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Universidade Presbiteriana Mackenzie Escola de Engenharia – Depto. de Engenharia Civil 20 semestre de 2018 Aula 13 Mobilidade urbana 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 13. Mobilidade urbana – assuntos da aula • a mobilidade urbana atualmente • planejamento urbano e dos transportes • a Política Nacional de Mobilidade Urbana • resumo das ações 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 13.1. Mobilidade urbana sustentável Sustentabilidade: ações visando satisfazer as necessidades presentes sem comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras Mobilidade urbana: condição em que se realizam os deslocamentos de pessoas e cargas no espaço urbano Mobilidade urbana sustentável: busca por formas de transporte que levem em conta a preservação ambiental e o atendimento às necessidades de deslocamento inerentes à vida urbana 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 13.1. Mobilidade urbana sustentável (cont.) Tendência mundial: valorização do espaço urbano como área de convivência, de caminhada e de deslocamento por bicicletas, buscando também a redução da poluição e dos acidentes fonte: UOL, 30.jun.15 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 A realidade do Brasil, de uma forma geral: • crescimento social e econômico (até 2014) • taxas de urbanização crescentes • aumento da motorização (principalmente autos e motos), com frequentes recordes de produção pelas montadoras • má qualidade do transporte público • baixa mobilidade da população 13.2. A mobilidade urbana atualmente 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Em 10 dos 26 anos (quadro abaixo) o crescimento econômico foi negativo ou nulo; entre 2004 e 2012 a média foi de 2,8% ao ano 13.3. Crescimento social e econômico do Brasil PIB per capita brasileiro – taxa anual de crescimento (1985/2012) Legenda: média 1985-2014 média 2004-2012 fo n te : B a n c o d o B ra s il 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Em 70 anos, houve uma inversão - de um “país rural” para um “país urbano” 13.4. Taxas de urbanização crescentes Taxa de urbanização no Brasil (1940-2010) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 13.5. Planejamento urbano e do transporte fonte: IBGE O investimento do Brasil em pesquisas é em torno de 1% do PIB, assim como a perda estimada com o trânsito em São Paulo 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 13.5. Planejamento urbano e do transporte (cont.) • boa parte desse prejuízo é consequência do planejamento urbano inadequado • uma das consequências é o excesso de deslocamentos de longa distância do tipo casa-trabalho, que resulta em aumentos dos congestionamentos, pela preferência no uso do automóvel na cidade 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Em São Paulo o planejamento urbano inadequado pode ser constatada nas figuras a seguir Empregos formais por setor de atividade (2004) fonte: Ministério do Trabalho 13.5. Planejamento urbano e do transporte (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 • a figura ao lado mostra que as áreas mais populosas tem menos empregos, na comparação com as figuras do slide anterior • uma das consequências é o maior tempo de deslocamento devido à maior distância casa- trabalho 13.5. Planejamento urbano e do transporte (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Pesquisa do Ibope quantificando o desequilíbrio da oferta de empregos em duas regiões da cidade de São Paulo 13.5. Planejamento urbano e do transporte (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 A relação desequilibrada entre residências e empregos/estudos gera movimentos pendulares não só em São Paulo, mas em todo o país fo n te : F o lh a d e S . P a u lo . 2 6 .m a r. 1 5 13.5. Planejamento urbano e do transporte (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 O atual padrão de mobilidade é baseado no transporte motorizado individual, que é insustentável 13.6. O aumento da motorização automóveis fonte: Fenabrave 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 A má qualidade do transporte público e a falta de planejamento urbano estimulam o uso do automóvel, o que gera congestionamentos, degrada o ambiente e causa prejuízos econômicos à sociedade. Enquanto isso, o transporte coletivo não mostra evolução ônibus fonte: Fenabrave 13.6. O aumento da motorização (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 fonte: Folha de S. Paulo, 11.mar.14 Na RMSP o uso do transporte individual não vem caindo ao longo dos anos, como seria o desejado 13.6. O aumento da motorização (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Outra consequência do uso crescente do automóvel é a elevação da poluição causada por veículos velhos (mais poluentes que os novos) e que ainda circulam em grande número fonte: Fenabrave 13.6. O aumento da motorização (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Outro exemplo do prejuízo pelo excesso do uso do automóvel: a figura ao lado mostra que em 2015 as perdas foram superiores a 63 bilhões de dólares nos EUA fonte: Traffic Technology International 13.6. O aumento da motorização (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 O incremento do transporte individual também pode ser constatado na queda dos passageiros transportados por ônibus no país fo n te : N T U 13.6. O aumento da motorização (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 13.6.1. A prioridade do transporte coletivo sobre o individual – o caso de São Paulo Ocupação média de veículos na cidade de São Paulo (fonte CET) 2008 2014 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Parte da redução no número de passageiros no transporte público pode ser atribuída à queda de sua qualidade 13.7. A má qualidade do transporte público fo n te : C N I 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 A pesquisa mostrada abaixo indica que o principal motivo do não uso do transporte por ônibus regularmente está ligado à sua confiabilidade (item ligado à qualidade do serviço). As razões ligadas à confiabilidade superam as do preço/custo fo n te : C N I, 2 0 1 5 Principal razão para não usar o transporte coletivo (por ônibus, em %) 13.7. A má qualidade do transporte público (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 A questão do custo do transporte • além das questões de qualidade citadas, o custo atual das tarifas também influencia no uso do transporte público no Brasil • parte da razão do custo elevado do transporte público para o usuário é a falta de políticas públicas de remuneração, que dissociem o valor das tarifas da receita de custeio do sistema, entre outras ações 13.7. A má qualidade do transporte público (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Peso de 50 viagens em transporte público sobre o salário mínimo (1974-1997) Atualmente a tarifa de ônibus na cidade de São Paulo é de R$ 4,00 e o salário mínimo, R$ 954,00. Portanto, hoje 50 viagens de ônibus em um mês equivalem a 21% do salário mínimo A questão do custo do transporte (cont.) 13.7. A má qualidade do transporte público (cont.) 2 o s e m e s tred e 2 0 1 8 13.8. Baixa mobilidade da população fo n te : A N T P T C = T ra n s p o rt e C o le ti v o ; T I = T ra n s p . In d iv id u a l e T N M = T ra n s p . N ã o M o to ri z a d o Embora crescente, o número de viagens diárias no Brasil ainda é inferior a 2, refletindo a baixa mobilidade da população 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 A baixa mobilidade também pode ser constatada no tempo médio de deslocamento casa-trabalho nas principais regiões metropolitanas brasileiras, conforme tabela abaixo fonte: IPEA, 2013 13.8. Baixa mobilidade da população (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 fonte: CNI, 2015 Os usuários dos ônibus são os que gastam mais tempo em seus deslocamentos diários 13.8. Baixa mobilidade da população (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 • nessa conjuntura, as necessidades de deslocamento da população e tampouco à proteção ambiental não estão sendo atendidas • na cidade de São Paulo estima-se que o custo da baixa mobilidade seja de R$ 40 bilhões ao ano • o aumento da mobilidade traria benefícios diretos (maior acesso a empregos, serviços e lazer) e indiretos (economia de recursos públicos) à população 13.8. Baixa mobilidade da população (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Os dados acima, obtidos em pesquisa pela ANTP em 2017, mostram o prejuízo social devido à baixa mobilidade: parcela significativa da população deixa de fazer atividades por falta de transporte 13.8. Baixa mobilidade da população (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 O Governo Federal, em busca soluções para esse problema, publicou a Lei 12.567/12, que traz a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU) A PNMU traz Princípios, Diretrizes e Objetivos, conforme veremos a seguir 13.9. A Política Nacional de Mobilidade Urbana 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Os Princípios da PNMU I - acessibilidade universal II - desenvolvimento sustentável das cidades, nas dimensões socioeconômicas e ambientais III - equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público coletivo IV - eficiência, eficácia e efetividade na prestação dos serviços de transporte urbano 13.9. A Política Nacional de Mobilidade Urbana (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Os Princípios da PNMU (cont.) V - gestão democrática e controle social do planejamento e avaliação da PNMU VI - segurança nos deslocamentos das pessoas VII - justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do uso dos diferentes modos e serviços VIII - equidade no uso do espaço público de circulação, vias e logradouros IX - eficiência, eficácia e efetividade na circulação urbana 13.9. A Política Nacional de Mobilidade Urbana (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 As Diretrizes da PNMU I - integração com a política de desenvolvimento urbano e respectivas políticas setoriais de habitação, saneamento básico, planejamento e gestão do uso do solo no âmbito dos entes federativos II - prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado 13.9. A Política Nacional de Mobilidade Urbana (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 As Diretrizes da PNMU (cont.) III - integração entre os modos e serviços de transporte urbano IV - mitigação dos custos ambientais, sociais e econômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas na cidade V - incentivo ao desenvolvimento científico- tecnológico e ao uso de energias renováveis e menos poluentes 13.9. A Política Nacional de Mobilidade Urbana (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 As Diretrizes da PNMU (cont.) VI - priorização de projetos de transporte público coletivo estruturadores do território e indutores do desenvolvimento urbano integrado e VII - integração entre as cidades gêmeas localizadas na faixa de fronteira com outros países sobre a linha divisória internacional 13.9. A Política Nacional de Mobilidade Urbana (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Os Objetivos da PNMU I - reduzir as desigualdades e promover a inclusão social II - promover o acesso aos serviços básicos e equipamentos sociais III - proporcionar melhoria nas condições urbanas da população no que se refere à acessibilidade e à mobilidade nas cidades 13.9. A Política Nacional de Mobilidade Urbana (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Os Objetivos da PNMU (cont.) IV - promover o desenvolvimento sustentável com a mitigação dos custos ambientais e socioeconômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas nas cidades V - consolidar a gestão democrática como instrumento e garantia da construção contínua do aprimoramento da mobilidade urbana 13.9. A Política Nacional de Mobilidade Urbana (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 O Plano de Mobilidade Urbana 13.9. A Política Nacional de Mobilidade Urbana (cont.) Art. 24 do PNMU: § 1o Em Municípios acima de 20.000 (vinte mil) habitantes e em todos os demais obrigados, na forma da lei, à elaboração do plano diretor, deverá ser elaborado o Plano de Mobilidade Urbana, integrado e compatível com os respectivos planos diretores ou neles inserido. § 2o Nos Municípios sem sistema de transporte público coletivo ou individual, o Plano de Mobilidade Urbana deverá ter o foco no transporte não motorizado e no planejamento da infraestrutura urbana destinada aos deslocamentos a pé e por bicicleta, de acordo com a legislação vigente. 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 O prazo inicial para elaboração do Plano de Mobilidade Urbana terminou em janeiro de 2015 13.9. A Política Nacional de Mobilidade Urbana (cont.) Ao lado: caderno produzido pelo Ministério das Cidades. Acima: apresentação do Plano de Mobilidade de Belo Horizonte 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 13.9. A Política Nacional de Mobilidade Urbana (cont.) fonte: www.mobilize.org.br, jun.17 Após vários adiamentos no prazo de entrega, o número de cidades que entregou seu PNM ainda é baixo 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 13.9. A Política Nacional de Mobilidade Urbana (cont.) Plano de Mobilidade Urbana da cidade de São Paulo: definição da prioridade dos modos de transporte 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 Para atendimento às necessidades de mobilidade da população urbana de forma sustentável: • planejamento urbano – plano diretor concatenado com o Plano de Mobilidade Urbana • incentivo ao uso de viagens nos modos a pé e por bicicleta, com tratamento adequado da infraestrutura (ciclovias, ciclofaixas, calçadas) 13.10. Resumo das ações 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 • incentivo à utilização de combustíveis produzidos a partir de fontes renováveis • integração modal e tarifária plena no sistema de transporte público • implementação de planos de segurança de trânsito, visando reduzir a quantidade e a gravidade dos acidentes, principalmente entre os usuários mais vulneráveis (pedestres, ciclistas e motociclistas) 13.10. Resumo das ações (cont.) 2 o s e m e s tre d e 2 0 18 Compra de um automóvel O deslocamento por meio do transporte público é caro, demorado e desconfortável O transporte coletivo é mal planejado: itinerários inadequados; não há prioridade sobre o individual; não há políticas tarifárias racionais e investimentos públicos insuficientes em redes estruturais Cidade sem planejamento urbano: o crescimento é desordenado e afetado pela especulação imobiliária O transporte público desatrelado de um plano diretor também cresce de forma desordenada Excesso de automóveis gera congestionamentos As pessoas procuram moradias mais próximas aos empregos Aumenta o valor dos imóveis centrais. A população migra para as áreas periféricas, elevando a demanda por transporte público Desperdício de tempo no trânsito. Consumo de combustível aumenta. Mais poluição Círculo vicioso 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 O automóvel torna-se desnecessário Incentivo à mobilidade sustentável: a pé e por bicicleta Prioridade ao transporte público sobre o individual Planejamento urbano: crescimento definido pelo plano diretor Transporte público tem seu planejamento vinculado ao Plano Diretor Sistema viário sem congestionamento Deslocamento entre empregos e moradias é facilitado Melhor qualidade de vida: sem poluição, com melhor aproveitamento do tempo O transporte público é mais vantajoso do que o individual Valor dos imóveis desatrelado da proximidade com o centro Círculo virtuoso 2 o s e m e s tre d e 2 0 1 8 fonte: Jornal Destak, 20.jun.16 Uma boa notícia! Rumo ao círculo virtuoso?
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