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Princípios do Tratamento e Prevenção das Infecções Odontogênicas Microbiologia das infecções odontogênicas: - São bactérias da flora normal presente na placa; - O acesso aos tecidos mais profundos se dá por meio de uma polpa necrótica ou bolsa periodontal; - As infecções odontogênicas (IO) são polimicrobianas; - As bactérias causadoras da IO tem tolerância ao oxigênio (6% aeróbias – Streptococos milleri, viridans, intermedius- ; 44% anaeróbicas Prevotella, Phorphyromonas - , 50% mista) - As S. Milleri sintetizam hialuronidase que permite a passagem dos microorganismos para os tecidos, iniciando a celulite. - O produto do Streptococos criam um ambiente favorável para instalação dos anaeróbios; - As bactérias anaeróbias produzem colagenase fragmentando o colágeno causando necrose de liquefação, ocorrendo invasão leucocitária, lise e necrose, formando micro-abscessos que podem se difundir. As infecções odontogênicas parecem passar por 4 estágios: 1. Inoculação: Tumefação branda; 3 primeiros dias de sintomas; tem uma consistência amolecida e sensível. 2. Celulite: A tumefação torna-se endurecida, avermelhada, agudamente dolorosa, 3 a 5 dias. 3. Abscesso: As bactérias anaeróbicas predominam causando um abscesso liquefeito ao centro da área de tumefação, há flutuação central. 4. Drenagem: Resolução da infecção. Origens Principais 1. Periapical: Em consequência da necrose pulpar e invasão bacteriana subsequente do tecido periapical. 2. Periodontal: Resultante de bolsa periodontal que possibilita a inoculação das bactérias nos tecidos subjacentes. O foco infeccioso sempre procurará uma parede cortical delgada para disseminar. - O tratamento primário é a endodontia ou extração do dente. - Quando o ápice do dente estiver abaixo da inserção muscular, resultará em abscesso vestibular. Se o ápice estiver acima da inserção muscular o espaço facial adjacente será envolvido. - Enquanto a fístula continuar a drenar, o paciente não sentirá dor. - A administração de antibiótico pode causar o fechamento da fístula. PRINCÍPIOS: PRINCÍPIO 1: Determinar o gatilho do problema. - Há quanto tempo? Quais sintomas? - Notar os sinais cardinais da inflamação; - Onde a dor começou e se houve disseminação (?) - Pacientes com infecção grave tem febre alta superior a 38ºC - Pulso maior que 100 batimentos por minuto indica uma infecção grave - A PA não sofre variação significativa; - Pacientes com infecções graves apresentam mais que 18 RPM; - Deve-se pedir pra ele abrir bem a boca para avaliação de trismo, disfagia e dispneia. (São sinais de uma infecção grave) - A tumefação flutuante quase sempre indica presença de pus; - Realizar os exames de imagem; - Infecções nos estágios de inoculação podem ser curados com a remoção da causa odontogênica sem antibióticos. - Infecções nos estágios de celulite e abscesso requerem a remoção da causa dentária, incisão, drenagem e antibióticos; PRINCÍPIO 2: Avaliar o estado dos mecanismos de defesa do paciente - Doenças metabólicas não controladas, como diabetes, doença renal em estágio terminal com uremia e alcoolismo causam diminuição da quimiotaxia, fagocitose e morte bacteriana. - Leucemia, linfomas e câncer diminuem a função dos leucócitos. - Os soropositivos combatem tais infecções muito bem enquanto não estão num estágio mais avançado. - Agentes quimioterápicos podem diminuir a contagem de leucócitos linfócitos T e B e a produção de Ig. - Pacientes com tais doenças podem precisar de profilaxia antibiótica. PRINCÍPIO 3: Definir se o paciente deve ser tratado por um clínico geral ou um buco. - Critérios: História de infecção com progressão rápida de 1 a 2 dias antes da consulta; dificuldade respiratória (dispneia); dificuldade de deglutição (disfagia) que pode indicar estreitamento da orofaringe e possibilidade de obstrução das vias aéreas; trismo; desidratação; envolvimento sistêmico (olhos virados, boca aberta, aspecto de doente). PRINCÍPIO 4: Tratamento cirúrgico da infecção - O princípio básico do tratamento das infecções odontogênicas é executar uma drenagem cirúrgica. - Se a abertura do dente não proporcionar drenagem adequada, deve-se realizar a implantação do dreno; - O dreno deve permanecer no local até que cesse a drenagem do abscesso, em geral dois a cinco dias. - A antibioticoterapia deve ser usada quando a drenagem completa do abscesso não puder ser alcançada por extração. PRINCÍPIO 5: Suporte médico para o paciente PRINCÍPIO 6: Escolher e prescrever antibióticos apropriados - Para determinar isso, 3 fatores precisam ser considerados: 1. Gravidade da infecção (Se há tumefação, se a tumefação foi rápida) 2. Se o tratamento cirúrgico adequado pode ser alcançado (Se a remoção do dente acontecer, não há necessidade de antibióticos. Entretanto, se a cirurgia for adiada faz-se necessário seu uso). 3. Estado de defesa do paciente (Jovens não precisam fazer) Quando indicar antibióticos? - Presença de infecção aguda inicial com tumefação difusa e dor moderada a severa. - Qualquer tipo de infecção mediante comprometimento medicamentoso; - Infecções que progridem até o espaço facial - Pericoronarite grave com trismo e tumor Quando não é indicado? - Exigência do paciente - Dor no dente - Abscesso periapical - Alveolo seco - Extrações de múltiplos dentes em pacientes não comprometidos - Pericorionarite moderada (inflamação do opérculo) - Abscesso drenado - Antibióticos devem ser usados quando há evidências claras de que existe invasão bacteriana para os tecidos mais profundos, maior que a capacidade do organismo e superá-la. - Antibióticos administrados oralmente ( Penicilina; Amoxicilina; Clindamicina; Azitromicina e Metronidazol. ) - Envio da amostra para SC as condições são início rápido de uma infecção grave; infecção pos- operatório, infecção que não está sendo resolvida, infecção recorrente, paciente com defesas comprometidos Infecções simples: Apenas o processo alveolar ou vestíbulo oral, em imunocompetente. Infecções Complexas: Tem disseminação além do processo alveolar e vestíbulo, com insucesso no tratamento inicial ou em imunocomprometidos. (Utiliza-se um amplo espectro) PRINCÍPIO 7: Administrar o antibiótico adequadamente PRINCÍPIO 8: Avaliar frequentemente o paciente - A causa mais comum de fracasso é cirurgia inadequada; - Uma segunda razão é a redução dos mecanismo de defesa do hospedeiro. - Terceira razão é a presença de corpo estranho - A quarta razão são problemas com antibióticos prescritos ao paciente. PRINCÍPIOS DA PROFILAXIA ANTIBIÓTICA - As vantagens são redução da infecção pós-operatória - O uso apropriado de antibióticos requer um período menor que o uso terapêutica - Quando usados de maneira imprópria os antibióticos são associados com o aumento do risco de infecções, devido ao aumento da resistência. PRINCÍPIO 1: O paciente deve ter risco significativo de infecção. - Pacientes saudáveis não requerem profilaxia antibiótica; - Diversos fatores podem influenciar o dentista a considerar o uso de antibióticos ( Inóculo bacteriano que causa infecção; cirurgia prolongadas (+ que 4 horas); Introdução ou presença de corpo estranho; estado de resistência do hospedeiro, paciente quimioterápicos, imunodrepressoes para transplantados, diabetes, doença renal e diálise). Deve-se fazer o teste de hemoglobina glicada, 7% ou menos. PRINCÍPIO 2: Escolha correta do antibiótico - O antibiótico deve ser efetivo contra o organismo mais provável de causar infecção na cavidade oral. Estreptococos facultativos são organismos invasores na infecção oral; - O antibiótico escolhido deve ser de curto espectro; - O antibiótico deve ser menos tóxico; - A droga deve ser bacteririda. Sendo a melhor escolha amoxi ou clindamicina. A terceira opção é a azitromicina. PRINCÍPIO 3: O nível plasmático deve ser elevado - A droga deve ser pelo menos duas vezes mais que a dosagem usual; - Para endocardite: Penicilina ou amoxi de2g; Clindamicina 600mg; Azitromicina 500mg. PRINCÍPIO 4: Tempo correto de administração do antibiótico - Para ter eficácia, o antibiótico deve ser administrado 2 horas ou menos antes do início da cirurgia; - A administração de antibióticos após a cirurgia tem eficácia reduzida e pode aumentar o risco de infecção. PRINCÍPIOS DA PROFILAXIA ANTIBIÓTICA As condições são: Deve haver uma área suscetível na qual a infecção acontecer; Deve haver a propagação bacteriana para área susceptível e diminuição da defesa local do hospedeiro. Condições cardíacas do tipo valva cardíacas protéticas, endocardite infecciosa prévia, doenças cardíacas congênitas. Condições cardíacas associadas a alto risco de resultado adverso para endocardite para as quais é a profilaxia recomendada: Valva protética; Endocardite infecciosa prévia; doenças cardíacas congênitas e receptores de transplante cardíacos que tem uma valvopatia cardíaca, pois tais pacientes que já fazem uso de antibióticos, deve-se escolher uma droga diferente da rotineira.
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