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Ponto 8 1 - petitorias

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Curso: Direito
Disciplina: Direito das Coisas
Profª. Kátia Rovaris de Agostini
Ponto 8 - Propriedade
1. Conceito
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Coisa corpórea – domínio
→ Quando todos os elementos estiverem reunidos em uma só pessoa – propriedade plena, se houver desmembramento, passando um dos poderes a ser exercido por terceiro, diz-se limitada.
Direito usar (jus utendi) – faculdade de utilizar a coisa da maneira que achar mais conveniente, podendo excluir terceiros de igual uso. Aqui ganha relevância o princípio da função social da propriedade;
Direito de gozar ou usufruir (jus fruendi) – direito de perceber os frutos e aproveitar os produtos;
Direito de dispor da coisa (jus abutendi) – transferir a coisa, gravá-la com ônus ou de aliená-la
Direito de reaver a coisa (rei vindicatio) – direito de sequela.
2. Ações Petitórias.
	Enquanto as ações possessórias visam à defesa da posse (situação de fato), as ações petitórias têm por finalidade a defesa da propriedade (situação de direito). As ações petitórias são aquelas em que o autor quer a posse do bem e ele assim deseja pelo fato de ser proprietário. Competem tais ações ao proprietário não possuidor contra o possuidor não proprietário. 
Ação Reivindicatória.
A ação reivindicatória tem caráter essencialmente dominial e por isso só pode ser utilizada pelo proprietário. Três são os pressupostos de admissibilidade de tal ação: i) titularidade do domínio, pelo autor, da área reivindicada; ii) individuação da coisa e iii) a posse injusta do réu.
Tem a jurisprudência proclamado atualmente ser suficiente, no caso de propriedade bem imóvel, a juntada do registro imobiliário para demonstrar a titularidade do domínio.
a) Efeitos da Ação Reivindicatória
	Constitui efeito específico da ação reivindicatória obrigar o possuidor a restituir ao proprietário a coisa vindicada, com as consequências decorrente sobre frutos, produtos, bem como no tocante a perda ou deterioração.
b) Imprescritibilidade da Reivindicatória.
	A pretensão reivindicatória é imprescritível, embora de natureza real. A ação que lhe corresponde versa sobre o domínio, que é perpétuo
	
c) Usucapião como matéria de defesa
A usucapião pode ser arguida como defesa da ação reinvindicatória.
1.2. Imissão de Posse.
	Era uma ação prevista no art. 381 do Código de Processo Civil de 1939 que visava entregar a posse àquele proprietário que não a tinha. Foi concebida para ser utilizada pelos adquirentes de bens, para haverem a respectiva posse, contra os alienantes, ou terceiros, que os detinham; aos administradores e demais representantes das pessoas jurídicas de direito privado, para haverem dos seus antecessores a entrega dos bens pertencentes à pessoa jurídica representada; aos mandatários, para receberem dos antecessores a posse dos bens do mandante.[1: BEVILÁQUA, Clóvis. Direito das Coisas. Vol. I. 5 ed. atual. por José de Aguiar Dias. Rio de Janeiro: Forense, 1960. p. 58.]
	Apesar do nome, a ação de imissão de posse não tem natureza possessória, mas sim, petitória uma vez que o autor invoca o seu direito baseado no jus possidendi e não no jus possessionis..[2: Nesse sentido, Resp n. 1126065/SP (Inf. n. 407, set. de 2009):RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE IMISSÃO NA POSSE - NATUREZA JURÍDICA - INSTRUMENTO PROCESSUAL QUE REVELA UM VIÉS PETITÓRIO - DIREITO REAL DE PROPRIEDADE - CONSTITUIÇÃO - REGISTRO - PRETENSÃO DE IMITIR-SE NA POSSE - PREVALÊNCIA DAQUELE QUE É TITULAR DO DOMÍNIO - RECURSO ESPECIAL PROVIDO.1. A ação de imissão na posse, ao contrário do que o nomen iuris pode indicar, tem natureza petitória.2. A presente ação (ação de imissão na posse) é instrumento processual colocado à disposição daquele que, com fundamento no direito de propriedade e sem nunca ter exercido a posse, almeja obtê-la judicialmente.3. De acordo com a legislação de regência, o direito real de propriedade imobiliária se perfaz com o respectivo registro no fólio real, medida esta não tomada pelos recorridos que, a despeito de terem adquirido o bem em momento anterior, não promoveram o respectivo registro, providência tomada pelos recorrentes.4. In casu, confrontando o direito das partes, com relação à imissão na posse, há de prevalecer aquele que esteja alicerçado no direito real de propriedade, na espécie, o dos recorrentes.5. Recurso especial provido. (STJ. REsp 1126065/SP. 3ª Turma. Rel. Min. Massami Uyeda. DJe 07.10.2009.)]
	Ela não está mais prevista no CPC a não ser em casos esparsos, como nos arts. 538, 625 e 896 do novo Código de Processo Civil. No entanto, segundo boa doutrina, apesar do atual Código de Processo Civil não a ter tratado expressamente, isso não quer dizer que a mesma deixou de existir, podendo ela ser utilizada sempre que houver uma pretensão a imissão na posse de algum bem, até porque nos termos do art. 189 do Código Civil a cada pretensão deve existir uma ação que a garanta.[3: Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil ..., pp. 155-157.]
1.3. Ação Negatória.
Tem cabimento quando o domínio do autor está sofrendo alguma restrição por ato de terceiro que se julgue com direito de servidão sobre o imóvel.[4: Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado ..., p. 500.]
	Embora seja mais comumente ajuizada nesta hipótese, é certo, porém, que pode ser invocada contra quaisquer atos atentatórios da liberdade do domínio, embora esses atos não constituam exercício material de servidões.
1.4 Ação de Dano Infecto.
	É medida preventiva como o interdito proibitório e que se dá quando o possuidor tenha fundado receio de que a ruína de prédio vizinho ao seu, ou vício na sua construção, possa vir a causar-lhe prejuízo.[5: Caio Mário, Instituições ..., vol. 4, p. 59.]
	A ação de dano infecto visa obter do proprietário do prédio em ruína caução para garantia de futura indenização, a realização dos reparos necessários ou a demolição da obra perigosa. Está prevista nos arts. 1.280 e 1.281 do Código Civil e não é propriamente uma ação possessória, mas sim, uma ação cominatória. No entanto, como admite a sua utilização tanto pelo proprietário quanto por qualquer possuidor, insere-se dentro da categoria das ações possessórias atípicas.[6: Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente.Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor delas as necessárias garantias contra o prejuízo eventual.][7: Orlando Gomes, Direitos Reais ..., p. 106.]

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