testes anteriores, o meio é adicionado diretamente em 100 mL da amostra, o que o torna 
preferível. 
 
 
 
16 
 
 
Referências 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde – Funasa. Manual Prático de 
Análise de Água. Brasília: Funasa, 2013. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde – Funasa. Manual do Controle de 
Qualidade da Água para Técnicos que Trabalham em ETA’s. Brasília: Funasa, 2014. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação n° 5, de 26 de setembro de 2017. Con-
solidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde. Diário 
Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0005_03_10_2017.html>. Acesso em 
28 de out de 2018. 
 
CEBALLOS, B. S. O., DINIZ, C. R. Técnicas de Microbiologia Sanitária e Ambiental. 
Campina Grande: EDUEPB, 2017. 
 
PAIXÃO, Ludmilla A. da; CASTRO, Fabíola F. dos. A colonização da microbiota intestinal e 
sua influência na saúde do hospedeiro. Universitas: Ciências da Saúde, Brasília, v. 14, n. 1, p. 
85-96, jan./jun. 2016. Disponível em: 
<https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/cienciasaude/article/viewFile/3629/3073>. 
Acesso em 27 de novembro de 2018.

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