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Roberto Padilha Moia Trade marketing, B2B e relacionamento Canais de DistribuiçãoCanais de Distribuição Sumário 03 CAPÍTULO 3 – Cadeia Logística.......................................................................................05 Introdução ....................................................................................................................05 3.1 Conceitos da logística ..............................................................................................05 3.1.1 A cadeia logística e a cadeia de suprimentos ......................................................08 3.1.2 Gerenciamento da cadeia de suprimentos ..........................................................10 3.1.3 Atividades da cadeia de suprimentos .................................................................11 3.2 A logística e os modais .............................................................................................13 3.2.1 Tipos de modais de transporte ..........................................................................13 Síntese ..........................................................................................................................19 Referências Bibliográficas ................................................................................................20 Capítulo 3 05 Introdução Agora que você entendeu o conceito e a importância do trade marketing, você acredita que suas principais atividades podem ser feitas sem nenhuma coordenação de tempo, espaço e localiza- ção? A sua resposta deve ter sido não. Para a operacionalização de qualquer ação proposta no planejamento do trade marketing, você precisa se preocupar com a logística dessas ações, cuja aplicação é de suma importância para que a empresa obtenha os resultados projetados no plano desenvolvido. Você já imaginou se a distribuição dos produtos de uma empresa fosse feita sem nenhuma coordenação logística dos canais envolvidos, o que aconteceria? Não tenha nenhuma dúvida de que as chances de a distribuição coordenada dos produtos acontecer serão pratica- mente zero. Afinal, a operação do trade marketing remete à necessidade de uma coordenação logística da empresa e de seus canais de distribuição. Agora, imagine a seguinte situação: você, como gestor de trade marketing de uma determinada empresa, após planejar e implantar as ações, precisa melhorar o desempenho das operações realizadas entre fabricante e demais canais de distribuição. O que fazer? A definição da cadeia logística é necessária para que você possa complementar e integrar todas as atividades do trade marketing da empresa. O que você precisa entender é que, sem a gestão correta da cadeia lo- gística, muito provavelmente seu produto, em algum momento, terá barreiras operacionais para otimizar processos e chegar às mãos do consumidor final no momento em que ele deseja. E aí, qual a saída? A resposta é: desenvolver uma cadeia logística eficaz que permita à empresa acom- panhar e garantir que todos os processos logísticos envolvidos no trade marketing aconteçam. Neste capítulo, você poderá conceituar logística, identificando seus principais componentes, além de selecionar os modais mais indicados para cada transação na operação do trade marketing. Agora, mãos à obra, pois você tem muita coisa para aprender e melhorar conhecendo, implan- tando e acompanhando as ações necessárias para o desenvolvimento de uma cadeia logística que contribua com bons resultados para o trade marketing. 3.1 Conceitos da logística Quantas vezes você já se deparou com a seguinte questão: a cadeia logística da empresa está em ordem? Para que você responda a essa pergunta, precisa entender mais profundamente o conceito de logística, seus componentes e suas aplicações. Para Bowersox, Cross e Cooper (2007, p. 15), a boa gestão da logística é essencial “[...] para alcançar o sucesso nos negócios, pela geração de valor nas cadeias de suprimento locais e globalizadas”. Muitos autores con- ceituam logística buscando explicar as principais aplicações dessa terminologia. Veja algumas dessas definições: A logística começou a ser utilizada pelas empresas e foi definida como um modelo de análise e administração integradas, que permite otimizar o fluxo de materiais, desde sua fonte primária até a colocação nos pontos-de-venda como produto final. Com esse enfoque, estendeu-se à indústria, tendo como parceria as empresas atacadistas/distribuidoras e as empresas varejistas. (CORONADO, 2013, p. 69). A logística é o processo que gera valor a partir da configuração do tempo e do posicionamento do inventário; é a combinação da gestão de pedidos de uma empresa, do inventário, do transporte, do armazenamento, do manuseio e embalagem de materiais, enquanto procedimentos integrados em uma rede de instalações. (BOWERSOX; CROSS; COOPER, 2007, p. 17-18). Cadeia Logística 06 Laureate- International Universities Trade marketing, B2B e relacionamento A logística representa o elo entre todas as expectativas geradas pelos demais departamentos, sejam eles Vendas, Marketing, Finanças, Custos, Pesquisa e Desenvolvimento, Produção ou todos os setores que, somados, visam a um mesmo objetivo, o sucesso de suas metas, e através da expertise nos conhecimentos logísticos a integração de todos permite o crescimento organizado e sustentável. Durante todo o processo de desenvolvimento ou na fase final de qualquer produto e/ou serviço, a logística está sempre presente e à disposição todos os dias da semana, durante todo o ano. (CAXITO, 2011, p. 2). Logística é o processo de gestão dos fluxos de produtos, de serviços e da informação associada, entre fornecedores e clientes (finais ou intermediários) ou vice-versa, levando aos clientes, onde quer que estejam, os produtos e serviços de que necessitam, nas melhores condições. (MOURA, 2006, p. 15). O que você pode observar por essas definições é que a logística abrange uma vasta gama de atividades que colaboram com a movimentação de produtos, serviços e informações das empre- sas. Entenda que, desde a concepção do conceito de logística até os dias atuais, a função da logística está relacionada diretamente com a realização de tarefas, compondo uma cadeia que permite a sincronização das atividades envolvidas. A cadeia logística compreende uma complexa estrutura que permite à empresa realizar sua operação de trade marketing de maneira mais as- sertiva e eficaz. Com relação à cadeia logística, você verá, a seguir, sua estrutura. Saiba, porém, que até mesmo o conceito de logística evoluiu, e outros autores foram apresentando definições mais aprofundadas e associadas às diversas áreas da gestão empresarial. Entre essas definições, veja as seguintes: Logística empresarial é o processo de planejamento, execução e controle do fluxo de insumos, produtos e serviços, com informações relacionadas, do ponto de origem até o ponto de consumo, objetivando atender com eficácia as necessidades do cliente dentro da cadeia de suprimentos, o que contribui para assegurar o cumprimento de sua missão por contribuições ao resultado econômico. (CORONADO, 2013, p. 73). Na base do moderno conceito de logística integrada está o entendimento de que a logística deve ser vista como um instrumento de marketing, uma ferramenta gerencial, capaz de agregar valor por meio dos serviços prestados. (FLEURY, 2000, p. 31). A logística de mercado envolve o planejamento, a implementação e o controle dos fluxos físicos de materiais e de produtos finais entre os pontos de origem e os pontos de uso, com o objetivo de atender às exigências dos clientes e de lucrar com esse atendimento. (KOTLER, 2000, p. 558). Esse cruzamento de diversas definições mais voltadas para as visões empresarial e integrada da logística aproximou seus conceitos com as ações de mercado, mais propriamente com os conceitosdo mix de marketing, já apresentados no capítulo 1. Essa visão valida a integração da logística com as atividades do trade marketing, pois permite que todos os canais de distribuição envolvidos no processo possam entender a importância das operações logísticas integrando os membros e os processos desde o fabricante até a chegada efetiva do produto nas mãos do con- sumidor final. Como você viu na definição dos conceitos antes citados, a logística não só cuida dos produtos e serviços como das informações necessárias para garantir a continuidade dos processos nos canais envolvidos na distribuição efetiva desses produtos e serviços. No âmbito do gerenciamento das atividades logísticas, conforme Grant (2013, p. 2-3) demons- tra na Figura 1, “[...] a logística é constituída de cinco atividades principais: gerenciamento de transporte, estoque, armazenagem ou estocagem, tecnologia de informação e gerenciamento de produção ou de operações”. O que se pode notar é que o conceito de logística é muito amplo e, por consequência, há uma maior complexidade no seu gerenciamento, formando, assim, o que você acaba de conhecer por cadeia logística. 07 Gerenciamento de tecnologia da informação Gerenciamento de estoques Gerenciamento de armazenagem Gerenciamento de transportes Gerenciamento de produção Figura 1 – Conjunto de variáveis da logística. Fonte: Grant, 2013. Em complemento ao conjunto de variáveis da logística, associado às ações de trade marketing, a Figura 2 mostra a interface entre as variáveis do mix de marketing e as variáveis do mix de logística. Perceba que as variáveis do mix de marketing estão associadas às ações de conquista de mercado, de posicionamento da empresa. Já no caso das variáveis do mix de logística, veja que as ações estão associadas à existência propriamente dita do produto, sua movimentação e a entrega física ao consumidor final. A interface acontece justamente na junção dessas duas variáveis, em que pessoas, processos, local da venda, poder, planejamento e controle das ope- rações são de responsabilidade de ambas as áreas, interferindo, por consequência, nas decisões de marketing e logística. Para entender melhor sobre os conceitos de logística empresarial, faça a leitura do ca- pítulo 1, Logística empresarial, do livro do Ronald H. Ballou, que consta nas referências bibliográficas. NÃO DEIXE DE LER... 08 Laureate- International Universities Trade marketing, B2B e relacionamento Precedentes Pessoas Gerenciamento de estoque Gerenciamento de transportes Gerenciamento de produção Gerenciamento de armazenagem Gerenciamento de tecnologia de informação Processos Praça de venda ou de distribuição Poder Planejamento e controle Produto Preço Promoção Posicionamento Variáveis do mix de marketing Variáveis do mix de logística Figura 2 – Interface entre variáveis do mix de logística e variáveis do mix de marketing. Fonte: Grant, 2013. 3.1.1 A cadeia logística e a cadeia de suprimentos Após conhecer os principais conceitos que definem a atividade logística, você acredita que essas atividades acontecem isoladamente, sem a conexão entre uma e outra? Com certeza não. Todas as atividades logísticas precisam trabalhar de forma organizada, sincronizada e integrada. Na Figura 1, você viu quem são os integrantes da cadeia logística. De acordo com Ballou (2006, p. 27), “[...] a logística é parte do processo da cadeia de suprimentos, e não o processo inteiro”. Na Figura 3, você pode visualizar melhor como é composta a cadeia logística. Veja que ela começa com a captação de suprimentos que, por meio dos modais de transportes, movimenta-os pelos diversos canais de distribuição, chegando até as mãos do consumidor final. Você pode notar que abastecer as várias etapas dessa cadeia, com produtos ou informações, é algo essencial para que a cadeia das atividades logísticas funcione corretamente. 09 Cadeia logística Instalações de extrati�cação Consumidor �nal Frigorí�co/selecionadora Instalações de envasilhamento Lojas de auto-serviço varejistas Armazéns/ atacadistas/ distribuidores Figura 3 – Integrantes da cadeia logística. Fonte: Pereira, 2000 apud Coronado, 2013. Portanto, você pode concluir que a cadeia logística, em uma abordagem mais completa, também pode ser considerada como a cadeia de suprimentos de uma empresa, que deve ser composta de uma série de atividades que permitam melhorar sua competitividade no mercado, buscando satisfazer as necessidades do cliente. De acordo com Bertaglia (2009, p. 2), “[...] as empresas necessitam estar cada vez mais voltadas para os clientes, se basearem em conhecimento e em informação, investindo fortemente em processos colaborativos, gerando soluções próprias ou em conjunto com outras organizações”. Daí a importância de uma cadeia de suprimentos eficiente e integrada. Para que você compreenda melhor o conceito de cadeia de suprimentos, veja algumas definições apresentadas pela literatura de logística: A cadeia de suprimentos representa uma rede de organizações, através de ligações nos dois sentidos, dos diferentes processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços, que são colocados nas mãos do consumidor final. (CHRISTOPHER, 2002, p. 13). A cadeia de suprimentos abrange todas as atividades relacionadas com o fluxo e transformação de mercadorias desde o estágio da matéria-prima (extração) até o usuário final, bem como os respectivos fluxos de informação. Materiais e informações fluem tanto para baixo quanto para cima na cadeia de suprimentos. (BALLOU, 2006, p. 28). Na concepção dos autores apresentados, a cadeia de suprimentos é necessária para o fluxo de produtos e informações capazes de abastecer os diversos integrantes dela. A partir daí, surge a necessidade de que a empresa possa integrar esses fluxos e informações financeiras para que consiga um desempenho adequado em suas operações logísticas. De acordo com Bertaglia (2009, p. 4), “[...] a cadeia de abastecimento integrada está vinculada a variáveis internas e externas que afetam a organização e os diferentes modelos de negócio estabelecidos para os segmentos industriais ou para as empresas de serviços”. A Figura 3, conforme Bowersox, Cross e Cooper (2007), apresenta um modelo geral da cadeia de suprimentos, em que a preocupação parte da captação de materiais com a rede de fornecedores desenvolvida pela empresa, passan- 10 Laureate- International Universities Trade marketing, B2B e relacionamento do pela integração dos processos internos da empresa, entre eles a atividade de compras, de produção e de distribuição ao mercado. Essa distribuição ao mercado é feita por meio da rede de distribuição que, por sua vez, é o último estágio para que o produto final chegue às mãos do consumidor final. Nesse intermédio entre a chegada dos materiais e a entrega do produto acabado para o consumidor final, a cadeia de suprimentos precisa, ainda, preocupar-se com os fluxos de informação, produto, serviços, fi- nanças e conhecimento que permitam abastecer toda a cadeia. Vale ressaltar que esse processo também pode acontecer na logística reversa, ou seja, na devolução das informações, produtos, entre outras atividades, desde o consumidor final voltando para o fabricante, tornando o fluxo bidirecional na gestão da cadeia de suprimentos. Por fim, mas não menos importante, a cadeia de suprimentos precisa contemplar as restrições de capacidade, informação, competências es- senciais e recursos humanos necessários para que nada venha a ser um empecilho na gestão da cadeia. Associado a tudo isso, a empresa precisa, ainda como atividade da cadeia de suprimen- tos, cuidar da gestão do relacionamento de todos os integrantes e processos envolvidos. Perceba, na Figura 4, que a necessidade de um gerenciamento de todaa cadeia de suprimentos é uma tarefa que exige preparo por parte dos gestores e das empresas. Com a preocupação de um melhor gerenciamento da cadeia de suprimentos, surgiu o conceito de supply chain management (SCM) também conhecido como gerenciamento da cadeia de suprimentos (GCS). Gestão de relacionamento M A T E R I A I S C O N S U M I D O R E S F I N A I S Fluxos de informações, produto, serviço, �nanças e conhecimento Restrições de capacidade, informação, competências essenciais e recursos humanos Rede de fornecedores Empresa integrada Rede de Distribuição Compras Distribuição ao mercado Produção Figura 4 – Modelo geral da cadeia de suprimentos. Fonte: Bowersox; Cross; Cooper, 2007. 3.1.2 Gerenciamento da cadeia de suprimentos O gerenciamento da cadeia de suprimentos, mais conhecido como supply chain management, tem sido apontado por diversos autores como o gerenciamento mais importante em todo o pro- cesso logístico das empresas. Algumas definições encontradas sobre o gerenciamento da cadeia de suprimentos demonstram a sua importância e necessidade. Entre elas, veja algumas: 11 O gerenciamento da cadeia de suprimentos é definido como a coordenação estratégica sistemática das tradicionais funções de negócios e das táticas ao longo dessas funções de negócios no âmbito de uma determinada empresa e ao longo dos negócios no âmbito da cadeia de suprimentos, com o objetivo de aperfeiçoar o desempenho a longo prazo das empresas isoladamente e da cadeia de suprimentos como um todo. (MENTZER, 2001 apud BALLOU, 2006, p. 28). O planejamento e gerenciamento de todas as atividades envolvidas em compra e aprovisionamento, conversão, e todas as atividades de gerenciamento logístico. Igualmente importante, inclui também coordenação e colaboração com parceiros, que podem ser fornecedores, intermediários, prestadores de serviços terceirizados e clientes. Em essência, gestão da cadeia de suprimento integra gerenciamento de oferta e demanda nas empresas e entre elas. (CSCMP, 2013 apud GRANT, 2013, p. 3). A partir dessas definições, o gerenciamento da cadeia de suprimentos deve passar primeiro pelo seu planejamento, identificando as principais atividades a serem gerenciadas. De acordo com Fleury (2000, p. 36), as dimensões de excelência na logística são “[...] sucesso do cliente, integração interna, integração externa, processos baseados no tempo, mensuração abrangen- te, benchmarking”. Quanto à dimensão de sucesso do cliente, ela está relacionada a como a empresa trata das relações com seus clientes. Na integração interna, o desafio da empresa é que seus sistemas trabalhem para tomar as decisões logísticas de forma integrada. E na externa, é incentivado o relacionamento com colaboração dos diversos membros da cadeia logística, buscando eliminar, principalmente, duplicidade de trabalho e custos. Quanto aos processos baseados em tempo, a procura pela sua redução é vital para a competitividade da empresa. Já para a mensuração abrangente, é fundamental desenvolver metodologias de acompanhamento e monitoramento de desempenho. Por fim, a realização de benchmarking significa identificar boas práticas utilizadas por outras empresas ou parceiros da cadeia de suprimentos e aplicá-las. A falta de integração interna ou externa pode interferir no gerenciamento da cadeia de suprimentos? A integração é tão importante interna quanto externamente para que as atividades da cadeia de suprimentos possam ser realizadas otimizando processos, pessoas e custos, além de permitir que a empresa possa melhorar o seu desempenho perante o mercado-alvo. NÓS QUEREMOS SABER! 3.1.3 Atividades da cadeia de suprimentos O gerenciamento da cadeia de suprimentos direciona os gestores das empresas a cuidarem de diversas atividades logísticas envolvidas no processo. A Figura 5 apresenta as atividades logísticas na cadeia de suprimentos imediata da empresa. Nela, você pode observar que, durante os pro- cessos de abastecimento físico e distribuição física, muitas atividades se repetem, o que mostra que essas atividades são contínuas e importantes em cada processo da cadeia de suprimentos. 12 Laureate- International Universities Trade marketing, B2B e relacionamento Logística empresarial Abastecimento físico (gerência de materiais) Distribuição física • Transporte • Manutenção de estoques • Processamento de pedidos • Compras • Embalagem preventiva • Armazenamento • Controle de materiais • Manutenção de informações • Programação de suprimentos • Transporte • Manutenção de estoques • Processamento de pedidos • Programação de produtos • Embalagem preventiva • Armazenamento • Controle de materiais • Manutenção de informações Fontes de abastecimento Fábricas/ operações Clientes Figura 5 – Atividades logísticas da cadeia de suprimentos. Fonte: Ballou, 2006. Para que você compreenda melhor as atividades que envolvem a cadeia de suprimentos, veja a importância de cada uma delas. A primeira atividade apontada por Bowersox, Cross e Cooper (2007, p. 240) é a gestão do inventário da empresa. Os autores afirmam que “[...] as decisões referentes a inventário são de alto risco e de alto impacto na gestão da cadeia de suprimentos”. Durante o processo de inventário, a empresa contabiliza o que realmente tem no estoque e, a partir daí, consegue gerenciar melhor a falta ou sobra de materiais que podem interferir direta- mente na produção da empresa ou na geração de custos adicionais. Esses custos podem ser em função da reposição rápida do estoque, por falta de matéria-prima; pelos custos de manutenção de estoque, o que pode encarecer sua aquisição decorrente do não planejamento daquela repo- sição; ou pelo excesso desse estoque, que gerará custos com o espaço para armazenar e com a desvalorização financeira do item parado. A correta execução do inventário colaborará com a aplicação de outra atividade logística: a compra. A atividade de compras é derivada das necessidades de abastecimento da cadeia de suprimentos. De acordo com Grant (2013, p. 46), a “[...] compra pode ser definida como a função associada à aquisição de mercadorias e serviços exigida pela empresa”. É por meio dela que a empresa iniciará o seu processo produtivo, desencadeando as outras atividades da cadeia de suprimentos. A partir da aquisição, principalmente das mercadorias, a empresa precisa se preocupar com a estocagem e a armazenagem desses itens. De acordo com Bertaglia (2009, p. 331), “[...] o gerenciamento de estoque é um ramo da ad- ministração de empresas que está relacionado com o planejamento e o controle de estoques de materiais ou produtos que serão utilizados na produção ou na comercialização de bens ou servi- ços”. O balanceamento dos estoques é um dos grandes desafios para os gestores, que precisam equilibrá-los com o fluxo de caixa da empresa e com as demandas do consumidor final, lembran- do que os estoques e a lucratividade da empresa estão diretamente associados. Ainda de acordo com Bertaglia (2009, p. 330), algumas situações dificultam a gestão dos estoques, entre elas, “[...] ciclos de vida cada vez mais curtos dos produtos os tornam rapidamente obsoletos, como é o caso de eletrônicos e automóveis; flutuação da demanda; processo cada vez mais comum de customização, causando dificuldades de planejamento”. Essas situações, quando não são bem gerenciadas, podem comprometer a lucratividade e, até mesmo, a continuidade da empresa no mercado. Quanto à armazenagem, Bowersox, Cross e Cooper (2007, p. 314) mencionam que 13 [...] A armazenagem incorpora diferentes aspectos dos centros de distribuição, os terminais de consolidação, as operações logísticas. Devido à interação, a armazenagem não se enquadra nitidamente em esquemas de classificação utilizados quando se fala em gerenciamentode pedidos, inventário ou transporte. Um armazém é normalmente visto como um lugar para se guardar ou armazenar produtos ou materiais. Entretanto, nos sistemas de logística contemporâneos, a funcionalidade dos armazéns pode ser mais bem compreendida como um conjunto de produtos. Outra atividade muito importante dentro da cadeia de suprimentos é o transporte. De acordo com Ballou (2006, p. 149), “[...] o transporte normalmente representa o elemento mais impor- tante em termos de custos logísticos para inúmeras empresas. A movimentação de cargas ab- sorve de um a dois terços dos custos logísticos totais”. Como definição para transporte, Grant (2013, p. 72) aponta que “[...] transporte pode ser definido como o planejamento e a execução da movimentação de mercadorias por uma transportadora entre dois pontos com um custo efe- tivo e cumprimento de prazos e condições especificados pelo expedidor”. O transporte das mer- cadorias pode ser feito por diversos modais. Veja, na sequência, os principais modais utilizados com esse objetivo. NÃO DEIXE DE VER... O filme Fábrica de Loucuras, em que uma pequena fábrica de automóveis americana passa a ser gerenciada por japoneses. A partir desse momento, a empresa precisa rever todos seus processos logísticos, trabalhando sua cadeia de suprimentos. O filme demonstra todas as atividades apresentadas até agora, dando foco à maneira como culturas diferentes aplicam a gestão da cadeia de suprimentos. 3.2 A logística e os modais Pelo que viu até aqui, você acredita que somente gerenciar as atividades ligadas à cadeia de suprimentos é o suficiente para garantir que as mercadorias cheguem ao consumidor final? Será que apenas escolher a estratégia de transporte possibilitará que as mercadorias cheguem sem avarias ao destino final? Com certeza, você precisará de mais subsídios para garantir que o transporte das mercadorias tenha êxito em sua operação. Nenhum gerenciamento de transporte funcionará sem a escolha correta dos modais para transportarem as mercadorias. Além disso, um bom gestor de trade marketing precisa avaliar os diversos tipos de modais existentes para verificar qual se adapta melhor às necessidades de seus produtos. Você verá, na sequência, os tipos de modais que podem ser utilizados para o transporte de mercadorias no gerenciamento da cadeia de suprimentos. 3.2.1 Tipos de modais de transporte Quando uma empresa precisa movimentar suas mercadorias de um ponto a outro dentro da ca- deia de suprimentos, ela deve escolher muito bem qual o modal de transporte que utilizará para garantir que seus produtos cheguem até o destino sem problemas de atraso, custo ou avarias. Para conceituar e definir os modais, Bowersox, Cross e Cooper (2007, p. 277) mencionam que [...] a estrutura do transporte de cargas consiste no direito preferencial de passagem, veículos e transportadores que operam dentro de cinco modais básicos de transporte. Um modal identifica um método ou forma básica de transporte. Os cinco modais básicos de transporte são: ferroviário, rodoviário, hidroviário, dutoviário e aéreo. 14 Laureate- International Universities Trade marketing, B2B e relacionamento O que deve ser levado em consideração para a escolha de qual modal será utilizado pela em- presa é apresentado pela Figura 6. [...] as decisões estratégicas tomadas para definir qual a modalidade de transporte podem ser utilizadas levando-se em conta vários fatores ou características. As modalidades estão vinculadas ao desempenho de cada tipo de transporte no que se relaciona a preço, volume de carga, capacidade, flexibilidade, tempo de demora, terminais de carga e descarga, legislação e regras governamentais, etc. (BERTAGLIA, 2009, p. 296). CARACTERÍSTICAS Produto Mercado Negociação Geogra�a Peso, volume, valor Sazonal, tamanho, local, acesso Prazo, custos Produção, armazenagem, consumo, infra-estrutura Figura 6 – Características para escolha dos modais. Fonte: Bertaglia, 2009. Para aprofundar-se no assunto de modais de transportes e conhecer mais sobre as ca- racterísticas de cada um, sugerimos a leitura do capítulo 12, Gerenciamento do Trans- porte, do livro de Bowersox, Cross e Cooper, mencionado nas referências bibliográficas. NÃO DEIXE DE LER... A maioria dos autores aponta como sendo cinco os principais modais de transportes. A Figura 7 apresenta os tipos utilizados para o transporte de mercadorias. Adotaremos aqui também a quantidade de cinco modais: ferroviário, rodoviário, hidroviário, dutoviário e aéreo. A seguir, veja as características de cada um deles e as principais vantagens e desvantagens de usá-los. 15 Figura 7 – Tipos de modais de transporte. Fonte: Shutterstock, 2015. • Ferroviário O transporte ferroviário é um dos modais mais antigos utilizados para transportar as mercado- rias. De acordo com Bowersox, Cross e Cooper (2007, p. 283), “[...] as ferrovias já foram as primeiras entre os meios de transporte em número de quilômetros em serviço. O desenvolvimento extensivo de estradas e rodovias, em apoio ao número crescente de automóveis e caminhões após a Segunda Guerra Mundial, alterou essa colocação”. O transporte ferroviário foi dire- cionado para longas distâncias, para quando as empresas planejavam, dentro da cadeia de suprimentos, prazos de entrega maiores, a fim de compensarem o tempo reduzido de viagem dos trens. Conforme Ballou (2006, p. 154), “[...] a ferrovia é basicamente um transportador de longo curso e de baixa velocidade para matérias-primas (carvão, madeira, produtos químicos) e para produtos manufaturados de baixo custo (alimentos, papel e produtos florestais), e prefere mover cargas completas”. Com relação às vantagens e desvantagens da utilização do transporte ferroviário, basicamente a capacidade de grandes volumes de transporte é a principal vantagem. Os custos fixos e o tempo para transportar são suas principais desvantagens. [...] capacidade de transportar, de forma eficiente, grandes volumes em longas distâncias é a razão pela qual as ferrovias são responsáveis por uma parcela significativa dos transportes intermunicipais. As operações ferroviárias apresentam custos fixos bastante altos devido ao valor dos equipamentos, ao direito preferencial de passagem e linhas, aos pátios de manobras, e aos terminais. Entretanto, a ferrovia apresenta custos variáveis de operação relativamente baixos. (BOWERSOX; CROSS; COOPER, 2007, p. 283). • Rodoviário O transporte rodoviário teve sua expansão após o fim da Segunda Guerra Mundial associada à melhoria das malhas viárias. De acordo com Bowersox, Cross e Cooper (2007, p. 284), essa expansão também “[...] é resultado da velocidade e da capacidade de operar sistemas ‘porta-a- -porta’. Os transportadores rodoviários possuem flexibilidade, podendo operar em todas as vias do sistema rodoviário”. Outro fenômeno que colaborou com essa expansão foi o desenvolvimen- to das indústrias montadoras de caminhões. Ainda de acordo com Bowersox, Cross e Cooper 16 Laureate- International Universities Trade marketing, B2B e relacionamento (2007, p. 284), os transportadores que atuavam no modal rodoviário “[...] fizeram grandes transferências do tráfego ferroviário de produtos industriais médios e leves devido à flexibilidade de entrega, eles dominam as movimentações de cargas desde os atacadistas ou armazéns até os varejistas”. Com relação às vantagens e desvantagens do transporte rodoviário, os autores pesquisados apontam: As vantagens inerentes do transporte rodoviário são o serviço porta-a-porta, sem necessidade de carga ou descarga entre origem e destino, transbordo esse inevitável nos modais ferroviário e aéreos; a frequência e disponibilidade do serviço, e a velocidade e comodidade inerentes ao serviço porta-a-porta. (BALLOU, 2006, p. 155). [...] setor do transporte rodoviário não está livre de problemas.As dificuldades principais estão relacionadas ao aumento do custo de reposição de equipamentos, à manutenção, à segurança, à escassez de motoristas e ao salário dos trabalhadores das plataformas e docas. (BOWERSOX; CROSS; COOPER, 2007, p. 284). O Programa de Investimentos em Logística (PIL) é um programa lançado em 2012 pelo Governo Federal brasileiro por meio do Ministério dos Transportes. Seu principal objetivo é implantar um sistema de transportes de acordo com as dimensões do Brasil, privilegiando a parceria entre o setor público e o setor privado. Tem como foco central a concessão da operação de rodovias e ferrovias. VOCÊ O CONHECE? • Hidroviário Desde os primórdios da humanidade, o transporte por meio das águas sempre foi utilizado. De acordo com Bowersox, Cross e Cooper (2007, p. 285), “[...] a água é o mais antigo meio de transporte”. O transporte hidroviário é realizado por rios e mares, sendo o transporte marítimo mais utilizado para o envio de mercadorias entre os países, principalmente em função dos custos operacionais. De acordo com Ballou (2006, p. 157), [...] os custos em perdas e danos resultantes do transporte hidroviário são considerados baixos em relação aos de outros modais, pois o dano não é a maior das preocupações quando se trata de produtos de alto volume e reduzido preço, e as perdas derivadas de atrasos não são sérias (os compradores em geral mantêm grandes estoques). Com relação às vantagens e desvantagens do transporte hidroviário, veja: A principal vantagem do transporte hidroviário é a capacidade de realizar embarques de porte extremamente grandes. Ele utiliza dois tipos de embarcação nas suas movimentações: embarcações de alto-mar são geralmente projetadas para o transporte de cabotagem, de longo curso, e nos Grandes Lagos; barcaças de reboque, movidas a diesel, costumam operar em rios e canais, e apresentam muito mais flexibilidade. [...] As principais desvantagens do transporte hidroviário são sua limitação em certos tipos de operação e sua baixa velocidade. A menos que as movimentações tenham origem ou destino próximos de uma via navegável, será necessário transporte complementar por trem ou caminhão. (BOWERSOX; CROSS; COOPER, 2007, p. 285). • Dutoviário Um dos modais que você pode considerar como um meio de transporte muito limitado no que diz respeito ao tipo de produto que pode ser transportado por ele é o modal dutoviário. De acordo com Ballou (2006, p. 157), “[...] os produtos cujo transporte por dutos é o mais viável são pe- 17 tróleo cru e seus derivados”. O duto, por onde é feito o transporte do petróleo e seus derivados, não se assemelha com os demais modais, pois, no seu caso, é o líquido que corre e, nos outros meios de transporte, é o modal que percorre o trajeto. De acordo com Bowersox, Cross e Cooper (2007, p. 286) “[...] a natureza básica de um duto é única em comparação com qualquer outra modalidade de transporte”. Com relação às vantagens e desvantagens do modal dutoviário, Ballou (2006, p. 157) aponta exclusivamente como desvantagem que “[...] o leque de serviços e capacidades do transporte dutoviário é ainda extremamente limitado”. Sobre vantagens e des- vantagens, veja o que os autores pesquisados apontam: [...] Os dutos operam 24 horas, durante sete dias por semana e são limitados somente pela mudança de produto transportado ou pela manutenção. Diferentemente de outros sistemas, não há contêineres vazios ou veículos que devem retornar à origem. Os dutos têm os mais altos custos fixos e os menores custos variáveis dentre todas as modalidades de transporte. Os altos custos fixos se devem ao direito preferencial de passagem dos dutos, à necessidade e à construção de estações de controle, e ao bombeamento. (BOWERSOX, CROSS; COOPER, 2007, p. 286). [...] Os danos e perdas dos produtos nos dutos são reduzidos porque: 1) líquidos e gases não são sujeitos a danos em grau semelhante ao dos produtos manufaturados; 2) o número de riscos que podem afetar uma operação dutoviária é limitado. Há responsáveis por tais perdas e danos, quando ocorrem, pois os dutos têm normalmente o status de transportadores comuns, mesmo que em sua maioria sejam formalmente operadores privados. (BALLOU, 2006, p. 157). • Aéreo O modal aéreo foi o último a ser utilizado para o transporte de mercadorias em função de ser um modal relativamente novo comparado aos demais. A principal vantagem significativa do modal aéreo, de acordo com Bowersox, Cross e Cooper (2007, p. 286), “[...] está na velocidade com que um embarque é movimentado. Um embarque de costa a costa por via aérea leva somente algumas horas, com larga vantagem sobre outros meios que precisam de vários dias para o mes- mo transporte”. Sobre as vantagens e desvantagens, os autores pesquisados apontam o seguinte: [...] As possibilidades do transporte aéreo são limitadas, em função de sua restrita capacidade de carregamento e de levantamento de peso, e da pouca disponibilidade de aeronaves para esse fim. Normalmente, o transporte aéreo intermunicipal de cargas era realizado através de linhas aéreas de passageiros programadas. Embora a prática fosse justificada economicamente, o resultado era a limitação na capacidade e na flexibilidade operacional. Os custos altos de um avião a jato, combinados com a natureza irregular de demanda de transporte, serviram para limitar o compromisso econômico de aviões destinados a operações de transporte aéreo de cargas. (BOWERSOX, CROSS; COOPER, 2007, p. 286). [...] A confiabilidade e disponibilidade do serviço aéreo podem ser qualificadas como boas sob condições operacionais normais. A variabilidade do tempo de entrega é baixa em valores absolutos, embora o serviço aéreo seja extremamente sensível em termos de manutenção mecânica, condições do tempo e congestionamento de tráfego. A variabilidade, quando comparada com os tempos médios de entrega, chega a qualificar o transporte aéreo como um dos modais menos confiáveis. A capacidade do serviço aéreo tem sofrido enormes restrições em decorrências das dimensões físicas do espaço de carga e limitações de potência das aeronaves. Isto, contudo, vai sendo contornado e superado à medida que aviões de maior capacidade e potência entram em serviço. (BALLOU, 2006, p. 156). • Multimodais Em tempos modernos, em que a relação custo x tempo interfere diretamente nas decisões da cadeia de suprimentos e, por consequência, na escolha dos modais de transportes, é cada vez mais comum as empresas utilizarem mais que um modal para transportar seus produtos de um ponto a outro. De acordo com Ballou (2006, p. 157), “[...] cresceu nos últimos anos a utilização do transporte de mercadorias em processos que utilizem mais de um modal. Além dos óbvios ganhos econômicos que isso proporciona, o crescimento do transporte internacional tem sido um dos principais motores dessa mudança”. Várias podem ser as combinações entre os modais; o que as empresas precisam observar é quais os benefícios que a multimodalidade proporcionará aos seus produtos e, principalmente, à sua rentabilidade e rapidez na entrega. 18 Laureate- International Universities Trade marketing, B2B e relacionamento Para que possamos entender um pouco mais os princípios de multimodalidade e intermodalida- de, Castiglioni (2006, p. 157) menciona que a multimodalidade é a “[...] operação de realizar o deslocamento de mercadorias entre a origem e o destino final, utilizando diversos modais de transporte, sob a responsabilidade legal e contratual de um único operador”. Já a intermodalida- de, na visão de Ballou (2006, p. 157), sua principal característica “[...] é o livre intercâmbio de equipamentos entre os diversos modais. Por exemplo, o contêiner que é a carga de um caminhão, pode ser embarcado e transportado em avião, ou o vagão ferroviário embarcado num navio com o uso de um guindaste”.As combinações que podem ser feitas pelos serviços intermodais são: [...] Existem nada menos de dez combinações de serviços intermodais possíveis: 1) trem- caminhão; 2) trem-navio; 3) trem-duto; 4) caminhão-avião; 5) navio-avião; 6) caminhão- navio; 7) caminhão-duto; 8) navio-duto; 9) navio-avião; 10) avião-duto. Nem todas essas combinações são práticas. Algumas das que são viáveis ainda não conquistaram a confiança do mercado. Apenas o rodoviário-ferroviário, ou piggyback, como os americanos batizaram essa combinação de semi-reboque com vagão plataforma, tem sido amplamente utilizado. As combinações navio-caminhão, apelidadas, também pelos norte-americanos, de fishyback, estão conquistando espaço, principalmente no transporte internacional de bens de alto valor. Em proporções bem menores, as combinações caminhão-avião e trem-navio têm se mostrado viáveis, embora com utilização ainda muito limitada. (BALLOU, 2006, p. 158). Por que muitas empresas utilizam apenas um modal para transportar seus produtos? O problema, muitas vezes, é que as empresas se acostumam a utilizar um determinado tipo de modal de transporte e simplesmente ignoram os outros modais. O mais aconse- lhável, nesse caso, é que os gestores adotem práticas que permitam avaliar constante- mente a relação custo x tempo para que possam decidir sobre qual modal, no momento pesquisado, é o mais indicado para transportar suas mercadorias. Vale lembrar que esse transporte pode ser feito por mais que um modal. NÓS QUEREMOS SABER! Veja um exemplo. A empresa de calçados Toquinho está com dificuldades em definir as principais atividades da cadeia de produção de seus produtos. Ela começou no fundo do quintal de seu dono e, com o passar do tempo, cresceu demasiadamente, porém sem qualquer estrutura logísti- ca, o que tem provocado vários problemas, inclusive impactando no não cumprimento do prazo de entrega dos produtos. Um gerente de logística foi contratado para solucionar o problema. Em sua primeira ação, ele fez um levantamento das principais atividades que envolviam a cadeia de suprimentos da empresa. Depois, fez um levantamento do inventário para poder organizar as compras, o armazenamento e o estoque, reduzindo os custos com essas atividades. Após o levan- tamento, o gerente focou as estratégias de transportes da empresa. Ele percebeu que era utiliza- do apenas o modal rodoviário para todas as entregas do produto. Então, foi realizado um estudo para verificar se outros modais poderiam ser utilizados e descobriu-se que, para alguns clientes, o modal ferroviário era viável e mais barato. Com essas ações, o gerente de logística da empresa conseguiu reduzir custos, agilizar as entregas e trabalhar em sintonia com o trade marketing da empresa. O maior benefício foi o ganho em eficiência da sua cadeia de suprimentos. 19 Síntese • O conceito de logística está disseminado no mercado, sendo que seu principal foco de atuação são os processos que envolvem as empresas produtoras e os parceiros da cadeia logística. As empresas precisam otimizar seus processos e fluxos de materiais para se tornarem cada vez mais competitivas no mercado em que atuam. É necessário estar atento ao tempo necessário desde a geração do pedido até a efetiva entrega do produto ao destino final. • A cadeia de logística também pode ser considerada a cadeia de suprimentos de uma empresa. O gerenciamento da logística está incluso no gerenciamento da cadeia de suprimentos que, por sua vez, deve contemplar em suas ações a busca pelo aperfeiçoamento do desempenho em longo prazo das empresas em suas operações logísticas. A gestão da cadeia de suprimento integra o gerenciamento de oferta e demanda nas empresas e entre elas. • As principais atividades da cadeia de suprimentos são o transporte, a manutenção de estoque, o processamento de pedidos, as compras, o armazenamento, o controle de materiais e informações e a programação de suprimentos. Esse conjunto de atividades é capaz de garantir que a gestão da cadeia de suprimentos aconteça englobando todas as necessidades logísticas da empresa. • O transporte das mercadorias é realizado por um dos cinco modais existentes: aéreo, ferroviário, rodoviário, dutoviário e hidroviário. O modal rodoviário é um dos mais utilizados entre os destinos dentro de um mesmo país, enquanto que o modal hidroviário é o mais utilizado para o envio de mercadorias entre os países. As empresas também, para otimizar os custos, podem optar pelo uso do transporte multimodal, que envolve a utilização de dois ou mais modais para transportar um produto de um destino a outro. Síntese 20 Laureate- International Universities Referências BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/Logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. BOWERSOX, D. J.; CROSS, D. J.; COOPER, B. Gestão logística de cadeias de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2007. BRASIL. Ministério dos Transportes. Programa de investimentos em logística. 2015. Dispo- nível em: <http://www.logisticabrasil.gov.br/>. Acesso em: 10 jul. 2015. CASTIGLIONI, J. A. M. Logística operacional: guia prático. 3. ed. 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