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Doenças Específicas Patologia

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Doenças Específicas:
Febre Aftosa: é uma doença aguda e altamente contagiosa causada por um vírus da família Picornaviridae. Afeta animais de cascos fendidos, incluindo bovinos, ovinos, caprinos e suínos, além de ruminantes selvagens, como veados. A maioria das lesões macroscópicas é observada clinicamente, como vesículas íntegras ou, mais frequentemente, rompidas, formando erosões ou úlceras na cavidade oral, especialmente na língua, focinho, bandas coronarianas dos cascos, tetas e prepúcio. Lesões em órgãos internos incluem vesículas, erosões ou úlceras nos pilares do rúmen, especialmente se a alimentação é fibrosa. Bovinos jovens morrem devido à infecção dos cardiomiócitos, que resulta em miocardite linfocítica, porque o vírus tem capacidade de infectar células musculares pouco diferenciadas. Não afeta equinos e não é uma zoonose.
Exantema vesicular suíno: O exantema vesicular suíno é causado por um vírus do gênero Vesivirus. É uma doença aguda caracterizada clinicamente por febre e formações de vesículas no focinho, mucosa oral, língua e banda coronariana dos cascos.
Doença vesicular suína: É causada por um vírus do gênero Enterovirus. A transmissão se dá predominantemente por contato direto entre animais infectados e animais sadios.
Peste bovina: é causada por um vírus da família Para-myxoviridae, gênero Morbilivirus. Alguns animais apresentam conjuntivite e erosões e úlceras na cavidade oral, especialmente no palato, na faringe e na base da língua e intestino. As lesões são mais acentuadas nos locais em que esses tecidos ocorrem de modo contíguo, como a porção caudal da faringe e a região das placas de Peyer, no intestino. As lesões ulcerativas nas placas de Peyer são graves; Inclusões eosinofílicas, tanto intracitoplasmáticas como intranucleares (característico dos paramixovírus), são facilmente observadas nas células epiteliais, com formação de células sinciciais.
Diarreia viral bovina: Causada pelo vírus (BVDV, bovine viral diarrhea virus). Provoca úlceras hemorrágicas. As lesões mais graves são associadas às áreas linfoides. Microscopicamente, observa-se destruição das criptas epiteliais do intestino, principalmente da porção caudal do intestino delgado. Uma lesão bem característica é a depleção das placas de Peyer, com subsequente herniação da cripta na área que era ocupada pela placa de Peyer. Inflamação arteriolar com degeneração hialina e necrose fibrinoide é um achado frequentemente negligenciado, mas observado no intestino e em outros órgãos.
Febre catarral maligna: É causada por quatro vírus pertencentes ao gênero Rhadinovirus, subfamília Gammaherpesvirinae. Os dois primeiros e mais conhecidos são o herpes-vírus ovino tipo 2 (OvHV-2) e o herpes-vírus alcelaphine tipo 1 (AIHV-1). A doença é caracterizada por afetar diversos tecidos, uma vez que causa arterite linfocítica com subsequente necrose; No sistema digestório, as lesões encontram-se principalmente na cavidade oral, como estomatite erosiva e/ou ulcerativa, predominantemente na mucosa dos lábios e dos palatos duro e mole, mas lesões semelhantes também podem estar presentes em outras regiões do trato digestório, como língua, esôfago, pré-estômagos e abomaso.
Estomatite papular bovina: causada pelo vírus (parapoxvírus bovino). Macroscopicamente, os animais infectados podem apresentar pápulas na mucosa oral (gengivas, palatos, porções ventrais e laterais da língua e papilas bucais), focinho, porção rostral das narinas e, menos frequentemente, no esôfago, nos pré-estômagos e nas tetas de vacas em lactação.
Vaccínia: causada pelo Vaccinia virus (VACV). A vaccínia se apresenta mais frequentemente com lesões vesiculares ou ulcerativas cutâneas, acometendo os tetos e, com menor frequência, o úbere de vacas em lactação, além de lesões similares na mucosa oral, lábios e focinho de bezerros que mamaram em vacas infectadas.
Doença hemorrágica epizoótica dos cervídeos: é uma doença viral aguda causada pelo epizootic hemorrhagic disease vírus frequentemente fatal. A doença é caracterizada pela ocorrência de alterações hemorrágicas em vários órgãos e sistemas. Os achados macroscópicos e microscópicos da EHD são caracterizados por hemorragias, que vão desde petéquias a equimoses e envolvem diferentes tecidos e órgãos, sendo mais frequente o envolvimento do coração, fígado, baço, rim, pulmão e trato gastrintestinal. Edema generalizado e aumento do fluido pericárdico são achados frequentes.
Rotavírus: Os rotavírus infectam várias espécies, mas são reconhecidamente importantes em animais de produção jovens. É considerado como uma das principais causas de diarreia em bezerros (rotavírus bovino) e leitões (rotavírus suíno). Macro e microscopicamente, as lesões são discretas e inespecíficas, uma vez que são muito semelhantes a outras causas de diarreia em neonatos. O intestino delgado pode apresentar-se distendido por gás e conteúdo intestinal líquido. Histologicamente, os achados são semelhantes aos observados em infecções por coronavírus, como achatamento e fusão de vilosidades.
Gastrenterite transmissível dos suínos: é uma enfermidade entérica altamente contagiosa, causada por um vírus RNA membro da família Coronaviridae, grupo alphacoronavirus. Macroscopicamente, as alterações em animais com TGE são inespecíficas, como desidratação, estômago repleto de leite coagulado e intestinos com paredes delgadas, repleto de gás e líquido espumoso e amarelado. Microscopicamente, as principais alterações observadas são a atrofia e a fusão de vilosidades.
Peritonite infecciosa felina: é uma doença viral, imunomediada, que acomete gatos de qualquer idade causada pelo vírus (FIPV, feline infectious peritonitis virus), um coronavírus felino (FCoV, feline coronavirus). As lesões macroscópicas observadas na forma efusiva da PIF são peritonite ou pleurite difusas ou mesmo ambas. Nessa forma, observam-se quantidades variáveis de líquido viscoso, amarelado e translúcido, eventualmente contendo flocos de fibrina, nas cavidades abdominal ou torácica, associado à deposição de exsudato esbranquiçado nas serosas parietais e viscerais e de placas necróticas disseminadas. Na forma não efusiva da doença, as lesões macroscópicas observadas são múltiplos nódulos salientes comprometendo rins, linfonodos viscerais, fígado, intestino e pulmões. As lesões microscópicas da forma não efusiva são granulomas ou piogranulomas perivasculares, associados à vasculite ou trombovasculite sistêmica
Coronavirose canina: Causador de gastrenterite aguda. As lesões macroscópicas observadas concentram-se no intestino delgado, sendo mais consistentes e graves no íleo. Observam-se rugosidade e perda do brilho da serosa na região do jejuno e do íleo. O conteúdo desses segmentos, assim como o do cólon, tem odor fétido, consistência aquosa e coloração que varia entre o alaranjado e o vermelho intenso ou enegrecido. Microscopicamente, as lesões concentram-se nos enterócitos.
Parvovirose canina: É causada pelo parvovírus canino (CPV, canine parvovírus). O PVC é um importante agente causador de enterite em cães. O quadro macroscópico caracteriza-se por lesões entéricas importantes. O intestino mostra efusão fibrinosa que recobre discretamente a serosa, dando-lhe aspecto granular, além de hemorragias subserosas. Após a abertura da víscera, o conteúdo apresenta consistência mucoide ou fluida, com exsudação fibrinosa, e, na maioria dos casos, é francamente hemorrágico. A congestão e o edema da mucosa são acentuados, e as placas de Peyer, proeminentes. Deve-se ressaltar que essas alterações podem ser difusas ou segmentares. No estômago, o conteúdo pode ser hemorrágico ou bilioso, e a mucosa mostra congestão de grau variável. Os linfonodos mesentéricos aumentam de volume, e sua superfície de corte é úmida e hemorrágica (linfoadenomegalia mesentérica). A atrofia do timo é tão intensa que, muitas vezes, há dificuldade para encontrar o órgão. A medula óssea pode estar pálida e apresentar consistência semilíquida. Microscopicamente, as lesões intestinais se traduzem por necrose epitelial, inclusivedas células das criptas de Lieberkuhn, desnudamento e atrofia das vilosidades e colapso do estroma da lâmina própria.
Colibacilose: E. coli enterotoxigênica (ETEC, enterotoxigenic Escherichia coli) é o agente infeccioso mais frequentemente isolado de casos de diarreia em animais jovens. À necropsia, como o processo é rápido, os leitões apresentam boa condição corporal, intensa desidratação, com olhos fundos e intestinos dilatados, ligeiramente edematosos e congestos. O conteúdo intestinal é líquido ou mucoso. O exame histológico do intestino delgado, principalmente íleo, revela a presença de bacilo difusamente aderido à superfície intestinal.
Paratuberculose (doença de Johne): É uma doença infecciosa debilitante que afeta ruminantes. O agente etiológico é o Mycobacterium avium subsp. paratuberculosis (Map), uma bactéria álcool-ácido resistente. Macroscopicamente, o intestino tem parede espessada, com numerosas e proeminentes pregas transversais, formando uma aparência corrugada (cerebriforme). O espessamento da mucosa é mais proeminente no íleo. Diferentemente das pregas que são vistas no intestino normal de ruminantes durante a necropsia, as pregas observadas na doença de Johne não podem ser esticadas e desfeitas. As lesões podem ser multifocais ou difusas, mais concentradas no íleo, mas também podem ocorrer no jejuno e no ceco.
Salmonelose: O quadro macroscópico de enterocolite se manifesta por hiperemia ou hemorragia da mucosa, que se mostra espessada e recoberta por exsudato avermelhado, amarelado, ou acinzentado, com ou sem a presença de ulcerações. Microscopicamente, observam-se hemorragia, edema e necrose da mucosa, associados ao infiltrado inflamatório inicialmente neutrofílico e que, depois de 24 a 48 h de infecção, passa a ser predominantemente histiocítico. A chegada do agente pela via linfática até os linfonodos mesentéricos provoca o aumento de volume dessas estruturas, devido à congestão, edema, hemorragia e necrose. Além dessas alterações, o exame microscópico revela acúmulo de histiócitos.
Rodococose: Causada pelo Rodococcus equi, um cocobacilo Gram- positivo.  Macroscopicamente, as lesões intestinais podem ocorrer na mucosa de todo o intestino delgado e grosso, mas estão preferencialmente distribuídas sobre as placas de Peyer. As lesões são caracterizadas por úlceras, frequentemente recobertas por material necrótico ou purulento. Os linfonodos mesentéricos e mediastínicos podem estar edemaciados ou apresentar material purulento ou caseoso ao corte. Microscopicamente, o principal achado da doença no sistema digestório é a inflamação purulenta a piogranulomatosa com necrose. Essas alterações podem estar presentes na mucosa dos intestinos delgado e grosso e nos linfonodos mesentéricos. Nos intestinos estão especialmente distribuídas sobre as placas de Peyer. Inúmeros neutrófilos, macrófagos e macrófagos epitelioides, com poucas células gigantes multinucleadas de Langhans, são os componentes celulares predominantes das lesões.
Campilobacteriose:  Enterites causadas, principalmente, por C. jejuni. A lesão observada é enterocolite discreta associada a infiltrado linfoplasmocitário na lâmina própria.
Pitiose: A pitiose é causada pelo oomiceto Pythium insidiosum. Macroscopicamente, as lesões são espessamento transmural, que tende a ser segmentar, ou mesmo massas irregulares de tamanhos variados no esôfago, estômago ou intestinos. Essas massas são firmes e esbranquiçadas (fibrose) e têm múltiplos pontos amarelados (necrose). O lúmen desses órgãos pode apresentar-se estenosados e, em alguns casos, obstruídos. Ulceração da mucosa e edema, assim como envolvimento de omento e de linfonodos mesentéricos, ocorrem comumente. Microscopicamente, há múltiplas nodulações coalescentes, representadas por inflamação granulomatosa a piogranulomatosa predominantemente na submucosa e na muscular dos segmentos afetados. Esses granulomas comumente apresentam área central de necrose, contendo imagens negativas de hifas, circundada por numerosos eosinófilos e menor quantidade de neutrófilos, macrófagos epitelioides e células gigantes multinucleadas.
Histoplasmose: É uma doença causada pelo Histoplasma capsulatum, um fungo dimórfico presente no solo. Ao exame macroscópico do trato gastrintestinal, os intestinos delgado e grosso apresentam espessamento da parede e mucosa intestinal com áreas de ulceração. Os linfonodos mesentéricos podem estar aumentados e firmes. Microscopicamente, há inflamação granulomatosa transmural com macrófagos epitelioides apresentando citoplasma expandido, contendo leveduras, delimitadas por uma parede não corada (cápsula). 
Coccidiose: Os parasitas dos gêneros Eimeria e Isospora são importantes patógenos intestinais dos animais domésticos. As lesões fibrino-hemorrágicas observadas nos casos fatais desenvolvem-se no ceco e no cólon, nos casos de infecção por E. zuernii, ou no íleo terminal nas infecções por E. bovis. O conteúdo intestinal é fluido e tem coloração que varia de acastanhada a enegrecida, dependendo da quantidade de sangue presente. Erosões, exsudação fibrinosa, hemorragia e infiltrado neutrofílico difuso completam o quadro microscópico.
Criptosporidiose: Cryptosporidium sp. Nos cortes histológicos os coccídios podem ser observados junto à porção apical do epitélio intestinal que recobre as vilosidades. Em todos os hospedeiros, a infecção por Cryptosporidium sp. causa atrofia de vilosidades, em graus variáveis, assim como achatamento e fusão dessas estruturas. A hiperplasia das criptas é outro achado importante. As lesões se concentram na região do íleo. 
Giardíase: Giardia spp. é um protozoário piriforme. G. lamblia parasita o intestino delgado, particularmente o duodeno, por meio da adesão em microvilosidades, causando danos e encurtamento do órgão. Não são observadas lesões histológicas marcantes em animais com giardíase, podendo estar presentes um maior número de células inflamatórias na lâmina própria e, mais frequentemente, aumento do número de linfócitos intraepiteliais.
Prototecose: É uma doença causada pela alga aclorofílica Prototheca zopfii ou P. wickerhamii.   Macroscopicamente, há colite e enterite hemorrágica e ulcerativa, podendo haver comprometimento de linfonodos mesentéricos (linfadenomegalia). Microscopicamente, é observado discreto infiltrado linfo-histioplasmocitário associado a estruturas esféricas a ovoides.
Gasterophilus spp.: Os estágios larvares das moscas do gênero Gasterophilus são parasitas do trato gastrintestinal dos cavalos. Microscopicamente, observa-se, no ponto de fixação das larvas, o acúmulo de restos celulares, associado à exsudação fibrinosa. Eventualmente, também ocorre hiperplasia epitelial nas bordas da lesão, atrofia de vilosidades e metaplasia escamosa da mucosa. O infiltrado inflamatório é composto de linfócitos e macrófagos e grande número de eosinófilos. As úlceras alcançam a submucosa, que, geralmente, mostra sinais de inflamação crônica.
Physaloptera spp.: Localizam-se no estômago de felinos (P. praeputiallis) e caninos (P. canis). No ponto de fixação do parasita observa-se a formação de pequenas úlceras, que podem eventualmente sangrar. 
Habronema spp. e Draschia megastoma: São parasitas do estômago de equinos. Habronema são encontrados livres na superfície mucosa, envoltos por secreção mucoide. Já os exemplares de D. megastoma são encontrados envoltos por exsudato esverdeado no interior de nódulos submucosos.
Hyostrongylus rubidus: É um parasita do estômago de suínos. Provocam gastrite catarral, erosões e úlceras gástricas. Microscopicamente, observam-se metaplasia e hiperplasia das glândulas infectadas, associadas à presença de infiltrado inflamatório constituído por neutrófilos, eosinófilos, linfócitos e plasmócitos. A hiperplasia glandular leva ao aparecimento de nódulos esbranquiçados na mucosa.
Nematodirus spp. e Cooperia spp.: Cooperia punctata, C. oncophora e C. pectinata são parasitas do intestino delgado de bovinos. C. curticei tem como hospedeiros os ovinos e caprinos. As espécies de Nematodirustambém são encontradas no intestino delgado de ruminantes, sendo N. sphatiger e N. fillicolis parasitas de ovinos e N. helvetianus parasita de bovinos. N. battus infecta principalmente ovinos, podendo produzir doença em bezerros. Microscopicamente, observam-se atrofia de vilosidades e hiperplasia das criptas, além de reação inflamatória representada pelo aumento do número de linfócitos, plasmócitos e eosinófilos na lâmina própria. Na necropsia dos ovinos acometidos, observam-se desidratação, enterite catarral e edema dos linfonodos mesentéricos.
Oesophagostomum spp.: São parasitas de intestino grosso de ruminantes (O. columbianum, O. venulosum, O. radiatum e O. ovina) e de suínos (O. dentatum e O. brevicaudum). A penetração das larvas na parede do intestino grosso origina a formação de nódulos, e são essas lesões as responsáveis pelo quadro clínico de diarreia fétida, por vezes fatal. À necropsia, a principal alteração é a presença de nódulos de tamanhos variáveis (5 a 10 mm) na serosa do intestino grosso, preenchidos por exsudato esverdeado, envolvendo apenas uma larva viva.
Trichuris spp.: São encontrados no ceco e, eventualmente, no cólon de caninos (T. vulpis), felinos (T. campanula, T. serrata), suínos (T. suis), bovinos (T. discolor) e pequenos ruminantes (T. ovis, T. globulosa, T. skrjabini). Nas infestações graves dos cães, os parasitas são encontrados em grande número no ceco e no cólon, provocando episódios de diarreia devido à tiflocolite erosiva. O conteúdo nesses segmentos intestinais é nitidamente hemorrágico.
Strongyloides spp.: As espécies de interesse veterinário são S. ransomi (suínos), S. westeri (equinos), S. papillosus (ruminantes), S. stercolaris (caninos), S. felis (felinos). A atrofia das vilosidades, a hiperplasia das criptas e o infiltrado mononuclear, que comprometem a lâmina própria, são os achados histopatológicos relacionados com a presença do parasita no intestino delgado. 
Ancylostoma spp., Uncinaria sp., Globocephalus sp. e Bunostomum sp.: Os ancilostomídeos são parasitas hematófagos encontrados no intestino delgado de cães (Ancylostoma caninum, A. braziliense, A. ceylanicum, Uncinaria stenocephala), gatos (A. braziliense, A. tubaeformae), suínos (Globocephalus ursubulatus) e ruminantes (Bunostomum trigonocephalus). O conteúdo intestinal é escuro ou francamente hemorrágico, e a mucosa mostra hemorragias puntiformes múltiplas, resultantes da ação direta dos parasitas, que podem ser encontrados em grande número aderidos à mucosa ou em meio ao conteúdo.
Ascarídeos (Ascaris sp., Parascaris sp., Toxocara sp. e Toxascaris sp.): Ascaris suum (suínos), Parascaris equorum (equinos), Toxocara vitulorum (bovinos e bubalinos), Toxocara canis (caninos), Toxocara cati (felinos) e Toxascaris leonina (caninos e felinos).  Os parasitas adultos, quando em grande número, podem provocar obstrução intestinal. Podem, ainda, penetrar no ducto colédoco, produzindo obstrução e icterícia, ou simplesmente se alojar na vesícula biliar. A migração das larvas produz lesões parenquimatosas no fígado, causando manchas brancacentas de origem cicatricial na cápsula hepática, denominadas manchas de leite.
Oxyuris equi: São parasitas de ceco e intestino grosso de equídeos, nos quais são encontrados em meio ao conteúdo digestório, do qual se alimentam. As larvas causam lesões discretas na mucosa intestinal, e os adultos são considerados apatogênicos.
Cestódeos: Dipylidium caninum parasita o intestino delgado de cães e gatos. São pouco patogênicos para os cães e os gatos, aparecendo como achados incidentais nas necropsias. Anoplocephala perfoliata é encontrada no ceco ou no íleo terminal, frequentemente formando aglomerados fixados à válvula ileocecal. Nessa região, formam-se erosões e ulcerações ou mesmo espessamentos irregulares da mucosa. O gênero Moniezia é o mais difundido dos cestódeos parasitas de ruminantes. As espécies M. benedeni, M. expansa e M. caprae habitam o intestino delgado e são consideradas pouco patogênicas ou mesmo apatogênicas, porém alguns afirmam que em grande número pode causar obstrução intestinal.

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