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5 – Análise do Lugar das Raízes 1 5 – Análise do Lugar das Raízes 5.1 – Objetivos da aula • Caracterizar o Lugar das Raízes; • Conceituar as Regras para elaboração do Lugar das Raízes; • Definir os tipos de análise dos sistemas a partir dos diagramas; • Exercitar os conceitos. 5.2 - Introdução O Método do Lugar das Raízes (M.L.R.) é uma técnica desenvolvida por Evans em 1948, que permite visualizar como variam os polos de um sistema em malha fechada quando se altera o valor do ganho. Trata-se de um método poderoso de análise e projeto para a estabilidade e a resposta transitória e sua análise gráfica permite uma descrição qualitativa do desempenho de um sistema de controle (sistemas realimentados dependem fortemente da matemática). Os estudos feitos até aqui, contemplaram as respostas de sistemas de primeira e segunda ordens. Uma vantagem do MLR está na sua capacidade de permitir análises e soluções para sistemas de ordem superior e pode ser usado para descrever qualitativamente o desempenho de um sistema a medida que diversos parâmetros são alterados, bem como as faixas de estabilidade de um sistema específico. Apesar de ser originalmente uma técnica gráfica para determinação dos polos, o MLR é uma ferramenta de grande utilidade na definição da estrutura de um controlador e atualmente encontra-se implementado em diversos pacotes computacionais. 5.3 – O Problema do Sistema de Controle Um problema conhecido em sistemas de controle é: enquanto os polos da função de transferência em malha aberta são facilmente determinados (comumente são conhecidos por inspeção e não se Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 2 alteram com mudanças no ganho do sistema), os polos da função de transferência a malha fechada são mais difíceis de determinar (normalmente não podem ser encontrados sem fatorar o polinômio característico do sistema, o denominador da função de transferência). Além disso, os polos a malha fechada se alteram quando se muda o ganho. Isso pode ser facilmente observado na seguinte: Figura 5.1 – Sistema de controle com realimentação [NISE] Neste exemplo da figura acima, temos: Função de Transferência de Malha Aberta: FTMA=K⋅G(s )⋅H (s) (5.1) Função de Transferência de Malha Fechada: FTMF=T (s)= K G(s) 1+KG (s )H (s) (5.2) Exercício 5.1: Seja G(s)= s+1s (s+2) e H (s)= s+3 s+4 a) Calcule os zeros e polos do sistema em malha aberta. b) Determine a função de transferência em malha fechada. Determine seus zeros. Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 3 c) Verifique que os polos do sistema em malha fechada são mais difíceis de calcular e dependem do ganho K. 5.4 – Representação Vetorial de Números Complexos Um número complexo s=σ+ jω=M ∠ θ pode ser descrito como um vetor: Figura 5.2 – Representação vetorial de números complexos [NISE] Quando o número complexo é substituído em uma função complexa F(s) , temos como resultado outro número complexo. Por exemplo, se F(s)=s+a , substituindo então o número complexo s=σ+ jω resulta F ( s)=(σ+a) jω , outro número complexo. Este número é mostrado a seguir: Figura 5.3 – Representação vetorial do número F (s )=(σ+a ) jω [NISE] Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 4 Observe que F(s) apresenta um zero em -a. Se deslocarmos o vetor de 'a' unidades para a esquerda, como a seguir, teremos uma representação alternativa do número complexo que se origina no zero de F(s) e termina no ponto s=σ+ jω . Figura 5.4 – Representação alternativa do número F ( s)=(σ+a) jω [NISE] Concluímos que (s+a) é um número complexo e pode ser representado por um vetor traçado a partir do zero da função ao ponto s. Exemplo 5.1: F ( s)=s+7 calculada no ponto s=5+ j2 vale F (5+ j2 )=12+ j2 e pode ser obtido traçando a partir do zero da função, -7, um vetor até s=5+ j2 como mostrado a seguir. Figura 5.5 – Representação de F ( s)=s+7 calculada em s=5+ j2 [NISE] Vamos agora admitir a função: Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 5 F (s )= ∏ i=1 m (s+ zi) ∏ j=1 n ( s+ p j) = (s+z1)(s+z 2) ...(s+ zm) (s+ p1)(s+ p2)...(s+ pn) (5.3) Nesta função temos fatores complexos no numerador e no denominador e uma vez que cada fator complexo pode ser visto como um vetor, a magnitude M de F(s) em cada ponto s é dada por: M= ∏ i=1 m |(s+zi)| ∏ j=1 n |(s+ p j)| (5.4) A expressão acima pode ser interpretada como “o produto das distâncias até os zeros dividido pelo produto das distâncias até o polos” (pois |s+ z i| é a magnitude do vetor traçado a partir do zero de F(s) em −z i ao ponto s e |s+ p j| é a magnitude do vetor traçado a partir do polo de F(s) em −p j ao ponto s. O argumento (ângulo ou fase) de F(s), em qualquer ponto s é dado por: θ=∑ i=1 m |(s+z i)−∑ j=1 n |(s+ p j) (5.5) A expressão acima pode ser interpretada como “a soma dos ângulos de dos zeros menos a soma dos ângulos dos polos” (onde o argumento do zero é o ângulo, medido no sentido trigonométrico, a partir do eixo real, de um vetor traçado do zero de F(s) em −z i ao ponto s e o argumento do polo é o ângulo, medido no sentido trigonométrico a partir do eixo real, de um vetor traçado do polo de F(s) em −p j ao ponto s. Exercício 5.2 (NISE p.316): Dado F ( s)= (s+1)s(s+2) , obtenha F(s) no ponto s=−3+ j4 usando a abordagem geométrica vista acima. Exercício 5.3 (NISE p.316): Dado F ( s)= (s+2)(s+4)s(s+3)(s+6) , obtenha F(s) no ponto s=−7+ j9 das seguintes formas: a) Substituindo diretamente o ponto em F(s). b) Calculando o resultado usando vetores. Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 6 5.5 – Definindo o Lugar Geométrico das Raízes O Lugar Geométrico das Raízes (L.G.R.) é um diagrama construído no plano complexo a partir dos polos e zeros do sistema em malha aberta, que representa o conjunto de polos do sistema em malha fechada para cada valor de ganho. Seja o sistema de controle em malha fechada representado pelo diagrama de blocos abaixo: Figura 5.6 – Sistema em Malha Fechada Sua Função de Transferência em malha fechada é dada por: C ( s) R(s) = G(s ) 1+G (s)⋅H (s) (5.6) Para um SLIT, a Função de Transferência de Malha Aberta assume a forma: G(s)⋅H (s)= k (s−z1)(s−z2)...(s− zm) (s−p1)(s− p2)...(s− pn) , k>0 (5.7) sendo z1, z2, …, zm os zeros em malha aberta; p1, p2, ... , os polos em malha aberta e k o ganho (ou, mais apropriadamente, o ganho aparente), que, por simplicidade, é suposto positivo. Os polos do sistema em malha fechada determinam as características dinâmicas da resposta do sistema em malha fechada e são as raízes da equação: 1+G(s)⋅H ( s)=0 (5.8) Ou seja: G(s)⋅H (s)= k (s−z1)(s−z2)...(s− zm) (s−p1)(s− p2)...(s− pn) =−1+ j⋅0 (5.9) A representação complexa foi adotada para enfatizar que se trata de uma igualdade de números complexos, a qual envolve duas condições: 1. a condição de fase definida por: ∢G (s)⋅H (s)=180o±i⋅360o (i=0,1,2,. ..) (5.10) Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 7 que, no caso de um SLIT, pode ser expressa como: ∑ i=1 m ∣(s+ z i)−∑ j=1 n ∣(s+ p j)=180o± i⋅360o (i=0,1,2 , ...) (5.11) O L.G.R. é definido pelo conjunto de pontos s no plano complexo que satisfazem esta condição. Note que ( é um número complexo, cuja representação no plano complexo é apresentada na figura abaixo: Figura 5.7 – Representação de (s-zi) Para facilitar o entendimentoda expressão (5.11), vamos definir ϕi=| s−z i , como sendo a contribuição de fase do zero zi, medida no sentido anti-horário a partir do eixo real. Da mesma forma, θ j=| s−p j , é a fase do número complexo s-pj e corresponde à contribuição de fase do polo pj. Portanto, a condição de fase pode ser escrita na forma: ϕ1+ϕ2+...+ϕm−θ1−θ2− ...−θn=180 o±i⋅360o (i=0,1,2 , ...) (5.12) e define a condição geométrica que determina a pertinência ou não de um ponto do plano complexo ao L.G.R.. Observe que essa condição é independente do valor do ganho k. 2. a condição de módulo(ou de ganho) definida por: |G(s )⋅H (s)|=1 (5.13) No caso de um S.L.I.T., para um dado ponto s*do plano complexo que satisfaz a condição de módulo vale a relação: |G(s*)⋅H (s*)|=k⋅|(s *−z1)|⋅|(s *−z2)|⋅...⋅|(s *−zm)| |( s*−p1)|⋅|(s *−p2)|⋅...⋅|(s *− pn)| =1 (5.14) e portanto: Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 8 k= |(s*−p1)|⋅|(s *−p2)|⋅...⋅|(s *− pn)| |(s*−z1)|⋅|(s *−z2)|⋅...⋅|(s *−zm)| (5.15) que é a condição de ganho. Resumindo: 1 – Condição de FASE: ∑ i=1 m |(s+ z i)−∑ j=1 n |(s+ p j)=180o±i⋅360o (i=0,1,2,...) 2 – Condição de GANHO: |K G (s)⋅H ( s)|=1 Em resumo pode-se afirmar que a condição de fase fornece os subsídios para a construção do L.G.R. e a condição de ganho permite parametrizá-lo em termos do ganho k. Vamos entender melhor o conceito com um exercício. Exercício 5.4: Um sistema de câmara de vídeo, semelhante ao mostrado na figura a seguir, pode acompanhar automaticamente um objeto. O sistema de rastreamento consiste em um sensor duplo e um transmissor, em que um componente é montado sobre a câmara e o outro usado pelo objeto. Uma diferença entre as saídas dos dois sensores que recebe energia do transmissor faz com que o sistema gire a câmara para eliminar a diferença e seguir a fonte de energia. Figura 5.8 – Câmera de vídeo com sistema de controle de posição Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 9 Admita a representação em diagrama de blocos deste sistema apresentada a seguir: Figura 5.9 – Diagrama de Blocos do sistema da Câmera de segurança com rastreamento automático [NISE] a) Encontre a função de transferência em malha fechada T (s)= C (s) R(s) , em função de K=K1 K 2 . b) os polos da função de transferência encontrada em (a) variam em função de K. Preencha a tabela a seguir com o valor destes polos. K Polo 1 Polo 2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 c) Localize estes polos no plano complexo para cada valor de K. Se retirarmos a localização dos polos individuais e representarmos o seu percurso por linhas cheias, esta representação recebe o nome de Lugar das Raízes. Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 10 d) Baseado na definição acima, esboce o Lugar das Raízes para este exercício. e) Baseado no LGR obtido no item anterior, determine o intervalo de valores de K para qual o sistema é: • superamortecido; • criticamente amortecido; • subamortecido; • estável. Exemplo 5.2: Seja o sistema dado pelo seguinte diagrama: Figura 5.10 – Sistema em Malha Fechada Temos: FTMA= k s⋅(s+2) , polos reais em 0 e -2 FTMA= k s2+2s+k , {k=0→ polos reais em 0e−2k=1→ poloduplo real em−1k=2→ polos complexos em−1± j⋅1 O L.G.R. pode ser construído, determinando-se os polos de Função de Transferência em malha fechada para diversos valores de ganho assumindo a forma: Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 11 Figura 5.11 – Lugar das Raízes do Sistema onde as setas indicam a trajetória dos polos de malha fechada a medida que se aumenta o ganho. Vamos estudar agora algumas propriedades do lugar das raízes para depois entendermos as regras de construção do LGR. 5.6 – Propriedades do Lugar das Raízes Vimos em exercícios e exemplos anteriores, como chegar ao lugar das raízes encontrando as raízes de um polinômio de segunda ordem no denominador da função de transferência. Considere o que aconteceria se aquele polinômio fosse de quinta ou décima ordem. Encontrar as raízes do polinômio para um número elevado de valores de ganho, sem o uso de um computador seria um grande problema. Ao analisar as propriedades do lugar das raízes seremos capazes de fazer um esboço rápido do lugar das raízes para sistemas de ordem superior sem ter que encontrar as raízes do denominador da função de transferência a malha fechada. Seja o sistema de controle geral a seguir: Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 12 Figura 5.12 – Sistema de controle de malha fechada [NISE] Já vimos anteriormente que a FTMF é dada por: T (s)= K G(s) 1+KG (s )H (s) Das condições de Módulo e Fase já vistas, temos |KG (s)H (s )|=1 |(KG (s)H (s))=(2m+1)⋅180o (5.16) • desta forma, se quisermos saber se um ponto está no lugar das raízes de um dado sistema, substituímos s em KG (s)H (s) o que resulta num número complexo. • se o ângulo do número complexo for um múltiplo ímpar de 180°, este valor de s é um polo do sistema para um valor particular de K. Uma vez que o critério do ângulo seja atendido, tudo o que resta a satisfazer é o critério da magnitude. Por conseguinte, K= 1 ∣G(s)∣∣H (s)∣ (5.17) Exercício 5.5: Considere o sistema a seguir: Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 13 Figura 5.13 – Sistema de controle [NISE] E diagrama de polos e zeros: Figura 5.14 – Diagrama de polos e zeros do sistema acima [NISE] Verifique se o ponto −2+ j3 pertence ao lugar das raízes para algum valor de K. Resolução: Se este ponto for um polo em malha fechada, então devemos ter ∣(KG (s)H (s))=(2m+1)⋅180o ou ∣(G (s)H (s))=(2m+1)⋅180o , pois K é real. Já vimos, da expressão (5.11) na condição de fase que o cálculo acima pode ser obtido como a diferença entre os ângulos dos zeros e dos polos, como pode ser visto abaixo: Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 14 Figura 5.15 – Contribuição dos polos e zeros no ponto −2+ j3 [NISE] Assim, ϕ1+ϕ2−θ3−θ4=56,31 o+71,57o−90o−108,43o=70,55o . Pelo resultado acima, conclui-se que o ponto −2+ j3 não é um ponto sobre o lugar das raízes, ou seja, não é um polo em malha fechada para nenhum valor do ganho. b) Repita o exercício acima para o ponto s=−2+ j √2 2 e caso ele seja um ponto do lugar das raízes, determine o valor do ganho K que satisfaz esta condição. Exercício 5.6: Para um sistema com realimentados unitária e função de transferência no canal direto igual a G(s)= K (s+2) (s2+4s+13) Pede-se: a) Calcule o ângulo de G(s) no ponto −3+ j0 encontrando a soma algébrica dos ângulos dos vetores desenhados a partir dos zeros e polos de G(s) para o ponto dado. b) Determine se o ponto especificado em(a) está sobre o lugar das raízes. c) Se o ponto especificado em (a) estiver sobre o lugar das raízes, encontre o ganho K, usando os comprimentos dos vetores. 1 1 Resp: (a) Soma dos ângulos = 180° (b) O ponto está sobre o lugar das raízes (c) 10 = K . Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 15 5.7 – Esboçando o Lugar das Raízes 5.7.1 - Definições • Ramo: é o caminho que o polo percorre. Existe um ramo para cada polo a malha fechada. O número de ramos do lugar das raízes igual ao número de polos a malha fechada. O lugar das raízes do sistema discutido no item anterior (reproduzido a seguir) apresentadois ramos, um começando em 0 e o outro em -10. Figura 5.16 – Diagrama de Blocos do sistema da Câmera de segurança com rastreamento automático [NISE] Figura 5.17 – Lugar das Raízes do sistema de Ca mera [NISE] • Simetria: cada ponto do lugar das raízes representa um polo, ou seja, uma raiz do polinômio característico do sistema de controle a malha fechada. Também sabemos que um polinômio com coeficientes reais ou tem raízes reais ou complexo conjugadas. Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 16 Portanto, o lugar das raízes é simétrico em relação ao eixo real. A figura acima ilustra essa simetria. A seguir serão apresentadas algumas propriedades do L.G.R. que são utilizadas na sua construção. 5.7.2 – L.G.R. Sobre o eixo real Para analisar o comportamento do L.G.R. sobre o eixo real é conveniente avaliar inicialmente a contribuição de fase de um par de polos ou zeros complexos conjugados de malha aberta. A figura abaixo mostra que a contribuição de fase de um par de polos complexos conjugados para um ponto no eixo real é de θ1+θ2=360 o . Portanto o comportamento do L.G.R. Sobre o eixo real depende exclusivamente dos polos e zeros reais. Figura 5.18 – Contribuição de fase de polos complexos conjugados Para um ponto s* sobre o eixo real, as possíveis contribuições de fase são: • +ϕi=+180 o , para cada zero real de malha aberta zi, a direita de s*; • −θ j=−180 o , para cada polo real de malha aberta pi, a direita de s*; • +ϕi=θ j=0 o , para cada zero zi ou polo pi real de malha aberta zi, a esquerda de s*; Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 17 No eixo real, para K>0, o lugar das raízes existe à esquerda de um número ímpar de polos e/ou zeros finitos de malha aberta sobre o eixo real. Exemplo 5.3: Seja o sistema cuja Função de Transferência em malha aberta é dada por: FTMA=(s+2)⋅(s+4,5) (s−1)⋅(s+7) Note-se que o L.G.R. atende as três regras apresentadas. Exercício 5.7: Encontre o LGR sobre o eixo real do sistema de controle mostrado a seguir: 5.7.2 - Pontos de Início e Término do L.G.R. Os pontos de início (ou “partida”) do L.G.R. são os polos da Função de Transferência em malha fechada quando k→0 , ou seja, quando não há realimentação. Portanto o L.G.R. tem início nos polos da Função de Transferência em malha aberta. Os pontos de término (ou “chegada”) do L.G.R. são os polos da Função de Transferência em malha fechada quando k→∞ , os quais podem ser obtidos a partir da condição de módulo escrita na forma: ∣(s− z1)∣⋅∣(s−z2)∣⋅...⋅∣(s−zm)∣ ∣(s− p1)∣⋅∣(s−p2)∣⋅...⋅∣(s− pn)∣ =1 k (5.18) Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 18 Verifica-se que quando k→∞ , o L.G.R. tende aos zeros da Função de Transferência em Malha Aberta do sistema. Outra forma de verificar isso, pode ser vista em [NISE], utilizando o diagrama de blocos realimentado padrão, apresentado no início deste capítulo. Figura 5.19 – Sistema com realimentação negativa padrão Fazendo G(s)= N G(s) DG (s) , H (s)= N H (s) DH (s) e T (s)= K G (s) 1+K G (s)H (s) , temos: T (s)= K N G (s) DG(s) 1+ K N G (s)N H (s) DG(s)DH (s) → T (s)= K N G(s) DG (s) DG(s )DH (s) DG (s)DH (s)+K N G(s)N H (s) → T (s)= K N G( s)DH (s) DG (s)DH (s)+K N G(s)N H (s) (5.19) O lugar das raízes é definido pelas raízes da equação característica: DG (s)DH (s)+K N G (s)N H (s)=0 (5.20) • Fazendo k→0 , a equação acima fica: DG (s)DH (s)=0 e vemos que os polos do sistema a malha fechada nos ganhos pequenos tendem aos polos combinados de G(s) e H(s), ou seja, o lugar das raízes se inicia nos polos de G(s) e H(s), a função de transferência de malha aberta; • Fazendo k→∞ , a equação acima fica aproximadamente igual a : K N G (s)N H (s)=0 e Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 19 vemos que os polos do sistema de malha fechada nos ganhos elevados tendem aos zeros combinados de G(s) e H(s), ou seja, o lugar das raízes termina nos zeros de G(s) e H(s), a função de transferência de malha aberta; O LGR se inicia nos polos finitos e infinitos de G(s)H(s) e termina nos zeros finitos e infinitos de G(s)H(s). Portanto, o passo inicial para construção do L.G.R. consiste em marcar no plano complexo os polos e zeros de malha aberta através dos símbolos "x" e "o", respectivamente. O número de ramos do L.G.R. deve obrigatoriamente ser igual ao número n de polos do sistema em malha fechada. Em geral, m≤n e portanto o L.G.R. Tem n-m ramos que tendem para zeros no infinito quando k→∞. Estes ramos constituem as chamadas assíntotas que serão analisadas adiante. Exercício 5.8: Tente esboçar o LGR do exercício 5.7, usando as regras aprendidas até o momento. 5.7.3 – Comportamento no infinito: Assíntotas Como vimos acima, os ramos do LGR começam nos polos e terminam nos zeros da função de transferência a malha aberta. Mas o que acontece quando esta função de transferência tem um número diferente de polos e zeros finitos? Tomemos, por exemplo, a função: G(s)= Ks (s+1)(s+2) , que possui 3 polos em -2, -1 e 0 e nenhum zero finito. Neste caso, como fica o esboço do LGR? Devemos levar em consideração que toda função de s tem um número igual de polos e zeros se incluirmos os polos e zeros infinitos bem como os polos e zeros finitos. Assim, a função G(s) acima tem três zeros infinitos. Estes zeros no infinito aparecem no lugar das raízes como assíntotas, que são retas para as quais os ramos tendem quando k→∞ e só estão presentes quando o número de polos finitos n for maior que o número de zeros finitos m. Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 20 O L.G.R. tem n-m ramos que tendem para as assíntotas. A seguinte regra, cuja demonstração pode ser encontrada, por exemplo, na página 284 do [OGATA] resume como encontrar as assíntotas num LGR. O lugar das raízes tende a retas assintóticas quando o lugar tende ao infinito. Além disso, a equação das assíntotas é dada pelo ponto de intersecção sobre o eixo real, σa , e o ângulo θa da seguinte forma: σa= ∑ polos finitos−∑ zeros finitos num. polos finitos−num. zeros finitos αa= (2k+1)⋅180o num. polos finitos−num. zeros finitos em que k=0,±1,±2,±3, ... e o ângulo é dado em graus no sentido anti-horário a partir do eixo real positivo. Exemplo 5.4: Considere o sistema realimentado da figura abaixo: Figura 5.20 – Sistema realimentado do exemplo • Polos em malha aberta (n=3): p1=0, p2=-2 e p3=-3; • Zero em malha aberta (m=1): z1=-1; • Número de assíntotas: n−m=2 ; • Ângulo das assíntotas: αk=90 o±k⋅180o (k=0,1) → α0=90 o e α1=−90 o Note que, para pontos suficientemente afastados e localizados sobre a assíntota de ângulo α0=90 o , as contribuições de fase dos polos e do zero são próximas, ou seja: θ1≃90 o , θ2≃−90 o , θ3≃−90 o e ϕ1≃−90 o . Assim, ϕ1−θ1−θ2−θ3=180 o . Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 21 • O ponto de cruzamento das assintotas é dado por: σa= [0+(−2)+(−3)]−[−1] 3−1 =−2 E assim, as regras previamente discutidas são atendidas pelo diagrama. Figura 5.21 – Lugar das Raízes do exemplo Exercício 5.9: Esboce o Lugar das Raízes para o sistema mostrado a seguir: Figura 5.22 – Sistema realimentado do exemplo Exercício 5.10: Esboce o Lugar das Raízes para o sistema com realimentação unitária, cuja Função de Transferência direta é dada a seguir: G(s)= K (s+2)(s+4)(s+6) Análise Linear de Sistemas Prof.Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 22 5.8 – Refinando o esboço do Lugar das Raízes 5.8.1 - Revisão Vimos nos itens anteriores como esboçar um LGR determinando alguns pontos relevantes, como: • Número de ramos; • Simetria; • Segmentos sobre o eixo real; • Pontos de início e término; • Assíntotas. Agora, refinaremos este esboço, calculando: • Pontos de saída e de chegada sobre o eixo real; • Pontos de interseção do eixo jω e • Ângulos de partida e de chegada. 5.8.2 – Pontos de partida e chegada sobre o eixo real A presença de pontos de “partida” e “chegada” sobre o eixo real ocorre nas seguintes condições: • Quando houver dois polos de malha aberta adjacentes sobre o eixo real e se o segmento entre ambos fizer parte do L.G.R., então haverá pelo menos um ponto de partida nesse segmento. • Da mesma forma, se houver dois zeros de malha aberta adjacentes sobre o eixo real e se o segmento entre ambos fizer parte do L.G.R., então haverá pelo menos um ponto de chegada pertencente a esse segmento. Esta regra se aplica também quando um dos zeros estiver localizado no infinito. • Se o segmento entre um polo e um zero reais pertence ao L.G.R., então o número de pontos de partida sobre o segmento é igual ao número de chegadas, mesmo que este seja nulo. Veja a figura a seguir em que foi esboçado um LGR a partir das regras vistas na aula passada. Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 23 Figura 5.23 – Exemplo de LGR [NISE] Este LGR sai do eixo real entre -1 e -2 e retorna a ele entre +3 e +5. O ponto onde o lugar deixa o eixo real, σ1 − é chamado de ponto de saída e o ponto onde o lugar retorna ao eixo real, σ2 , é chamado de ponto de entrada. Como os dois polos a malha fechada, os quais estão em-1 e -2 quando 0 = K , movem-se de um deles em direção ao outro, o ganho aumenta a partir do valor zero. Concluímos que o ganho deve ser máximo no eixo real no ponto onde ocorre a saída, em algum lugar entre -1 e -2. Naturalmente, o ganho aumenta além deste valor quando os polos se deslocam para o plano complexo. Concluímos que o ponto de partida ocorre no ponto de ganho máximo sobre o eixo real entre os polos de malha aberta. Usando um raciocínio análogo, podemos concluir que o ganho no ponto de entrada é o mínimo encontrado no eixo real entre os dois zeros. Assim, lembrando que, da condição de ganho, temos: K= −1 G (s)H (s ) (5.21) E como os pontos de entrada e saída do eixo real são pontos críticos da função (5.21), onde s=σ (real), basta derivarmos a equação Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 24 K= −1 G (σ)H (σ) (5.22) E igualarmos esta derivada a zero para obtermos os pontos críticos (de ganho máximo e mínimo sobre o eixo real), encontrando desta forma, os pontos de saída e chegada. Exercício 5.11: Obter os pontos de saída e chegada para o lugar das raízes da figura anterior usando o cálculo diferencial (NISE, p318). Uma outra forma de obter os pontos de saída e de chegada sem precisar de derivadas é o chamado método de transição que não será deduzido aqui (ver [NISE]).Seu enunciado é: Os pontos de saída e de entrada satisfazem a relação ∑ i=1 m 1 σ+z i =∑ i=1 n 1 σ+ p i onde zi e pi são, respectivamente, os negativos dos zeros e dos polos de G(s)H(s). Exercício 5.12: Repita o exercício 5.11 utilizando o método de transição descrito acima (NISE, p319). Exercício 5.13: Para o sistema com função de Transferência de Malha Aberta dada por: FTMA= s+3 (s+1)(s+2) , resulta o LGR da figura abaixo: Figura 5.24 – LGR do sistema Determine os pontos de partida e chegada ao eixo real utilizando o método de transição. Resp: s=-1,58 e s=-4,4 Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 25 5.8.3 – Pontos de Cruzamento do LGR com o eixo imaginário Os pontos de interseção do eixo jω é um ponto no lugar das raízes que separa a operação estável do sistema da operação instável e basicamente, estes pontos podem ser determinados: 1. utilizando-se o critério de Routh para obtenção dos valores do ganho k correspondente (forçando uma linha de zeros na tabela de Routh se obterá o ganho; retornando à linha para a equação de polinômio par e determinando as raízes resulta a frequência do ponto de interseção com o eixo imaginário) e 2. substituindo-se s=jω na equação característica e igualando-se a zero as partes real e imaginária para determinação de ω. Exemplo 5.5: Para o sistema com Função de Transferência em malha aberta dada por: G(s)⋅H (s)= k s3+8s2+32s determine a frequência e o ganho, K, para o qual o lugar das raízes cruza o eixo imaginário. Resolução: a equação característica do denominador de Função de Transferência em malha fechada é dada por: s3+8s2+32s+k=0 O valor de ganho para o qual o L.G.R. intercepta o eixo imaginário poder ser calculado pelo critério de Routh, resultando k= 256. A frequência do ponto de cruzamento é determinada substituindo-se k=256 e s= jω na equação característica obtendo-se: (−8ω2+256)+ j⋅(−ω3+32ω)=0 . Anulando-se a parte real, resulta ω=±√32 . Exercício 5.15: Para o sistema da figura a seguir, cujo esboço do LGR foi obtido anteriormente, obter a freqüência e o ganho, K, para o qual o lugar das raízes cruza o eixo imaginário. Para que faixa de valores de K o sistema é estável? (NISE p.320) Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 26 Figura 5.25 – LGR do sistema do exercício 5.15 5.8.4 – Ângulos de partida e chegada Considere a figura a seguir que mostra os polos e zeros de um sistema em malha aberta, alguns dos quais são complexos. Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 27 Figura 5.26 – LGR com zeros e polos complexos [NISE] O lugar das raízes se inicia nos polos de malha aberta e finaliza nos zeros de malha aberta. Para esboçar o lugar das raízes corretamente, precisamos calcular o ângulo de partida do lugar das raízes a partir dos polos complexos e o ângulo de chegada aos zeros complexos. Se admitirmos um ponto ε no lugar das raízes próximo ao polo complexo, a soma dos ângulos traçados a partir de todos os polos e zeros finitos é um múltiplo ímpar de 180°. Exceto para o polo próximo ao ponto ε, admitimos que todos os ângulos traçados a partir de todos os outros polos e zeros são desenhados diretamente ao polo que está próximo do ponto ε. Desta forma, o único ângulo desconhecido na soma é o ângulo desenhado a partir do polo que está próximo a ε. Podemos buscar a solução para este ângulo desconhecido, o qual também é o ângulo de partida deste polo complexo. Portanto, a partir da figura anterior: −θ1+θ2+θ3−θ4−θ5+θ6=(2k+1)⋅180 o (5.23) E assim: θ1=θ2+θ3−θ4−θ5+θ6−(2k+1)⋅180 o De forma totalmente análoga podemos determinar ângulos de chegada a zeros complexos. Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 28 Exemplo 5.6: Dado o sistema com retroação unitária da figura seguinte, encontre o ângulo de partida dos polos e esboce o lugar das raízes. (NISE p.322) Figura 5.27 – Sistema do exemplo 5.6 [NISE] Resolução: Utilizando os polos e zeros da função G(s)=(s+2)/[(s+3)(s2+2s+2)] , conforme apresentado na figura abaixo, calcula-se a soma dos angulos desenhados até um ponto ε próximo ao polo complexo -1+j1, no segundo quadrante: Figura 5.28 – Sistema do exemplo 5.6 [NISE] Assim tem-se: −θ1−θ2+θ3−θ4=−θ1−90 o+tg−1(1 /1)−tg−1(1/2)=180o de onde se obtém θ=−251,6o=108,4o , cujo esboço é mostradona figura acima. Exercício 5.16: [NISE, p.323] Dado um sistema com retroação unitária com função de transferência Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 29 do canal direto: G(s)= K (s+2) (s2−4s+13) , faça o seguinte: (a) Esboce o lugar das raízes. (b) Determine o ponto de interseção com o eixo imaginário (c) Determine o ganho, K, no ponto de interseção do eixo jω. (d) Determine o ponto de entrada. (e) Determine o ângulo de partida dos polos complexos. Resp: (b) s=± j√21 (c) = K=4 (d) Ponto de Entrada = -7 (e) Angulo de Partida = -233,1o As regras apresentadas neste item permitem a elaboração de um esboço do L.G.R. que é suficiente para a definição da estrutura básica de um controlador. No entanto, para efeito de projeto e atribuição de valores numéricos aos parâmetros do compensador é necessário um diagrama mais preciso, que pode ser obtido a partir de uma ferramenta computacional ou graficamente, utilizando-se regras complementares. Na sequência são apresentados alguns exemplos de Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 30 aplicação. 5.9 – LGR em Exemplos 5.9.1 – Regras Básicas para esboçar o Lugar das Raízes 1. Número de Ramos: é igual ao número de polos de malha fechada. 2. Simetria: o LGR é simétrico em relação ao eixo real. 3. Segmentos no eixo real: sobre o eixo real, o lugar das raízes existe à esquerda de um número ímpar de polos e/ou zeros a malha aberta finitos sobre o eixo real. 4. Pontos de Início e Término: o LGR se inicia nos polos finitos e infinitos de G(s)H(s) e termina nos zeros finitos e infinitos de G(s)H(s). 5. Comportamento no infinito (assíntotas): sendo n o número de polos em malha aberta e m o número de zeros em malha aberta, então: σa= ∑ polos finitos−∑ zeros finitos num. polos finitos−num. zeros finitos αa= (2k+1)⋅180o num. polos finitos−num. zeros finitos em que k=0,±1,±2,±3, ... . 5.9.1 – Regras Adicionais para refinar o esboço do LGR 1. Pontos de Entrada e saída do eixo real: LGR sai do eixo real no ponto onde o ganho é máximo e entra no eixo real no ponto onde o ganho é mínimo, sendo que os pontos de saída e de entrada satisfazem a relação . Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 31 ∑ i=1 m 1 σ+z i =∑ i=1 n 1 σ+ p i onde zi e pi são, respectivamente, os negativos dos zeros e dos polos de G(s)H(s). 2. Intersecção com o eixo j ω: Pode-se usar Routh-Hurwitz para determinar o valor do ganho K e substituir jω na equação característica para determinar o ponto de interseção com o eixo jω. 3. Ângulos de Partida e Chegada: O lugar das raízes sai dos polos complexos (entra nos zeros complexos) a malha aberta segundo ângulos que podem ser calculados da seguinte forma: admita um ponto ε próximo ao polo (zero) complexo. Adicione a este ponto todos os ângulos desenhados a partir dos polos e zeros a malha aberta. A soma é igual a (2k+1)⋅180o . O único ângulo desconhecido é o do vetor traçado a partir de ε próximo ao polo (zero), visto que todos os outros polos e zeros podem ser considerados ligados ao polo (zero) complexo próximo ao ponto ε. Calculando o ângulo desconhecido obtém-se o ângulo de partida (ângulo de chegada). Exercício 5.17: (NISE, p.325) Esboce o lugar das raízes para o sistema mostrado a seguir e determine o seguinte: Figura 5.29 – Sistema do exercício 5.17 [NISE] (a) O ponto e o ganho exatos onde o lugar cruza a reta de relação de amortecimento 0,45. Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 32 (b) O ponto e o ganho exato onde o lugar cruza o eixo jω. (c) O ponto de saída do eixo real. (d) A faixa de K na qual o sistema é estável. Exercício 5.18: (NISE, p.326) Dado um sistema com retroação unitária com a seguinte função de transferência do canal direto: G(s)= K (s−2)(s−4) (s2+6s+25) , faça o seguinte: (a) Esboce o lugar das raízes. (b) Determine o ponto de interseção com o eixo imaginário. (c) Determine o ganho, K, no ponto de interseção com o eixo jω. (d) Determine o ponto de entrada. (e) Determine o ponto onde o lugar cruza a reta de relação de amortecimento 0,5. (f) Determine o ganho onde o lugar cruza a reta de relação de amortecimento 0,5. (g) Encontre a faixa de ganho, K, para a qual o sistema é estável. Exemplo 5.7: (PEA2455-p.72) - Seja o sistema indicado na figura que pode, por exemplo, representar um sistema de controle de posição de uma inércia pura através de um controlador proporcional. Figura 5.30 – Sistema do exemplo 5.7 [PEA2455] Faça um esboço do LGR deste sistema. Resolução: i) Pontos de início e término do L.G.R: o L.G.R. parte da origem do plano complexo(polo duplo); ii) L.G.R. sobre o eixo real: não há; iii) Assíntotas: m= 0 e n= 2. Portanto existem duas assíntotas. Seus ângulos são:α1=90° e α2=270°, ou seja, as assíntotas coincidem com o eixo imaginário. iv) Pontos de partida e de chegada sobre o eixo real: não há. Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 33 Exemplo 5.8: (PEA2455-p.72) - O sistema indicado na figura representa o de controle de posição de uma inércia pura através de um controlador PD (proporcional + derivativo). Figura 5.31 – Sistema do exemplo 5.8 [PEA2455] Faça um esboço do LGR deste sistema. Resolução: i) Pontos de início e término do L.G.R: ii) LGR sobre o eixo real: iii) Assíntotas: m= 1 e n= 2. Portanto existe apenas uma assíntota, cujo ângulo é: α=180o±i⋅360o e coincide com a parte real situada à esquerda do ponto -1. iv) Pontos de “partida” e de “chegada” sobre o eixo real: Por questões de simetria em relação ao eixo real e como o L.G.R. se inicia nos polos e termina nos zeros, concluí-se que existe um ponto de “chegada” do L.G.R. sobre o eixo real. Para se obter a abcissa do ponto de “chegada”, aplica-se o método de transição, obtendo-se s= -2. v) Pontos de cruzamento com o eixo imaginário: o polinômio característico em malha fechada é dado por: s2+ks+k=0 . A Tabela de Routh equivalente é mostrada abaixo. Como k> 0, pode-se concluir que o sistema em malha fechada será sempre estável. Portanto, não haverá cruzamento do eixo imaginário. Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 34 vi) Esboço do L.G.R: Comparando-se o diagrama obtido com o do Exemplo anterior, nota-se que a presença do zero produziu uma "atração" do L.G.R. nas proximidades do ponto -1 e o sistema é estável para qualquer valor do ganho k>0. Exemplo 5.9: (PEA2455-p.73) - Adotando-se o mesmo sistema do exemplo anterior, porém incluindo-se um polo real. Figura 5.32 – Sistema do exemplo 5.9 [PEA2455] Faça um esboço do LGR deste sistema. Resolução: i) Pontos de início e término do L.G.R: ii) LGR sobre o eixo real: Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 35 iii) Assíntotas: m=1 e n=3. Portanto há duas assíntotas, cujos ângulo são: α1=90 o e α2=270 o . Aabcissa do ponto de intersecção das assíntotas com o eixo real é dada por: s0= [0+0−4 ]−[−1] 3−1 =−1.5 iv) Pontos de “partida” e de “chegada” sobre o eixo real: Neste caso não há, pois o número de possíveis pontos de “chegada” deve ser igual ao de pontos de partida. v) Pontos de cruzamento com o eixo imaginário: o polinômio característico em malha fechada é dado por: s3+4s2+ks+k=0 . A Tabela de Routhequivalente é mostrada abaixo. Como k>0, pode-se concluir que o sistema em malha fechada será sempre estável. Portanto, não haverá cruzamento do eixo imaginário. vi) Esboço do L.G.R: Comparando-se o diagrama obtido com o do Exemplo anterior, nota-se que a presença do polo adicional em s= -4 afastou o L.G.R. da origem. Além disso, a presença do polo alterou qualitativamente o comportamento do L.G.R. e tornou o sistema Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 36 oscilatório para valores elevados de ganho. Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 37 5.13 – Plano de Estudo e material de referência Para os temas descritos neste capítulo, use como referência a bibliografia básica (NISE, Norman – Engenharia de Sistemas de Controle) e a bibliografia de referência (OGATA, K. - Engenharia de Controle Moderno – 5a Ed.): 1. [NISE] - Cap. 8 (pp.128-147) 2. [NISE] - Cap. 9 (pp.235-250) 3. [NISE] - Cap. 10 (pp.266-278) 4. [OGATA] - Cap. 5 (pp.145-245) 5.14 - BIBLIOGRAFIA 1. EISENCRAFT, M. - Controle II – Notas de Aula. Disponível em: http://professor.ufabc.edu.br/marcio.eisencraft/Artigos/ControleII.pdf . Acessado em Fevereiro de 2012. 2. PASSARINI, L.C. - “Criterio de Estabilidade de Routh-Hurwitz” - Notas de Aula – Escola de Engenharia de São Carlos – USP, 2009. 3. CRUZ, J. J; FUAD, K; - PEE-413 – Controle I – Notas de Aula. Escola Politécnica da USP, 1997. 4. GARCIA, C. - PEA 2455 Controle I – Notas de Aula. Escola Politécnica da USP, 2006. Análise Linear de Sistemas Prof. Rodrigo de Toledo Caropreso 5 – Análise do Lugar das Raízes 5.1 – Objetivos da aula 5.2 - Introdução 5.3 – O Problema do Sistema de Controle 5.4 – Representação Vetorial de Números Complexos 5.5 – Definindo o Lugar Geométrico das Raízes 5.6 – Propriedades do Lugar das Raízes 5.7 – Esboçando o Lugar das Raízes 5.7.1 - Definições 5.7.2 – L.G.R. Sobre o eixo real 5.7.2 - Pontos de Início e Término do L.G.R. 5.7.3 – Comportamento no infinito: Assíntotas 5.8 – Refinando o esboço do Lugar das Raízes 5.8.1 - Revisão 5.8.2 – Pontos de partida e chegada sobre o eixo real 5.8.3 – Pontos de Cruzamento do LGR com o eixo imaginário 5.8.4 – Ângulos de partida e chegada 5.9 – LGR em Exemplos 5.9.1 – Regras Básicas para esboçar o Lugar das Raízes 5.9.1 – Regras Adicionais para refinar o esboço do LGR 5.13 – Plano de Estudo e material de referência 5.14 - BIBLIOGRAFIA
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