Buscar

aula4_Características do tráfego - Parte 2

Prévia do material em texto

Universidade Presbiteriana Mackenzie
Escola de Engenharia – Depto. de Engenharia Civil 
20 semestre de 2018
Aula 4
Características do tráfego (cont.)
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4. Características do tráfego
Demanda
(Aula 3)
Oferta
4.1
Serviço
4.7
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.1. Planejamento da oferta
• a oferta à circulação de veículos é
fornecida pelo sistema viário de uma
cidade ou região
• o sistema viário é resultado da aplicação
de medidas urbanísticas de uma cidade
ou região, resultantes do planejamento
urbano, determinado por seu plano
diretor
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.1. Planejamento da oferta (cont.)
• o sistema viário deve ser um dos
instrumentos para permitir a mobilidade da
população com conforto, rapidez e
segurança
• o plano diretor de uma cidade deve ser
pensado em conjunto com o planejamento
de transportes – portanto, ambos devem ser
associados
• não é racional tentar acompanhar o
crescimento da frota expandindo o sistema
viário
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.1. Planejamento da oferta (cont.)
Quatro Rodas, jan.62
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.1. Planejamento da oferta (cont.)
Plano de
avenidas do
prefeito de
São Paulo,
Prestes
Maia, 1935
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.1. Planejamento da oferta (cont.)
Plano de vias expressas para a cidade de São Paulo, 1972
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.1. Planejamento da oferta (cont.)
• entre outros elementos, o
plano diretor da uma
cidade deve conter as
regras de uso e ocupação
do solo
• o município deve ter um
tratamento legal para a
permissão da construção
de Polos Geradores de
Tráfego - PGTs
fonte: Denatran
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.1. Planejamento da oferta (cont.)
fonte: O Estado de S. Paulo
Exemplo de conflito de
interesses envolvendo o
planejamento urbano, a
Engenharia de Tráfego e os
moradores (comunidade),
empreendedores (grupos
econômicos) e prefeitura
(poder público)
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.2. O princípio da hierarquização funcional
das vias
• deslocamentos de longa distância
• ligação entre os bairros
• circulação nos bairros
• acesso às moradias
Em um sistema viário, as vias recebem diferentes
tipos de classificação e possibilidade de
intervenção. As principais funções das vias em um
ambiente urbano são:
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.2.1. Classificação das vias
• As vias são classificadas a partir de suas 
características funcionais e físicas 
• São 4 tipos, segundo o CTB (art. 60): 
- expressas (ou de trânsito rápido)
- arteriais 
- coletoras 
- locais
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
Segundo o CTB (Anexo I e art. 61): 
• expressas (ou de trânsito rápido) – aquela
caracterizada por acessos especiais com
trânsito livre, sem intersecções em nível, sem
acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem
travessia de pedestres em nível (velocidade
máxima = 80 km/h)
4.2.1. Classificação das vias (cont.)
80
Km/h
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
• arteriais - aquela caracterizada por intersecções
em nível, geralmente controlada por semáforo,
com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias
secundárias e locais, possibilitando o trânsito
entre as regiões da cidade (velocidade máxima
= 60 km/h)
4.2.1. Classificação das vias (cont.)
60
Km/h
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.2.1. Classificação das vias (cont.)
• coletoras – aquela destinada a coletar e
distribuir o trânsito que tenha necessidade de
entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou
arteriais, possibilitando o trânsito dentro das
regiões da cidade (velocidade máxima = 40
km/h) 40
Km/h
30
Km/h
• locais – aquela caracterizada por intersecções 
em nível não semaforizadas, destinada apenas 
ao acesso local ou a áreas restritas (velocidade 
máxima = 30 km/h)
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.2.1. Classificação das vias (cont.)
CTB, art. 61
foto antiga da
Av. Rebouças
(São Paulo),
uma via arterial,
que na época
estava com
regulamentação
de velocidade
máxima de 70
km/h
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.2.1. Classificação das vias (cont.)
A hierarquia das vias e a classificação viária
correspondente
Principal Característica
acesso às moradias
circulação nos 
bairros
ligação entre os 
bairros
deslocamentos de 
longa distância
Funcional
locais 
coletoras 
arteriais 
expressas 
ou de trânsito 
rápido
Classificação 
pelo CTB
Operacional
60
Km/h
80
Km/h
40
Km/h
30
Km/h
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.2.1. Classificação das vias (cont.)
• dos 17 mil km que formam o sistema viário
principal da cidade de São Paulo, 83% são de
vias locais (14.000 km)
• as coletoras representam 11% (1.985 km)
• o restante (6%) pode ser considerado como
de vias arteriais, uma vez que o sistema
expresso não chega a 100 km
Dados da cidade de São Paulo:
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.2.2.
Representação
esquemática
da hierarquia
das vias
fonte: Cepam
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.2.3. Hierarquia das vias - exemplo
Expressa
Arterial
Coletora Local
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
Analogia: sistema circulatório humano 
viário e sistema viário
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.3. Princípios da hierarquização funcional
O sistema viário deve ser balanceado em
termos de capacidade, com transição
gradativa entre suas vias e contínuo em
sua função
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.)
• balanceado – oferta compatível com a
demanda
• os desbalanceamentos entre oferta e
demanda provocam os congestionamentos,
que fazem com que os motoristas busquem
rotas alternativas, utilizando-se para isso,
eventualmente, de vias com funções
inadequadas para isso
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
Exemplo de 
desobediência aos 
princípios da 
hierarquização 
funcional 
(balanceamento): 
no Elevado Costa 
e Silva (SP), existe 
um acesso antes 
de uma saída
(sentido 
Bairro/Centro)
4.3. Princípios da 
hierarquização 
funcional (cont.)
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.)
• transição gradativa – os deslocamentos
devem ser efetuados em vias que atendam
a organização funcional
• por exemplo, a saída de um sistema
expresso deve se dar por vias arteriais.
Antes de se chegar ao sistema viário local,
o tráfego dessas arteriais deve ser
distribuído por vias coletoras
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
Outro exemplo de desobediência aos princípios de
hierarquização (transição gradativa): a ligação
viária entre 2 sistemas expressos (Túnel Ayrton
Senna/23 de Maio/Marginal Pinheiros) é feita por
uma via arterial (JK), com semáforos
4.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.)
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
Exemplo de desobediência aos princípios de
hierarquização (transiçãogradativa): a ligação
viária Túnel Ayrton Senna/Sena Madureira/Ricardo
Jafet (vias expressa/arteriais, todas com 3 faixas) é
interrompida pelo trecho das vias Mons. Manuel
Vicente e Maurício Klabin, coletoras, esta última
com 2 faixas
4.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.)
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
Proposta de projeto viário para resolver o
problema citado no slide anterior (fonte: PMSP)
4.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.)
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.)
• contínuo – transição suave entre as
funções (sem gargalos)
• ao sair de uma via e adentrar em uma
outra, de função distinta, esta última deve
atender ao fluxo que a ela se destina,
sem gerar perturbações na corrente de
tráfego ou apresentar gargalos
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
Gargalo é a seção crítica de uma via ou trecho de
via onde ocorre a restrição de capacidade
(descontinuidade). Interfere na medida da
demanda das seções posteriores
Exemplo: acesso
da Radial Leste
para a Ligação
Leste-Oeste, em
S. Paulo: a
descontinuidade
no número de
faixas formava
um gargalo
4.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.)
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
Vista da correção do gargalo da Radial Leste: o
princípio da continuidade foi aplicado,
regularizando-se a seção da via com barreiras de
concreto
4.3. Princípios da hierarquização funcional (cont.)
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.4. Variável de oferta veicular
• Variável de oferta – Capacidade (C)
• Capacidade de tráfego = máximo fluxo que
pode normalmente atravessar uma seção ou
trecho de via, nas condições existentes de
tráfego, geometria e controle, em um
determinado período (unidade de C = veíc/h)
C = Fluxo máximo = Fmáx
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.5. Alguns fatores que podem afetar a oferta 
viária
• geometria da via – número de faixas, largura,
rampa, curvatura, valetas
• tipo de pavimento – aderência, composição
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.5. Alguns fatores que podem afetar a oferta viária 
(cont.)
• controle do tráfego – sinalização (semáforo;
parada obrigatória)
• aleatoriedade – chuva, acidentes
• movimentos do tráfego – entrelaçamentos
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.5.1. Exemplos de entrelaçamento
Eixo Av. Dr.
Arnaldo, São
Paulo/Consola
ção: o
movimento
dos ônibus em
diagonal
restringe a
capacidade da
via (nesta foto
e na seguinte)
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.5.1. Exemplos
de entrelaçamento
(cont.)
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.5.1. Exemplos de entrelaçamento (cont.)
Em interligações viárias em forma de trevo,
caso os volumes de tráfego sejam altos, pode
ocorrer interferência na fluidez devido ao
entrelaçamento dos movimentos das alças
fo
to
: 
A
u
to
b
a
n
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.5.1. Exemplos de entrelaçamento (cont.)
Exemplo de interligação de rodovias cujo
traçado elimina os efeitos do entrelaçamento
fo
to
: 
A
u
to
b
a
n
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.5.1. Exemplos de entrelaçamento (cont.)
Exemplo de interligação de rodovias usada no
Rodoanel (São Paulo) que elimina os efeitos do
entrelaçamento através de um arranjo
geométrico complexo
fo
to
: 
A
u
to
b
a
n
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.6. Ações de Engenharia que podem
interferir na capacidade de uma via
• alteração de circulação 
• regulamentação de estacionamento
• melhorias nas condições do controle
semafórico
• melhoria do pavimento
• faixas reversíveis
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.6. Ações de Engenharia que podem
interferir na capacidade de uma via (cont.)
Faixa reversível: medida operacional para
aumento no número de faixas (maior oferta)
fonte: CET
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.6. Ações de Engenharia que podem interferir
na capacidade de uma via (cont.)
A largura das faixas e a capacidade
• valor de referência de capacidade para via
semaforizada = 1.800 veíc/h, por faixa, de 3,5
m de largura, plana, bem pavimentada, com
tempo bom
• esse valor é decorrente de vários fatores,
incluindo as condições de dirigibilidade
(espaçamento do veículo à frente, poder de
frenagem etc)
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.6. Ações de Engenharia que podem interferir
na capacidade de uma via (cont.)
A largura das faixas e a capacidade:
• em vias de fluxo ininterrupto os valores da
capacidade podem atingir valores maiores
F
o
n
te
 H
C
M
, 
2
0
1
0
 
Condições: via sem veículos pesados e
motoristas usuários frequentes
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.6. Ações de Engenharia que podem interferir
na capacidade de uma via (cont.)
fonte: 4 Rodas, mar.11
outra possibilidade
em teste, usando
ITS: comboios de
veículos, no qual o
líder assume o
controle de todos
os integrantes,
interconectados
por rede sem fio,
gerando economia
e reduzindo o
desgaste dos
motoristas
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.6. Ações de Engenharia que podem interferir na
capacidade de uma via (cont.)
Redução na largura das faixas (no exemplo, reduzindo-
-se de 3,5 para 2,5 m, há um acréscimo de uma faixa)
1
0
,5
 m
2
,5
 m
1
0
,5
 m
3
,5
 m
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.6. Ações de Engenharia que podem interferir na
capacidade de uma via (cont.)
A largura de 2,5 m é a mínima para uma faixa,
conforme Resolução 236/07 do Contran
fonte: Resolução 236/07 do Contran – Manual
Brasileiro de Sinalização – Volume IV – Sinalização
Horizontal, Cap. 5
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.6. Ações de Engenharia que podem interferir na
capacidade de uma via (cont.)
• a providência de se reduzir a largura das
faixas deve ser reservada para casos
críticos de falta de capacidade, pois traz
desconfortos aos motoristas
• outra recomendação importante é utilizar
a redução na largura somente nas
aproximações semafóricas, pois em
trechos longos existe dificuldade por parte
dos motoristas em manter os veículos em
faixas estreitas
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.6. Ações de Engenharia que podem interferir
na capacidade de uma via (cont.)
Redução na largura das faixas
1
4
3
2
1
2 3
O rebalizamento elevou de 3 para 4 o número de
faixas, aumentando a capacidade da via
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.6. Ações de Engenharia que podem interferir na
capacidade de uma via (cont.)
Exemplo de medida operacional para aumentar a
oferta: liberação do uso do acostamento em
congestionamento, mediante informação via
Painel de Mensagens Variáveis - PMV (outra
aplicação do ITS)
Fonte: Traffic 
Technology
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.7. Nível de Serviço
• o nível de serviço é
a representação da
operação do tráfego
e reflete a sua
qualidade
• variáveis do nível de
serviço (em regime
descontínuo):
velocidade e atraso
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.7.1. Velocidade
• Global = distância total O/D
tempo de viagem total
avaliação da qualidadede serviço do Sistema
Viário
• Percurso = distância total do trecho de medição
tempo de viagem no trecho
avaliação da operação de uma ou mais vias do
Sistema Viário
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.7.1. Velocidade (cont.)
Exemplo de medida de velocidade global,
pesquisada pela CET em rotas pré-determinadas
ao longo dos anos
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
4.7.2. Atraso
• Atraso = tempo real de viagem – tempo
ideal de viagem
• causas do atraso:
- sobredemanda
- má gestão do trânsito
- acidentes e outras aleatoriedades, como 
por exemplo intempéries, greves etc
2
o
s
e
m
e
s
tre
 d
e
 2
0
1
8
Características do tráfego - resumo
Característica Variável (is) Unidade
Demanda Volume veíc/h
Oferta Capacidade veíc/h
Nível de Serviço
Velocidade km/h
Atraso minutos

Continue navegando