Buscar

Patologia do Sistema Digestório

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Patologia do Sistema Digestório
Introdução:
· As doenças do sistema digestório estão entre as mais comuns na medicina veterinária.
· Exemplos comuns são: cólicas por impacção de cólon maior em equinos, timpanismo e acidose láctica em bovinos, torção de estômago em caninos e fecalomas em felinos.
· Os animais jovens são frequentemente acometidos por problemas digestórios infecciosas, como aqueles causados por vírus (parvovirose canina, gastroenterite transmissível em suínos), bactérias (colibacilose, Salmonelose) e parasitas (coccidioses e helmintoses em várias espécies domésticas).
· O sistema digestório é composto de uma série de órgãos tubulares e glândulas associadas (fígado e pâncreas) que tem como função básica decompor alimentos ingeridos em unidades menores, para que possam ser absorvidos e utilizados na manutenção do organismo. 
· Existem quatro camadas: 
· Mais próxima ao lúmen: túnica mucosa.
· Seguida pela: túnica submucosa.
· Túnica muscular.
· Túnica serosa.
· Desde a junção mucocutânea da cavidade oral até a porção aglandular do estômago, o epitélio de revestimento da mucosa é: estratificado pavimentoso. 
· Em algumas porções da mucosa do tubo digestório, como gengiva periodontal, superfície da língua, palato duro, bochechas e porção não glandular do estomago de ruminantes, equinos e suínos, o epitélio de revestimento é queratinizado. 
· Já o epitélio do estomago glândulas e intestinos é simples prismático. 
· O trato digestório é dividido em:
· Vias digestórias anteriores: cavidade bucal até porção final do esôfago.
· Vias digestórias posteriores: estomago até ampola retal.
Cavidade Oral
· Uma das barreiras da cavidade oral é o espesso revestimento epitelial estratificado pavimentoso, que se mantem integro mesmo perante agressões, como de alimentos fibrosos ingeridos. 
· A saliva promove a lubrificação da superfície, inicia o processo de digestão e contém imunoglobulina A (IgA) e agentes antimicrobianos, como a lisozima, que auxiliam no controle e equilíbrio da microbiota oral. 
· As tonsilas e os nódulos linfoides isolados são estimulados continuamente por antígenos diversos e iniciam a resposta imune diante de agressões especificas. 
· A cavidade oral possui uma vasta microbiota – constituída por bactérias aeróbias e anaeróbias, espiroquetas e as vezes, fungos -, em que varia dependendo da dieta, pH e dos anticorpos. Lesões diretas
Falta de lubrificação 
Epitélio de revestimento Saliva
Microbiota pH e anticorposDesequilíbrio na microbiota
Imunossupressão
· Sendo assim, solução de continuidade da mucosa causada por lesões diretas, imunossupressão e desequilíbrio da microbiota são as principais condições para o início de processos patológicos na cavidade oral, principalmente inflamatórios.
· Lesões sem significado clinico e alterações post mortem 
· Desidratação de mucosas descobertas, presença de conteúdo gástrico na cavidade oral decorrente de refluxo post mortem e as impressões dentarias, não devem ser considerados relevantes na avaliação post mortem.
· Presença de larvas de moscas na cavidade oral, decorrente da eclosão de postura ocorrida post morte, pode auxiliar na interpretação do local e do tempo decorrido após a morte. 
· Anomalias do desenvolvimento 
· Alterações congênitas comuns do trato respiratório e digestório: queilosquise (lábio leporino), palatosquise (fenda palatina).
· São frequentemente observadas em leitões e bezerros provenientes de rebanhos endogâmicos ↜ classificado como lesão primária.
· Lesão induzida em leitões ou cordeiros pela ingestão de plantas tóxicas por matrizes suínas gestantes ↜ lesão secundaria. 
· Outros exemplos de palatosquise secundária: filhotes de ninhada de gatas tratadas com griseofulvina durante a gestação.
· A queilosquise afeta o lábio superior e é decorrente da não fusão do processo maxilar e do processo nasal medial ↝ podendo ser uni ou bilateral. 
· Pode ocorrer isoladamente ou em associação à palatosquise.
· A palatosquise tem comprimento variável e afeta o osso e a mucosa da linha media do palato duro. É um defeito da fusão longitudinal das prateleiras palatinas laterais, a partir dos processos maxilares, formando uma abertura e comunicação entre as cavidades orais e nasais.
· Como consequência: pode levar a caquexia pela dificuldade de preensão, mastigação ou deglutição do alimento. 
· Além disso: podem aspirar conteúdo alimentar e desenvolver pneumonia aspirativa, confirmada microscopicamente pela detecção de leite ou fibras vegetais associadas a bactérias e células inflamatórias preenchendo o lúmen de alvéolos e vias respiratórias. 
Palatosquise em cão.
As malformações da maxila e/ou mandíbula são frequentemente causas desses problemas, tendo geralmente origem hereditária. 
· Bragnatismo superior: subdesenvolvimento da maxila.
· Bragnatismo inferior: subdesenvolvimento da mandíbula. 
Bragnatismo inferior em cão
· Prognatismo: crescimento acima do normal. Sempre mandibular (espécie ovina mais acometida) ↝ deve ser diferenciado do bragnatismo superior. 
· Agnatia: ausência de mandíbula, mais frequente em ovelhas, e associada frequentemente à microglossia ou aglossia (subdesenvolvimento ou ausência da língua).
Alterações da cavidade e da mucosa bucal
Pigmentação e alterações da cor
· Pigmentação melânica (melanose): focal ou difusa, é norma e comum em várias raças canina e aumenta com a idade ↝ consequência do acumulo de melanócitos nessa região. 
· Icterícia: a mucosa oral apresenta-se difusamente corada de amarelo, sendo consequência de condições hemolíticas, afecções hepáticas ou obstruções de vias biliares. 
· Cianose: mucosa com coloração vermelho-azulada escura e indica alterações relacionadas com o funcionamento cardíaco, circulatório ou respiratório.
· Mucosa pálida: anemias ↝ importante diferenciar de palidez cadavérica observada no exame post mortem.
· Metaemoglobinemia: intoxicação por nitritos ou nitratos que oxidam ferro, não possibilitando o transporte de oxigênio pela hemoglobina, as mucosas tornam-se acastanhadas. 
Melanose oral cão
Alimento e corpos estranhos
A presença de alimento na boca do cadáver é sempre um achado significativo, sugerindo em muitos casos, doenças que resultam em paralisia da deglutição e estado de semiconsciência. 
Alterações circulatórias:
Anemia, cianose, congestão e edema.
Alterações inflamatórias 
· Os processos inflamatórios da cavidade oral podem ser difusos (estomatite) ou localizados. Os processos localizados são denominados segundo a região acometida, como: faringe, faringite; língua, glossite; gengiva, gengivite; tonsila, tonsilite; palato mole, angina.
· Nas estomatites superficiais, as lesões se limitam ao epitélio de revestimento da mucosa. 
· Quando atingem o tecido conjuntivo da boca, são designadas estomatites profundas e frequentemente são sequelas das superficiais.
Estomatites erosivas = superficial
Estomatites ulcerativas = profundas
Estomatites superficiais
· Lesões diretas à mucosa oral, provocadas por irritantes químicos, compostos tóxicos, queimaduras térmicas ou elétricas e traumas diretos por alimentos muito fibrosos ou corpos estranhos, que podem formar soluções de continuidade no epitélio de revestimento da mucosa e predispor à infecções bactérias secundarias.
· Condições como doenças sistêmicas, doenças autoimunes, imunossupressão, desequilíbrios nutricionais e hormonais, alteração na quantidade, na composição e no pH da saliva e antibioticoterapia prolongada podem alterar o equilíbrio da microbiota, predisposição à supremacia e ao desenvolvimento de algumas espécies de bactérias potencialmente patogênicas, advindo a inflamação.
Estomatite vesicular
· Caracteriza-se pela formação de vesículas e bolhas nas camadas superficiais do epitélio ou entre o epitélio e a lâmina própria.
· É estomatite típica de algumas infecções virais como:
· Febre aftosa.
· Diarreia Viral Bovina (BVD).
· Febre Catarral Maligna (FCM).
· Doença vesículas dos suínos.
· Calicivirose felina
· Doenças autoimunes.
a) Febre Aftosa
a. Picornavírus– aftovírus.
b. Doença aguda.
c. Transmissão rápida.
d. Animais de casco fundido.
e. Vesículas na cavidade oral, narinas, patas, úbere, rúmen.
f. Disseminação: aerógena, por produtos (sapato).
g. Animais jovens: gastroenterite e miocardite (maior mortalidade).
b) BVD
a. Pestivírus
b. Vírus não citopatogênico e citopatogênico. 
c. Animais PI (persistentemente infectados).
d. Formas de apresentação ↝ aborto.
e. Doença mucosa fatal.
f. Infecção benigna da diarreia viral bovina.
g. Trombocitopenia e doença hemorrágica.
h. Falha reprodutiva.
i. Transmissão por inalação ou ingestão.
Até 100 dias de gestação: aborto
125 a 180 dias: malformação
Após 180 dias: não causa alterações
Estomatite ulcerativa e erosiva
· São caracterizadas por perdas locais de epitélio. 
· São superficiais na erosiva e profundas na ulcerativa. 
· São discutidas em conjunto pois a maioria dos casos, as ulceras são consequências de erosões.
· As estomatites erosivas e ulcerativas geralmente são inespecíficas, mas também estão associadas a uma série de importantes doenças e síndromes como:
· BVD.
· FCM.
· Estomatite vesicular.
· Rinotraqueíte viral dos felinos.
· Vírus da língua azul (LA).
· Calicivirose felina.
· Uremia, principalmente em cães e gatos.
· O quadro urêmico prolongado em cães pode levar, além da estomatite ulcerativa, à necrose da ponta e das margens da língua, havendo até mesmo possibilidade de fragmentação.
Glossite ulcerativa em cão.
· As erosões, como dito anteriormente, reparam-se completamente. 
· As úlceras por serem mais profundas e atingirem a camada proliferativa do epitélio, não se regeneram, apenas cicatrizam.
· Essa distinção é mais facilmente detectada à histologia do que à macroscopia.
Necrose das bordas rostro-laterais da língua.
a) Febre catarral bovina
a. Rhadinovírus
b. Herpesvírus ovino 2
c. Sinais clínicos:
i. Corrimento nasal, opacidade de córnea.
ii. Erosões de mucosa (nasal, oral, gastrointestinal).
iii. Pode haver distúrbios neurológicos.
d. Achados na necropsia:
i. Opacidade de córnea.
ii. Dermatite.
iii. Úlceras de mucosa.
iv. Áreas branco-amareladas nos rins.
v. Linfonodos aumentados.
e. Achados microscópicos:
i. Vasculite mononuclear e necrose fibrinaide. 
b) Vírus da Língua Azul
a. Reoviridae.
b. Mosquitos vetores (culicoides).
c. Sinais clínicos:
i. Febre.
ii. Avermelhamento e úlceras de mucosa.
iii. Edema de face e língua.
iv. Cianose.
v. Achados macro e micro.
vi. Lesões de mucosa.
vii. Hemorragia.
viii. Uremias – úlceras na cavidade oral.
Anatomia comparada

Continue navegando