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FENÔMENOS DE TRANSPORTE B - Aula 2 Profª: Valéria Rodrigues • Fluido contínuo; • Campo de velocidade e de aceleração; • Regime permanente e transitório; • Escoamentos Uni, Bi e Tridimensional; • Campo uniforme de escoamento; • Linhas de corrente, emissão e trajetórias; • Campo de tensão; • Viscosidade: dinâmica e cinemática; • Fluido Newtoniano e Fluido Não Newtoniano; • Pressão, temperatura e tensão superficial; • Descrição e classificação dos movimentos dos fluidos; • Exemplos de cálculo. Todos os materiais são constituídos de moléculas. O estudo das propriedades do fluido a partir do comportamento de suas moléculas consiste no enfoque molecular (matéria descontínua). O estudo do fluido a partir do enfoque molecular é de difícil solução matemática (a derivada de uma função só pode ser calculada em um ponto se a função for contínua naquele ponto). As propriedades do fluido são funções contínuas da posição e do tempo. É conveniente tratar o fluido como ummeio contínuo. Volumes muito pequenos promovem uma grande variação de ρ, porém acima de certo valor essa propriedade torna-se estável. Ex: δ∀ = 0,001 mm3 (grão de areia) possui em média 2,5 × 1013 moléculas. Gases e líquidos (CNTP) podem ser tratados como um meio contínuo. • Por menor que seja a divisão de um fluido (dm, dx, dv, etc), a parte isolada deverá apresentar as mesmas propriedades que a matéria como um todo. • A hipótese do contínuo permite estudar as propriedades dos fluidos através do cálculo diferencial e/ou integral, uma vez que a continuidade é fundamental na teoria do cálculo. massa específica Massa m Volume O conceito de contínuo é a base da mecânica clássica dos fluidos . Cada propriedade do fluido é considerada como tendo um valor definido em cada ponto no espaço. A hipótese do contínuo é válida no tratamento do comportamento dos fluidos sob condições normais (CNPT). Essa teoria falha somente quando a trajetória média livre das moléculas torna-se da mesma ordem de grandeza da menor dimensão característica significativa do problema. Ocorre em casos específicos (escoamento de um gás rarefeito em camadas superiores da atmosfera). Definição da massa específica em um ponto Na teoria cinética dos gases e na mecânica estatística realiza-se a análise dos fluidos considerando a ação de cada molécula. Nas aplicações de engenharia estudam-se as manifestações médias mensuráveis de um conjunto de moléculas. Representação de campo escalar A massa δm será dada pelo número instantâneo de moléculas contidas no volume δ∀ de modo que a massa específica média é dada por ρ = δm/δ∀ (valor flutuante). Moléculas entram enquanto outras saem. A massa específica em um “ponto” flutua aleatoriamente com o tempo. A linha pontilhada vertical representa um volume específico escolhido (δ∀) e cada ponto dado representa a massa específica (ρ) medida em um determinado instante. D = 0,01 μm15 moléculas 17 moléculas t1 t2 Conceito do meio contínuo possibilita o tratamento matemático adequado às aplicações de engenharia. São meios deformáveis, seus átomos ou suas moléculas estão muito próximos uns dos outros. O material pode ser considerado, macroscopicamente, como uma massa homogênea. Dimensões muito pequenas Substância homogênea as características médias permanecem as mesmas no cubo de tamanho reduzido. As características médias tenderão aos limites. dVol dm ΔVol Δm lim 0ΔV ρ dVol dP ΔVol ΔP lim 0ΔV γ As quantidades médias variam de maneira contínua. O elemento possui propriedades que dependem ou não da quantidade da substância presente. As que dependem extensivas (massa, peso, capacidade calorífera...). As que não dependem intensivas (massa específica, peso específico...). ρH20 = 1.000 kg/m 3 a 4°C, ϒ = 9,81 kN/m3 massa aceleração da gravidade Volume Peso m g Volume Densidade Relativa - dr ou SG (Specific Gravity) Relação entre a massa específica de uma substância e a de outra tomada como referência. o dr Líquidos água a 4 oC. Gases ar atmosférico a 0oC. O peso específico, ϒ, pode ser representado por: SG = 1SG = 𝜌 𝜌𝐻2𝑂 𝛾 = 𝑚𝑔 ∀ = 𝜌g Campo de Escoamento A descrição de qualquer propriedade do fluido como massa específica, pressão, velocidade e aceleração é formulada em função das partículas. A representação dos parâmetros dos fluidos em função das coordenadas espaciais e do tempo denomina-se campo de escoamento. A velocidade é uma grandeza vetorial, possui módulo, direção e sentido para sua completa descrição. Em termos de suas três componentes escalares. Distribuição da temperatura em uma sala – Campo de temperatura (grandeza escalar). T = T (x,y,z, t1) T = T (x,y,z, t2) T = T (x,y,z, t3)... T = T (x,y,z, tn) T = T (x,y,z,t) E o campo de velocidades (grandeza vetorial). kVjViVt)z,y,(x,V zyx kwjviut)z,y,(x,V ou ainda t)z,y,w(x,w t)z,y,v(x,v t)z,y,u(x,u Partícula fluida A: Velocidade função da posição e do tempo. kz(t)jy(t)ix(t)r onde t,rVV AAA Aceleração da partícula fluida: dt t,rVd a AA dt dz z V dt dy y V dt dx x V t V dt t,rVd a Regra da cadeia para funções vetoriais. V x y z t x y z t Funções de t. zyx Vz V V y V V x V t V a Aceleração convectiva Aceleração instantânea (local) convectivalocal aaa Taxa de variação da velocidade das partículas fluidas em instante do campo de escoamento. Taxa de variação da velocidade das partículas fluidas em função da posição no campo de escoamento. Voltando à expressão de aceleração e relembrando do cálculo. k z f j y f i x f f Gradiente de f. w z V v y V u x V t V a Del ou parcial. gradf dt dz z V dt dy y V dt dx x V t V dt t,rVd a i.i = j.j = k.k = 1 Escoamentos em regime permanente e transitório (não permanente) Regime permanente Velocidade não varia no tempo 𝜕𝑉 𝜕𝑡 = 0, na prática 𝜕𝑉 𝜕𝑡 ≠ 0 Regime transitório Velocidade varia no tempo de maneira aleatória. Isto é, não existe uma sequência regular para a variação. Escoamentos uni (1D), bi (2D) e tridimensionais (3D) Em geral, um campo de velocidade de um escoamento é tridimensional, ou seja: Em alguns casos uma ou duas componentes são muito menores que a(s) outras (s). Se u >> w e v >> w, então, temos escoamento bidimensional. Se u >> v e u >> w, então, temos escoamento unidimensional (não existem, mas pode ser usados para modelar muitos importantes). Escoamento uniforme em uma dada seção transversal possui velocidade constante através da seção normal ao escoamento. Velocidade relativa zero (condição de não deslizamento). Velocidade constante através de qualquer seção normal ao escoamento. 𝑉 = 𝑉𝑥 Exercício FOX: Para os campos de velocidade dados abaixo, determine: a. Se o campo de escoamento é uni, bi ou tridimensional. b. Se o escoamento é em regime permanente ou transiente. 𝑉 = 𝑎𝑦2𝑒−𝑏𝑡 𝑖 𝑉 = 𝑎𝑥𝑦2 𝑖 −𝑎𝑏𝑦𝑡 𝑗 𝑉 = [𝑎𝑒−𝑏𝑥 ] 𝑖 + 𝑏𝑡2 𝑗 𝑉 = 𝑎𝑥2 𝑖 + 𝑏𝑥 𝑗 + 𝑐 𝑘 𝑉 = 𝑎𝑥 𝑖+ 𝑏𝑦 𝑗 + 𝑐𝑡 𝑘 𝑉 = 𝑎(𝑥2 +𝑦2) 1 2( 1 𝑧3 ) 𝑘 𝑉 = 𝑎𝑥 + 𝑡 𝑖 − 𝑏𝑦2 𝑗 𝑉 = 𝑎𝑥2 𝑖 − 𝑏𝑥𝑧 𝑗 + 𝑐𝑦 𝑘 Trajetória: Linha traçada por uma dada partícula fluida ao longo de seu escoamento. Utiliza-se corantes ou fumaça para observar o escoamento. Usado para estudar, por exemplo, a trajetória de um poluente liberado em uma chaminé. Linhas de tempo: várias partículas adjacentes marcadas em um dado instante. X y z Partícula no instante t1 Partícula no instante t2 Partícula no instante t3 Linha de Corrente: tangencia os vetores velocidade de diversas partículas, umas após as outras • Duas linhas de corrente não podem se interceptar, senão o ponto teria duas velocidades. X y z Partícula 1 no instante t Partícula 2 no instante t Partícula 3 no instante t v1 v2 v3 Analiticamente, para escoamentos 2D, a inclinação da linha de corrente deve ser igual a tangente do ângulo que o vetor velocidade faz com o eixo x, ou seja: Experimentalmente, a visualização do escoamento com corantes produz linhas de corrente para um escoamento permanente, mas para escoamentos não permanentes o experimento não necessariamente oferece informação sobre as linhas de corrente. Linha de Emissão (filete):definida pela sucessão de partículas que tenham passado pelo mesmo ponto. A pluma que se desprende de uma chaminé permite visualizar de forma grosseira uma linha de emissão. Ponto de Referência Fotografia de seis linhas de emissão para o escoamento sobre um automóvel em um túnel de vento. Se o escoamento for permanente a velocidade em cada ponto do campo permanece constante com o tempo. As linhas de corrente (LC) não variam de um instante para outro. Uma partícula localizada em uma LC permanecerá sobre ela partículas consecutivas passando num ponto fixo estarão na mesma LC e permanecerão nela Linhas de corrente (LC), linhas de trajetória (LT) e linhas de emissão (LE) coincidirão. Integração das equações que definem as linhas tangentes ao campo de velocidade. V jviuV Escoamento bidimensional u v dx dy jdyidxrd 0Vrd u v y x Como obter equações das LC? Pessoa regando plantas com uma mangueira e movendo para baixo e para cima. Oque acontece quando diminuímos o diâmetro de uma tubulação? Exemplo 2.1: Livro Fox et al. (2016). Um campo de velocidade é dado por 𝑉 = 𝐴𝑥 𝑖 − 𝐴𝑦 𝑗 as unidades de V são m/s; x e y são dados em m; A = 0,3 s-1. a) Obtenha uma equação para as linhas de corrente no plano xy. Resp. xy = c. b) Trace a linha de corrente que passa pelo ponto (x0, y0) = (2,8). Resp. x0y0 = 16 m2. Ilustrar gráfico. c) Determine a velocidade de uma partícula no ponto (2,8). Resp. 𝑽 = 𝟎, 𝟔 𝒊 − 𝟐,𝟒 𝒋 d) Se a partícula passando pelo ponto (x0, y0) no instante t = 0 for marcada, determine sua localização no instante t = 6 s. Resp. (x, y) = (12,1; 1,32). e) Qual a velocidade desta partícula em t = 6s. Resp. 𝑽 = 𝟑, 𝟔𝟑 𝒊 − 𝟎, 𝟑𝟗𝟔 𝒋 f) Mostre que a equação da trajetória da partícula é a mesma equação da linha de corrente. Resp. x0y0 = xy. Campo de tensão Forças de superfície: geradas pelo contato entre partículas ou superfícies sólidas. Ex: pressão. Forças de campo: agem através das partículas. Ex: campo por gravidade ( 𝑔) e campo por volume (ρ 𝑔d∀). Vetor unitário normal Uma componente da tensão é positiva quando o seu sentido e o do plano no qual atua são ambos positivos ou ambos negativos. • A tensão que passa por um ponto é especificada pelas suas nove componentes (tensor de tensão). • Por um ponto passam um nº infinito de planos, resultando um nº infinito de tensões. • O estado de tensão em um ponto é determinado especificando a tensão que atua nos três planos perpendiculares que passam por esse ponto. Porém pode ser especificado completamente em três planos quaisquer. • As componentes das tensões são definidas por índices duplos. • Os planos são nomeados + ou – de acordo com o sentido da normal. • Convenção de sinais: o vetor de área dA sempre aponta para fora do volume de controle (VC). σ 1,2 Direção do plano no qual a tensão atua (vetor normal). Direção do eixo na qual a tensão aponta. O estado de tensão pode ser completamente descrito pelas tensões atuantes em três planos quaisquer ortogonais entre si que passam pelo ponto. Tensão normal Tensões cisalhantes 𝝈𝒙𝒙 = 𝐥𝐢𝐦 δ𝑨𝒙→𝟎 δ𝑭𝒙 δ𝑨𝒙 𝝉𝒙𝒚 = 𝐥𝐢𝐦 δ𝑨𝒙→𝟎 δ𝑭𝒚 δ𝑨𝒙 𝝉𝒙𝒛 = 𝐥𝐢𝐦 δ𝑨𝒙→𝟎 δ𝑭𝒛 δ𝑨𝒙 𝝉𝒙𝒚 Índice duplo. Atua no plano x e na direção de y. Tensão normal Tensões cisalhantes Plano x-z Direção y Representa o plano pela coordenada que a área aponta (vetor n). 𝑛 dAy (+) σyy τyz τyx dAx dAy dAz Coordenadas retangulares dAx (+)dAx (-) dA sempre aponta para fora do VC. Tensão positiva: dA e τ apontam para o mesmo sentido do eixo de referência, ou seja, ambos positivos ou negativos. Tensão negativa: dA e τ apontam para o sentido contrário do eixo de referência. (-) (+) (+) Eixo de referência. Propriedade que caracteriza a resistência à modificação relativa das partículas. Um fluido em repouso não oferece nenhuma resistência à modificação relativa de suas partículas. O mesmo ocorre nos fluidos considerados perfeitos. Fluidos reais há um esforço de atrito entre as partículas esforços tangenciais tensões de cisalhamento. Viscosidade Sólidos são elásticos e Fluídos são viscosos. As tensões são desenvolvidas qdo um sólido é deformado e qdo um fluido é escoado. Os tipos de fluidos podem ser definidos por meio da relação entre cisalhamento e escoamento (taxa de deformação). Lei de Newton da viscosidade fluidos newtonianos a tensão de cisalhamento é diretamente proporcional à taxa de deformação. O atrito interno devido, basicamente, às interações intermoleculares (forças coesivas) e/ou trocas de quantidade de movimento. Geralmente função da temperatura. ƍ Força constante Fluido em repouso y x y x 0A yx dA dF A F lim y Deforma continuamente Tensão de cisalhamento Área de contato do elemento fluido com a placa. y u t d d d dα dy du yx tl t l u δuδδ δ δ δ dy du dt d t lim 0t αα Taxa de deformação = ll δδ y t δαδδuδ y t δu/δδα/δ Cateto Adjacente Cateto Oposto Intervalo t fluido deformado: MNOP M’NOP’ yl y l y l tg δαδδ δ δ δα δ δ δα Ângulos em radianos. y u t d d d dα Mostra a igualdade Ângulo pequeno 1 2 3 tl δuδδ Δy ΔU AF μ Viscosidade absoluta ou dinâmica 2L FT μ Dimensão: Unidade no SI: 2m N.s 2 2 m .sKg.m/s Pa.s m.s Kg dy dU A F μ Viscosidade cinemática ρ μ ν T L2 ν Dimensão: Unidade no SI: s m2 Variação da viscosidade de fluidos newtonianos com a Temperatura e Pressão. • Para gases: • O aumento da temperatura, aumenta a viscosidade. • A pressão somente influencia a partir de 1000 kPa, no qual ocorre aumento da viscosidade com o aumento da pressão. • Para líquidos: • O aumento da temperatura, diminui a viscosidade. • A pressão geralmente não exerce efeito, porém a viscosidade pode sofrer aumento em pressões muito altas. MECÂNICA DOS FLUIDOS CONTÍNUOS NÃO VISCOSO VISCOSO COMPRESSÍVEL INCOMPRESSÍVEL OS FLUIDOS VISCOSOS PODEM SER CLASSIFICADOS EM DOIS GRANDES GRUPOS: FLUIDOS NEWTONIANOS E FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS. dy du 0 20000 40000 60000 80000100000 0 50 100 150 200 SOLUÇÕES DE SACAROSE ÁGUA GASOLINA MERCÚRIO T e n s ã o d e C is a lh a m e n to ( P a ) Taxa de Deformação (s)-1 FLUIDOS NEWTONIANOS: Fluidos não-newtonianos a deformação não segue a Lei de Newton depende do grau de deformação. Exemplo de pseudoplástico (não dilatante) tinta látex. Exemplo de dilatante água + amido de milho e areia + água (areia movediça). Exemplo de plástico de Bingham pasta de dente, lama de perfuração e argila. Reduz-se à lei da viscosidade de Newton para n = 1 e k = μ. Viscosidade aparente do fluido. Fluidos não newtonianos dependentes do tempo: -FLUIDOS TIXOTRÓPICOS: DECRÉSCIMO NA VISCOSIDADE APARENTE CONFORME A DURAÇÃO DA TENSÃO. TIXOTRÓPICO REOPÉCTICO EXEMPLO: VIDRO, DIVERSOS TIPOS DE TINTAS. -FLUIDOS REOPÉCTICOS: APRESENTAM COMPORTAMENTO INVERSO DOS TIXOTRÓPICOS. EXEMPLO: SUSPENSÃO DE GESSO, LUBRIFICANTES. Exemplo 2.2: Livro Fox et al. (2016). Uma placa infinita move-se sobre uma segunda placa, havendo entre elas uma camada de líquido, como mostrado. Para uma pequena altura da camada, d, podemos supor uma distribuição linear de velocidade no líquido. A viscosidade do líquido é 0,0065 g/cm.s e sua densidade relativa é 0,88. Determine: a) A viscosidade absoluta do líquido, em N.s/m2. Resp. 6,50 x 10-4 N.s/m2. b) A viscosidade cinemática do líquido, em m2/s. Resp. 7,39 x 10-7 m2/s. c) A tensão de cisalhamento na placa superior, em N/m2. Resp. 0,65 N/m2. d) A tensão de cisalhamento na placa inferior, em Pa. Resp. Resp. 0,65 Pa. e) O sentido de cada tensão de cisalhamento calculada nas partes (c) e (d). Resp. x negativo e x positivo. Tensão Superficial Tensão Superficial Superfície da Água (líquido)/Ar (gás) Características da membrana elástica esticada (tensão superficial): • Θ – ângulo de contato. • σ – módulo de tensão superficial (N/m).Membrana elástica Dependem dos tipos de líquidos e da superfície. A pureza do líquido afeta o ângulo de contato. Tensão Superficial Gotas arredondadas. Θ > 90° - Água “molha” a superfície do carro. Gotas achatadas. Θ < 90° - Água “não molha” a superfície do carro. Carro sujoCarro Limpo Efeitos da tensão superficial. Ex: Gotas de água na superfície do carro sujo e após lavagem (limpo). Bolha de sabão: a tensão superficial age em ambos os lados (interno e externo) Adesão Coesão Tensão superficial + Sólido hidrófobo (θ > 90°) – Parafina - Sólido hidrófilo (θ < 90°) – Vidro Neutro (θ = 90°) – Prata As forc ̧as atrativas aplicadas nas moléculas no interior do líquido se equilibram devido à simetria. As forças que atuam sobre as moléculas da superfície do líquido não são simétricas. A força resultante tende a puxar as moléculas da superfície para o interior da massa líquida. Ocorre equilíbrio entre as repulsivas das moléculas abaixo da superfície do líquido que são comprimidas (reduc ̧ão da área de superfície do líquido). Gota de água no ar atmosférico (adesão < coesão) A tensão superficial de um líquido decresce com a temperatura e torna-se nula no ponto crítico, não há interface distinta entre líquido e vapor em temperaturas acima do ponto crítico. O efeito da pressão na tensão superficial usualmente é desprezível. Tabela A.4 – Livro Fox, et al. (2016) Tensão superficial varia com a temperatura. Valores a 20 °C. A tensão superficial é tão alta no Hg que as gotas formam esferas “sólidas” sobre uma superfície lisa, sem molhar. Experimento simples para demonstrar a tensão superficial da água. Utilize um pote plástico, água da torneira, agulhas de costura (gilete, clip), detergente para louças. Coloque água no pote plástico e com bastante cuidado coloque a agulha flutuando na água. A agulha irá flutuar devido a tensão superficial. Agora pingue uma gosta de detergente na superfície da água (longe da agulha). A agulha irá afundar pois, o detergente quebra a tensão superficial da água. O detergente é tensoativo e gera problemas ambientais em cursos d’água devido ao despejo de esgotos sem tratamento na água. https://www.youtube.com/watch?v=yPT6yTxLPO8 Maior pressão exercida no ponto pela força peso da agulha. Coloque um pouco de pimenta do reino em pó em um prato com água, não cubra toda a superfície. Coloque o dedo no centro do prato e nada acontece. Agora pingue uma gota de detergente em seu dedo e repita o procedimento anterior. A pimenta do reino em pó vai para as laterais do prato. Isso acontece porquê o detergente reduz a tensão superficial da água. https://www.youtube.com/watch?v=2suY9h7xnKg&feature=youtu.be Coesão, adesão e tensão superficial são responsáveis pela capilaridade da água. A elevação do líquido é inversamente ao diâmetro do tubo e a temperatura. Capilaridade: efeito da tensão superficial. • O efeito capilar é parcialmente responsável pela subida da água em árvores (1). • A subida da querosene por um pavio de algodão inserido na lamparina (2). • Medida de pressão em canalizações e reservatórios (3). • Umidade em elementos estruturais (fundação, pilares) (4). • Localização de aquíferos confinados e não confinados (5). 1 2 3 4 5 Menisco Capilaridade: elevação ou rebaixamento da altura (ascensão ou depressão) de uma coluna líquida em um tubo de pequeno diâmetro (capilares) imerso em um líquido. Menisco As moléculas liquidas na interface sólido-líquido são submetidas por forças coesivas com outras moléculas liquidas como por forças adesivas com moléculas do sólido. As moléculas de água são atraídas com maior força pelas moléculas de vidro do que pelas outras moléculas de água e, portanto, a água tende a subir pela superfície do vidro. O oposto ocorre com o mercúrio, o que impede a ascensão da superfície do líquido próximo a parede de vidro. ρH2O = 1000 kg/m3, ρHg = 13600 kg/m3 Equação de Laplace Acréscimo da pressão interna. Decréscimo da pressão interna. Não altera a pressão interna. A resultante da força F é f. 𝑃 = 𝐹𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐴 𝑃 = 𝜎𝐴𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙 𝐴 𝑃 = 𝜎2π𝑅 π𝑅2 Para uma superfície esférica com raio de curvatura R, a pressão é dada pela fórmula de Laplace: Na superfície do líquido a força f atua para cima, devido à pressão de Laplace, e a força gravitacional (Fg), para baixo, devido ao peso da coluna do líquido no capilar. Interface côncava. Pressão de Laplace. Área transversal do capilar. No equilíbrio: f = Fg Fazer a equação de h em função de D R = D/2, então, h = 4σcosα/ρgD Equilíbrio de forças na coluna líquida cilíndrica de altura h no tubo. A forças do efeito capilar é quantificada pelo ângulo de contato. Mesmo nível O fino filme do dispositivo tem duas superfícies (2b). F no sentido oposto para equilibrar o efeito de tração. Quando o arame móvel é puxado a uma distância ∆x, área da superfície aumenta em ∆A = 2b∆x e o trabalho W realizado durante o processo de estiramento é: F = Tensão (N/m) x comprimento (m)Diferença de pressão ∆A = b∆x + b∆x = 2b∆x Uma interface curva indica diferença de pressão ao longo dela, sendo a pressão maior no lado côncavo. A pressão ∆P maior que a pressão atmosférica no interior de uma gotícula ou bolha é determinada considerando um diagrama de corpo livre de meia gotícula ou bolha. P i =Pressão interna. P o =Pressão externa. O excesso de pressão na gotícula líquida em um gás (ou numa bolha de gás em um líquido) – Processo infinitesimal. Aumento da energia superficial durante a expansão. O trabalho de expansão realizado. Equaçãode Laplace 2πR 𝜎𝑠 + 2πR 𝜎𝑠 A = 4𝜋𝑅2 Exemplo 2.3: Livro Fox et al. (2016). Crie um gráfico mostrando a ascensão ou depressão capilar em coluna de mercúrio ou de água, respectivamente, como uma função do diâmetro do tubo D. Determine o diâmetro mínimo requerido para cada coluna de modo que a magnitude da altura seja menor que 1 mm. Resp. DHg = 11,2 mm; Dágua = 30,0 mm. A equação superestima o efeito da capilaridade e fornece resultados razoáveis somente para diâmetros menores do que 2,54 mm. Para diâmetros na faixa 2,54 < D < 2 7,94 mm, os dados experimentais para a ascensão capilar em uma interface água- ar estão correlacionados por meio da expressão empírica Δh = 0,400/e4,37D. Çengel, et al. (2015).
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