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Ad 2 Introdução Direito do Trabalho

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Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul
Campus Virtual
	
	Avaliação a Distância 
Unidade de Aprendizagem: Introdução ao Direito do Trabalho
Curso: Gestão de Recursos Humanos
Professor: Jorge Luiz de Lima
Nome do estudante: Luise Turatti de Amorim
Data: 04/03/2018
Orientações:
Procure o professor sempre que tiver dúvidas.
Entregue a atividade no prazo estipulado.
Esta atividade é obrigatória e fará parte da sua média final.
Encaminhe a atividade via Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA).
Todos os textos de autoria externa devem estar destacados e com a respectiva Referência identificada.
Não é permitida a utilização de resposta que não seja a do aluno para responder as questões abaixo, sob pena de ser atribuída nota 0 (zero).
Defina “grupo empresarial” ou “grupo econômico” com suas palavras. De que forma este era interpretado antes da edição da Lei 13.467/17 e como é definido atualmente? Fundamente com pelo menos 02 (duas) doutrinas. De que forma a alteração de entendimento pode alterar as rotinas de Recursos Humanos para a quitação de verbas salariais não honradas pelo empregador direto? 
Traga 02 (duas) jurisprudências sobre “grupo empresarial” ou “grupo econômico”, contendo ementa, número do processo, tribunal de origem, relator, turma e data da decisão.
As jurisprudências devem ser exclusivamente em matéria trabalhista e não em outra área de concentração do direito (empresarial, cível, dentre outras). Serão desconsideradas quaisquer jurisprudências que não sejam oriundas de tribunais trabalhistas.
QUESTÃO 1 - Defina “grupo empresarial” ou “grupo econômico” com suas palavras. 
RESPOSTA: Pela leitura de alguns doutrinadores, concluo, de uma forma simples, que grupo econômico se caracteriza pela concentração de empresas, tanto por meios de direção quanto por vínculos de coordenação, para fins de responsabilização trabalhista.
O grupo de empresas para fins do Direito do Trabalho guarda certas peculiaridades, pois impede que estratégias de conformação econômicas possam servir de obstáculos ao cumprimento da legislação trabalhista.
QUESTÃO 2 - De que forma este era interpretado antes da edição da Lei 13.467/17 e como é definido atualmente? Fundamente com pelo menos 02 (duas) doutrinas.
RESPOSTA - Com o advento da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) houve alteração da sistemática relativa ao grupo econômico. Antes havia certa divergência doutrinária e jurisprudencial acerca da possibilidade de reconhecimento do chamado “grupo econômico por coordenação”.
Agora, com a nova redação conferida ao § 2º, do art. 2º, da CLT, o legislador ordinário regulou a matéria para permitir a formação tanto do grupo econômico por subordinação (vertical ou hierárquico) quanto do grupo econômico por coordenação (horizontal), o que se pode notar pelo acréscimo da expressão “ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico”.
	Redação anterior
	Redação atual
	Art. 2° - (…)
§ 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.
	Art. 2° - (…)
§ 2° - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.
§ 3° - Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.
 O conceito de empregador não sofreu modificações, sendo ainda a empresa, ou seja, a pessoa jurídica, individual ou coletiva que assume os riscos da atividade econômica, e ainda os empregadores por equiparação, que são os profissionais liberais, as instituições de beneficência e associações recreativas entre outras, que, embora possuam personalidade jurídica, venham a contratar trabalhadores como funcionários, assumem esse papel por equiparação legal, as maiores mudanças ocorreram nos parágrafos 2º e 3º, onde a lei determina a definição e a responsabilidade dos grupos econômicos, que tem o escopo de fornecer proteção aos empregados de estabelecimentos que sejam coligados a um grupo de empresas, afim de garantir seus direitos, evitando fraudes e outros atos que possam ter a intensão de prejudicar o empregado (CASSAR, 2017), assim a reforma trouxe ainda uma nova redação sobre o que seria grupo por subordinação e coordenação, na redação antiga a expressão que se estiverem sobre direção, controle ou administração de outra, apontava para uma responsabilidade solidária dos débitos trabalhistas apenas para os grupos por subordinação, considerado também de grupo econômico vertical.
Porém, os grupos econômicos podem ser divididos em por subordinação e por coordenação, e essa segunda baseada em reunião de interesses para execução de um empreendimento determinado, chamada grupo em linha horizontal, nas palavras de CASSAR (2017), "o grupo por coordenação é aquele em que não há controle nem administração de uma empresa por outra, mas sim uma reunião de empresas regidas por uma unidade de objetivos".
QUESTÃO 3 - De que forma a alteração de entendimento pode alterar as rotinas de Recursos Humanos para a quitação de verbas salariais não honradas pelo empregador direto? 
RESPOSTA - Aqui cabe destacar que nem sempre os grupos econômicos horizontais não tem contrato entre si, e a nova redação da CLT, adota expressamente a partir de então a responsabilidade solidária entre as coordenadas e as subordinadas, e ainda as pessoas físicas ou jurídicas que exercem atividades sem fins lucrativos, como as sociedades beneficentes, onde uma empresa organiza uma sociedade civil de caráter assistencial para seus empregados e fica com a maioria das quotas partes dessa forma predominando a atividade comercial[1], o entendimento, nas palavras de CASSAR (2017), “ apesar destas não explorarem atividade lucrativa, são patrocinadas e tem sua diretoria escolhida pela sociedade comercial, o que comprova a ingerência, o controle da administração da empresa de previdência privada.”
Lembrando que para a caracterização do grupo econômico são necessários alguns requisitos entre eles: a identidade entre os sócios majoritários, que por si só não caracteriza o grupo econômico, deve ainda haver a demonstração do interesse comum integrados e a atuação em conjunto das empresas do grupo, além de a diretoria de uma sociedade ser composta por sócios da outra, a criação de uma pessoa jurídica pela outra com a ingerência administrativa, uma sociedade sendo a principal patrocinadora de outra com poder de escolha de dirigentes, uma sociedade ou pessoa jurídica ser sócia ou acionista majoritária de outra com poder de deliberação, ingerência administrativa da mesmas ou das mesmas pessoas físicas ou jurídicas sobre outras, a pessoa física ou jurídica ter poder de interferir da administração de outras, numa relação de subordinação e ingerência.[2].
Assim existe agora, a caracterização de grupos econômicos formados por empresas coordenadas que tenham interesses comuns, e uma unidade de objetivos, e ainda resta informar que a solidariedade entre ele é solidária, ou seja, respondem de forma igual, e essa solidariedade pode ser ativa ou passiva, ativa quando entre credores e a passiva entre devedores, assim ficam responsáveis pelos débitos trabalhistas tanto entre grupos de posição vertical onde existe um controlador sobre as demais empresas e quanto aos grupos horizontais, onde as empresas se confundem em uma só, por coordenação e interesses comuns entreelas.
[1] BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito de Trabalho. São Paulo: LTr. 2005, p. 361-362.
[2] CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. Rio de Janeiro: Ed. Método. 2017, p.435-436.
QUESTÃO 4 – JURISPRUDÊNCIA
TST-E-ED-RR-214940-39.2006.5.02.0472 RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA. 
 EMENTA: CONFIGURAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, § 2º, DA CLT. EXISTÊNCIA DE SÓCIOS EM COMUM. A interpretação do art. 2º, § 2º, da CLT conduz à conclusão de que, para a configuração de grupo econômico, não basta a mera situação de coordenação entre as empresas. É necessária a presença de relação hierárquica entre elas, de efetivo controle de uma empresa sobre as outras. O simples fato de haver sócios em comum não implica por si só o reconhecimento do grupo econômico. No caso, não há elementos fáticos que comprovem a existência de hierarquia ou de laços de direção entre as reclamadas que autorize a responsabilidade solidária. Recurso de Embargos conhecido por divergência jurisprudencial e desprovido. Brasília, 22 de maio de 2014. HORÁCIO RAYMUNDO DE SENNA PIRES. Ministro Relator
TST-RR-191700-17.2007.5.15.0054 AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
EMENTA: FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO. EXISTÊNCIA DE SÓCIO EM COMUM. PROVIMENTO. Ante uma possível violação do artigo 2º, § 2º, da CLT, dá-se provimento ao agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de revista. Agravo de instrumento a que se dá provimento. RECURSO DE REVISTA. FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO. EXISTÊNCIA DE SÓCIO EM COMUM. CONHECIMENTO. A jurisprudência desta Corte, inclusive em precedente da SBDI-1 (E-ED-RR-214940-39.2006.5.02.0472), julgado em 22.05.2014, ao interpretar o teor do artigo 2º, § 2º, da CLT, pacificou o entendimento de que a mera existência de sócios em comum e de relação de coordenação entre as empresas não constitui elemento suficiente para a caracterização do grupo econômico. Na hipótese dos autos, o egrégio Tribunal Regional consignou que a existência de sócio em comum caracteriza a formação de grupo econômico entre as duas primeiras reclamadas, pois demonstra a unidade de comando econômico. Com efeito, o entendimento adotado pelo egrégio Tribunal Regional é frontalmente contrário ao que restou consolidado por esta colenda Corte. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento. Brasília, 25 de março de 2015. CAPUTO BASTOS. Ministro Relator.

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