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Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON – Concursos Públicos. 1 AEPCON Concursos Públicos Sumário Conduta ...................................................................................................................................... 2 1. Conceitos introdutórios .......................................................................................................................... 2 1.1. Causas de exclusão da conduta ........................................................................................................ 2 2. Crime doloso ........................................................................................................................................... 3 2.1. Dolo direto (de primeiro e segundo grau) ........................................................................................ 4 2.2. Dolo indireto ..................................................................................................................................... 5 2.2.1. DOLO INDIRETO ALTERNATIVO ......................................................................................................................... 5 2.2.2. DOLO INDIRETO EVENTUAL ............................................................................................................................. 6 2.3. Dolo geral (erro sucessivo ou aberratio causae) .............................................................................. 6 2.4. Dolo específico .................................................................................................................................. 6 2.5. Dolo genérico.................................................................................................................................... 7 3. Revisão didática....................................................................................................................................... 7 Exercícios .................................................................................................................................... 8 Questões bônus ................................................................................................................................................ 8 Questões de aula .............................................................................................................................................. 9 Gabarito comentado ...................................................................................................................................... 10 Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON – Concursos Públicos. 2 AEPCON Concursos Públicos CONDUTA 1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS A conduta é um dos elementos do fato típico (conduta, nexo causal, resultado e tipicidade) e a sua ausência causará a atipicidade do fato, ou seja, a exclusão do fato típico. Assim, sem conduta não se pode falar em crime (nullum crimen sine conducta). Para que uma conduta exista, ela deve ser composta de: (i) Consciência: o ser humano deve ter consciência daquilo que está fazendo, por esse motivo quem comete o fato estando em sonambulismo ou hipnose, não poderá responder pelo fato. (ii) Vontade: se o comportamento praticado, ainda que previsto em um tipo penal, não for precedido da vontade do seu agente, não haverá conduta, e, consequentemente, desfigurado estará o fato típico (substrato do crime), faltando seu primeiro elemento. Por esse motivo, a coação física irresistível não é punida pelo ordenamento jurídico penal. Além de que a conduta deve ser propositada (dolosa) ou descuidada (culposa). 1.1. CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CONDUTA Como vimos alguns exemplos de exclusão da conduta, vamos enumerar algumas causas que sempre excluem a conduta (OBS.: o erro de tipo poderá manter a culpa em casos não desculpáveis). 1) Caso fortuito ou força maior (ex.: enchente); 2) Hipnose (indução hipnótica que controla o estado mental); 3) Sonambulismo (independência do espírito ou transtorno comportamental do sono); Caiu em prova!! (TJ-PR/2012) Mévio sofre de sonambulismo e seus ataques são frequentes. Em determinada noite, durante um desses ataques, Mévio se levanta, dirige-se ao exterior de sua casa e, tendo um espasmo, acaba empurrando Adolfo de um penhasco, que é vizinho às residências de ambos. Adolfo falece em virtude de lesões decorrentes da queda. Ao acordar, sem ter nenhuma consciência nem lembrança do que ocorreu, Mévio é informado do episódio e fica bastante feliz com a brutal morte de Adolfo, seu desafeto. Diante dos fatos narrados, assinale a alternativa correta. a) Mévio deverá ser condenado por homicídio culposo. b) Mévio deverá ser condenado por homicídio doloso. c) Mévio deverá ser absolvido, já que havia inexigibilidade de conduta diversa. d) Mévio não comete crime algum, diante de absoluta ausência de conduta humana. Gabarito: D 4) Movimentos involuntários (ex.: doença de Parkinson); 5) Atos reflexos (ex.: imagine um rato passando pelos pés de uma senhora desapercebida e segurando um bebê de colo, quando ela percebe a presença do roedor, arremessa a criança contra um ventilador de teto em funcionamento, que decapita a criança); Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON – Concursos Públicos. 3 AEPCON Concursos Públicos Caiu em prova!! (FGV/2012) Para que haja relevância penal a conduta típica deve ser exteriorizada seja de ordem comissiva seja de ordem omissiva. Com outras palavras, faz-se o que é proibido ou não se faz o que era devido. Com relação ao tema, o movimento reflexo, a hipnose e o sonambulismo não afastam a conduta. Gabarito: Errado 6) Coação física irresistível (ex.: Jigsaw, dos jogos mortais, amarra o dedo indicador da vítima com um barbante ao gatilho de uma espingarda calibre 12 direcionada a cabeça de um terceiro, quando a vítima acorda acaba acionando a arma e explodindo a cabeça do terceiro. Jigsaw será autor imediato); Caiu em prova!! (CESPE/2010) A coação física irresistível afasta a tipicidade, excluindo o crime. Gabarito: Certo 7) Erro determinado por terceiro (ex.: “A” coloca arsênico no lugar de açúcar e vende para “B”, que ministra para “C” acreditando ser açúcar no preparo de café. “A” responderá pelo crime como autor mediato); Caiu em prova!! (CESPE/2009) Suponha que Antônio, imputável, dono de mercearia, com a inequívoca intenção de matar Juarez, tenha induzido a erro Carla, imputável e empregada doméstica de Juarez, vendendo a ela arsênico em vez de açúcar, que ela ministrou na alimentação de Juarez, provocando a morte deste. Nessa situação, Antônio deve ser responsável pelo crime como autor mediato, e a empregada doméstica, Carla, deve ter excluída a ilicitude de sua conduta, incorrendo em erro de tipo essencial. Gabarito: Certo 8) Erro de tipo escusável (ex.: em um restaurante, “Z” leva o casaco preto idêntico ao seu, sem perceber que era de “Y”). Caiu em prova!! (ACAFE/2008) O advogado “Caio”, por engano, pegou o guarda-chuva de seu colega “Tício”, que estava pendurado no balcão do cartório. Com base no exemplo, é correto afirmar que “Caio” não responderá por crime de furto, pois: a) Ele incidiu em erro acidental sobre dadossecundários da figura tópica do furto. b) Incorreu em erro de proibição invencível. c) Faltou-lhe potencial consciência da ilicitude. d) Ele incidiu em erro sobre elemento constitutivo do tipo legal do crime de furto (erro de tipo essencial). Gabarito: D 2. CRIME DOLOSO Art. 18, caput: “Diz-se o crime: I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo”. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON – Concursos Públicos. 4 AEPCON Concursos Públicos No conceito finalista da ação, o dolo é natural e integra a conduta (que está inserida no fato típico) e consiste na vontade (elemento volitivo) e consciência (elemento intelectivo) de realizar os elementos do tipo incriminador. Nessa concepção, a consciência da ilicitude (ou antijuridicidade) está na culpabilidade, isto é, desvinculada da conduta. De acordo com o Art. 18, I, do Código Penal, é possível desdobrar os crimes dolosos em direto (primeira parte) e indireto (segunda parte). 2.1. DOLO DIRETO (DE PRIMEIRO E SEGUNDO GRAU) Art. 18, caput: “Diz-se o crime: I - doloso, quando o agente quis o resultado (…)”. Também chamado de determinado, intencional, imediato ou incondicionado. É o elemento subjetivo do agente, a vontade livre e direta de causar o resultado criminoso. Adota-se a teoria da vontade. O dolo direto pode ser de primeiro e de segundo grau, será de primeiro grau quando o agente quer um resultado determinado, valendo-se dos meios próprios direcionados para este fim. Exemplo: Mévio quer matar Tício com emprego de explosivo, tem dolo direto para homicídio qualificado por causa do explosivo (lembre-se que o homicídio qualificado é hediondo). Nesta modalidade de dolo, a vontade do sujeito se adapta de modo perfeito ao resultado. O dolo de segundo grau (ou de consequências necessárias) ocorrerá quando o agente quer produzir um resultado específico, porém para alcançar esse resultado outros irão ocorrer, os quais Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON – Concursos Públicos. 5 AEPCON Concursos Públicos são necessários (colaterais ou consequenciais) para a obtenção do resultado específico; mas por ele já previstos. Exemplo: Mévio quando foi empregar o explosivo contra Tício (guitarrista de uma banda de Rock: “The dógui nhéc nhéc my pernation”), ele estava em uma praça pública durante um show de Rock com pessoas e seus cachorros: “Rócão” (isso é muito comum na cidade de “Sucuri”). Mévio colocou o artefato explosivo embaixo do palco e ao detonar matou 32 pessoas, incluindo Tício (certamente ele sabia que a explosão mataria as outras pessoas que ali se encontravam). Nesse caso, embora o agente não quisesse atingir outras vítimas, esse resultado era absolutamente esperado na explosão do artefato, então haverá 1 dolo direto de primeiro grau contra Tício e outros 31 dolos diretos de segundo grau contra as pessoas inocentemente mortas. O juiz aplicará, pois, a regra do concurso formal impróprio de crimes, somar-se- ão as penas de 32 homicídios qualificados (considerando a pena máxima, seriam só 960 anos de reclusão). Este período será usado para as regras de progressão de regime (2/5 se primário: 384 anos; 3/5 se reincidente: 576 anos); e condicional (2/3 se primário: 640 anos); contudo, no Brasil, o cumprimento máximo de pena privativa de liberdade é de 30 anos (Art. 75, CP: “O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 anos”), então ficará os 30 anos em regime fechado. 2.2. DOLO INDIRETO Art. 18, caput: “Diz-se o crime: I - doloso, quando o agente (…) assumiu o risco de produzi-lo;”. Também chamado de indeterminado. A doutrina classifica o dolo indireto como gênero e que se desmembra em duas espécies: o dolo alternativo e o dolo eventual. Caiu em prova!! (FUMARC/2011) No dolo direto, o agente quer efetivamente produzir o resultado, ao praticar a conduta típica, e no dolo indireto, o agente não busca com sua conduta resultado certo e determinado, subdividindo-se em dolo alternativo e eventual. Gabarito: Certo 2.2.1. DOLO INDIRETO ALTERNATIVO Quando o agente quer muitos “resultados” ou quer dirigir o crime a muitas “pessoas”, contudo não é possível de se realizar todos. Poderá ser objetivo ou subjetivo. Simplificando: a) Objetivo: quando a vontade indeterminada estiver relacionada com o resultado, sendo a vítima certa (“atiro” contra a vítima para ferir ou matar, tanto faz). b) Subjetivo: quando a vontade indeterminada envolver as vítimas, mas com resultado certo (“atiro” contra um grupo de pessoas para matar qualquer delas). Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON – Concursos Públicos. 6 AEPCON Concursos Públicos 2.2.2. DOLO INDIRETO EVENTUAL Também chamado apenas de dolo eventual, é o que está escrito no Art. 18, I, segunda parte: quando o agente assumiu o risco de produzir o resultado. Aqui o agente não quer diretamente, mas assume a responsabilidade pelo resultado (o famoso “dane-se!”). Ao dolo eventual, adota-se a teoria do assentimento. Caiu em prova!! (CESPE/2013) No caso de, apesar de sua vontade não se dirigir à realização de determinado resultado previsto, o agente aceitar e assumir o risco de causá-lo, restará configurado o dolo eventual, espécie de dolo indireto ou indeterminado. Gabarito: Certo 2.3. DOLO GERAL (ERRO SUCESSIVO OU ABERRATIO CAUSAE) O dolo geral também é conhecido por erro sucessivo ou aberratio causae. É o erro sobre a causa que deu origem ao resultado desejado pelo agente (dentro do nexo causal). Por uma pluralidade de atos executados pelo agente, a causa que deu origem ao resultado foi a segunda atitude praticada por ele, mas ele não notou, pois acreditava que a primeira já havia causado o resultado. Nesse caso, não fará nenhuma diferença para o Direito Penal, o qual trata essa “aberração” como dolo geral (o dolo sempre houve). O dolo geral ocorre quando o agente, julgando ter obtido o resultado intencionado, pratica uma nova conduta (uma segunda ação), com propósito diverso, porém somente dessa forma que ele produz o resultado. O agente responderá por seu dolo inicial. Exemplo¹: “A” envenenou “B” e, acreditando que a vítima estivesse morta, jogou-a da Ponte Rio- Niterói. Porém, ela bateu com a cabeça em um dos pilares de sustentação da ponte, vindo a morrer de traumatismo craniano. A vítima morreu por outra causa, mas em função do dolo geral do agente, ele será responsabilizado pelo homicídio qualificado pelo envenenamento e não homicídio simples (segundo ato, origem do resultado). Exemplo²: “A” queria matar “B” e ocultar o cadáver. Deu dois tiros na vítima e supondo que a mesma havia morrido, enterrou-a em uma cova. Porém, ela ainda estava viva e veio a morrer por asfixia. Nesse caso, o agente responderá por homicídio simples e por ocultação de cadáver e não por homicídio qualificado pela asfixia (segundo ato, origem do resultado). 2.4. DOLO ESPECÍFICO Derradeiro da teoria finalista da ação, somente ocorrerá com o desejo específico do agente, isto é, há uma finalidade específica para aquela conduta. Dessa forma, é obrigatório que o tipo penal explicite taiselementos específicos no dolo do agente, por exemplo, a parte final do crime de falsidade ideológica: Art. 299: “Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON – Concursos Públicos. 7 AEPCON Concursos Públicos de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”. Observe a parte sublinhada inicia-se “com o fim de”. Normalmente o tipo penal estará escrito com conjunções e locuções adverbiais finais, tais quais: para, a fim de, com o fim, com o objetivo, com a finalidade de, entre outros. 2.5. DOLO GENÉRICO Ao contrário do específico, o tipo penal nada diz com a finalidade, apenas o núcleo criminal. Dessa forma, somente nos crimes de dolo genérico poderá existir as formas culposas. Por exemplo, o homicídio: Homicídio simples Art. 121, caput: “Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos.”. Veja que ele não determina um fim específico, tanto que poderá ocorrer um homicídio culposo (de forma descuidada). Homicídio culposo Art. 121, §3º: “Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos.”. 3. REVISÃO DIDÁTICA CONDUTA (vontande e consciente) Dolo natural (propositado) Direto 1º grau 2º grau Indireto Alternativo Objetivo Subjetivo Eventual ("dane-se") Geral (aberratio causae) Específico (finalidade) Genérico (comporta o culposo) Culpa (descuidado) Causas que excluem a conduta 1) Caso fortuito ou força maior; 2) Sonambulismo; 3) Hipnose; 4) Movimentos involuntários; 5) Atos reflexos; 6) Coação física irresistível; 7) Erro determinado por terceiro; 8) Erro de tipo escusável. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON – Concursos Públicos. 8 AEPCON Concursos Públicos EXERCÍCIOS 1. (CESPE/1999) Para a teoria finalista da ação, o dolo é natural, representado pela vontade e consciência de realizar o comportamento típico que a lei prevê, sendo desnecessária a consciência da antijuridicidade. Certo Errado 2. (CESPE/2010) Considere a seguinte situação hipotética. Um jovem desferiu, com intenção homicida, golpes de faca em seu vizinho, que caiu desacordado. Acreditando ter atingido seu objetivo, enterrou o que supunha ser o cadáver no meio da mata. A perícia constatou, posteriormente, que o homem falecera em razão de asfixia decorrente da ausência de ar no local em que foi enterrado. Nessa situação, ocorreu o que a doutrina denomina de aberratio causae, devendo o agente responder pelo delito de homicídio simples consumado, por ter agido com dolo geral. Certo Errado QUESTÕES BÔNUS 3. (CESPE/2002) Considere a seguinte situação hipotética. Um indivíduo pretendia matar o seu desafeto, que se encontrava conversando com outra pessoa. Percebeu que, atirando na vítima, poderia também atingir a outra pessoa. Não obstante essa possibilidade, prevendo que poderia matar o terceiro e, sendo-lhe indiferente que este último resultado se produzisse, o indivíduo atirou contra o desafeto. Com o disparo, o desafeto e o terceiro vieram a falecer. Nessa situação, o indivíduo agiu com dolo direto com relação ao desafeto, e dolo indireto com relação ao terceiro. Certo Errado 4. (CESPE/2013) Por caracterizar inexigibilidade de conduta diversa, a coação moral ou física exclui a culpabilidade do crime. Certo Errado 5. (CESPE/2016) A coação física e a coação moral irresistível excluem a conduta do agente, pois eliminam totalmente a vontade pelo emprego da força, de modo que o fato passa a ser atípico. Certo Errado 6. (CESPE/2012) A coação irresistível, que constitui causa de exclusão da culpabilidade, é a coação moral, porquanto a coação física atinge diretamente a voluntariedade do ato, eliminando, se irresistível, a própria conduta. Certo Errado 7. (CESPE/2013) A coação moral irresistível é uma hipótese de autoria mediata, em que o autor da coação detém o domínio do fato e comete o fato punível por meio de outra pessoa. Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON – Concursos Públicos. 9 AEPCON Concursos Públicos Certo Errado 8. (CONSUPLAN/2012) A doutrina do direito penal explica que um dos elementos do fato típico é a existência de um comportamento humano comissivo ou omissivo, doloso ou culposo. Pode-se afirmar que há comportamento humano para efeitos de caracterização do fato típico nos casos de: a) Força física irresistível, que pode ser por força da natureza ou proveniente da ação de um terceiro. b) Movimentos reflexos, sendo o resultado imprevisível. c) Estados de inconsciência, tais como sonambulismo, hipnose, etc. d) Embriaguez completa, não proveniente de caso fortuito ou força maior. QUESTÕES DE AULA 9. (TJ-PR/2012) Mévio sofre de sonambulismo e seus ataques são frequentes. Em determinada noite, durante um desses ataques, Mévio se levanta, dirige-se ao exterior de sua casa e, tendo um espasmo, acaba empurrando Adolfo de um penhasco, que é vizinho às residências de ambos. Adolfo falece em virtude de lesões decorrentes da queda. Ao acordar, sem ter nenhuma consciência nem lembrança do que ocorreu, Mévio é informado do episódio e fica bastante feliz com a brutal morte de Adolfo, seu desafeto. Diante dos fatos narrados, assinale a alternativa correta. a) Mévio deverá ser condenado por homicídio culposo. b) Mévio deverá ser condenado por homicídio doloso. c) Mévio deverá ser absolvido, já que havia inexigibilidade de conduta diversa. d) Mévio não comete crime algum, diante de absoluta ausência de conduta humana. 10. (FGV/2012) Para que haja relevância penal a conduta típica deve ser exteriorizada seja de ordem comissiva seja de ordem omissiva. Com outras palavras, faz-se o que é proibido ou não se faz o que era devido. Com relação ao tema, o movimento reflexo, a hipnose e o sonambulismo não afastam a conduta. Certo Errado 11. (CESPE/2010) A coação física irresistível afasta a tipicidade, excluindo o crime. Certo Errado 12. (CESPE/2009) Suponha que Antônio, imputável, dono de mercearia, com a inequívoca intenção de matar Juarez, tenha induzido a erro Carla, imputável e empregada doméstica de Juarez, vendendo a ela arsênico em vez de açúcar, que ela ministrou na alimentação de Juarez, provocando a morte deste. Nessa situação, Antônio deve ser responsável pelo crime como autor mediato, e a empregada doméstica, Carla, deve ter excluída a ilicitude de sua conduta, incorrendo em erro de tipo essencial. Certo Errado Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON – Concursos Públicos. 10 AEPCON Concursos Públicos 13. (ACAFE/2008) O advogado “Caio”, por engano, pegou o guarda-chuva de seu colega “Tício”, que estava pendurado no balcão do cartório. Com base no exemplo, é correto afirmar que “Caio” não responderá porcrime de furto, pois: a) Ele incidiu em erro acidental sobre dados secundários da figura tópica do furto. b) Incorreu em erro de proibição invencível. c) Faltou-lhe potencial consciência da ilicitude. d) Ele incidiu em erro sobre elemento constitutivo do tipo legal do crime de furto (erro de tipo essencial). 14. (FUMARC/2011) No dolo direto, o agente quer efetivamente produzir o resultado, ao praticar a conduta típica, e no dolo indireto, o agente não busca com sua conduta resultado certo e determinado, subdividindo-se em dolo alternativo e eventual. Certo Errado 15. (CESPE/2013) No caso de, apesar de sua vontade não se dirigir à realização de determinado resultado previsto, o agente aceitar e assumir o risco de causá-lo, restará configurado o dolo eventual, espécie de dolo indireto ou indeterminado. Certo Errado GABARITO COMENTADO 1. Certo. Questão antiga, mas com total validade aos dias atuais! Deve se atentar ao comando da questão, haja vista perguntar apenas sobre a teoria finalista da ação e não acerca da teoria do crime! Segundo a teoria finalista da ação, o dolo é natural (2 elementos): vontade e consciência do tipo. Ela sobrescreveu o antigo dolo normativo (3 elementos): vontade, consciência do tipo e consciência da ilicitude. Atualmente, o dolo está na conduta e o elemento “consciência da ilicitude” ficou na culpabilidade (potencial consciência da ilicitude). Portanto, questão correta! 2. Certo. Exemplo prático do dolo geral (erro sucessivo ou “aberratio causae”), o agente erra na conduta (na causa), mas consegue atingir o resultado por ele desejado. Deve existir mais de uma conduta, ou seja, 2 ou mais atos. Nessa modalidade, ele responderá pelo que ele achava ter cometido inicialmente, mesmo que o resultado advenha de uma forma mais gravosa, por isso responderá por homicídio simples! 3. Certo. Quanto ao alvo: dolo direto (de 1º grau). Quanto a resultados previstos não desejados, mas os quais o agente assume o risco de produzi-los: dolo eventual (modalidade de dolo indireto). 4. Errado. A coação física irresistível elimina a conduta e, por conseguinte, o próprio crime (exclusão da tipicidade). Já a coação moral irresistível sim irá eliminar a exigibilidade de conduta diversa, excluindo a culpabilidade, tendo como resultado a isenção da pena e punição do coagidor a título de autoria mediata. 5. Errado. Comentário idem acima. 6. Certo. Comentário idem ao da questão nº 4. Questão correta. 1 - C 2 - C 3 - C 4 - E 5 - E 6 - C 7 - C 8 - D 9 - D 10 - E 11 - C 12 - C 13 - D 14 - C 15 - C Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AEPCON – Concursos Públicos. 11 AEPCON Concursos Públicos 7. Certo. Comentário idem ao da questão nº 4. Questão correta. 8. Letra D. A coação (força) física irresistível, os movimentos reflexos, a hipnose, o sonambulismo são todas formas de exclusão da conduta. Já os crimes cometidos durante a embriaguez, dolosa ou culposa, completa ou preordenada, serão punidos pelo Direito Penal, consoante a teoria da actio libera in causa (ação livre na causa – punição objetiva do agente). De acordo com o Art. 28, caput, c/c inciso II, do Código Penal: “Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (…) II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.”. Caso a embriaguez seja derivada de caso fortuito ou força maior, poderá isentar o agente de pena: “§1º – É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.”; ou diminuir a pena: “§2º – A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.”. 9. Letra D. O sonambulismo exclui a conduta e, por conseguinte, o próprio crime. 10. Errado. O movimento reflexo, a hipnose e o sonambulismo excluem a conduta! 11. Certo. A coação física irresistível é excludente da conduta e, consequentemente, o crime. 12. Certo. O erro determinado por terceiro é modalidade de autoria mediata, isentando o agente de culpa e punindo o coagidor. Está previsto no Art. 20, §2º, CP: “Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.”. 13. Letra D. Caio não possuía a “vontade” de subtrair coisa alheia móvel (elementos do tipo do furto, art. 155), de tal forma que não será punido por incorrer em erro de tipo essencial na modalidade escusável ou desculpável, haja vista ser um erro inevitável ou invencível. Resultará na exclusão da conduta e, portanto, a exclusão do crime. 14. Certo. Consoante o Art. 18, I, CP: “doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo”. Na primeira parte desse inciso, está previsto o dolo direto (ele buscou diretamente o resultado); já na segunda parte, está o dolo indireto (ele não busca diretamente o resultado, mas de qualquer forma não se importa que ele aconteça ou ficará feliz se ele acontecer ou não) que se subdivide em alternativo (objetivo e subjetivo) e eventual. 15. Certo. Praticamente o mesmo comentário acima, sendo o dolo eventual uma modalidade de dolo indireto, que é quando o agente “assume o risco de produzir o resultado previsto”. Sumário Conduta 1. Conceitos introdutórios 1.1. Causas de exclusão da conduta 2. Crime doloso 2.1. Dolo direto (de primeiro e segundo grau) 2.2. Dolo indireto 2.2.1. Dolo indireto alternativo 2.2.2. Dolo indireto eventual 2.3. Dolo geral (erro sucessivo ou aberratio causae) 2.4. Dolo específico 2.5. Dolo genérico 3. Revisão didática Exercícios Questões bônus Questões de aula Gabarito comentado
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