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Estrutura e Organização da Educação Brasileira Autor: Lindolfo Anderson Martelli Tema 07 O Magistério e a Estrutura e Organização do Ensino no Brasil seç ões Tema 07 O Magistério e a Estrutura e Organização do Ensino no Brasil Como citar este material: MARTELLI, Lindolfo Anderson. Estrutura e Organização da Educação Brasileira: O Magistério e a Estrutura e Organização do Ensino no Brasil. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014. SeçõesSeções Tema 07 O Magistério e a Estrutura e Organização do Ensino no Brasil 5 CONTEÚDOSEHABILIDADES Conteúdo Nessa aula você estudará: • A formação docente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n. 9.394/1996. • Os fundamentos da formação de profissionais da educação. • As políticas educacionais de valorização dos profissionais de educação. Introdução ao Estudo da Disciplina Caro(a) aluno(a). Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Educação Escolar: Políticas, Estrutura e Organização, dos autores José Carlos Libâneo, João Ferreira de Oliveira e Mirza Seabra Toschi, editora Cortez, 2012, PLT 748. Roteiro de Estudo: Lindolfo Anderson MartelliEstrutura e Organização da Educação Brasileira 6 CONTEÚDOSEHABILIDADES O Magistério e a Estrutura e Organização do Ensino no Brasil A Educação brasileira tem passado por grandes transformações nas últimas duas décadas, em sua grande maioria muito positivas, como as reformas curriculares nacionais nos anos 1990, as avaliações censitárias sistemáticas, as avaliações de qualidade em todos os níveis de ensino, a implementação do sistema de ciclos, a ampliação no número de vagas nas redes públicas e particulares, os programas de financiamento estudantil, os sistemas de cotas e recentemente as medidas de ampliação no investimento de recursos a partir dos recursos energéticos. As políticas educacionais brasileiras dos últimos anos buscaram superar os problemas de acesso e a permanência dos alunos na escola. Em contrapartida deflagraram o desequilíbrio existente entre a oferta de vagas e a capacidade do sistema público de ensino de garantir educação de qualidade na mesma medida em que cresceu a demanda. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), aprovada em 1996, (Lei n. 9.394/1996) que definiu um instrumento próprio de financiamento do Ensino Fundamental e viabilizou a criação de um Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) (Lei n. 9424/1996), e as Emendas Constitucionais Habilidades Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões: • Qual a formação necessária para ser docente da Educação Básica e do Ensino Superior? • O que determina a LDB de 1996 sobre a valorização docente? • Quais as atuais preocupações em torno da profissionalização docente? LEITURAOBRIGATÓRIA 7 LEITURAOBRIGATÓRIA (EC) n. 53/2006 e n. 59/2009, que alteraram o texto da Constituição Federal de 1988, provocam a ampliação da rede pública e um significativo aumento do valor aluno-ano em todas as etapas e modalidades de ensino. Com objetivo de ampliar os recursos financeiros para sanar as deficiências da educação brasileira, fora criado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), com vigência de 14 anos (em substituição ao Fundef), por intermédio da EC n. 53/2006. Anos depois foi promulgada a EC n. 59/2009, que ampliou a obrigatoriedade da oferta pública de educação para crianças e jovens de 4 a 17 anos, abrangendo as três etapas da educação básica – educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Brandão (2004) enfatiza que a LDB de 1996 determina que cabe aos sistemas de ensino assegurar, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público, o ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim; piso salarial profissional; progressão funcional baseada na titulação ou habilitação e na avaliação do desempenho; período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho; condições adequadas de trabalho. Para o autor, é muito importante que essas determinações sejam cumpridas integralmente para que ocorra uma efetiva valorização dos profissionais de educação e, consequentemente, uma melhoria no padrão de qualidade do ensino brasileiro. Todavia, a falta de maiores explicações sobre esses incisos faz com que haja poucos efeitos práticos na valorização dos profissionais da educação. Ao mesmo tempo em que as políticas públicas buscaram aumentar a oferta e acesso à educação, principalmente no ensino fundamental, a valorização profissional dos professores é um ponto que começou a ser amplamente discutido. A carência de profissionais da educação é um problema que se estende por décadas e se acentuou nos últimos anos. Pesquisas recentes, financiadas pela Fundação Victor Civita (2010), revelam a diminuição da procura, por parte dos jovens, da profissão de professor. As razões para esse fenômeno são amplamente discutidas em artigos acadêmicos, e revelam obstáculos como a baixa remuneração, as precárias condições de trabalho e o desprestígio relacionado às representações sociais da profissão como os principais fatores que desmotivam os jovens a ingressar nos cursos de licenciatura. Problemas, direta ou indiretamente se relacionam com a discussão sobre a atratividade da carreira docente. Dentre eles é possível citar a massificação do ensino, a feminização do 8 magistério, as precárias condições de trabalho, baixos salários, baixos investimentos em formação docente, a inexistência de planos de carreira, a precarização e flexibilização do trabalho docente, violência nas escolas, o aumento das exigências em relação a atividade docente e a emergência de outros tipos de trabalho com horários parciais, dentre outros. Como os profissionais prestam serviços a esferas diferentes do poder público e privado a diversidade de problemas não é perene no campo profissional desses professores. Antes das reformas educacionais da década de 1990, havia duas maneiras de formar professores: o magistério em nível de 2º grau (atual ensino médio) e a licenciatura nos cursos superiores. A LBD/1996 em seu art. 87, parágrafo 4º, estabeleceu que no prazo de uma década o sistema regular de ensino deveria admitir professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço. O prazo para a efetivação dessa medida se extinguiu em 2006. Todavia, a realidade educacional brasileira mostra que existe uma carência muito grande de professores licenciados em ensino superior para atender às demandas educacionais. Com muita frequência professores licenciados em um determinado curso acabam assumindo aulas de outras disciplinas para as quais não foram preparados profissionalmente, caso contrário muitos alunos ficariam desassistidos por falta de profissional qualificado. A formação docente para o exercício da pedagogia deve ser realizada em universidades ou institutos superiores de educação e institutos federais de educação. O objetivo dessa medida é permitir que os professores de educação básica e de cursos Normais Superiores recebam qualificação profissional de curso superior em licenciatura para o exercício profissional. A natureza da identidade do curso de Pedagogia está expressa na Resolução CNP/CP n. 1, de 15 de maio de 2006, que estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia, e apresenta em seu artigo 2º o perfil do curso de Pedagogia: Art. 2º As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantile nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. A formação de profissionais para a educação básica, nas áreas de administração, planejamento, gestão, inspeção, supervisão escolar, orientação educacional – os LEITURAOBRIGATÓRIA 9 chamados especialistas – deve realizar-se em cursos de graduação plena em Pedagogia ou em nível de pós-graduação. Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 277) lembram ainda que, para o magistério superior, a pós-graduação é imprescindível, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado, uma vez que as universidades precisam contar com no mínimo um terço do quadro de professores com os títulos de mestrado e doutorado. A escassez de professores, principalmente no ensino médio, tem se agravado em razão do ingresso cada vez menor dos jovens em cursos de licenciatura, especialmente nas disciplinas das ciências exatas e da natureza, mais precisamente em Química, Física, Biologia e Matemática. O Conselho Nacional de Educação e a Câmara de Educação Básica elaboraram o Parecer CNE/CEB n. 8/2010 que expõe a necessidade de formação docente para atender o déficit de professores no Brasil, que em 2010 era da ordem de 250 mil profissionais. O exercício profissional em disciplinas para as quais os professores não foram formados pode ser verificada na tabela 7.1, que apresenta os dados do Censo Escolar da Educação Básica em 2007. Tabela 7.1: Percentual de docentes do Ensino Médio com formação específica na disciplina ministrada *Fonte: Censo Escolar da Educação Básica 2007. Com o objetivo de valorizar a docência, somente em janeiro de 2009 é que o Ministério da Educação e Cultura (MEC) instituiu a Política Nacional de Formação dos Profissionais do Magistério da Educação Básica (decreto n. 6.755/2009) com a finalidade de organizar os LEITURAOBRIGATÓRIA 10 LEITURAOBRIGATÓRIA Planos Estratégicos da formação inicial e continuada, com base em arranjos educacionais acordados nos Fóruns Estaduais Permanentes de Apoio à Formação Docente. Para atender ao disposto no artigo 11, inciso III do decreto n. 6.755, de 29 de janeiro de 2009, foi implantado, em regime de colaboração entre a Capes, os estados, os municípios, o Distrito Federal e as Instituições de Educação Superior, o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor). O Parfor fomenta e oferta cursos superiores gratuitos a professores em exercício das escolas públicas sem formação adequada ao que preconiza a LDB, de 1996. O objetivo do Parfor é preparar profissionais em três modalidades de formação: I. Licenciatura – para docentes ou tradutores intérpretes de Libras em exercício na rede pública da educação básica que não tenham formação superior ou que mesmo tendo essa formação se disponham a realizar curso de licenciatura na etapa/disciplina em que atua em sala de aula; II. Segunda licenciatura – para professores licenciados que estejam em exercício há pelo menos três anos na rede pública de educação básica e que atuem em área distinta da sua formação inicial, ou para profissionais licenciados que atuam como tradutor intérprete de Libras na rede pública de Educação Básica; e III. Formação pedagógica – para docentes ou tradutores intérpretes de Libras graduados não licenciados que se encontram no exercício da docência na rede pública da educação básica. Segundo os dados disponibilizados pela Plataforma Freire (Gráfico 7.1), até o ano de 2012, o Parfor implantou 1920 turmas, e havia naquele ano um total de 54.000 professores da educação básica frequentando os cursos em turmas especiais do Parfor, localizadas em 397 municípios do País. 11 LEITURAOBRIGATÓRIA Gráfico 7.1 – Alunos Frequentes por Região em 2012 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 Parfor: Alunos frequentes por Região em 2012 28073 20781 753 3422 1847 Norte Nordeste Centro Sul Sudeste Sul Fonte: Plataforma Freire Durante o governo Lula (2003 – 2010) outras iniciativas que viriam para a formação de professores foram implementadas, dentre elas: o Programa de Formação Continuada de Professores das séries iniciais do Ensino Fundamental (Pró-Letramento), o Programa de Formação Inicial para Professores em exercício no Ensino Fundamental e no Ensino Médio (Pró-Licenciatura) e o Programa de Formação Inicial para Professores em Exercício na Educação Infantil (Proinfantil). Esses programas têm em comum o objetivo de suprir deficiências na formação dos profissionais das referidas etapas da educação básica. Outra iniciativa do MEC delegada à Capes foi a Universidade Aberta do Brasil (UAB). Sua institucionalização ocorreu pelo Decreto Presidencial n. 5.800, de 8/6/2006, e buscou incentivar as instituições públicas a participarem de programas de formação inicial e continuada de professores para educação básica. Os cursos poderiam ser ofertados na modalidade a distância como uma alternativa imediata para um problema crônico: a carência de professores para atuarem na educação básica. A UAB não constitui uma nova instituição para o MEC. Na verdade, ela apresenta uma configuração de rede, envolvendo as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) e as Instituições Públicas de Ensino Superior (Ipes), que, no caso, representam as Universidades estaduais, incluídas em um segundo momento (2006/2007). 12 Sob a responsabilidade da Capes também está o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) criado em 2007, voltado para a oferta de bolsas para que alunos de licenciatura exerçam atividades pedagógicas em escolas públicas de educação básica. O objetivo do projeto é inserir os estudantes no contexto da escola pública desde o início da sua formação acadêmica. Espera-se que sejam integrada a teoria e a prática sob orientação de um docente da licenciatura e de um professor da escola. Ao lado dessas medidas que caracterizam políticas de formação de professores, merece registro o fato de que desde 2008 o país passa a conviver com importante instrumento de valorização do magistério, a lei que regulamenta “o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica” (lei n. 1.1738, de 16/7/2008), mais conhecida entre os profissionais da educação como “Lei do Piso”. A lei estabelece em seus artigos que: Art. 2º O piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica será de R$ 950,00 (novecentos e cinqüenta reais) mensais, para a formação em nível médio, na modalidade Normal, prevista no art. 62 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. § 1º O piso salarial profissional nacional é o valor abaixo do qual a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão fixar o vencimento inicial das Carreiras do magistério público da educação básica, para a jornada de, no máximo, 40 (quarenta) horas semanais. Art. 5º O piso salarial profissional nacional do magistério público da educação básica será atualizado, anualmente, no mês de janeiro, a partir do ano de 2009. Os autores Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 288-289) ressaltam que a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) reivindicara um aumento salarial maior para a categoria e que o piso fixado foi elaborado com referência na formação de nível médio, mas tem sido adotado como referência para a formação em ensino superior. Os reajustes anuais no salário dos professores, previstos na “Lei do Piso”, preveem que em 2013 nenhum docente receba menos do que R$ 1.567. Todavia muitos estados não cumprem com a determinação legal, o que acaba prejudicando a políticade equiparação salarial dos docentes com a de profissionais de escolaridade semelhante conforme previsto no Plano de Metas da Educação. A Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação apresentou o Parecer CNE/CEB n. 8/2010, com o ranking de salários de para algumas profissões em 2006, na tabela 7.2 a seguir. LEITURAOBRIGATÓRIA 13 Tabela 7.2: Salários para algumas profissões, segundo a PNAD/IBGE de 2006. Fonte: Parecer CNE/CEB n. 8/2010. Como salienta Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 281), é importante registrar que a LDB aprovada em 1996 não trazia uma conceituação dos profissionais da educação. A partir da lei n. 12.014/2009, que discrimina as categorias de trabalhadores que se devem considerar profissionais da educação, estão incluídos: os professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas; e trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim. Merece registro o fato de que iniciativas orientadas para a formação de gestores também começam a surgir no Brasil desde o início da década de 2000, com destaque para um projeto patrocinado por um conjunto de secretarias de educação vinculadas ao Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), denominado Programa de Capacitação a Distância para Gestores Escolares (Progestão), voltado para a formação de gestores de escolas públicas estaduais e municipais em um expressivo número de estados da federação. O Programa propõe a discussão entre membros do colegiado escolar sobre temas como sucesso e permanência de alunos na escola, projeto pedagógico, avaliação institucional, gerenciamento financeiro, espaço físico, patrimônio da escola, avaliações externas, recursos humanos, entre outros. LEITURAOBRIGATÓRIA 14 LEITURAOBRIGATÓRIA É nesse contexto de dupla preocupação – de um lado, com a qualidade da escolarização oferecida às crianças e aos jovens e, de outro, com o desenvolvimento profissional dos docentes – que a formação continuada de professores, em sua articulação com o trabalho docente, é alvo de interesse. A partir da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei n. 9394/1996) e do Plano Nacional de Educação, em 2001, a formação docente foi contemplada em capítulo próprio, e muitas ações vêm sendo implementadas em função das determinações presentes nesses documentos. No que diz respeito às questões curriculares, a prática de ensino na formação docente para a educação básica foi estabelecida pela Resolução CNE/CP n. 1/2006 e prevê em seu art. 7º que o curso de licenciatura em Pedagogia terá a carga horária mínima de 3.200, com 2.800 horas dedicadas às atividades formativas como assistência a aulas, realização de seminários, participação na realização de pesquisas, consultas a bibliotecas e centros de documentação, visitas a instituições educacionais e culturais, atividades práticas de diferente natureza, participação em grupos cooperativos de estudos e 300 horas dedicadas ao estágio supervisionado prioritariamente em educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, acrescidos de 100 horas de atividades teórico-práticas de aprofundamento em áreas específicas de interesse dos alunos, por meio, da iniciação científica, da extensão e da monitoria. Além disso, a formação de profissionais em educação deve ter como fundamento a associação entre teoria e prática, inclusive mediante a capacitação em serviço e o aproveitamento da formação e das experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades. Brandão (2004) pontua que as associações entre teoria e prática se constituem em uma condição para uma formação de qualidade. Segundo Libâneo, Oliveira e Toschi (2012), investir em formação profissional e valorização da carreira docente é primordial para a superação do desprestígio social ao qual os professores são submetidos. É muito importante que as políticas de profissionalização do magistério promovam um sistema mais participativo e inovador de formação continuada que garanta a complementação, a atualização e a melhoria das competências dos professo res, dirigentes e especialistas em exercício. Para os autores, no momento atual, é necessária uma política educacional não só que trate da formação inicial e também das condições de trabalho, remuneração, carreira e formação continuada dos docentes, mas que seja atraente para os jovens e promova uma cultura de valorização profissional permanente. Cuidar da valorização dos docentes é uma das principais medidas para a melhoria da qualidade do ensino ministrado a crianças e jovens. 15 Quer saber mais sobre o assunto? Então: Sites Acompanhe o infográfico “Mapa do Piso” do portal de notícias Terra. O infográfico apresenta o salário dos professores, conforme dados das prefeituras das capitais brasileiras, no ano de 2013. O piso nacional reajustado em 2013, é de R$ 1.567,00 para uma jornada de 40 horas semanas. Verifique as diferenças salariais em todo o território nacional. Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/educacao/infograficos/quanto-ganha-um- professor-no-brasil/>. Acesso em: 02 jan. 2014. Leia o artigo de Rosana Peixoto Gonçalves, intitulado “Profissionais da educação e sua formação para atuação na educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental”. Disponível em: <http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rle/n5/n5a08.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. Esse artigo apresenta a discussão sobre a formação que hoje se propõe aos professores no Brasil. Leia a Resolução do Conselho Nacional de Educação Conselho Pleno, n. 1, de 15 de maio de 2006, que Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. LINKSIMPORTANTES 16 Instruções: Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema. AGORAÉASUAVEZ LINKSIMPORTANTES Vídeos Importantes: Assista à entrevista “Formação de Professores” com a professora Bernadetti Gatti concedida para o programa Diálogos da TV Unesp. A professora Dra. Bernadetti Gatti é coordenadora do departamento de pesquisas educacionais da Fundação Carlos Chagas e desenvolve pesquisas que relacionam a formação docente com as políticas públicas de formação profissional. Nesta entrevista são discutidas as razões pelas quais mais de 600 mil professores atuam no ensino público sem formação de nível superior ou estão lecionando em disciplinas para as quais não receberam a formação adequada. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=i3EhCJ3MGAc>. Acesso em: 02 jan. 2014. Assista ao vídeo “O desafio da formação de professores”, disponibilizado pelo canal Todos pela Educação, que apresenta a opinião de especialistas em formação de professores. Os especialistas apontam caminhos para melhorar a qualidade do trabalho docente na Educação Básico, durante evento de lançamento do relatório anual De Olho Nas Metas 2012, realizado em março de 2013, em São Paulo. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=3ew4751rtQw>. Acesso em: 02 jan. 2014. 17 Questão 1: No momento atual, faz-se necessária uma política pública de formação que tratetanto da formação inicial como das condições de trabalho, remuneração, carreira e forma- ção continuada dos docentes. Ao observar o cotidiano da escola, quais seriam as prin- cipais medidas para a melhoria da qualida- de do ensino ministrado? Questão 2: No que diz respeito à formação docente, é correto afirmar: a) Deve ser feita apenas em institutos superiores de educação. b) Deve ser feita em nível superior, em curso de licenciatura, em universidades e institutos superiores de educação. c) Deve ser feita em nível médio. d) Dever ser feita por meio de formação continuada. e) Deve ser feita em nível superior, em curso de bacharelado, em universidades e institutos superiores de educação. Questão 3: A escassez de professores, principalmen- te no ensino médio, tem se agravado em razão do ingresso cada vez menor dos jo- vens em cursos de licenciatura. O que jus- tifica a falta de interesse dos jovens pela carreira docente? a) A falta de vocação para a profissão, pois nem todos têm o “dom” para ensinar. b) O desprestígio social, os baixos salários e as péssimas condições de trabalho. c) A dificuldade em prosseguir com os estudos, já que nem sempre é possível conciliar trabalho e ensino superior. d) Os baixos salários que impedem o profissional de educação de atingir a mesma remuneração de médicos e advogados. e) A falta de oferta de cursos de licenciatura principalmente nas áreas de matemática, física e química. Questão 4: Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que nela estão em efeti- vo exercício, tendo sido formados em cur- sos reconhecidos. Sendo assim, são pro- fissionais da educação escolar básica: I. Professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio. AGORAÉASUAVEZ 18 II. Trabalhadores em educação portadores de diploma de Pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas. III. Trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim. IV. Trabalhadores em educação, portadores do diploma de ensino fundamental. Estão corretas as afirmações: a) I e II. b) II, III e IV. c) I, II e III. d) I apenas. e) II apenas. Questão 5: A partir da aprovação da Lei de Diretri- zes e Bases da Educação Nacional (lei n. 9394/1996) e do Plano Nacional de Edu- cação, em 2001, a formação docente foi contemplada em capítulo próprio. Indique qual é o Programa que fomenta e oferta cursos superiores gratuitos a professores em exercício das escolas públicas sem for- mação adequada ao que preconiza a LDB, de 1996. a) O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), criado pelo Governo Federal, em 2011, com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica. b) O Programa Mais Educação, criado pela Portaria Interministerial n. 17/2007, que aumenta a oferta educativa nas escolas públicas por meio de atividades optativas que foram agrupadas em macrocampos como acompanhamento pedagógico, meio ambiente, esporte e lazer, direitos humanos, cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção da saúde, educomunicação, educação científica e educação econômica. c) O Programa Observatório da Educação, resultado da parceria entre a Capes, o Inep e a Secadi, foi instituído pelo Decreto Presidencial n. 5.803, de 8 de junho de 2006, com o objetivo de fomentar estudos e pesquisas em educação, que utilizem a infraestrutura disponível das Instituições de Educação Superior (IES) e as bases de dados existentes no Inep. O programa visa, principalmente, proporcionar a articulação entre pós-graduação, licenciaturas e escolas de educação básica e estimular a produção acadêmica e a formação de recursos pós-graduados, em nível de mestrado e doutorado. AGORAÉASUAVEZ 19 d) O Programa Educação Inclusiva que promove a formação continuada de gestores e educadores das redes estaduais e municipais de ensino para que sejam capazes de oferecer educação especial na perspectiva da educação inclusiva. O objetivo é que as redes atendam com qualidade e incluam nas classes comuns do ensino regular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. e) O Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), implantado em regime de colaboração entre a Capes, os estados, municípios o Distrito Federal e as Instituições de Educação Superior (IES), tem por objetivo induzir e fomentar a oferta de educação superior, gratuita e de qualidade, para professores em exercício na rede pública de educação básica, para que estes profissionais possam obter a formação exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e contribuam para a melhoria da qualidade da educação básica no País. Questão 6: Sobre a formação de profissionais, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacio- nal n. 9.394/1996 destaca-se como funda- mento da associação entre teoria e prática. Aponte a importância dessa associação. Questão 7: Destaque o que a LDB de 1996 prevê so- bre a valorização profissional. Questão 8: A análise da profissionalização dos edu- cadores deve ser efetuada levando-se em conta as condições históricas, culturais, po- líticas e sociais em que a profissão é exer- cida. Aponte as preocupações que estão em torno da profissionalização docente. Questão 9: Atualmente, em nome da qualidade, exis- te uma preocupação com a formação dos profissionais da educação infantil. Qual o desafio da formação profissional para atuar em creches e pré-escolas? Questão 10: De acordo com a LDB de 1996, a prática de ensino na formação docente para a edu- cação básica é de, no mínimo, 300 horas. Qual a importância do estágio supervisio- nado na formação docente? AGORAÉASUAVEZ 20 Neste tema, você aprendeu mais sobre a formação docente diante da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9394/1996. De acordo com a lei, a formação de docentes para atuar na educação básica deve ser feita em nível superior, em curso de licenciatura, em universidades e institutos superiores de educação. Além disso, refletimos sobre os atuais desafios da profissão docente, entre eles, a necessidade de um sistema mais participativo e inovador de formação continuada, que garanta a complementação, atualização e melhoria das competências profissionais. Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos! AZANHA, José Mário Pires. Uma reflexão sobre a formação do professor da escola bási- ca. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30, n. 2, p. 369-378, maio/ago. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ep/v30n2/v30n2a16.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. BANDEIRA, Hilda Maria Martins. Formação de professores e prática reflexiva. Dispo- nível em: <http://www.ufpi.edu.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/eventos/2006.gt1/ GT1_13_2006.PDF>. Acesso em: 02 jan. 2014. BRANDÃO, Carlos F. Estrutura e funcionamento do ensino. São Paulo: Avercamp, 2004. BRASIL. Lei n. 9.424, de 24 de dezembro de 1996. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF). Brasília, 1996a. Dispo- nível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9424.htm>. Acesso em: 02 jan. 2014. REFERÊNCIAS FINALIZANDO 21 REFERÊNCIAS ________. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 1996b. Disponívelem: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 02 jan. 2014. ________. Emenda Constitucional n. 14, de 12 de setembro de 1996. Modifica os artigos 34, 208, 211 e 212 da Constituição Federal. Brasília, 1996c. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc14.htm>. Acesso em: 02 jan. 2014. ________. Decreto nº 5154, de 23 de Julho de 2004. Regulamenta o § 2º do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e dá outras providências. Brasília, 2004. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/D5154.htm>. Acesso em: 02 jan. 2014 ________. Lei n. 11.494, de 20 de junho de 2007. Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Brasília, 2007a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2007/Lei/L11494.htm>. Acesso em: 02 jan. 2014. ________. Conselho Nacional de Educação (CNE). Câmara de Educação Básica (CEB). Escassez de professores no ensino médio: propostas estruturais e emergenciais. Brasília, 2007b. ________. Lei n. 11.738, de 16 de julho de 2008. Regulamenta a alínea “e” do inciso III do caput do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica. Diário Oficial da União, Brasília, 2008a. Disponível em: <http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11738.htm> Acesso em: 02 jan. 2014 ________. Ministério da Educação (MEC); Secretaria de Assuntos Estratégicos da Pre- sidência da República. Reestruturação e expansão do ensino médio no Brasil, Brasília, 2008b. ________. Emenda Constitucional n. 59, de 11 de novembro de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, 12 nov. 2009a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/cons- tituicao/emendas/emc/emc59.htm>. Acesso em 02 jan. 2014 ________. Conselho Nacional de Educação (CNE). Câmara de Educação Básica (CEB). Resolução n. 2, de 28 de maio de 2009. Fixa as Diretrizes Nacionais para os Planos de Carreira e Remuneração dos Profissionais do Magistério da Educação Básica Pública. 22 REFERÊNCIAS Brasília, 2009b. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/resolucao_cne_ ceb002_2009.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014 ________. Ministério da Educação (MEC). Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Estudo exploratório sobre o professor brasileiro: com base nos resultados do Censo Escolar da Educação Básica 2007. Brasília, 2009c. ________. Ministério da Educação (MEC). Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu- cacionais Anísio Teixeira (INEP). Resumo técnico – Censo Escolar. Brasília, 2010. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Parecer CNE/CES n. 67/2003. Referencial para as Diretrizes Curriculares Nacionais. DCN dos Cursos de graduação. Brasília, 2003a. ______. Parecer CEB 1/2003, de 19 de fevereiro de 2003. Consulta sobre a formação de profissionais para a educação básica. Brasília, 2003b. _____. Resolução CEB n. 1, de 20 de agosto de 2003. Dispõe sobre os direitos dos pro- fissionais da educação com formação de nível médio, na modalidade Normal, em relação à prerrogativa do exercício da docência, em vista do disposto na lei 9394/96, e dá outras providências. Brasília, 2003c. ______. Resolução CNE/CP n. 5/2005, de 13 de dezembro de 2005. Diretrizes Curricula- res Nacionais para o Curso de Pedagogia. Relatoras: Célia Brandão Alvarenga Craveiro e Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva. Brasília, 2005. ________. Conselho Pleno. Resolução CNE/CP n. 1/2006, de 15 de maio de 2006. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura. Brasília, 2006a. ______. Parecer CNE/CP n. 3/2006, de 21 de fevereiro de 2006. Reexame do Parecer CNE/CP n. 5/2005, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Peda- gogia. Brasília, 2006b. FELDEN, Eliane de Lourdes; CASARIN, Claudine Adriana. A universidade e a formação de professores. Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI, v. 7, n .12, p.37-45, maio 2011. Disponível em: <http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_012/artigos/arti- gos_vivencias_12/n12_03.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. GATTI, B.; BARRETO, E. S. de S. Professores do Brasil: impasses e desafios. Brasília: Unesco, 2009. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001846/184682por. pdf Acesso em 02 jan. 2014. 23 REFERÊNCIAS GONÇALVES, Rosana Peixoto Gonçalves. Profissionais da educação e sua formação para atuação na educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental. Revista Lusófo- na de Educação, v. 5, p. 143-152, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.oces.mctes.pt/ pdf/rle/n5/n5a08.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 10. ed. rev. ampl. São Paulo: Cortez, 2012. PLATAFORMA FREIRE: plano nacional de formação de professores. Disponível em: <http://freire.mec.gov.br/index/principal>. Acesso em: 02 jan. 2014. Capes: a Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (atual Capes) foi criada em 11 de julho de 1951, pelo decreto n. 29.741. Em 2007 o Congresso Nacional aprovou por unanimidade a lei n. 11.502/2007, que criou a Nova Capes. A partir dessa data, além de coordenar o Sistema Nacional de Pós-Graduação brasileiro, também passou a induzir e fomentar a formação inicial e continuada de professores para a educação básica. Tal atribuição é consolidada pelo decreto n. 6755, de 29 de janeiro de 2009, que instituiu a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica. A Capes assumiu as disposições do decreto, por meio da criação de duas novas diretorias, de educação básica presencial (DEB) e de educação a distância (DED). As ações coordenadas pela agência culminaram com o lançamento do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica, em 28 de maio de 2009. Formação docente para o exercício da pedagogia: de acordo com a Resolução CNP/CP n. 1, de 15 de maio de 2006, parágrafo 1º, a formação docente para o exercício da pedagogia é compreendida como ação educativa e processo pedagógico metódico e intencional, construído em relações sociais, étnico-raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos, princípios e objetivos da Pedagogia. Essa formação se desenvolve na articulação entre conhecimentos científicos e culturais, valores éticos e estéticos inerentes a processos de aprendizagem, de socialização e de construção do conhecimento, no âmbito do diálogo entre diferentes visões de mundo. GLOSSÁRIO 24 Licenciatura: no Brasil, a licenciatura habilita seu titular a ser professor em escolas de ensino infantil, ensino fundamental e ensino médio. As universidades federais do Brasil oferecem licenciaturas nas áreas de Pedagogia, Letras, História, Geografia, Filosofia, Sociologia, Psicologia, Artes, Educação Física, Matemática, Ciências Naturais, Biologia, Química, Física e Informática. Magistério: embora a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, recomende a formação de professores em nível superior, o curso de magistério, de nível médio, ainda é aceito na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. Por isso, para preencher seus quadros de educadores, diversas secretarias aceitam inscrições nos concursos daqueles que têm essa formação. Uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), porém, prevê que todos os professores da educação básica tenham formação específica de nível superior em curso de licenciatura na área de conhecimentoem que atuam até 2020. O termo também pode ser entendido como sinônimo de lecionar. Normais Superiores: o curso de Normal Superior é uma Graduação de Licenciatura Plena e foi criado no Brasil pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/1996) para formar os profissionais da educação básica em nível superior. O primeiro curso Normal Superior público do país foi criado no Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (ISERJ) em 1998. Apesar da semelhança com a Pedagogia, tal curso não habilita para a gestão escolar, orientação educacional, orientação vocacional e supervisão escolar. Orientação educacional: é uma especialidade do pedagogo que pode ser obtida por meio de cursos de habilitação, incorporada ou não à licenciatura em Pedagogia, ou por meio de especialização. O orientador educacional atua junto ao corpo discente das instituições de ensino, acompanhando as atividades escolares, bem como o desempenho do estudante, seja em termos de rendimento ou de comportamento. Perene: é algo duradouro, inacabável, eterno, abundante. Plano Nacional de Educação: o projeto de lei que cria o Plano Nacional de Educação (PNE) para vigorar de 2011 a 2020 foi enviado pelo governo federal ao Congresso em 15 de dezembro de 2010. O novo PNE apresenta dez diretrizes objetivas e 20 metas, seguidas das estratégias específicas de concretização. Pós-Graduação: no Brasil, desde o parecer Newton Sucupira, aprovado pelo então Conselho Federal de Educação em 1965, os cursos de Pós-Graduação dividem-se em GLOSSÁRIO 25 GLOSSÁRIO duas vertentes, o lato sensu e o stricto sensu. Lato Sensu: cursos de especialização mais direcionados à atuação profissional e atualização dos graduados no nível superior: tecnólogos, licenciados ou bacharéis. Stricto Sensu: cursos voltados à formação científica e acadêmica e também ligados à pesquisa. Existem nos níveis do mestrado e doutorado. O curso de mestrado tem a duração recomendada de dois a dois anos e meio, durante os quais o aluno desenvolve uma dissertação e cursa as disciplinas relativas à sua pesquisa. O doutorado tem a duração média de quatro anos para o cumprimento das disciplinas, a realização da pesquisa e elaboração da tese. Promulgada: a promulgação refere-se ao ato de confirmar a existência de lei que atesta que ela proveio do órgão competente, seguindo o regular processo legislativo. A falta de promulgação implica a sua inexistência jurídica. O presidente da República pode recusar a promulgação (através de veto), opondo-se às leis votadas pela Assembleia da República. Ranking: é o processo de posicionamento de itens de estatísticas individuais, de grupos ou comerciais, na escala ordinal de números, em relação a outros. Universidade Aberta do Brasil: a Universidade Aberta do Brasil (UAB) é um sistema integrado por universidades públicas que oferece cursos de nível superior para camadas da população que têm dificuldade de acesso à formação universitária, por meio do uso da metodologia da educação a distância. O público em geral é atendido, mas os professores que atuam na educação básica têm prioridade de formação, seguidos dos dirigentes, gestores e trabalhadores em educação básica dos estados, municípios e do Distrito Federal. O Sistema UAB foi instituído pelo Decreto 5.800, de 8 de junho de 2006, para “o desenvolvimento da modalidade de educação a distância, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no País”. 26 GABARITO Questão 1 Resposta: Deve-se reconhecer que qualquer proposta de melhoria na educação precisa de investimentos e políticas públicas nesse sentido. As políticas educacionais devem sempre buscar a formação continuada e a relação entre a teoria e a prática quando se trata de formação profissional. Questão 2 Resposta: Alternativa B. Embora na prática ainda existam professores de nível médio atuando na educação infantil, o prazo para a extinção do magistério encerrou-se em 2006. Desde 2009 o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) busca qualificar esses profissionais para que possam continuar exercendo suas atividades na área da educação. Uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) prevê que todos os professores da Educação Básica tenham formação específica de nível superior em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam até 2020. Questão 3 Resposta: Alternativa B. Autores como Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 282) apontam que existe uma grande preocupação em torno da profissionalização docente, uma vez que a atual configuração das políticas educacionais não garante ao professor prestígio social, bons salários e condições de trabalho. Essas são algumas das razões apontadas pelos autores para a falta de interesse dos jovens pela docência. 27 Questão 4 Resposta: Alternativa C. A formação mínima para a atuação como docente da educação infantil é o magistério (ensino médio), que está em vias de extinção. A legislação reafirma a necessidade de formação de nível superior para a docência na educação infantil. Questão 5 Resposta: Alternativa E. Todas as proposições são verdadeiras, porém apenas o Parfor fomenta e oferta cursos superiores gratuitos para professores de escolas públicas sem formação de nível superior com o objetivo de qualificá-los. Questão 6 Resposta: A associação entre teoria e prática é o próprio reconhecimento de que os conhecimentos teóricos obtidos durante o processo formativo auxiliam na prática a ser desenvolvida nas escolas. Questão 7 Resposta: Planos de carreira do magistério público, o ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim; piso salarial profissional; progressão funcional baseada na titulação ou habilitação e na avaliação do desempenho; período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho; condições adequadas de trabalho. Questão 8 Resposta: Entre as preocupações estão: o desprestígio social, péssimas condições de trabalho, baixo salário, entre outras. Questão 9 Resposta: O desafio da qualidade apresenta-se como uma dimensão maior, já que se sabe que os mecanismos atuais de formação não contemplam a dupla função de cuidar GABARITO 28 e educar. O caráter indissociável entre o educar e o cuidar na educação infantil exige um profissional qualificado que tenha capacidade para compreender o desenvolvimento infantil, proporcionando experiências enriquecedoras de conhecimento e considerando também os aspectos afetivos e psicológicos, sem negligenciar os cuidados necessários para que a criança possa viver a infância em sua plenitude. Questão 10 Resposta: O estágio supervisionado é de suma importância, pois é por meio dele que o profissional conhece os aspectos indispensáveis para a formação da construção da identidade e dos saberes do dia a dia. Esse é um momento na formação em que o graduando pode vivenciar experiências, conhecendo melhor sua área de atuação. GABARITO
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