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CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 
PROFESSORA CLAUDIA KOZLOWSKI 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
1
CRASE 
“Bom filho ... casa torna” 
A partir desse adágio, começamos nossa aula sobre crase. 
E aí, como você preencheu a lacuna? Com um “a”? Dois? Um com 
acento grave? 
Afinal, o que é crase? Isso não nos cansamos de repetir – CRASE NÃO 
É O ACENTO, CRASE É O FENÔMENO!. Portanto, rejeito a forma 
“crasear” (arghh....), mesmo já tendo sido registrada nos melhores 
dicionários e aceita por tantos professores e gramáticos gabaritados. 
Prefiro usar “colocar o acento grave, indicativo de crase” ou “ocorre 
crase (fusão)” - essa expressão você vai ler bastante no nosso encontro 
de hoje. 
Dá-se o nome de crase ao encontro de duas vogais iguais e contíguas. 
Na língua portuguesa, só se registram com o acento grave os encontros 
da preposição a com outro a, que poderá ser um artigo definido 
feminino, um pronome demonstrativo ou um pronome relativo. 
 
COMO ANALISAR A OCORRÊNCIA DE CRASE? 
Da mesma forma como você ensina uma criança a atravessar a rua. 
“Filhinho, você deve olhar para os dois lados!”. Então aplicamos essa 
lição à análise de crase – devemos olhar para os dois lados. 
“TERMO REGENTE + TERMO REGIDO”: 
De um lado, há um termo regente, que pode ou não exigir uma 
preposição (e, nesta aula, só nos interessa a preposição a). 
Do outro lado, há um termo regido, que pode aceitar ou não um artigo 
definido feminino. Nessa posição de “termo regido” também pode existir 
um pronome demonstrativo a(s), aquele(s), aquela(s) ou aquilo, um 
pronome relativo a qual/as quais. 
Se houver o encontro da preposição a com o outro a, OCORRE A 
CRASE: os dois viram um só “a” e recebem o acento grave (`) para 
indicar essa fusão: à. 
Voltando ao ditado, antes de qualquer coisa, ajuda (e muito) construir a 
oração na ordem direta – “Bom filho torna ... casa.”. 
De um lado, o termo regente (verbo tornar) exige a preposição a (tem 
o mesmo sentido e regência do verbo “retornar” – “Alguém 
torna/retorna a algum lugar.”). 
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2
Do outro lado, “casa”, no sentido de lar, não recebe o acompanhamento 
do artigo (“Quando eu for para casa, avisarei.” / “Passei o fim de 
semana em casa.”). Esse “casa” só aceita artigo quando identificado 
como a casa de alguém (“Nunca mais piso na casa da minha sogra!”) 
Como o termo regido não aceita o artigo definido, há a ocorrência de 
apenas um “a” , que é a preposição exigida pelo termo regente, não 
ocorrendo crase. Por isso, a construção correta é “bom filho a casa 
torna”. 
Em resumo: só haverá crase (fusão) se houver dois “as” - o termo 
regente exigir a preposição a e o termo regido: 
- for o pronome demonstrativo a(s), aquele(s), aquela(s), 
aquilo; 
- for o pronome relativo a qual / as quais; 
- admitir artigo definido feminino (singular ou plural): a(s). 
Para ter certeza de que a palavra admite o artigo definido 
feminino, construa uma frase em que essa palavra seja o sujeito e 
verifique a possibilidade de colocar o artigo antes dela. Exemplo: a 
palavra escolhida é “você”: não seria possível usar o artigo 
feminino antes desse pronome de tratamento -“A você está linda 
hoje”-, logo não há crase antes de “você”. 
Nesse resumo estão várias daquelas regras de crase. Não ocorre crase: 
ƒ antes de palavra masculina (pois não admite artigo definido 
feminino por ser masculina); 
ƒ antes de verbo (pois não admite artigo definido feminino – 
mesmo quando substantivado, recebe o artigo masculino e não 
feminino – “o ranger”, “o regressar”); 
ƒ antes de pronomes em geral; com exceção dos pronomes 
possessivos (como veremos adiante) e os enumerados no resumo 
(demonstrativos a, aquele, aquela, aquilo, e relativos a qual, e 
seus plurais), todos os demais não admitem artigo definido 
feminino; 
ƒ antes de substantivos em sentido vago, genérico (não 
admitem artigo definido feminino por serem vagos, genéricos, 
como no exemplo do adágio); 
ƒ em expressões de palavras repetidas (cara a cara, dia a dia, 
boca a boca). 
 
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3
Existem alguns casos em que o “a” recebe o acento grave (à) mesmo 
não havendo esse encontro de dois “as”. São os chamados casos 
especiais: 
- locuções femininas, sejam elas adverbiais (à força, à vista), 
adjetivas (à fantasia, à toa), conjuntivas (à medida que, à 
proporção que) ou prepositivas (à espera de, à procura de); 
- diante de masculino, em que esteja subentendida a expressão 
“à moda de”, “à maneira de” (“Ele escrevia à Machado de 
Assis.”, “O artilheiro fez um gol à Romário.”). Cuidado: em “bife a 
cavalo” ou em “frango a passarinho” não está subentendida essa 
expressão (não é à maneira do cavalo ou do passarinho) e, por 
isso, não leva acento. 
 
Por fim, antes de iniciarmos os comentários às questões de prova, 
destacamos dois casos chamados “facultativos”, explicando onde reside 
essa “faculdade”: 
- pronomes possessivos – esses pronomes admitem o artigo 
definido antes de si (“Minha mesa está suja” ou “A minha mesa 
está suja”). Por isso, caso se empregue o pronome possessivo 
com artigo, desde que o termo regente exija preposição a, 
haverá crase (preposição a + artigo definido feminino + 
possessivo = à sua – “Refiro-me à sua irmã.”); em se escolhendo 
não colocar o artigo antes do possessivo, haverá somente a 
preposição e, por isso, não haverá a ocorrência de crase 
(preposição a + possessivo = a sua - “Refiro-me a sua irmã.”). 
Alguns autores chamam de um caso facultativo de crase, mas o 
que ocorre, na verdade, é o uso opcional do artigo definido 
feminino; 
- com a locução prepositiva “até a” (que é a junção das duas 
preposições: até + a). Havendo um termo regido que admita o 
artigo definido, haverá crase (até a + a = até à – “Andei até à 
entrada de sua casa.”). Essa locução prepositiva equivale à 
preposição “até”, que, quando usada na forma simples, não leva à 
fusão de dois ‘as’, pois só existe um – o artigo (até + a = até a - 
“Andei até a entrada de sua casa.”). Por isso, alguns falam 
simplesmente que, com a preposição “até”, a crase é facultativa. 
Na verdade, o que é facultativo é o uso da locução prepositiva “até 
a” ou da preposição simples “até” – com a primeira, haverá crase 
(até à); com segunda, não (até a). 
 
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4
A maior parte das questões de crase envolvem o esquema “TERMO 
REGENTE + TERMO REGIDO”, como veremos a partir de agora. 
 
QUESTÕES DE PROVA DA ESAF 
01 - (TCPR 2002/2003) 
Monteiro Lobato, ao afirmar que "um país se faz com homens e livros", 
por certo indicou o caminho das pedras àqueles que, descuidadamente, 
promovem a história sem a preocupação de seu registro e que, por 
conseqüência, legam ao pó do esquecimento tudo o que foi feito – certo 
ou errado – ou deixado de fazer. Os homens fazem a história. Os livros 
registram a história. Sem estes, os exemplos do passado, os 
conhecimentos técnicos e científicos armazenados, o testemunho e as 
provas colhidas não seriam repassados às gerações futuras, o que 
comprometeria a chamada evolução. 
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Julgue a assertiva abaixo. 
e) O emprego do sinal indicativo de crase em “àqueles”(l.2) é exigido 
pela regência do verbo “indicou”. 
 
Item CORRETO. 
Comentário. 
O termo regente indicar exige preposição a. Esse verbo é transitivo 
direto (coisa) e indireto (pessoa), regendo a preposição a (“Alguém 
indica alguma coisa a alguém.”). 
O termo regido é o pronome demonstrativo aqueles. 
Assim, ocorrea crase dos dois “as” (preposição + “a” inicial de 
“aqueles” = àqueles). 
 
02 - (TCPR 2002/2003) Assinale a opção gramaticalmente incorreta. 
a) As Entidades Fiscalizadoras Superiores têm-se destacado em diversos 
países como órgãos fundamentais para a consolidação de Estados 
democráticos e para a busca de implantação de bons governos. 
b) A atuação das Entidades Fiscalizadoras tem contribuído 
decisivamente para aumentar a transparência no setor público, para 
garantir a transparência das ações governamentais e para melhorar a 
gestão pública de forma geral. As instituições de controle são essenciais 
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5
para garantir que mudanças no setor público e reformas administrativas 
visem sempre ao benefício da sociedade. 
c) São os auditores governamentais que podem avaliar se agências 
públicas estão atuando com eficiência, se a qualidade dos serviços 
públicos está sendo melhorada, se as tarefas estão sendo racionalmente 
divididas entre os funcionários e se os programas estão atingindo seus 
objetivos. 
d) O controle do desempenho governamental foi desenvolvido como 
complemento à auditoria tradicional, assim como a nova gestão pública 
adicionou eficácia e efetividade administrativa aos valores burocráticos 
tradicionais de prudência e precisão processual. 
e) Em relação às duas principais vertentes atuais do controle, à 
avaliação de desempenho e o controle de conformidade, não é viável 
que a primeira venha a substituir integralmente a segunda. 
Itens adaptados de www.tcu.gov.br Notas da imprensa, 21-11-2002. 
 
Gabarito: E 
Comentário. 
No segmento “em relação às duas principais vertentes”, há, de um lado, 
o termo regente: a locução prepositiva “em relação a”; do outro, o 
termo regido: vertentes , que aceita artigo definido feminino plural. O 
encontro desses dois “as” (preposição + artigo) forma a crase, indicada 
pelo acento grave. Está correta a acentuação. 
O erro está na colocação de um acento grave no artigo que acompanha 
“avaliação”, por não existir nenhum termo regente que o justifique. 
Observe que a passagem do item e indica a existência de duas 
vertentes atuais do controle do desempenho governamental. Quais são 
elas? Resposta: a avaliação de desempenho e o controle de 
conformidade. 
Esses dois elementos exercem função explicativa (aposto) em relação ao 
referente “duas principais vertentes”. 
Trata-se de uma enumeração, tanto que, em seguida, o autor comenta 
a inviabilidade de a primeira (avaliação de desempenho) substituir 
integralmente a segunda (controle de conformidade). Não há nenhuma 
justificativa para a colocação de um sinal indicativo de crase no primeiro 
elemento. 
O erro da questão, portanto, está na acentuação do artigo definido que 
antecede “avaliação”. 
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No item d, está correta a indicação de crase. 
Termo regente: complemento – exige preposição a (“Alguém 
apresenta um complemento a alguma coisa”) 
Termo regido: auditoria tradicional – admite o artigo definido 
feminino. Para confirmar isso, colocaremos essa expressão na função de 
sujeito de uma oração. Exemplo: “A auditoria tradicional aponta para 
várias irregularidades.”. 
Portanto, ocorre crase: “O controle do desempenho governamental 
foi desenvolvido como complemento à auditoria tradicional.”. 
 
03 - (TRF/2000) Assinale a opção em que o fragmento do texto foi 
transcrito com erro gramatical. 
a) A receita federal australiana anunciou que os atletas que 
ganharem bônus de suas respectivas confederações ou comitês 
nacionais por conquistarem medalhas nos Jogos de Sydney serão 
obrigados a pagar imposto calculado sobre o valor da premiação. 
b) Segundo as autoridades locais, o pagamento da taxa será 
obrigatório mesmo que o dinheiro seja entregue ao atleta quando este 
já tiver retornado a seu país. 
c) Em diversos países, os bônus são considerados uma forma de 
reembolso por gastos ocorridos durante os treinamentos. 
d) Autoridades afirmam que esta será a primeira vez na história que 
atletas terão de pagar taxa referente à ganhos financeiros derivados 
sobre sua participação em Jogos. 
e) Os EUA oferecem US$ 15 mil por medalha de ouro, US$ 10 mil 
pela prata, e US$ 7,5 mil pelo bronze. A Rússia oferece US$ 100 mil por 
medalha de ouro. O Comitê Olímpico Brasileiro não oferece premiações 
em dinheiro. 
(Folha de S. Paulo, 18/08/2000, p. D5, com adaptações) 
 
Gabarito: D 
Comentário. 
Em relação ao segmento “...atletas terão de pagar taxa referente à 
ganhos financeiros...” , fazemos a seguinte análise: 
• termo regente referente exige a preposição a; 
• termo regido ganho não admite o artigo definido feminino (o 
ganho). 
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Como só existe um “a” (preposição), não ocorre crase. 
 
04 - (Analista BACEN/2001) 
As instituições financeiras estão obrigadas a operar dentro das regras e 
definições do novo sistema de pagamentos que compreende os serviços 
de compensação de cheques e outros papéis, a liquidação de ordens 
eletrônicas de débitos e créditos, a transferência de fundos e outros 
ativos financeiros, a compensação e liquidação de operações na Bolsa de 
Mercadorias e Futuros, incluindo aquelas relativas a derivativos 
financeiros. Desta forma, conceitua-se o Sistema de Pagamentos 
Brasileiro como um conjunto de regras, procedimentos, instrumentos de 
controle e sistemas operacionais que devem funcionar integrados para 
transferir fundos do pagador para o recebedor. 
(BANCO HOJE, março de 2001, p.57, com adaptações) 
d) Em “relativas a derivativos”(l.6) o uso do sinal indicativo de crase é 
facultativo. 
 
Item INCORRETO. 
Comentário. 
Na passagem “a compensação e liquidação de operações na Bolsa de 
Mercadorias e Futuros, incluindo aquelas relativas a derivativos 
financeiros”, verifica-se, de um lado, que o termo regente relativas 
exige a preposição a. De outro, o termo regido vem sob a forma 
masculina plural – derivativos – não admitindo artigo definido 
feminino. Assim, não existe a possibilidade de ocorrência de crase por 
haver apenas a preposição a exigida pelo termo regente. Se houver o 
emprego de um artigo, ele será “os” (“relativas aos derivativos”). 
 
05 - (Técnico IPEA/2004) Os trechos abaixo constituem um texto. 
Assinale o que apresenta problema de regência. 
a) Entre a crise econômica mundial de 1930 e o fim da Segunda Guerra, 
no espaço aberto pela luta entre as Grandes Potências, o Brasil adotou 
políticas que acabaram fortalecendo o estado central e a sua economia 
nacional. 
b) Sua margem de autonomia, entretanto, foi pequena e curta, e, em 
1938, o Brasil já havia se alinhado à nova liderança mundial norte-
americana. 
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c) Do ponto de vista econômico, contudo, a resposta a crise dos anos 30 
obrigou o Brasil a um protecionismo pragmático, para enfrentar o 
problema da escassez de divisas. 
d) Esse procedimento acabou estimulando um processo quase 
espontâneo de “substituição de importações”. 
e) Um processo embrionário que deu impulso à industrialização, mas 
que acabou enfrentando limites claros e imediatos, que só foram 
superados quando a restrição externa deu origem, a partir de 1937/38, 
a um projeto de industrialização liderado pelo Estado e voltado para o 
mercado interno. 
(Adaptado de José Luís Fiori Brasil: Inserção Mundial e 
Desenvolvimento) 
Gabarito: C 
Comentário. 
De um lado, o termo regenterespostas exige a preposição a – 
(“Alguém apresenta uma resposta a alguma coisa.”). 
De outro, o termo regido é crise, que admite o artigo definido feminino. 
O encontro da preposição a com o artigo definido a provoca a crase – “a 
resposta à crise dos anos 30 obrigou o Brasil...” . 
 
Observe as seguintes passagens corretamente acentuadas: 
Opção b) Em “O Brasil já havia se alinhado à nova liderança mundial 
norte-americana.”, o termo regente alinhar-se (verbo principal da 
locução verbal) exige preposição a (“Alguém se alinha a alguma 
coisa.”). O termo regido nova liderança admite o artigo definido 
feminino. Ocorre crase: já havia se alinhado à nova liderança. 
Opção e) O termo regente dar impulso exige a preposição a (“Alguém 
dá impulso a alguma coisa.”). O termo regido industrialização admite 
artigo definido feminino. Ocorre crase: deu impulso à 
industrialização. 
 
06 - (ACE/2002) Marque o item sublinhado que represente 
impropriedade vocabular, erro gramatical ou ortográfico. 
 
A democracia, segundo Aristóteles, é forma de governo. Esse 
entendimento milenar(A) assim se conservou entre os publicistas(B) 
romanos e os teólogos da Idade Média. Não discreparam(C) também do 
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9
juízo aristotélico pensadores políticos do tomo(D) de Montesquieu e 
Rousseau, presos as heranças(E) clássicas. 
(Baseado em Paulo Bonavides) 
 
 
a) A 
b) B 
c) C 
d) D 
e) E 
 
Gabarito: E 
Comentário. 
De um lado, o termo regente presos exige a preposição a (“Eles estão 
presos a alguma coisa”); de outro, o termo regido as heranças admite 
artigo definido feminino (“As heranças foram apresentadas.”). 
Ocorre crase da preposição a com o artigo definido feminino plural as: 
“presos às heranças”. 
 
07- (Agente Tributário - Piauí/2001) Assinale a opção que corresponde a 
erro. 
Desde o início de janeiro, quando foi sancionada a lei que permite ao(1) 
Executivo usar os dados da Contribuição Provisória sobre Movimentação 
Financeira (CPMF) nas investigações, o Fisco está apto a(2) ajudar o 
INSS nas investigações das entidades filantrópicas. As informações 
sobre a CPMF são enviadas a Receita(3) pelas instituições financeiras 
trimestralmente. Com esse(4) instrumento, é possível verificar se há 
distorções muito grandes entre o faturamento da entidade e a sua 
movimentação financeira. Nos casos em que(5) o programa de 
informática que faz o cruzamento de dados para o Fisco apontar 
discrepância, a fiscalização poderá ser iniciada. 
(Adaptado de Simone Cavalcanti, www.estadao.com.br - 6/2/2001 ) 
a) 1 
b) 2 
c) 3 
d) 4 
e) 5 
 
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10
Gabarito: C 
Comentário. 
Vamos analisar cada um dos termos destacados. 
1º) O termo regente permitir exige a preposição a (permitir algo a 
alguém); o termo regido Executivo admite artigo definido masculino – 
forma-se “ao” - correto; 
2º) O termo regente apto exige a preposição a (“Alguém está apto a 
alguma coisa.”); o termo regido ajudar é um verbo e não admite artigo 
definido feminino. Portanto, não ocorre crase: está apto a ajudar - 
correto; 
3º) O termo regente enviar exige a preposição a (“Alguém envia algo a 
alguém.”); o termo regido Receita admite o artigo definido feminino (“A 
Receita divulga o último lote de restituição.”). Por isso, ocorre crase: “As 
informações ... são enviadas à Receita ...” – Esse é o item incorreto. 
4º) O pronome demonstrativo está se referindo a alguma informação 
que já foi dada (pertence ao “passado” do texto), por isso requer a 
forma “esse”. O emprego de pronomes demonstrativos em relação ao 
texto (referência anafórica) será objeto de aula específica (aula sobre 
conectivos). 
5º) O pronome relativo que substitui casos. Em uma outra estrutura, 
teríamos “nesses (= em + esses) casos, o programa ...”. Percebe-se a 
necessidade do emprego da preposição em, então a forma está correta: 
“nos casos em que o programa...”. 
 
(TTN/1997) O texto que se segue serve de base para as questões 08 e 
09: 
Existem duas formas de operação marginal: a que toma a classificação 
genérica de economia informal, correspondente a mais de 50% do Pro-
duto Interno Bruto (PIB), e a representada pelos trabalhadores 
admitidos sem carteira assinada. Ambas são portadoras de efeitos 
econômicos e sociais catastróficos. 
A atividade econômica exercida ao largo dos registros oficiais frustra a 
arrecadação de receitas tributárias nunca inferiores a R$50 bilhões ao 
ano. A perda de receita fiscal de tal porte torna precários os programas 
governamentais para atendimento à demanda por saúde, educação, 
habitação, assistência previdenciária e segurança pública. 
Quanto aos trabalhadores sem anotação em carteira, formam um 
colossal conjunto de excluídos. Estão à margem de benefícios sociais 
garantidos pelos direitos de cidadania, entre os quais vale citar o acesso 
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à aposentadoria, ao seguro desemprego e às indenizações reparadoras 
pela despedida sem justa causa. De outro lado, não recolhem a 
contribuição previdenciária, mas exercem fortes pressões sobre os 
serviços públicos de assistência médico-hospitalar. 
A reforma tributária poderá converter a expressões toleráveis a 
economia informal. A redução fiscal incidente sobre as micro e pequenas 
empresas provocará, com certeza, a regularização de grande parte das 
unidades produtivas em ação clandestina. E a adoção de uma política 
consistente para permitir o aumento do emprego e da renda trará de 
volta ao mercado formal os milhões de empregados sem carteira 
assinada. É preciso entender que o esforço em favor da inserção da 
economia no sistema mundial não pode pagar tributo ao desemprego e 
à marginalização social de milhões de pessoas. 
(Correio Braziliense - 13.7.97) 
 
08 - (TTN/1997) Julgue a asserção abaixo, em relação aos aspectos 
gramaticais do texto. 
b) As expressões “à aposentadoria, ao seguro desemprego e às 
indenizações”(l.14-15) poderiam ser substituídas por “a aposentadoria, 
a seguro desemprego e a indenizações” e o texto continuaria correto. 
 
Item CORRETO. 
Comentário. 
O trecho objeto de análise é: 
“Quanto aos trabalhadores sem anotação em carteira, formam um 
colossal conjunto de excluídos. Estão à margem de benefícios 
sociais garantidos pelos direitos de cidadania, entre os quais vale 
citar o acesso à aposentadoria, ao seguro desemprego e às 
indenizações reparadoras pela despedida sem justa causa.” 
 
De um lado, o termo regente acesso exige a preposição a (“Alguém 
tem acesso a alguma coisa/algum lugar.”); do outro, os termos regidos 
são vários elementos, que admitem artigo definido: a aposentadoria, o 
seguro desemprego, as indenizações. 
Quando usados em sentido genérico, os substantivos não admitem 
artigo (“Aposentadoria no setor público é um dos temas mais discutidos 
pelos analistas previdenciários.” / “A concessão de seguro desemprego 
tem sido objeto de fraudes.”). 
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12
De acordo com a proposta do item b, esses vocábulos seriam usados em 
sentido genérico. Por isso, retira-se o artigo de cada um dos elementos, 
mantendo apenas a preposição exigida pelo termo regente - “a 
aposentadoria, a seguro desemprego e a indenizações”. Está correta 
essa proposição. 
 
09 - (TTN/1997) Julgue a asserção abaixo, em relação aos aspectos 
gramaticais do texto. 
 
c) Em “converter a expressões toleráveis” (l.18) o uso de sinalindicativo de crase é opcional. 
 
Item INCORRETO. 
Comentário. 
De um lado, o termo regente converter exige a preposição a (“Ele se 
converteu ao kardecismo.”); de outro, o termo regido expressões 
toleráveis está sendo utilizado em sentido genérico, não admitindo, 
portanto, artigo definido. Por isso, não há possibilidade de ocorrência de 
crase. 
 
10 - (AFPS/2002) 
A entrada dos anos 2000 têm trazido a reversão das expectativas de 
que haveria a inauguração de tempos de fraternidade, harmonia e 
entendimento da humanidade. Os resultados das cúpulas mundiais 
alimentaram esperanças que novos tempos trariam novas perspectivas 
referentes a qualidade de vida e relacionamento humano em todos os 
níveis. Contudo, o movimento que se observa em nível mundial sinaliza 
perdas que ainda não podemos avaliar. O recrudescimento do 
conservadorismo e de práticas autoritárias, efetivadas à sombra do 
medo, tem representado fonte de frustração dos ideais historicamente 
buscados. 
(Roseli Fischmann, Correio Braziliense. 26/08/2002, com adaptações) 
Julgue a assertiva abaixo, em relação aos elementos do texto. 
IV. Para que o texto fique gramaticalmente correto, é obrigatória a 
inserção do sinal indicativo de crase em “a qualidade”(l.5). 
 
Item INCORRETO. 
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13
Comentário. 
O segmento ora analisado é “... novos tempos trariam novas 
perspectivas referentes a qualidade de vida e relacionamento humano 
em todos os níveis.” 
De um lado, o termo regente referentes exige a preposição a – (“Uma 
coisa é referente a outra.”). 
De outro, há como termo regido um sintagma nominal de sentido 
genérico – “qualidade de vida e relacionamento humano em todos os 
níveis” (“Qualidade de vida é o que buscam as pessoas que vão para o 
interior”). Note que nenhum dos elementos (qualidade de vida / 
relacionamento humano) está acompanhado de artigo definido. Por 
apresentar sentido vago, não se admite o emprego de um artigo 
definido feminino antes do primeiro. O que existe é somente a 
preposição a, não devendo ser acentuada em virtude da não ocorrência 
de crase. 
Por isso, considera-se INCORRETA a afirmação de que “é obrigatória 
a inserção do sinal indicativo de crase em ‘a qualidade’.”. Ao contrário. É 
proibida a colocação desse acento, uma vez que não ocorre crase em 
“novos tempos trariam novas perspectivas referentes a qualidade de 
vida e relacionamento humano em todos os níveis.”. 
Mesmo não sendo o assunto dessa aula, não podemos deixar de 
comentar o erro de concordância verbal logo no primeiro período do 
texto: “A entrada dos anos 2000 têm trazido...”. O núcleo do sujeito é 
entrada e com ele o verbo auxiliar da locução verbal deve concordar – 
tem trazido. 
 
11 - (Fiscal de Fortaleza/2003) 
A crítica ao desenvolvimento no contexto da globalização capitalista é 
que ele está centrado na ilusão de que o crescimento econômico pode 
ser ilimitado, que ele é e será sempre sinônimo de mais empregos, 
bem-estar e felicidade, e isso para toda a humanidade. A história de 
quinhentos anos de capitalismo e de todo sistema centrado no 
produtivismo e no consumismo tem comprovado que essa noção é 
equivocada; tem sido motivo de frustração para a maioria da população 
trabalhadora e fator de sistemática destruição do meio ambiente. 
Questiona-se também o fato de o crescimento capitalista não estar 
centrado nas necessidades, aspirações e recursos dos povos e nações, 
mas na propensão ao consumo daqueles indivíduos e países que têm 
poder de compra. Em conseqüência, quanto mais se produzem e se 
acumulam riquezas, maior o número das pessoas, coletividades e países 
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excluídos daquele crescimento, daquela acumulação e, portanto, do 
direito à vida, ao trabalho e ao desenvolvimento. 
(Sandra Quintela e Marcos Arruda) 
Julgue a proposição abaixo, em relação aos aspectos gramaticais do 
texto. 
e) Conforme a norma escrita culta, ao se eliminar o sinal indicativo de 
crase antes de “vida”, antes de “trabalho” e de “desenvolvimento” (l.15) 
o emprego dos artigos definidos é obrigatório. 
 
Item INCORRETO. 
Comentário. 
A passagem a ser analisada é: 
“Em conseqüência, quanto mais se produzem e se acumulam 
riquezas, maior o número das pessoas, coletividades e países 
excluídos daquele crescimento, daquela acumulação e, portanto, do 
direito à vida, ao trabalho e ao desenvolvimento.” 
Antes da análise em relação ao acento grave, observe a correta 
conjugação verbal em voz passiva dos verbos produzir e acumular. 
Por serem transitivos diretos (“Alguém produz alguma coisa / Alguém 
acumula alguma coisa”) e estarem acompanhados do pronome “se”, 
formam voz passiva. Como o sujeito está representado por riquezas, os 
verbos com ele concordaram – “se produzem e se acumulam riquezas”. 
Analisemos agora o emprego do sinal indicativo de crase. 
De um lado, o termo regente direito exige preposição a (“Alguém tem 
direito a alguma coisa.”). 
De outro, os termos regidos admitem artigo definido – a vida, o 
trabalho, o desenvolvimento. 
De acordo com a proposta do item e, eliminar-se-ia o sinal indicativo de 
crase antes de vida (direito a vida) e, com isso, o substantivo estaria 
sendo usado em sentido genérico – restaria somente a preposição a, 
exigência do termo regente direito. 
Contudo, na seqüência da sugestão, o examinador afirma que, 
eliminando-se o acento em “vida”, os artigos antes dos vocábulos 
masculinos seriam obrigatórios. Aí reside o erro. O que se elimina, ao 
usar um substantivo em sentido genérico, é o artigo definido. A 
preposição se mantém obrigatoriamente em virtude da exigência de 
outro elemento – o termo regente. 
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Assim, respeitando-se o paralelismo sintático (ou seja, o que se fizer 
com um elemento deve-se fazer com todos os demais de mesma função 
sintática no período), assim ficaria: 
- “... do direito a vida, a trabalho e a desenvolvimento”, com a 
preposição, sozinha, antes de cada elemento, ou 
- “... do direito a vida, trabalho e desenvolvimento”, com a 
preposição antecedendo apenas o primeiro elemento da série. 
Mantém-se, portanto, a preposição e retiram-se os artigos definidos. 
 
12- (TRF/2003) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou 
de grafia das palavras. 
O Tribunal de Contas da União, por meio do(1) Acórdão(2) nº 1.137, 
de 13 de agosto de 2003, apresentou o resultado de trabalhos de 
inspeção realizados junto aos Órgãos Centrais, à(3) Delegacia da 
Receita Federal em Brasília e à Delegacia Especial de Instituições 
Financeiras em São Paulo, tendo por objeto avaliar o controle exercido 
pela Superintendência da Receita Federal sobre à(4) rede arrecadadora 
de receitas federais. Em diversos trechos de seu relatório, aquele 
Tribunal reconhece os benefícios advindos(5) do Projeto de 
Reestruturação do Controle da Rede Arrecadadora de Receitas Federais 
- Projeto Nova Rarf. 
(Adaptado de www. receita. fazenda.gov.br, 10/09/2003) 
a) 1 
b) 2 
c) 3 
d) 4 
e) 5 
 
Gabarito: D 
Comentário. 
O segmento a ser analisado é: “... tendo por objeto avaliar o controle 
exercido pela Superintendência da Receita Federal sobre à rede 
arrecadadora de receitas federais.”. 
De um lado, o termo regente exercer, construído na forma nominal de 
particípio (exercido), já faz uso da preposição sobre, não se admitindo 
o emprego de outra preposição, no caso a preposição a. Assim, a forma 
correta seria: “sobre a rede arrecadadora”. 
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16
 
13- (TRF/2003) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou 
de grafia das palavras. 
 A sociedade humana, desde os seus primórdios, soube desenvolver as 
dimensões essenciais de sua atividade prática — e já por isso o homem 
pôde (1) ser definido como tendo sido, desde a sua origem, um animal 
técnico, ou seja, uma criatura afeita à fainas(2) da transformação da 
natureza. Foi a filosofia grega, no entanto, e apenas ela, que conseguiu 
estabelecer aquelas categorias fundamentais para o desdobramento da 
tecnologia. Não que esse desdobramento estivesse desde sempre(3) 
na mira daqueles primeiros pensadores gregos. Em verdade(4), a 
ligação entre esse pensamento das categorias de base e a sua 
subserviência ao desenvolvimento da tecnologia só viria a manifestar-
se(5) dois milênios mais tarde. 
(Adaptado de Gerd Bornheim, Fronteiras da Ética, São Paulo: Senac, 
2002, p.147) 
a) 1 
b) 2 
c) 3 
d) 4 
e) 5 
 
Gabarito: B 
Comentário. 
De um lado, o termo regente é o adjetivo afeito, que exige a 
preposição a (assim como o seu sinônimo acostumado). 
De outro, o substantivo faina (trabalho contínuo, lida), por estar no 
plural – fainas - admite o artigo definido feminino plural – as fainas. 
Assim, o encontro da preposição com o artigo produzirá “afeito às 
fainas” e não “afeito à fainas”. 
 
14 - (Oficial de Chancelaria/2002) Assinale a opção em que o trecho 
apresenta erro de estruturação sintática. 
a) A diplomacia só será eficiente se tiver uma visão realista do País, de 
seus acertos e de seus problemas. Melhorar as condições da nossa 
inserção internacional é um instrumento básico no processo de 
transformação qualitativa da sociedade brasileira, ao mesmo tempo em 
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que essa transformação qualitativa será uma alavanca fundamental para 
a melhoria do padrão dessa inserção externa do Brasil. 
b) Com a economia mais aberta, conseqüência de um processo de maior 
exposição à competição internacional em benefício dos consumidores 
brasileiros e da nossa própria competitividade, temos melhores 
condições de buscar e mesmo exigir acesso mais desimpedido ao 
mercado internacional e práticas leais e transparentes em matéria de 
comércio, transferência de tecnologia e investimentos. 
c) Temos uma agenda interna mais definida, com a atenção posta no 
crescimento e a busca de maior eqüidade social, na qual as reformas 
assumem prioridade porque têm uma função à cumprir na consolidação 
da estabilidade e na retomada do crescimento com mais justiça social. 
d) Nossos compromissos em matéria de direitos humanos, proteção 
ambiental, combate à criminalidade e ao narcotráfico e proteção das 
minorias dão-nos um vigor novo para lidar com uma agenda renovada 
no plano externo, buscando parcerias, cooperação e diálogo construtivo 
necessários para avançar internamente. 
e) O Brasil é mais confiável e tem mais credibilidade internacional, 
porque soubemos, em tempo hábil e sem comprometer princípios ou 
sacrificar visões de longo prazo em favor de benefícios conjunturais 
duvidosos, fazer as alterações de política que melhor respondiam às 
mudanças em curso no mundo, no nosso Continente e no próprio País. E 
essas alterações prosseguirão, reforçando nosso capital político e nosso 
instrumental de atuação internacional. 
(Adaptado de www.planalto.gov.br - Mensagem ao Congresso Nacional) 
 
Gabarito:C 
Comentário. 
No segmento “as reformas assumem prioridade porque têm uma função 
à cumprir...”, a preposição que introduz uma oração reduzida de 
infinitivo (“a cumprir”) não poderia se juntar a nenhum artigo definido 
feminino, uma vez que o termo regido é um verbo (que não admite 
artigo definido feminino). Assim, o correto seria: “porque têm uma 
função a cumprir...” – simplesmente a preposição a. 
 
15 - (Oficial de Chancelaria/2002) 
Desde o século XIX, a mídia desempenhou papel fundamental na 
construção de uma esfera pública de pressão social. Sua pluralidade 
natural de vozes e seu papel fiscalizador sempre foram os sinônimos 
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mais evidentes do que entendemos por democracia. O fato é que o 
século XXI nasceu assistindo a uma estranha metamorfose da mídia. 
Neste sentido, o caso paradigmático foi Silvio Berlusconi: o primeiro-
ministro italiano que hoje controla praticamente todo o sistema de 
comunicações da Itália. Graças a ele, lembramos que a mídia, mesmo 
em sociedades democráticas, pode funcionar como bloqueio à discussão 
política por meio de artifícios cada vez mais sutis. Ela não precisa excluir 
pessoas e idéias (como no velho sistema totalitário). Berlusconi gosta de 
repetir que suas editoras publicam boa parte dos intelectuais de 
esquerda que o criticam. Mas ele sabe que há uma “geografia da 
comunicação”, ou seja, na mídia, nem todos os espaços se equivalem. 
Com isso, pode-se regionalizar a crítica, de forma que ela opere em 
espaços de pouca exposição (cadernos de cultura, livros de pequena 
tiragem, revistas especializadas). Basta deixá-la fora dos espaços 
midiáticos de grande exposição, os quais continuarão repetindo sempre 
o mesmo raciocínio monolítico e estabelecendo as pautas de discussão. 
(Vladimir Safatle, Correio Braziliense, 31/03/2002, Pensar, p.8) 
Em relação às estruturas do texto, julgue a asserção a seguir: 
III. À linha 9, seria correta a redação como bloqueio à qualquer 
discussão... 
 
Item INCORRETO. 
Comentário. 
De um lado, o termo regente é o substantivo bloqueio, que exige a 
preposição a (“Alguém apôs um bloqueio a alguma coisa.”). 
De outro, na forma originalmente registrada, o termo regido é 
discussão política, que admite artigo definindo feminino. 
Há, pois, crase, estando corretamente indicada com o acento grave: 
“bloqueio à discussão política”. 
Segundo a proposta de substituição do item III, na posição de termo 
regido, passaria a existir um pronome indefinido a acompanhar o 
substantivo – qualquer discussão. Esse novo termo regido não 
admite, entretanto, artigo definido feminino. Para termos certeza, 
colocaremos essa expressão como sujeito de uma oração: “Qualquer 
discussão sobre o assunto é inócua”. Observe que não poderíamos 
empregar o artigo antes de “qualquer” (“A qualquer discussão é 
inócua.”). 
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Então, nessa nova construção, há apenas a ocorrência da preposição a, 
exigida pelo termo regente. Não ocorre crase e a forma correta seria 
“como bloqueio a qualquer discussão...”. 
 
16 - (Procurador BACEN/2002) Julgue as afirmações a respeito do 
emprego das estruturas lingüísticas do texto. 
Do ponto de vista do “pai de família pobre” da década de 20 ou 30, o 
Estado aparece como aquele que deve prover os cidadãos do conforto 
material mínimo à sobrevivência, na forma de emprego ou de outras 
condições mais diretas, como moradia, saúde ou educação. Não se trata 
de emitir um juízo de valor sobre esta concepção, mas de constatar sua 
existência. Necessário, porém, confrontar isso com o reverso da 
medalha, ou seja, a política estatal em relação a esse tipo de 
reivindicação, especialmente para o período que antecede 1930 e que 
surge para a historiografia como domínio exclusivo das oligarquias. 
(Jaime Rodrigues, Crise da primeira república: classes médias e 
Estado na década de 20, com adaptações) 
IV. A substituição de “esse tipo de reivindicação” (l.7-8) por essa 
reivindicação preservaria a coerência textual,mas, para manter a 
correção gramatical da oração, seria necessário empregar o sinal 
indicativo de crase no “a” que antecede a expressão. 
 
Item INCORRETO. 
Comentário. 
De um lado, a locução prepositiva em relação a já apresenta a 
preposição a. 
De outro, como termo regido, há um pronome demonstrativo e um 
substantivo acompanhado de seu complemento (esse tipo de 
reivindicação). Sugere-se a troca desse termo regido pela construção 
correspondente “essa reivindicação”. 
Contudo, o pronome demonstrativo “essa” não admite artigo definido. 
Para confirmar, colocamos a estrutura na função de sujeito: “Essa 
reivindicação não produz resultados”. Não se admite: “A essa 
reivindicação não produz resultados.”. 
Assim, há apenas uma preposição a, que faz parte da locução 
prepositiva “em relação a” (“em relação a essa reivindicação”), não 
existindo justificativa para o emprego do acento grave. 
 
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17 - (AFRF 2002.2) Julgue a assertiva abaixo, em relação aos seus 
aspectos gramaticais. 
e) Portanto, já não basta à igualdade formal. É tempo de concretizar os 
direitos fundamentais estabelecidos pela Constituição. É preciso buscar 
a igualdade material, na sua acepção ideal, humanista, que significa 
acesso a bens da vida. 
 
Item INCORRETO 
Comentário. 
Pergunta-se: o que já não basta? 
Resposta: a igualdade formal. 
Observa-se, assim, que o sintagma nominal “a igualdade formal” exerce 
a função sintática de sujeito, não existindo justificativa para o acento 
grave, uma vez que não existe termo regente que exija preposição a. O 
“a” é apenas um artigo definido feminino: “... já não basta a 
igualdade formal.” 
 
18 - (AFPS/2002) Identifique o item sublinhado que contenha erro de 
natureza ortográfica ou gramatical, ou impropriedade vocabular. 
Fala-se(A) com arroubo(B) sobre os inesgotáveis recursos de novas 
tecnologias, como o vídeo ou a realidade virtual, mas qualquer reflexão 
à respeito do(C) invariavelmente orbita(D) em torno da matéria-
prima(E) desta página – o texto. 
(Paul Saffo, com adaptações) 
a) A 
b) B 
c) C 
d) D 
e) E 
 
Gabarito: C 
Comentário. 
Essa questão trata de um dos casos especiais – locuções femininas, 
sejam elas adverbiais, prepositivas, adjetivas ou conjuntivas, recebem 
acento grave. 
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Acentuam-se as locuções femininas. A locução prepositiva “a respeito 
de” tem em seu núcleo um substantivo masculino, não sendo, 
portanto, acentuada – “a respeito de”. 
Estão corretos todos os demais itens, cabendo comentários em relação 
aos seguintes: 
(B) arroubo = êxtase, encanto; 
(D) orbita = conjugação do verbo orbitar = girar (eu orbito, tu orbitas, 
ele orbita...) – sentido conotativo do verbo. 
Além do erro de crase na locução prepositiva (C), parece que faltou 
algum elemento regido por ela na seqüência: “mas qualquer reflexão à 
respeito do (... ? ...) invariavelmente orbita em torno da matéria-prima 
desta página – o texto”. Pergunta-se: reflexão a respeito do quê? Ficou 
faltando algo, causando prejuízo na coesão textual e, por conseqüência, 
em sua coerência. 
 
19 - (Fiscal de Fortaleza/1998) Indique entre os itens sublinhados o que 
contém erro gramatical ou impropriedade vocabular. 
Geograficamente, a região entre o Parnaíba, o Tocantins e o São 
Francisco pertencem(A), em grande parte, a (B) Pernambuco, mas a 
história prende-a à(C) Bahia. Foram baianos que, procurando terrenos 
apropriados à criação de gado, passaram à(D) Serra do Espinhaço, e 
favorecidos pelas catingas decíduas, chegaram ao rio de São Francisco, 
espontando(E) todos os rios secos que retalham Pernambuco, Paraíba, 
Rio Grande do Norte e Ceará. 
(Capistrano de Abreu, adaptado) 
a) A 
b) B 
c) C 
d) D 
e) E 
 
Gabarito: A (concordância) 
Comentário. 
A opção incorreta (gabarito da questão) envolvia um aspecto de 
concordância, já objeto de comentário na aula correspondente (questão 
41 da aula 4). Hoje, nos interessa falar sobre crase antes de topônimos, 
assunto que foi explorado nos itens corretos. 
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Em concordância nominal, vimos o uso de artigo definido antes de 
nomes de lugares, como em “os Estados Unidos” (a partir da questão 58 
da Aula 4). 
Se o topônimo for feminino, ou seja, se aceitar um artigo definido 
feminino antes do nome do lugar, e houver um termo regente a exigir a 
preposição, haverá a ocorrência de crase. 
Para confirmar o emprego do artigo feminino, é plenamente válido o 
teste com o verbo ‘morar’ – “Eu morei na (em + a) Bahia”. Então 
“Bahia” é um topônimo que aceita o artigo definido feminino. Assim, na 
construção “Eu fui à Bahia”, há crase por existir, como termo regente, o 
verbo ir, que exige preposição a, e no termo regido o substantivo 
Bahia, que aceita artigo definido feminino. Aplica-se, portanto, a regra 
geral de análise termo regido - termo regente. 
Por isso, está correto o item (C): o termo regente é prender (“Alguém 
prende uma coisa a outra”), que exige a preposição a; o termo regido é 
o substantivo Bahia, que, como vimos, aceita o artigo definido 
feminino. Assim, encontram-se a preposição a e o artigo a – “a história 
prende-a à Bahia”. 
Também estão corretas as seguintes opções: 
- (B) O topônimo Pernambuco é masculino e, portanto, não admite o 
artigo definido feminino, que seria necessário para a ocorrência de 
crase. Portanto, está correta a forma “... pertencem, em grande 
parte, a Pernambuco.”. 
- (D) O termo regente é passar, que, no sentido de ir, é transitivo 
indireto, exigindo a preposição a. O termo regido é “Serra do 
Espinhaço”. Vamos ao teste do “morar” para saber se este sintagma 
aceita artigo – “Eu morei na Serra do Espinhaço”. Sim, aceita o artigo 
definido feminino. Por isso, está correta a forma “... passaram à Serra 
do Espinhaço”. 
 
20 - (TTN/1998) Identifique o item sublinhado que contém erro de 
natureza ortográfica ou gramatical ou impropriedade vocabular, e 
marque a letra correspondente. 
Só uma visita à(A) Cuba, a ilha comunista encravada no calcanhar dos 
Estados Unidos, poderia ter levado uma viagem de João Paulo II de 
volta às(B) manchetes com grande destaque. Numa ressurreição do 
interesse despertado pelas primeiras viagens pontifícias, quando 
desafiou o império vermelho na Polônia e rezou missa em grotões do 
Terceiro Mundo, o desembarque do Papa em Havana esteve envolto na 
mística de ser um desses momentos históricos, carregados de 
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promessas. A Igreja sofre restrições em Cuba, que já foi um país 
católico e hoje conta com um número insignificante de seguidores da 
palavra de Roma, mas o Papa não foi à(C) ilha para passar um sermão 
público em Fidel Castro. Aos 71 anos e saúde debilitada, o comandante 
Fidel não tem sucessor à(D) altura de seu carisma e o mundo do pós-
comunismo torna impensável a manutenção do regime cubano, tal 
como sobrevive hoje, depois que Fidel for prestar contas a(E) Marx. 
 (Veja - 28/1/98, adaptado) 
 
a) A 
b) B 
c) C 
d) D 
e) E 
 
Gabarito: A 
Comentário. 
Mais uma questão envolvendo topônimo. Desta vez, Cuba. Vamos ao 
teste? “Eu morei em Cuba”. Esse substantivo não admite artigo definido. 
Logo, está incorreto o acento grave do item (A), devendo a forma 
correta ser: “Só uma visita a Cuba...”. 
Com relação aos demais itens corretos, cabem os seguintes 
comentários:(B) – O termo regente de volta rege preposição a (“Alguém está de 
volta a algum lugar.”). O termo regido manchetes admite artigo 
definido feminino. Assim, ocorre a contração dos dois vocábulos, 
formando às: “... de volta às manchetes ...”. 
(C) – O termo regente ir exige a preposição a (“Alguém vai a algum 
lugar”). O termo regido ilha aceita artigo definido feminino. Ocorre 
crase: “... o Papa não foi à ilha ...” 
(D) – A locução prepositiva feminina “à altura de” recebe acento grave 
sem que haja necessidade da análise “termo regente-termo regido”. É 
um dos casos especiais. 
(E) – O termo regente prestar contas exige preposição (“Alguém 
presta contas a outrem”). O termo regido é um nome próprio. Só se 
emprega artigo antes de nomes de pessoas quando se tem uma relação 
íntima com elas (“Soube que a Maria vai se casar.”). 
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24
Mesmo assim, por regionalismo, algumas pessoas omitem esse artigo, 
mesmo tendo intimidade com o sujeito de quem falam algo. Isso 
acontece em alguns estados e até mesmo em algumas cidades (em 
Niterói-RJ é freqüente a construção “Vou à casa de Sônia”). 
De qualquer forma, quando for nome de uma pessoa célebre, não se 
admite a colocação do artigo (“Os textos de Cecília Meirelles tocam 
fundo em nossa alma.” / “Raquel de Queiroz projetava-se na vida 
literária do país aos vinte anos .”). Além de tudo isso, Marx é um nome 
masculino, não podendo de forma alguma ser antecedido de artigo 
definido feminino – “... depois que Fidel for prestar contas a Marx.” 
Por último, um ponto que não foi explorado pelo examinador mas que 
pode ter deixado muita gente com a pulga atrás da orelha. Na 
passagem “o mundo do pós-comunismo torna impensável a manutenção 
do regime cubano”, muita gente boa e estudiosa poderia achar que o “a” 
mereceria um acento grave, usando o seguinte raciocínio: “Alguma coisa 
é impensável a alguém/alguma coisa.”. 
Vamos lá: levante a mão na frente do computador quem seguiu esse 
raciocínio... 
Acontece que o “a” antes de “manutenção” é somente um artigo. Essa 
construção está correta, pois não tem acento mesmo. Não existe 
preposição. Dispondo os termos da oração em outra ordem, iremos 
analisar a função sintática de impensável: 
“O mundo do pós-comunismo torna a manutenção do regime cubano 
impensável”. 
SUJEITO: o mundo do pós-comunismo 
VERBO: torna (um verbo transobjetivo, ou seja, possui objeto direto e 
predicativo do objeto direto) 
OBJETO DIRETO: a manutenção do regime cubano (por ser 
complemento direto, não apresenta preposição) 
PREDICATIVO DO OBJETO DIRETO: impensável (refere-se ao objeto 
direto, mas é exigido pelo verbo que, sem esse elemento, teria seu 
sentido prejudicado – “o mundo torna a manutenção ... [o quê?]... 
impensável.”) 
 
21 - (TRF/2000) Assinale a opção em que há erro gramatical. 
A economia brasileira, na década de 30 até a metade da de 40, 
embora(A) mais pujante(B) que a de alguns países vizinhos, 
poderia igualmente classificar-se como débil. Aquela altura(C) a 
indústria nacional produzia quase que só bens de consumo. Apesar 
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de o(D) Brasil dispor(E) das maiores reservas mundiais do melhor 
minério de ferro, só em virtude da Segunda Guerra Mundial, sob 
gigantesco esforço, foi possível construir a Companhia Siderúrgica 
Nacional. 
(Sylvio Wanick Ribeiro, com adaptações) 
a) A 
b) B 
c) C 
d) D 
e) E 
 
Gabarito: C 
Comentário. 
Mais um caso especial de crase, em que não se necessita aquela análise 
de termo regente – termo regido. 
Nesse caso, a acentuação se justifica pelo fato de o vocábulo apresentar 
valor circunstancial, exercendo na oração a função sintática de 
adjunto adverbial (àquela altura / naquela altura / àquela hora / 
naquela hora). Normalmente, vocábulos de valor adverbial, como esses, 
são introduzidos por uma preposição. Perceba que, se trocássemos o 
“aquela” pelo “esta”, ficaria: “a esta altura / a esta hora”. Por esse 
motivo, deve ser acentuado – àquela altura. 
 
22 - (TCE ES/2001) 
A parte racional e a parte irracional da alma estão em permanente 
conflito e contradição uma com a outra. Se a virtude não pertence 
apenas ao mundo da razão e não é, portanto, uma ciência una, 
invariável, absoluta, ela pode ser múltipla, mutante e até mesmo falsa. 
Mais ainda: se as virtudes estão relacionadas com as ações e as 
paixões, conforme afirma Aristóteles, estes movimentos e estas paixões 
são um dado da natureza humana. Não é em razão daquilo que 
sentimos que somos julgados bons ou maus. Isso seria um absurdo, 
pois os sentimentos estão inscritos em nosso aparelho psíquico, e não 
podemos deixar de senti-los. Ninguém se encoleriza intencionalmente. 
Ora, a qualificação bom /mau supõe que aquele que assim julga 
escolheu agir assim. Um homem não escolhe as paixões. Ele não é 
então responsável por elas, mas somente pelo modo como faz com que 
elas se submetam à sua ação. É deste modo que os outros o julgam sob 
o aspecto ético, isto é, apreciando seu caráter. 
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26
(Adauto Novaes) 
Julgue o item abaixo, em relação à estrutura do texto. 
 
II. O emprego do sinal indicativo de crase em "à sua"(l.14) é 
obrigatório. 
 
 
Item INCORRETO. 
Comentário. 
Qual das duas frases está correta: “Minha mãe é uma pessoa 
maravilhosa.” ou “A minha mãe é uma pessoa maravilhosa”? 
Resposta: AS DUAS! Não só porque ela é mesmo maravilhosa (beijo, 
D.Clélia!) mas, principalmente, porque o artigo antes do pronome 
possessivo é facultativo. 
Fale bem alto: “Meu trauma com Português foi superado!” ou “O meu 
trauma com Português foi superado” (repita 20 vezes, em voz alta!!! 
Não estou ouvindo!!!) 
Viu só? Não só resolvemos um (possível) bloqueio psicológico (que 
talvez você esteja carregando desde a sua 2ª série do 1º grau), como 
constatamos que, antes de pronome possessivo, o artigo é facultativo. 
Então, usaremos a nossa técnica para verificar a ocorrência da crase: 
“... faz com que elas se submetam à sua ação.” 
O termo regente, o verbo submeter, exige a preposição a (“Alguém se 
submete a alguma situação”). 
O termo regido (pronome possessivo + substantivo) admite o artigo 
definido feminino – a sua ação. 
No encontro da preposição com o artigo, haverá crase: à sua ação. 
Ocorre que é facultativa a colocação desse artigo definido antes do 
pronome possessivo [(a) sua ação]. Caso não haja artigo, não haverá 
também crase, uma vez que o único “a” será a preposição – (a sua 
ação). 
Essa assertiva, portanto, está INCORRETA ao afirmar que o acento é 
obrigatório em “à sua”. Não. Ele é facultativo, porque é facultativo o 
emprego do artigo antes do pronome possessivo. 
 
CUIDADO quando houver, em construções com pronomes possessivos, 
mais de um termo regido. Neste caso, devemos respeitar o paralelismo 
sintático, ou seja, o que acontecer com um elemento deve acontecer 
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27
também com todos os demais que exercem a mesma função sintática. 
Exemplo: 
“Preciso pedir dinheiro ..... minha mãe”. 
Termo regente – pedir – exige preposição a 
Termo regido – (a) minha mãe – como o emprego do artigo é 
facultativo, se houver artigo, há crase (pedir dinheiro à minha mãe); 
se não houver artigo, não há crase (pedir dinheiro a minha mãe). 
Assim, a lacuna pode ser preenchida com a ou com à. 
Com dois termos regidos: 
“Preciso pedir dinheiro ..... minha mãe e ao meu pai.” –nesse 
caso, se houve o emprego do artigo antes do segundo elemento (ao 
meu pai), deve-se empregar também no outro (à minha mãe), já que 
ambos exercem a mesma função sintática: “Preciso pedir dinheiro à 
minha mãe e ao meu pai”. A lacuna, agora, só poderia ser preenchida 
com à. 
Caetano Veloso disse uma vez que “ao” é o masculino de “à”. Esta troca 
é plenamente válida para análise: substituir uma palavra no feminino 
por outra no masculino e verificar se o “à” virou “ao”. 
 
23 - (ACE/2002) 
 Entre os males que afligem a sociedade brasileira o contrabando é, 
sem dúvida, um dos mais sérios, sobretudo porque dele decorrem 
inúmeros outros. Observa-se, no dia-a-dia, que o contrabando já faz 
parte da rotina das cidades, tanto nas atividades informais quanto no 
suprimento da rede formal de comércio, tomando o lugar de produtos 
legalmente comercializados. Os altos lucros que essas atividades 
ilícitas proporcionam, aliados ao baixo risco a que estão sujeitas, 
favorecem e intensificam a formação de verdadeiras quadrilhas, até 
mesmo com participação de empresas estrangeiras. São 
organizações de caráter empresarial, estruturadas para promover tais 
práticas nos mais variados ramos de atividade. 
(Adaptado de www.unafisco.org.br, 30/10/2000) 
Julgue a assertiva abaixo. 
d) Em “a que estão sujeitas”(l.7), “a” admite o uso de sinal indicativo de 
crase. 
 
Item INCORRETO 
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Comentário. 
Na passagem “aliados ao baixo risco a que estão sujeitas”, o pronome 
relativo que substitui baixo risco (“estão sujeitas a baixo risco”). 
Assim, percebe-se que o termo regente da preposição a é o adjetivo 
sujeitas. O termo regido é o pronome relativo. Como o pronome 
relativo não aceita artigo definido feminino antes de si, não ocorre 
crase, o que nos leva a afirmar que a assertiva está incorreta. 
 
24 - (AFC CGU 2003/2004) 
O que leva um compositor popular consagrado, uma glória da MPB, a 
escrever romances? Para responder a essa pergunta, convém 
lembrarmos algumas características da personalidade de Chico Buarque 
de Holanda. Primeiro, a forte presença de um pai que, além de ser um 
historiador notável, era um fino crítico literário. Depois, o fato de Chico 
ter se dado conta de que sua genial produção musical não bastava para 
dizer tudo que ele tinha a nos dizer. Não se pode dizer que o que o 
Chico nos diz nos romances não tem nada a ver com o que ele passa 
aos seus ouvintes através das suas canções. No recém-lançado 
Budapeste, por exemplo, eu, pessoalmente, vejo um clima de bem-
humorada resignação do personagem com suas limitações, um clima 
que me parece que encontrei, em alguns momentos, na sua obra 
musical. Uma coisa, porém, são as imagens sugestivas das canções; 
outra é a complexa construção de um romance. A distância entre ambas 
talvez pudesse ser comparada àquela que vai das delicadas e rústicas 
capelas românicas às imponentes catedrais góticas. Chico Buarque 
percorreu esse caminho com toda a humildade de quem queria aprender 
a fazer melhor, mas também com a autoconfiança de quem sabia que 
podia se tornar um mestre romancista. Valeu a pena. A autodisciplina 
lhe permitiu mergulhar mais fundo na confusão da nossa realidade, nas 
ambigüidades do nosso tempo. A ficção, às vezes, possibilita uma 
percepção mais aguda das questões em que estamos todos tropeçando. 
No caso deste romance mais recente de Chico Buarque, temos um rico 
material para repensarmos, sorrindo, o problema da nossa identidade: 
quem somos nós, afinal? 
(Leandro Konder, Jornal do Brasil, 18/10/2003) 
Julgue a assertiva abaixo, em relação aos aspectos gramaticais do texto. 
c) O sinal indicativo de crase em “àquela que vai das delicadas...” (l.15) 
é opcional. 
 
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29
Item INCORRETO. 
Comentário. 
O termo regente é comparada, que exige a preposição a (“Alguma 
coisa é comparada a outra.”). O termo regido está representado pelo 
pronome demonstrativo aquela. Assim, é obrigatória a acentuação do 
primeiro “a” do pronome, como indicativo de sua contração com a 
preposição a. 
Esse delicioso texto está repleto de expressões que poderiam suscitar 
dúvidas (“vale a pena”, “nada a ver”) e de passagens corretas em 
relação aos aspectos gramaticais já estudados em nossos encontros 
(“para responder a essa pergunta” – regência verbal e crase / “uma 
coisa são as imagens” – concordância verbal com o verbo ser). 
Por isso, acredito que valha a pena lê-lo várias vezes, analisando os 
aspectos sintáticos dos elementos textuais. 
 
25 - (TTN/1998) Marque o texto que contém erro de estruturação 
sintática ou de pontuação. 
a) Os profissionais liberais têm-se mostrado conscientes e dispostos 
a participar do movimento pela reforma da sociedade. 
b) Para diminuir a sonegação fiscal, o governo concede anistia a 
quem apresentar a retificação de sua declaração de renda. 
c) Cidadãos e governo colocaram-se frente a frente e finalmente 
entraram em acordo sobre a reforma tributária. 
d) Devido a necessidade de tornar a tarefa política mais ética e 
saudável, tem havido significativa mobilização. 
e) O Secretário solicita a essas pessoas que recorram a profissionais 
credenciados para obter esclarecimentos. 
 
Gabarito: D 
Comentário. 
A locução prepositiva “devido a” tem origem na forma participial 
adjetiva do verbo dever (devido). 
Como assim “forma participial adjetiva”? Vimos que o particípio é 
uma forma nominal que, muitas vezes, exerce a função que seria 
própria de um adjetivo, lembra? “Roupa lavada (adjetivo / particípio do 
verbo lavar)”, “cabelo penteado (adjetivo / particípio do verbo pentear)” 
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Na função adjetiva, a palavra “devido” (adjetivo / particípio do verbo 
dever) concorda em gênero e número com o substantivo 
correspondente e rege a preposição a: “Sua ausência devida a 
problemas de saúde foi notada.”, “Muitos acidentes devidos à falta de 
prudência dos motoristas são registrados nas estradas brasileiras.”. 
Apesar de condenada por diversos puristas, que acham que essa 
palavra só deve ser empregada na função adjetiva, a forma prepositiva 
“devido a” é abonada por ilustres como Celso Luft, sendo 
constantemente apresentada em questões da ESAF. 
Quando usado na locução prepositiva (devido a), o vocábulo “devido” 
não se flexiona (pertence ao conjunto de palavras invariáveis) – 
“Devido aos problemas de saúde, ela não veio.”, “Muitos acidentes 
ocorrem devido à falta de prudência dos motoristas.”. 
A preposição a, que forma a locução, poderá se contrair ao artigo 
subseqüente, no esquema “termo regente – termo regido”, como vimos 
recorrentemente neste estudo, havendo crase se o termo regido admitir 
artigo definido feminino (“O espetáculo foi cancelado devido à chuva”). 
 
Assim, na opção d, o termo regente é devido a. O termo regido é 
necessidade, que aceita o artigo definido feminino. Forma-se, então, 
crase – “Devido à necessidade de tornar...”. 
Na correta opção c, temos um exemplo de locução com palavras 
repetidas: “frente a frente”, caso em que não se coloca acento. Foi 
mencionado no início do nosso estudo de hoje. 
 
QUESTÕES DE CRASE COM LACUNAS 
A partir de agora, veremos a forma mais comum com que a ESAF 
explora esse assunto – questões com lacunas. 
Muitas vezes o candidato consegue identificar a resposta correta sem ter 
de preencher todas as lacunas. Uns preferem observar se, em algum 
dos itens, há uma lacuna cujas opções sejam totalmente divergentes 
nas alternativas. Resolvendo-secorretamente esta lacuna, acerta-se a 
questão de prova sem perda de tempo. Outros começam com as lacunas 
que apresentam duas ou três opções iguais, aumentando, assim, as 
chances de acertar a resposta a partir da eliminação das incorretas. Há 
também a possibilidade de ir preenchendo uma a uma e, aos poucos, 
eliminando as opções, até que reste apenas uma. 
Como a prática leva à perfeição, ao fazer vários exercícios como esses, 
o candidato desenvolverá cada vez mais habilidade para solucionar 
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questões de crase no menor tempo possível. Cada um que escolha a 
melhor maneira. 
26 - (AFC SFC/2000) Indique a seqüência que preenche corretamente 
as lacunas do texto abaixo. 
A história nos mostra que o desenvolvimento econômico europeu, ____ 
partir das navegações, sempre se fez ____ custa dos territórios 
ultramarinos. Não foram apenas as matérias-primas, destinadas ao 
consumo ou ____ produção que o financiaram, mas também o capital 
propriamente dito, fruto dos lucros e resultado do saqueio da natureza 
virgem. Hoje, a biotecnologia abre grande perspectiva ___ um país 
como o Brasil, de ricos bancos genéticos. O nosso território foi dos 
primeiros ____ ser saqueado em sua riqueza vegetal. É necessário 
impedir que os produtos da flora e da fauna nos sejam roubados, como 
roubados fomos no passado. No entanto, o governo está empenhado em 
aprovar uma proposta de emenda ____ Constituição que facilitará a 
entrega de nossos recursos biológicos ____ estrangeiros. 
(Mauro Santayana, Correio Braziliense, 25/10/2000, com adaptações) 
 
a) a, à, à, a, a, à, a 
b) a, a, à, a, a, a, a 
c) a, à, à, à, a, à, à 
d) à, a, a, à, à, a, a 
e) à, à, a, à, a, à, a 
 
Gabarito: A 
Comentário. 
Iremos analisar lacuna por lacuna. 
1ª) a partir de – locução prepositiva masculina – no meio da locução 
há um verbo e, antes de verbo, não há artigo (se for substantivado, 
recebe artigo masculino – “o partir do navio”). Só se acentuam as 
locuções femininas (à procura de, à espera de) - “... A partir das 
navegações...”. 
2ª) à custa de – esta, sim, é uma locução prepositiva feminina, que 
deve receber acento grave – “... À custa dos territórios...”. 
3ª) de um lado, o termo regente destinadas exige preposição a 
(“destinadas a”); do outro, o termo regido admite artigo definido 
feminino (“a produção”). Portanto, ocorre crase: ”... destinadas À 
produção...”; 
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4ª) de um lado, o termo regente abrir perspectiva exige a preposição 
a ; de outro, o termo regido é o substantivo masculino país, que já está 
acompanhado de um artigo indefinido (um país). Não se admite a 
colocação de um artigo definido feminino e, em virtude disso, não ocorre 
crase: “abre perspectiva A um país como o Brasil”; 
5ª) a preposição inicia uma oração reduzida de infinitivo e antes de 
verbo não pode haver artigo definido feminino. Por isso, o único a que 
existe é a preposição: “... foi dos primeiros A ser saqueado...” 
6ª) de um lado, o termo regente emenda exige a preposição a 
(emenda a alguma coisa); de outro, o substantivo Constituição (termo 
regido) admite o emprego de um artigo definido feminino (como sujeito, 
teríamos “A Constituição tem sido alvo de críticas.”). Ocorre crase da 
preposição a com o artigo definido a = “uma proposta de emenda À 
Constituição”; 
7ª) de um lado, o termo regente entrega exige a preposição a (entrega 
de alguma coisa a alguém); de outro, o termo regido é um substantivo 
masculino plural empregado de forma genérica – estrangeiros – que 
não admite artigo definido feminino. Portanto, não ocorre crase: 
“facilitará a entrega de nossos recursos A estrangeiros”. 
Assim, a ordem de preenchimento será: a, à, à, a, a, à, a. 
 
27 - (Procurador BACEN/2002) 
O ingresso dos bancos na era digital não se fez, obviamente, sem 
grandes e continuados investimentos. Sólida infra-estrutura, bom 
trabalho de orientação, as experiências bem-sucedidas de quem não vê 
maiores dificuldades na operação eletrônica vão dissipando 
_____resistências dos ainda não-digitalizados. Os clientes adaptam-se 
___ novas tecnologias de modos muito distintos. _____ segmentos de 
pessoas maduras, com mais de 60 anos, nos quais a utilização da 
Internet é maior do que em segmentos jovens, com menos de 30 anos. 
Procura-se fornecer o maior número de informações aos clientes, 
ajudando-os ___ superar as primeiras dificuldades e demonstrando que, 
nos meios eletrônicos, "o índice de falhas sistêmicas é mínimo". Embora 
metade da população economicamente ativa brasileira esteja fora do 
sistema bancário – e este é um novo território ainda ___ conquistar –, 
___ marcha da digitalização para os que já estão dentro do sistema é 
um caminho que não tem volta. 
(Adaptado de www2.estado.estadao.com.br/edição/especial/bancos) 
Indique a opção cujos itens completam corretamente as lacunas do 
texto acima. 
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a) as às Há a a a 
b) as as Há a a à 
c) as às A à à a 
d) às às Há a à a 
e) às as A à a a 
 
Gabarito: A 
Comentário. 
1ª) O verbo dissipar é transitivo direto e seu complemento é “as 
resistências dos ainda não-digitalizados”. Como o termo regente 
(dissipar) não exige preposição a, não ocorre crase; há somente o 
artigo definido feminino plural: “vão dissipando as resistências”. 
2º) O termo regente adaptar exige a preposição a (“Alguém se adapta 
a alguma coisa”). O termo regido é novas tecnologias, que admite 
artigo definido feminino plural (as novas tecnologias). Ocorre crase: “Os 
clientes adaptam-se às novas tecnologias”. 
3ª) Esta lacuna não poderia ser preenchida com “A”, pois não há termo 
regente a exigir uma preposição, tampouco o substantivo “segmentos” 
admite artigo definido feminino. Preenche-se com o verbo haver (no 
sentido de existir), que é impessoal e, por isso, não se flexiona. “Há 
segmentos de pessoas maduras”. 
4ª) Inicia-se, a partir do elemento dessa lacuna, uma oração reduzida 
de infinitivo. Normalmente, emprega-se uma preposição; no caso, a 
preposição a. Como verbo não admite artigo definido feminino, há 
apenas a preposição e não ocorre crase – ajudando-os a superar. 
5ª) Tal qual a quarta lacuna, essa deve ser preenchida por uma 
preposição que inicia uma oração reduzida de infinitivo de valor passivo 
(equivalente a “um novo território será conquistado”). Há somente a 
preposição, sem acento por não haver crase: “um novo território a 
conquistar”. 
6ª) “___ marcha da digitalização ... é um caminho que não tem volta.”. 
O substantivo “marcha” é o núcleo do sujeito. Não há termo regente que 
exija uma preposição. Portanto, o único a é um artigo que antecede 
esse substantivo:”A marcha da digitalização”. 
 
A ordem correta dos vocábulos é: as / às / Há / a / a / a . 
 
28 - (AFRF 2002.1) Marque a opção que preenche corretamente as 
lacunas. 
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Completamente excluídos das engrenagens de desenvolvimento da 
sociedade, os miseráveis são reduzidos _____ uma condição subumana. 
Seu único horizonte passa ____ ser ____ luta feroz pela sobrevivência. 
No lixão do Valparaíso, ____ poucos quilômetros de Brasília, ____ gente 
disputando os restos com os animais. 
(Fonte: Revista VEJA, edição 1735) 
a) à, a, a, há, há 
b) a, à, à há, a 
c) a, a, a, a, há 
d) à, a, a, à, há 
e) a, à, à, há, a 
 
Gabarito: C 
Comentário. 
1ª) O termo regente reduzidos exige a preposição (Todosforam 
reduzidos a alguma coisa). O termo regido já apresenta um artigo 
indefinido (uma), o que impede a colocação de um outro artigo. Não 
ocorre crase: “os miseráveis são reduzidos a uma condição 
subumana”. 
2ª) No meio de uma locução verbal pode haver uma preposição “passa 
a ser”, não existindo a possibilidade de emprego de artigo que justifique 
a acentuação. 
3ª) O termo regente é a locução verbal “passa a ser”, cujo verbo 
principal (ser) não exige preposição. Por isso, antes do termo regido 
luta, há somente artigo definido: “Seu único horizonte passa a ser a 
luta feroz pela sobrevivência”. 
4ª) Quando houver indicação de distância ou de tempo futuro (“Eu moro 
a dez metros da farmácia.”/ “Eu moro a vinte minutos do centro.” / “A 
dois meses do início do curso, ele cancelou sua inscrição.”), usa-se a 
preposição a. O termo que se segue (poucos) não admite artigo 
definido feminino. Portanto, apenas existe, nessa construção, uma 
preposição: a poucos quilômetros de Brasília. 
5ª) Nessa lacuna, deve-se empregar o verbo existir ou haver. O 
segundo verbo, por ser impessoal, não se flexiona: há gente 
disputando os restos com os animais. 
A ordem correta, portanto, é a / a / a / a / há 
 
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29 - (Fiscal do Pará/2002) Assinale a opção que preenche as lacunas de 
forma gramaticalmente correta. 
No que diz respeito ____ taxa de inflação, ainda que os resultados 
estejam longe da meta (mais de 7% ante ____ meta de 4%), é preciso 
reconhecer que diante dos acontecimentos de 2001 não se trata de um 
mau resultado. Todos sabemos que os “choques de oferta” não se 
prestam ____ ser controlados facilmente pela manipulação da taxa de 
juros e que freqüentemente, quando ocorre um choque é melhor 
encontrar um caminho mais longo para retornar ____ meta do que 
forçar uma volta rápida com maiores custos em matéria de crescimento. 
(Antonio Delfim Netto) 
a) à – a – a – à 
b) a – à – à – a 
c) à – a – à – a 
d) a – a – a – a 
e) a – a – à – a 
 
Gabarito: A 
Comentário. 
1ª) O termo regente dizer respeito exige a preposição a (“Isso não diz 
respeito a você.”). O termo regido taxa admite o artigo definido 
feminino. Ocorre crase: “No que diz respeito à taxa de inflação”. 
2ª) A preposição ante, que equivale a perante, é o termo regente e 
não aceita a preposição a (Ante a negativa / Ante o infortúnio / Ante as 
explicações). Por isso, não ocorre crase: mais de 7% ante a meta de 
4%. 
3ª) Antes de verbo não há artigo feminino. O que existe aí é somente a 
preposição a exigida pelo termo regente prestar (Isso se presta a 
alguma coisa) – prestam a ser controlados. 
4ª) O termo regente retornar exige preposição (“Alguma coisa retorna 
a algum lugar/alguma situação”). O termo regido admite o artigo 
definido feminino. Ocorre crase: para retornar à meta. 
A ordem é: à / a / a / à 
 
30 - (AFC STN/2002) Assinale a opção que preenche corretamente as 
lacunas do texto abaixo. 
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A substituição da conta Movimento do Governo no Banco do Brasil pela 
Conta Única do Tesouro no Banco Central, em 1988, contribuiu para que 
____ administração e o controle das finanças federais estivessem 
associados ____ execução financeira das unidades gestoras. A 
implantação da Conta Única eliminou mais de cinco mil contas bancárias 
governamentais, permitindo o controle mais eficaz do fluxo de caixa do 
Governo. Paralelamente, ocorreu ____ unificação dos orçamentos, 
eliminando-se o orçamento monetário e, por conseguinte, atrelando os 
gastos governamentais _____ prévia autorização do Congresso 
Nacional. Ainda ao final dos anos 80, o Tesouro Nacional assume as 
atividades relativas aos Programas de Fomento ____ Agricultura e ____ 
Exportações, transferidos do Banco Central, assim como das atividades 
relativas ao planejamento e administração da Dívida Mobiliária Interna. 
(Trecho adaptado de http://www.stn.fazenda.gov.br) 
 
a) à / à / a / à / a / as 
b) a / à / a / à / à / às 
c) a / a / à / à / à / a 
d) à / a / a / a / a / à 
e) a / a / à / a / à / as 
 
Gabarito: B 
Comentário. 
1ª) Os vocábulos “administração” e “controle” exercem a função 
sintática de núcleos do sujeito composto e, por não haver termo regente 
a exigir preposição, há apenas artigo antes dos substantivos (como em 
“o controle”). “A administração e o controle”. 
2ª) O termo regente associados exige preposição a. O termo regido 
execução admite artigo definido feminino. Ocorre crase, então: 
“associados à execução financeira”. 
3ª) A expressão “unificação dos orçamentos” é o sujeito de ocorreu, e, 
assim como na primeira lacuna, não existe preposição, só artigo 
definido: “ocorreu a unificação dos orçamentos”. 
4ª) O termo regente atrelar é transitivo direto e indireto, exigindo a 
preposição a (“Atrelar uma coisa a outra”). O termo regido prévia 
autorização aceita artigo definido feminino. Ocorre crase: “atrelando 
os gastos governamentais à prévia autorização do Congresso 
Nacional”. 
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37
5ª e 6ª) Essas duas lacunas deverão ser tratadas de forma idêntica por 
exercerem a mesma função sintática – complemento ao substantivo 
fomento. O termo regente fomento exige preposição a; os termos 
regidos agricultura e exportações admitem artigo definido feminino, 
respectivamente no singular e no plural. Assim, ocorre crase: 
“Programas de Fomento à Agricultura e às Exportações”. 
Em respeito ao paralelismo sintático, não poderia ser dado um 
tratamento diferente a cada um dos elementos, como sugerem as 
opções c (preposição com artigo no 1º elemento e somente preposição 
no 2º), d (somente preposição no 1º e preposição com artigo no 
singular no 2º) e e (preposição com artigo no 1º e somente artigo no 
2º). 
Tampouco poderia ser omitida a preposição, como ocorre na opção a 
(somente artigo nos dois elementos). 
Por isso, se começássemos por esta última lacuna, já saberíamos que a 
única opção correta é a de letra b. 
 
31 - (AFC CGU 2006) 
Assinale a substituição necessária para que o texto fique 
gramaticalmente correto. 
O estudo da FGV atribuiu a queda da pobreza ao crescimento econômico 
do país e listou fatores como estabilidade da inflação, reajuste do salário 
mínimo, recuperação do mercado de trabalho, aumento da geração de 
empregos formais e, ainda, o aumento da presença do Estado na 
economia, com uma maior transferência de renda para a sociedade. O 
aumento da taxa de escolarização da população tem sido fundamental 
para a redução da desigualdade entre ricos e pobres. E há uma nova 
geração de programas sociais que está fazendo a sociedade brasileira 
enxergar que é preciso dar mais à quem tem menos, e entre os 
exemplos estão o Programa Bolsa-Família e o Programa de 
Aposentadoria Rural. A cobertura desses dois programas alcança os 
bolsões de pobreza das zonas mais distantes dos grandes centros, 
reduzindo bastante a miséria no país. 
(Trecho adaptado de Em Questão, Subsecretaria de Comunicação 
Institucional da Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 379, 
Brasília, 30 de novembro de 2005) 
a) “a queda”(l.1) por à queda 
b) “como”(l.2) por tais como 
c) “o aumento”(l.4) por a ampliação 
CURSOS ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS – TURMA 2 
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d) “tem sido”(l. 6) por vem sendo 
e) “à quem”(l.9) por a quem 
 
Gabarito: E 
Comentário. 
O termo regente dar é, no contexto, um verbo transitivo indireto. O 
objeto indireto