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Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente 1 Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia Prof. Solivan Valente solivan@up.edu.br Tema 4 Modelagem matemática: a transformada de Laplace 2 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Antes de iniciarmos o estudo da transformada de Laplace e da sua aplicação na análise e projeto de sistemas de controle, vamos rever algumas funções singulares. Essas funções são muito importantes no estudo de sistemas de controle, especialmente para a representação de sinais de entrada. Vamos rever: • Degrau unitário • Exponenciais causais • Impulso (Delta de Dirac) • Rampa • Parábola causal 3 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Degrau unitário (ou Step function, ou Heaveside function) 𝑢 𝑡 = 0 , 𝑡 < 0 1 , 𝑡 > 0 𝑡 𝑢(𝑡) 1 0 4 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Degrau unitário deslocado 𝑢 𝑡 − 𝑎 = 0 , 𝑡 < 𝑎 1 , 𝑡 > 𝑎 𝑡 𝑢(𝑡 − 𝑎) 1 0 𝑎 𝑎 > 0 Degrau “atrasado” 𝑎 < 0 Degrau “adiantado” 𝑎 > 0 𝑡 𝑢(𝑡 − 𝑎) 1 0𝑎 𝑎 < 0 5 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exemplo 1: Escreva a expressão matemática do sinal de tensão 𝑣(𝑡). + − 5 V 2 𝑡 = 0 𝑣(𝑡) + − Comportamento da tensão sobre o resistor com o passar do tempo: 𝑡 [s] 𝑣 𝑡 [V] 5 0 Podemos expressar 𝑣(𝑡) por meio de uma função degrau unitário, com amplitude multiplicada por 5: 𝑣 𝑡 = 5. 𝑢(𝑡) [V] 6 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exemplo 2: Escreva a expressão matemática do sinal de corrente 𝑖𝑅(𝑡). 2 A R𝑡 = 0 𝑖𝑅(𝑡) 𝑡 = 3 Comportamento da corrente através do resistor com o passar do tempo: 𝑡 [s] 𝑖𝑅 𝑡 [A] 2 0 3 𝑖𝑅 𝑡 = 2 − 2𝑢 𝑡 − 2𝑢(𝑡 − 3) 𝑖𝑅 𝑡 = 2 1 − 𝑢 𝑡 + 𝑢(𝑡 − 3) Faça um diagrama com as funções individuais e com a soma delas para verificar a expressão de 𝑖𝑅(𝑡). 7 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Funções causais São funções que têm valor nulo para 𝑡 < 0. Podem ser obtidas pela multiplicação de uma função qualquer pelo degrau unitário 𝑢(𝑡). Exemplos: Exponenciais causais 𝑓 𝑡 = 0 , 𝑡 < 0 𝑒−𝑎𝑡 , 𝑡 > 0 𝑓 𝑡 = 𝑒−𝑎𝑡 . 𝑢(𝑡) 𝑡 𝑓(𝑡) 1 0 𝑎 > 0 Exponencial decrescente causal 𝑡 𝑓(𝑡) 1 0 𝑎 < 0 Exponencial crescente causal 8 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Pulso retangular 𝑃Δ(𝑡) = 1 Δ , 0 < 𝑡 < Δ 0 , 𝑡 < 0 𝑒 𝑡 > Δ 𝑡 𝑃Δ(𝑡) 1 Δ 0 Δ Utilizando o degrau unitário: 𝑃Δ(𝑡) = 1 Δ 𝑢 𝑡 − 𝑢(𝑡 − Δ) O pulso tem área unitária: 𝐴 = −∞ ∞ 𝑃Δ 𝑡 𝑑𝑡 = 1 9 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Impulso unitário Área sob o impulso: 𝐴 = −∞ ∞ 𝛿 𝑡 𝑑𝑡 = 0− 0+ 𝛿 𝑡 𝑑𝑡 = 1 (Delta de Dirac) 𝛿(𝑡) = 0 , 𝑡 ≠ 0 ∞ , 𝑡 = 0 𝑡 𝛿(𝑡) 0 1 Amplitude infinita Área sob o impulso Impulso deslocado: 𝑡 𝛿(𝑡 − 𝑡0) 0 1 𝑡0 10 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente 𝛿 𝑡 = lim Δ→0 𝑃Δ(𝑡) = lim Δ→0 1 Δ 𝑢 𝑡 − 𝑢(𝑡 − Δ) Utilizando o pulso retangular: 𝛿 𝑡 = 𝑑𝑢(𝑡) 𝑑𝑡 𝑢 𝑡 = −∞ 𝑡 𝛿 𝜆 𝑑𝜆 Ou: 11 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Rampa 𝑡. 𝑢 𝑡 = 0 , 𝑡 < 0 𝑡 , 𝑡 > 0 𝑡 𝑡. 𝑢(𝑡) 0 45𝑜 𝑎 𝑎 12 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Parábola causal 𝑡2. 𝑢 𝑡 = 0 , 𝑡 < 0 𝑡2 , 𝑡 > 0 𝑡 𝑡2. 𝑢(𝑡) 0 𝑎 𝑎2 13 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exercício 1: Obtenha as expressões matemáticas que representam os sinais: a) 𝑡 𝑓(𝑡) 0 5 −5 𝑓 𝑡 = 0 , 𝑡 < 0 5. 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) , 𝑡 > 0 𝑓 𝑡 = 5. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) 14 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente b) 𝑡 𝑔(𝑡) 0 7 −7 𝑔 𝑡 = 0 , 𝑡 < 0 7. 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡) , 𝑡 > 0 𝑔 𝑡 = 7. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) 15 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente c) 𝑡 ℎ(𝑡) 50 64321−1−2 2 3 −3 −4 5 ℎ 𝑡 = 3. 𝛿 𝑡 + 2 − 3. 𝛿 𝑡 + 1 + 2. 𝛿 𝑡 − 4. 𝛿 𝑡 − 2 + 5. 𝛿(𝑡 − 6) 16 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente d) 𝑡 𝑓(𝑡) 0 45𝑜 3 Observe que temos uma reta 𝑡 + 3 para 𝑡 > 0. 𝑓 𝑡 = 0 , 𝑡 < 0 𝑡 + 3 , 𝑡 > 0 𝑔 𝑡 = (𝑡 + 3). 𝑢(𝑡) 𝑔 𝑡 = 𝑡. 𝑢 𝑡 + 3. 𝑢(𝑡) 17 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exercício 2: Obtenha as derivadas das funções a seguir: a) 𝑡 𝑓(𝑡) 2 0 3 𝑓 𝑡 = 2. 𝑢 𝑡 − 2. 𝑢(𝑡 − 3) 𝑑𝑓(𝑡) 𝑑𝑡 = 2. 𝛿 𝑡 − 2. 𝛿(𝑡 − 3) 𝑡 𝑑𝑓(𝑡) 𝑑𝑡 2 0 3 −2 A área de cada impulso corresponde à variação de amplitude de 𝑓(𝑡) no ponto. 18 Funções singulares Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente b) 𝑔 𝑡 = 5𝑡. 𝑢 𝑡 𝑡 𝑔(𝑡) 0 𝑑𝑔(𝑡) 𝑑𝑡 = 𝑑 𝑑𝑡 5𝑡 . 𝑢 𝑡 + 5𝑡. 𝑑𝑢(𝑡) 𝑑𝑡 Derivada de um produto: 𝑑𝑔(𝑡) 𝑑𝑡 = 5𝑢 𝑡 + 5𝑡. 𝛿(𝑡) ≠ 0 para 𝑡 = 0 O produto 5𝑡. 𝛿(𝑡) é sempre nulo. Assim: 𝑑𝑔(𝑡) 𝑑𝑡 = 5𝑢 𝑡 𝑡 𝑑𝑔(𝑡) 𝑑𝑡 5 0 19 Escolha do modelo matemático Um dos passos fundamentais na análise e projeto de sistemas de controle é o desenvolvimento de modelos matemáticos a partir de esquemas de sistemas físicos. Há 2 métodos principais: • Funções de transferência no domínio da frequência (Laplace) • Equações de estado no domínio do tempo. Neste tema, estudaremos a modelagem por funções de transferência, utilizando a transformada de Laplace. Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente 20 Escolha do modelo matemático Mas por que a transformada de Laplace é necessária? Já verificamos que uma equação diferencial pode descrever a relação entre a entrada 𝑟(𝑡) e a saída 𝑐(𝑡) de um sistema. A forma da equação diferencial e os valores dos seus coeficientes são uma formulação ou descrição do sistema. Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Porém, a representação de um sistema por meio de uma equação diferencial não é satisfatória do ponto de vista da abordagem de sistemas. Por que? Porque os parâmetros do sistema (que aparecem nos coeficientes), a saída 𝑐(𝑡) e a entrada 𝑟(𝑡) aparecem por toda a equação. 21 Escolha do modelo matemático Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle –Prof. Solivan Valente Isso facilita a análise e o projeto. Esta conveniência não pode ser obtida com uma equação diferencial, mas pode com a transformada de Laplace. É preferível uma representação matemática em que a entrada, a saída e o sistema sejam partes distintas e separadas: Além disso, precisamos representar a interconexão de diversos subsistemas, com uma função transferência no interior de cada bloco, de modo que elas possam ser facilmente combinadas para produzir uma representação equivalente simples: 22 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Pierre-Simon, Marquês de Laplace (1749 – 1827) Foi um matemático, astrônomo e físico francês que organizou a astronomia matemática, resumindo e ampliando o trabalho de seus predecessores nos cinco volumes do seu Mécanique Céleste (Mecânica Celeste) (1799 – 1825). Esta obra-prima traduziu o estudo geométrico da mecânica clássica usada por Isaac Newton para um estudo baseado em cálculo, conhecido como mecânica física. Entre muitas outras contribuições, ele propôs a transformada de Laplace, que aparece em todos os ramos da física matemática, campo em cuja formação teve um papel principal. Laplace foi eleito membro da Royal Society em 1789, tornou-se conde do Império em 1806 e foi nomeado marquês em 1817. Adaptado de: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre-Simon_Laplace Fonte da imagem: Por Jean-Baptiste Paulin Guérin http://www.photo.rmn.fr/ , Public Domain, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=11128007 23 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Há duas definições da transformada de Laplace: 𝐹 𝑠 = −∞ +∞ 𝑓 𝑡 . 𝑒−𝑠𝑡𝑑𝑡 𝐹 𝑠 = 0− +∞ 𝑓 𝑡 . 𝑒−𝑠𝑡𝑑𝑡 Transformada de Laplace Bilateral Transformada de Laplace Unilateral Elas possuem propriedades diferentes e, na teoria de Controle, utilizamos a transformada unilateral. Em nosso estudo vamos omitir o termo “unilateral”. Para mais detalhes sobre os dois tipos de transformada de Laplace, as semelhanças e diferenças entre elas, e também as relações com a transformada de Fourier, veja o livro: Oppenheim, A. V.; Willsky, A. S. Sinais e Sistemas. 2ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. 24 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Definição: ℒ 𝑓 𝑡 = 𝐹 𝑠 = 0− ∞ 𝑓 𝑡 𝑒−𝑠𝑡 𝑑𝑡 ℒ−1 𝐹 𝑠 = 1 2𝜋𝑗 𝜎−𝑗∞ 𝜎+𝑗∞ 𝐹 𝑠 𝑒𝑠𝑡 𝑑𝑠 = 𝑓 𝑡 . 𝑢(𝑡) Transformada Direta 𝑡 → 𝑠 Transformada Inversa 𝑠 → 𝑡 Notação: ℒ transformada direta ℒ−1 transformada inversa As equações acima assumem que, no domínio do tempo, temos sempre uma função nula para 𝑡 < 0, ou seja, uma função causal. 25 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente A variável 𝑠 é uma variável complexa, chamada de frequência complexa. Ela é definida como 𝑠 = 𝜎 + 𝑗𝜔. Como 𝑠 é complexa, a função 𝐹(𝑠) precisa ser representada sobre um plano, com um eixo real 𝜎 e um eixo imaginário 𝑗𝜔. Ele é chamado de plano 𝑠, ou plano complexo. A parte real 𝜎 está relacionada a uma exponencial, enquanto a parte imaginária 𝜔 é a frequência angular (a mesma da transformada de Fourier). 𝑓 𝑡 mostra o sinal no domínio do tempo (forma de onda) 𝐹(𝑠) mostra o sinal no domínio da frequência complexa (plano 𝑠). 26 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Veja um exemplo: 𝐻 𝑠 = 𝑠3 + 2𝑠2 + 6𝑠 + 7 𝑠2 + 0,2𝑠 + 2,8 𝑠 = 𝜎 + 𝑗𝜔 𝜔𝜎 Superfície do módulo 𝐻 𝑠 variando com 𝜎 e 𝜔. 27 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Se fizermos um “corte” em 𝜎 = 0, obteremos uma curva em função da frequência 𝜔: 𝜔𝜎 A borda superior é a curva do módulo 𝐻 𝑗𝜔 = |𝐻(𝑠)|𝜎=0 que é exatamente a curva de módulo da transformada de Fourier 𝐻 𝜔 . 28 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Para evitar traçar a superfície em 3 dimensões, normalmente representamos a função 𝐻(𝑠) com outros gráficos. Curvas de Resposta em Frequência Observe que a curva do módulo corresponde à borda superior do “corte” mostrado na figura anterior. Ela é traçada apenas para ω ≥ 0. 𝜔 𝐻 𝑗𝜔 = |𝐻(𝑠)|𝜎=0 MÓDULO 𝜔 𝜃𝐻 𝑗𝜔 = 𝜃𝐻(𝑠)|𝜎=0 FASEA curva da fase também é traçada apenas para ω ≥ 0. 29 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente 𝑗𝜔 𝜎 Diagrama de polos e zeros de 𝑯(𝒔) no plano 𝑠 Os zeros são os pontos do plano 𝑠 em que 𝐻 𝑠 = 0, ou seja, são as raízes do numerador de 𝐻(𝑠). Cada zero é representado por um “o” no plano. Os polos são os pontos do plano 𝑠 em que |𝐻(𝑠)| → ∞, ou seja, são as raízes do denominador de 𝐻(𝑠). Cada polo é representado por um “x” no plano. Polinômio com 3 raízes Zeros de 𝐻 𝑠 𝐻 𝑠 = 𝑠3 + 2𝑠2 + 6𝑠 + 7 𝑠2 + 0,2𝑠 + 2,8 Neste exemplo, 𝐻(𝑠) tem 3 zeros e 2 polos: Polinômio com 2 raízes Polos de 𝐻 𝑠 𝑠 = −1,364 𝑠 = −0,318 + 𝑗. 2,243 𝑠 = −0,100 + 𝑗. 1,670 𝑠 = −0,100 − 𝑗. 1,670 𝑠 = −0,318 − 𝑗. 2,243 −0,100 + 𝑗. 1,670 −0,100 − 𝑗. 1,670 −1,364 −0,318 + 𝑗. 2,243 −0,318 − 𝑗. 2,243 30 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exemplo 3: Obter a transformada de Laplace de 𝑓 𝑡 = 𝐴. 𝑒−𝑎𝑡. 𝑢(𝑡). ℒ 𝑓 𝑡 = 𝐹 𝑠 = 0− ∞ 𝑓 𝑡 𝑒−𝑠𝑡 𝑑𝑡Definição: Como 𝑓(𝑡) não possui um impulso em 𝑡 = 0, o limite inferior de integração 0− pode ser substituído simplesmente por 0. Então, temos: 𝐹 𝑠 = 0 ∞ 𝑓 𝑡 𝑒−𝑠𝑡 𝑑𝑡 = 0 ∞ 𝐴. 𝑒−𝑎𝑡. 𝑢 𝑡 . 𝑒−𝑠𝑡 𝑑𝑡 = 𝐴. 0 ∞ 𝑒− 𝑠+𝑎 𝑡 𝑑𝑡 𝐹 𝑠 = 𝐴. 1 −(𝑠 + 𝑎) 𝑒− 𝑠+𝑎 𝑡 𝑡=0 ∞ = 𝐴. 0 − 1 −(𝑠 + 𝑎) = 𝐴 𝑠 + 𝑎 Assim: 𝑓 𝑡 = 𝐴. 𝑒−𝑎𝑡. 𝑢 𝑡 ⟺ 𝐹 𝑠 = 𝐴 𝑠 + 𝑎 31 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Podemos calcular as transformadas direta e inversa de Laplace por meio das integrais que as definem, mas o mais usual é utilizar uma tabela com pares de transformadas já calculadas. Além disso, diversas propriedades (ou teoremas) da transformada de Laplace são muito úteis para evitar os cálculos usando as integrais. 32 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente 𝛿(𝑡) 1 𝑢(𝑡) 1 𝑠 𝑡. 𝑢(𝑡) 1 𝑠2 𝑡𝑛 . 𝑢(𝑡) 𝑛! 𝑠𝑛+1 𝑒−𝑎𝑡 . 𝑢(𝑡) 1 𝑠 + 𝑎 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) 𝜔 𝑠2 + 𝜔2 𝑠 𝑠2 + 𝜔2 𝑓(𝑡) 𝐹(𝑠) Impulso Degrau Rampa Parábola ou polinômio Exponencial Seno Cosseno A tabela ao lado mostra alguns exemplos de transformadas de Laplace: 33 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Linearidade (homogeneidade) Linearidade (superposição) Deslocamento em frequência Deslocamento no tempo Mudança de escala (ou escalonamento) Diferenciação no tempo Integração no tempo Diferenciação no tempo Diferenciação no tempo Propriedades da transformada de Laplace Diferenciação na frequência𝑓(𝑡) 𝐹(𝑠) 𝑘. 𝑓(𝑡) 𝑘. 𝐹(𝑠) 𝑓1 𝑡 + 𝑓2(𝑡) 𝐹1 𝑠 + 𝐹2(𝑠) 𝑒−𝑎𝑡 . 𝑓(𝑡) 𝐹(𝑠 + 𝑎) 𝑓(𝑡 − 𝑇) 𝑒−𝑠𝑇 . 𝐹 𝑠 𝑇 > 0 𝑓(𝑎𝑡) 1 𝑎 𝐹 𝑠 𝑎 𝑎 > 0 𝑑𝑓 𝑑𝑡 𝑠. 𝐹 𝑠 − 𝑓 0− 𝑑2𝑓 𝑑𝑡2 𝑠2. 𝐹 𝑠 − 𝑠. 𝑓 0− − 𝑓′ 0− 𝑑𝑛𝑓 𝑑𝑡𝑛 𝑠𝑛. 𝐹 𝑠 − 𝑘=1 𝑛 𝑠𝑛−𝑘 . 𝑓𝑘−1 0− 0− 𝑡 𝑓 𝜏 𝑑𝜏 𝐹(𝑠) 𝑠 𝑡. 𝑓(𝑡) − 𝑑𝐹(𝑠) 𝑑𝑠 34 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Teorema do valor final (1) 𝑓 ∞ = lim 𝑠→0 𝑠. 𝐹(𝑠) Teorema do valor inicial (2) 𝑓 0+ = lim 𝑠→∞ 𝑠. 𝐹(𝑠) (1) A notação correta é lim 𝑡→∞ 𝑓 𝑡 . Mas adotaremos 𝑓 ∞ por simplicidade. Para que este teorema leve a resultados finitos corretos, todas as raízes do denominador (polos) de 𝐹(𝑠) devem ter parte real negativa, e não mais que um pode estar na origem. (2) Para que este teorema seja válido, 𝑓(𝑡) deve ser contínua ou ter uma descontinuidade em degrau em 𝑡 = 0 (isto é, sem impulsos 𝛿(𝑡) ou suas derivadas em 𝑡 = 0). Observações: 35 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exercício 3: Calcule as seguintes transformadas de Laplace, utilizando a tabela de pares e a tabela de propriedades. a) 𝑓 𝑡 = 𝑡3. 𝑢(𝑡) Sabemos que: 𝑡𝑛. 𝑢 𝑡 ⟺ 𝑛! 𝑠𝑛+1 A solução é obtida por simples substituição, com 𝑛 = 3: 𝑡3. 𝑢 𝑡 ⟺ 3! 𝑠3+1 Assim: 𝐹 𝑠 = ℒ[𝑓(𝑡)] = 6 𝑠4 36 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente b) 𝑓 𝑡 = 3. 𝑢 𝑡 − 3. 𝑢(𝑡 − 5) Sabemos que: 𝑢 𝑡 ⟺ 1 𝑠 𝑓 𝑡 − 𝑇 ⟺ 𝑒−𝑠𝑇 . 𝐹(𝑠) Transformada conhecida (tabela) Teorema do deslocamento no tempo Pelo teorema da linearidade (a transformada de uma soma é igual à soma das transformadas individuais), temos: 𝐹 𝑠 = ℒ 𝑓(𝑡) = ℒ[3. 𝑢 𝑡 − 3. 𝑢(𝑡 − 5)] 𝐹 𝑠 = 3. ℒ 𝑢 𝑡 − 3. ℒ 𝑢 𝑡 − 5 = 3 1 𝑠 − 3 1 𝑠 𝑒−5𝑠 𝐹 𝑠 = ℒ[𝑓(𝑡)] = 3 𝑠 − 3 𝑠 𝑒−5𝑠 = 3 𝑠 1 − 𝑒−5𝑠 Assim: 37 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente c) 𝑓 𝑡 = 𝑒−𝑎𝑡. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) Sabemos que: 𝑒−𝑎𝑡. 𝑔 𝑡 ⟺ 𝐺(𝑠 + 𝑎) 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢 𝑡 ⟺ 𝜔 𝑠2 + 𝜔2 Seja: 𝑔 𝑡 = 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢 𝑡 ⟺ 𝐺 𝑠 = 𝜔 𝑠2 + 𝜔2 Então: 𝑓 𝑡 = 𝑒−𝑎𝑡. 𝑔 𝑡 ⟺ 𝐹 𝑠 = 𝐺 𝑠 + 𝑎 = 𝜔 (𝑠 + 𝑎)2+𝜔2 Assim: 𝑓 𝑡 = 𝑒−𝑎𝑡. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) ⟺ 𝐹 𝑠 = 𝜔 (𝑠 + 𝑎)2+𝜔2 38 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente d) 𝑓 𝑡 = 𝑒−𝑎𝑡. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) Sabemos que: 𝑒−𝑎𝑡. 𝑔 𝑡 ⟺ 𝐺(𝑠 + 𝑎) 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 . 𝑢 𝑡 ⟺ 𝑠 𝑠2 + 𝜔2 Seja: 𝑔 𝑡 = 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 . 𝑢 𝑡 ⟺ 𝐺 𝑠 = 𝑠 𝑠2 + 𝜔2 Então: 𝑓 𝑡 = 𝑒−𝑎𝑡. 𝑔 𝑡 ⟺ 𝐹 𝑠 = 𝐺 𝑠 + 𝑎 = (𝑠 + 𝑎) (𝑠 + 𝑎)2+𝜔2 Assim: 𝑓 𝑡 = 𝑒−𝑎𝑡. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) ⟺ 𝐹 𝑠 = 𝑠 + 𝑎 (𝑠 + 𝑎)2+𝜔2 39 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente e) 𝑓 𝑡 = 𝑒−𝑎𝑡 𝐴. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 + 𝐵. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) Pelo teorema da linearidade, sabemos que a transformada de uma soma é igual à soma das transformadas individuais. Assim: 𝐹 𝑠 = ℒ 𝑓(𝑡) = ℒ 𝐴. 𝑒−𝑎𝑡. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) + ℒ 𝐵. 𝑒−𝑎𝑡 . 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) 𝐹 𝑠 = 𝐴. ℒ 𝑒−𝑎𝑡. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) + 𝐵. ℒ 𝑒−𝑎𝑡. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) 𝐹 𝑠 = 𝐴 𝑠 + 𝑎 (𝑠 + 𝑎)2+𝜔2 + 𝐵 𝜔 (𝑠 + 𝑎)2+𝜔2 = 𝐴 𝑠 + 𝑎 + 𝐵𝜔 (𝑠 + 𝑎)2+𝜔2 Assim: 𝑓 𝑡 = 𝑒−𝑎𝑡 𝐴. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 + 𝐵. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢 𝑡 ⟺ 𝐹 𝑠 = 𝐴 𝑠 + 𝑎 + 𝐵𝜔 (𝑠 + 𝑎)2+𝜔2 40 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exemplo 4: Obter a transformada inversa de Observe que o denominador tem 𝑠 + 3 2 e não temos essa transformada na tabela. Porém, sabemos que: 𝑡. 𝑢 𝑡 ⟺ 1 𝑠2 Transformada conhecida (tabela) 𝑒−𝑎𝑡 . 𝑓 𝑡 ⟺ 𝐹(𝑠 + 𝑎) Teorema do deslocamento em frequência Então, dando nomes para as funções intermediárias: 𝑓 𝑡 = 𝑡. 𝑢 𝑡 ⟺ 𝐹 𝑠 = 1 𝑠2 𝑒−𝑎𝑡. 𝑓 𝑡 = 𝑒−𝑎𝑡. 𝑡. 𝑢 𝑡 ⟺ 𝐹 𝑠 + 𝑎 = 1 (𝑠 + 𝑎)2 𝐺 𝑠 = 1 𝑠 + 3 2 41 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Fazendo 𝑎 = 3, temos: 𝑒−3𝑡. 𝑡. 𝑢 𝑡 ⟺ 1 (𝑠 + 3)2 Assim: 𝑔 𝑡 = ℒ−1 𝐺(𝑠) = 𝑒−3𝑡. 𝑡. 𝑢 𝑡 De forma geral: 𝑒−𝑎𝑡. 𝑡. 𝑢 𝑡 ⟺ 1 (𝑠 + 𝑎)2 42 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exercício 4: Calcule a transformada inversa 𝑓(𝑡) de 𝐹 𝑠 = 𝑠. Sabemos que: 𝛿 𝑡 ⟺ 1 𝑑𝑔 𝑑𝑡 ⟺ 𝑠. 𝐺 𝑠 − 𝑔 0− Fazendo 𝑔 𝑡 = 𝛿(𝑡), sabemos que 𝑔 0− = 0, porque o impulso é não nulo apenas em 𝑡 = 0. Então: 𝑑𝑔(𝑡) 𝑑𝑡 = 𝑑𝛿(𝑡) 𝑑𝑡 ⟺ 𝑠. 𝐺 𝑠 − 0 = 𝑠. 1 = 𝑠 Assim: 𝑓 𝑡 = 𝑑𝛿(𝑡) 𝑑𝑡 ⟺ 𝐹 𝑠 = 𝑠 ou: 𝑓 𝑡 = ℒ−1 𝐹(𝑠) = 𝑑𝛿(𝑡) 𝑑𝑡 43 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Incluindo os resultados obtidos e alguns outros, obtemos uma tabela mais ampla de transformadas de Laplace, que será muito útil na análise e no projeto de sistemas de controle: 44 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Tabela de transformadas de Laplace 𝛿(𝑡) 1 𝑢(𝑡) 1 𝑠 𝑡. 𝑢(𝑡) 1 𝑠2 𝑡𝑛 . 𝑢(𝑡) 𝑛! 𝑠𝑛+1 𝑒−𝑎𝑡 . 𝑢(𝑡) 1 𝑠 + 𝑎 𝑓(𝑡) 𝐹(𝑠) 𝑒−𝑎𝑡 . 𝑡. 𝑢 𝑡 𝑑𝛿(𝑡) 𝑑𝑡 𝑠 1 (𝑠 + 𝑎)2 𝑡2 2 . 𝑢(𝑡) 1 𝑠3 (doublet) 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) 𝜔 𝑠2 + 𝜔2 𝑠 𝑠2 + 𝜔2 𝑒−𝑎𝑡 . 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) 𝑒−𝑎𝑡 . 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) 𝑓(𝑡) 𝐹(𝑠) 𝑐2 + 𝑑2. cos 𝜔𝑡 − 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 𝑑 𝑐 . 𝑢(𝑡) 𝑐𝑠 + 𝑑𝜔 𝑠2 + 𝜔2 𝑐2 + 𝑑2. 𝑒−𝑎𝑡 cos 𝜔𝑡 − 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 𝑑 𝑐 . 𝑢(𝑡) 𝑐 𝑠 + 𝑎 + 𝑑𝜔 𝑠 + 𝑎 2 + 𝜔2 𝑡. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) 2𝜔. 𝑠 𝑠2 + 𝜔2 2 𝑡. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) 𝑠2 − 𝜔2 𝑠2 + 𝜔2 2 𝜔 (𝑠 + 𝑎)2+𝜔2 𝑠 + 𝑎 (𝑠 + 𝑎)2+𝜔2 𝑒−𝑎𝑡 𝑐. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 + 𝑑. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢 𝑡 𝑐. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 + 𝑑. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢 𝑡 45 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Observação: Quando temos um seno e um cosseno oscilando na mesma frequência, podemos fazer a soma fasorial deles: Fasor do cosseno Fasor do seno (atrasado 90𝑜) 𝑐. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 𝑑. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 Fasor da soma 𝜙 𝑐. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 + 𝑑. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 = 𝑐2 + 𝑑2. cos 𝜔𝑡 − 𝜙 Soma fasorial: 𝜙 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 𝑑 𝑐 Ângulo de atraso em relação ao cosseno: 𝑐. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 + 𝑑. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 = 𝑐2 + 𝑑2. cos 𝜔𝑡 − 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 𝑑 𝑐 Então: 46 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Em muitas situações de análise e projeto de sistemas de controle, precisamos calcular a transformada inversa de Laplace de funções que possuem polinômios no numerador e/ou no denominador. Em alguns casos, precisamos realizar a divisão desses polinômios antes de obter a inversa. Inicialmente, observe a seguinte divisão inteira: 113 4 113 4 −8 33 −32 1 28 113 4 = 4.28 + 1 4 = 28 + 1 4 A divisãode polinômios é bastante semelhante e é necessária quando o numerador tem ordem maior ou igual à ordem do denominador. Divisão de polinômios 47 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Divisão de polinômios (Método da Chave) 1. Marque os termos de maior ordem no dividendo (numerador) e no divisor (denominador). 2. Anote o resultado da divisão desses termos no quociente. 3. Multiplique o termo obtido por cada termo do divisor, e coloque os resultados com sinal trocado sob o dividendo. 4. Faça a soma e acrescente os termos adicionais do dividendo (“baixar”). 5. Repita os passos 1 a 4 até obter um resto com grau menor que o do divisor. Exemplo: 𝑠3 + 3𝑠2 − 4𝑠 + 10 𝑠2 − 𝑠 + 3 Ordem 3 Ordem 2 𝑠3 + 3𝑠2 − 4𝑠 + 10 𝑠2 − 𝑠 + 3 𝑠−𝑠 3 + 𝑠2 − 3𝑠 4𝑠2 − 7𝑠 + 10 −3𝑠 − 2 −4𝑠2 + 4𝑠 − 12 + 4 Então: 𝑠3 + 3𝑠2 − 4𝑠 + 10 𝑠2 − 𝑠 + 3 = 𝑠 + 4 𝑠2 − 𝑠 + 3 + (−3𝑠 − 2 ) 𝑠2 − 𝑠 + 3 = 𝑠 + 4 − 3𝑠 + 2 𝑠2 − 𝑠 + 3 Para casa: Mostre que 𝑠3 + 3𝑠2 − 4𝑠 + 10 = 𝑠 + 4 𝑠2 − 𝑠 + 3 + (−3𝑠 − 2 ) 48 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Expansão em Frações Parciais Para obter a transformada inversa de Laplace de uma função com polinômios no numerador e no denominador, precisamos expandir essa função em suas frações parciais. A transformada inversa de cada termo é obtida de modo mais simples. Seja uma função 𝐹(𝑠) dada por: 𝐹 𝑠 = 𝑁(𝑠) 𝐷(𝑠) Polinômio no numerador Polinômio no denominador Há 3 situações distintas para a expansão de 𝐹(𝑠) em frações parciais: • Caso 1: As raízes de 𝐷(𝑠) são reais e distintas. • Caso 2: As raízes de 𝐷(𝑠) são reais e repetidas. • Caso 3: As raízes de 𝐷(𝑠) são complexas ou imaginárias. Em todas elas, expandimos 𝐹(𝑠) com constantes 𝐾1, 𝐾2, 𝐾3... em diversos numeradores; essas constantes são chamadas de resíduos. 49 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente 𝐹 𝑠 = 𝑁(𝑠) 𝐷(𝑠) Polinômio no numerador Polinômio no denominador Importante! ANTES de expandir em frações parciais, devemos verificar as ordens dos polinômios que estão no numerador e no denominador da função. Para fazer a expansão em frações parciais, o polinômio do numerador deve ter ordem MENOR que o polinômio do denominador. Exemplo: 𝐹 𝑠 = 𝑠3 + 2𝑠2 + 6𝑠 + 7 𝑠2 + 6𝑠 + 9 Fazemos a expansão em frações parciais apenas desta parte. ordem menor que a ordem do denominador 𝐹 𝑠 = 𝑠 − 4 𝑠2 + 6𝑠 + 9 + 19𝑠 + 43 𝑠2 + 6𝑠 + 9 = 𝑠 − 4 + 19𝑠 + 43 𝑠2 + 6𝑠 + 9 Polinômio de ordem maior que o denominador: precisamos fazer a divisão dos polinômios antes de realizar a expansão de 𝐹(𝑠) em frações parciais. Fazendo a divisão, obtemos: 50 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Caso 1: As raízes de 𝐷(𝑠) são reais e distintas 𝐹 𝑠 = 𝑁(𝑠) 𝐷(𝑠) = 𝑁(𝑠) 𝑠 + 𝑝1 𝑠 + 𝑝2 ⋯ 𝑠 + 𝑝𝑚 ⋯ 𝑠 + 𝑝𝑛 𝐹 𝑠 = 𝐾1 𝑠 + 𝑝1 + 𝐾2 𝑠 + 𝑝2 + ⋯ + 𝐾𝑚 𝑠 + 𝑝𝑚 + ⋯ + 𝐾𝑛 𝑠 + 𝑝𝑛 Resíduos que precisamos calcular Para calcular cada resíduo, multiplicamos a função pelo denominador da fração parcial correspondente. Por exemplo, para calcular 𝐾𝑚 fazemos: = 𝑠 + 𝑝𝑚 𝐾1 𝑠 + 𝑝1 + 𝑠 + 𝑝𝑚 𝐾2 𝑠 + 𝑝2 + ⋯ + 𝐾𝑚 + ⋯ + 𝑠 + 𝑝𝑚 𝐾𝑛 𝑠 + 𝑝𝑛 Fazendo 𝑠 → −𝑝𝑚 , todos os termos à direita tendem a 0, exceto 𝐾𝑚: 𝑠 + 𝑝𝑚 . 𝐹 𝑠 = 𝑠 + 𝑝𝑚 . 𝑁(𝑠) 𝑠 + 𝑝1 𝑠 + 𝑝2 ⋯ 𝑠 + 𝑝𝑚 ⋯ 𝑠 + 𝑝𝑛 𝑠 + 𝑝𝑚 . 𝑁(𝑠) 𝑠 + 𝑝1 𝑠 + 𝑝2 ⋯ 𝑠 + 𝑝𝑚 ⋯ 𝑠 + 𝑝𝑛 𝑠→−𝑝𝑚 = 𝐾𝑚 51 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exemplo 5: Expandir 𝑌(𝑠) em frações parciais. 𝑌 𝑠 = 32 𝑠 𝑠2 + 12𝑠 + 32 Então, podemos escrever: 𝑌 𝑠 = 32 𝑠 𝑠 + 4 (𝑠 + 8) = 𝐾1 𝑠 + 𝐾2 𝑠 + 4 + 𝐾3 𝑠 + 8 𝐾1 = 32 𝑠 + 4 (𝑠 + 8) 𝑠→0 = 1 𝐾2 = 32 𝑠(𝑠 + 8) 𝑠→−4 = −2 𝐾3 = 32 𝑠 𝑠 + 4 𝑠→−8 = 1 𝑌 𝑠 = 1 𝑠 − 2 𝑠 + 4 + 1 𝑠 + 8 Para casa: verifique se esta expressão resulta realmente na expressão original de 𝑌(𝑠). Calculando as raízes de 𝑠2 + 12𝑠 + 32, obtemos: 𝑠 = −𝑏 ± 𝑏2 − 4𝑎𝑐 2𝑎 = −12 ± 144 − 4.1.32 2 = −12 ± 4 2 = −4 −8 Raízes reais e distintas 52 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exercício 5: Expandir 𝐹(𝑠) em frações parciais. 𝐹 𝑠 = 5 𝑠 + 3 𝑠 + 7 𝑠 + 1 Observamos que o denominador tem claramente 3 raízes distintas. Então, podemos escrever: 𝐹 𝑠 = 5 𝑠 + 3 𝑠 + 7 𝑠 + 1 = 𝐾1 𝑠 + 3 + 𝐾2 𝑠 + 7 + 𝐾3 𝑠 + 1 𝐾1 = 5 𝑠 + 7 (𝑠 + 1) 𝑠→−3 = − 5 8 𝐹 𝑠 = − 5/8 𝑠 + 3 + 5/24 𝑠 + 7 + 5/12 𝑠 + 1 𝐾2 = 5 𝑠 + 3 (𝑠 + 1) 𝑠→−7 = 5 24 𝐾3 = 5 𝑠 + 3 (𝑠 + 7) 𝑠→−1 = 5 12 Para casa: verifique se esta expressão resulta realmente na expressão original de 𝐹(𝑠). 53 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Caso 2: As raízes de 𝐷(𝑠) são reais e repetidas 𝐹 𝑠 = 𝑁(𝑠) 𝐷(𝑠) = 𝑁(𝑠) 𝑠 + 𝑝1 𝑟 𝑠 + 𝑝2 ⋯ 𝑠 + 𝑝𝑛 𝐹 𝑠 = 𝐾1 𝑠 + 𝑝1 𝑟 + 𝐾2 𝑠 + 𝑝1 𝑟−1 + ⋯ + 𝐾𝑟 𝑠 + 𝑝1 + 𝐾𝑟+1 𝑠 + 𝑝2 + ⋯ + 𝐾𝑛 𝑠 + 𝑝𝑛 Para calcular 𝐾1 até 𝐾𝑟 (para 𝑟 > 1), multiplicamos a função por 𝑠 + 𝑝1 𝑟 : Denominador com raiz repetida 𝑟 vezes em −𝑝1 𝐹1 𝑠 = 𝑠 + 𝑝1 𝑟 . 𝐹 𝑠 = 𝑠 + 𝑝1 𝑟 . 𝑁(𝑠) 𝑠 + 𝑝1 𝑟 𝑠 + 𝑝2 ⋯ 𝑠 + 𝑝𝑛 𝐹1 𝑠 = 𝐾1 + 𝑠 + 𝑝1 . 𝐾2 + 𝑠 + 𝑝1 2. 𝐾3 + ⋯ + 𝑠 + 𝑝1 𝑟−1. 𝐾𝑟 + 𝐾𝑟+1 𝑠 + 𝑝1 𝑟 𝑠 + 𝑝2 + ⋯ + 𝐾𝑛 𝑠 + 𝑝1 𝑟 𝑠 + 𝑝𝑛 Fazendo 𝑠 → −𝑝1 , calculamos 𝐾1. Para calcular 𝐾2 derivamos a expressão em relação a 𝒔 e fazemos 𝑠 → −𝑝1. Derivadas sucessivas permitem o cálculo até 𝐾𝑟. Os demais resíduos 𝐾𝑟+1 até 𝐾𝑛 são obtidos como no Caso 1. A raiz múltipla gera termos adicionais na expansão 54 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exemplo 6: Expandir 𝐹(𝑠) em frações parciais. 𝐹 𝑠 = 2 𝑠 + 1 𝑠 + 2 2 O denominador tem duas raízes 𝑠 = −2 (isto é, uma raiz com multiplicidade 2). Na expansão em frações parciais, cada fator do denominador forma o denominador de um termo. Cada raiz múltipla gera termos adicionais com expoentes que vão diminuindo até 1: 𝐹 𝑠 = 2 𝑠 + 1 𝑠 + 2 2 = 𝐾1 𝑠 + 1 + 𝐾2 𝑠 + 2 2 + 𝐾3 𝑠 + 2 O resíduo 𝐾1 (não ligado à raiz múltipla) é obtido como no Caso 1: 𝐾1 = 2 𝑠 + 2 2 𝑠→−1 = 2 O resíduo 𝐾2 pode ser isolado, multiplicando ambos os lados por 𝑠 + 2 2: 2 𝑠 + 1 = 𝑠 + 2 2 𝐾1 𝑠 + 1 + 𝐾2 + 𝑠 + 2 . 𝐾3 55 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Fazendo 𝑠 → −2 (raiz múltipla), temos: 2 𝑠 + 1 𝑠→−2 = 𝑠 + 2 2 𝐾1 𝑠 + 1 𝑠→−2 + 𝐾2 + 𝑠 + 2 . 𝐾3 𝑠→−2 −2 = 0 + 𝐾2 + 0 𝐾2 = −2 Para obter o resíduo 𝐾3 derivamos a última expressão em relação a 𝑠 : 𝑑 𝑑𝑠 2 𝑠 + 1 = 𝑑 𝑑𝑠 𝑠 + 2 2 𝐾1 𝑠 + 1 + 𝐾2 + 𝑠 + 2 . 𝐾3 Lembrete das derivadas: Divisão 𝑢 𝑣 ′ = 𝑢′𝑣 − 𝑢𝑣′ 𝑣2 Produto 𝑢𝑣 ′ = 𝑢′𝑣 + 𝑢𝑣′ −2 𝑠 + 1 2 = 𝑠 𝑠 +2 𝑠 + 1 2 𝐾1 + 𝐾3 Desenvolvendo, obtemos: Fazendo 𝑠 → −2 (raiz múltipla), temos: −2 𝑠 + 1 2 𝑠→−2 = 𝑠 𝑠 + 2 𝑠 + 1 2 𝑠→−2 𝐾1 + 𝐾3 𝐾3 = −2 56 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Assim, temos: 𝐹 𝑠 = 2 𝑠 + 1 𝑠 + 2 2 = 𝐾1 𝑠 + 1 + 𝐾2 𝑠 + 2 2 + 𝐾3 𝑠 + 2 𝐹 𝑠 = 2 1 𝑠 + 1 − 1 𝑠 + 2 2 − 1 𝑠 + 2 Para casa: verifique se esta expressão resulta realmente na expressão original de 𝐹(𝑠). 57 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exercício 6: Expandir 𝐻(𝑠) em frações parciais. 𝐻 𝑠 = 6 𝑠 − 3 𝑠 + 1 2 O denominador tem duas raízes 𝑠 = −1 (isto é, uma raiz com multiplicidade 2). Na expansão, cada raiz múltipla gera termos adicionais com expoentes que vão diminuindo até 1: 𝐻 𝑠 = 6 𝑠 − 3 𝑠 + 1 2 = 𝐾1 𝑠 − 3 + 𝐾2 𝑠 + 1 2 + 𝐾3 𝑠 + 1 O resíduo 𝐾1 (não ligado à raiz múltipla) é obtido como no Caso 1: 𝐾1 = 6 𝑠 + 1 2 𝑠→3 = 3 8 O resíduo 𝐾2 pode ser isolado, multiplicando ambos os lados por 𝑠 + 1 2: 6 𝑠 − 3 = 𝑠 + 1 2 𝐾1 𝑠 − 3 + 𝐾2 + 𝑠 + 1 . 𝐾3 58 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Fazendo 𝑠 → −1 (raiz múltipla), temos: 6 𝑠 − 3 𝑠→−1 = 𝑠 + 1 2 𝐾1 𝑠 − 3 𝑠→−1 + 𝐾2 + 𝑠 + 1 . 𝐾3 𝑠→−1 − 3 2 = 0 + 𝐾2 + 0 𝐾2 = − 3 2 Para obter o resíduo 𝐾3 derivamos a última expressão em relação a 𝑠 : 𝑑 𝑑𝑠 6 𝑠 − 3 = 𝑑 𝑑𝑠 𝑠 + 1 2 𝐾1 𝑠 − 3 + 𝐾2 + 𝑠 + 1 . 𝐾3 Lembrete das derivadas: Divisão 𝑢 𝑣 ′ = 𝑢′𝑣 − 𝑢𝑣′ 𝑣2 Produto 𝑢𝑣 ′ = 𝑢′𝑣 + 𝑢𝑣′ −6 𝑠 − 3 2 = 𝑠 + 1 𝑠 − 7 𝑠 − 3 2 𝐾1 + 𝐾3 Desenvolvendo, obtemos: Fazendo 𝑠 → −1 (raiz múltipla), temos: −6 𝑠 − 3 2 𝑠→−1 = 𝑠 + 1 𝑠 − 7 𝑠 − 3 2 𝑠→−1 𝐾1 + 𝐾3 𝐾3 = − 3 8 59 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Assim, temos: Para casa: verifique se esta expressão resulta realmente na expressão original de 𝐻(𝑠). 𝐻 𝑠 = 6 𝑠 − 3 𝑠 + 1 2 = 𝐾1 𝑠 − 3 + 𝐾2 𝑠 + 1 2 + 𝐾3 𝑠 + 1 𝐻 𝑠 = 3 8 𝑠 − 3 − 4 3 8 𝑠 + 1 2 − 3 8 𝑠 + 1 𝐻 𝑠 = 3 8 1 𝑠 − 3 − 4 𝑠 + 1 2 − 1 𝑠 + 1 60 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Caso 3: As raízes de 𝐷(𝑠) são complexas ou imaginárias 𝐹 𝑠 = 𝑁(𝑠) 𝐷(𝑠) = 𝑁(𝑠) 𝑠 + 𝑝1 𝑠2 + 𝑎𝑠 + 𝑏 ⋯ = 𝐾1 𝑠 + 𝑝1 + 𝐾2𝑠 + 𝐾3 𝑠2 + 𝑎𝑠 + 𝑏 + ⋯ Sendo 𝑝1 uma raiz real e 𝑠 2 + 𝑎𝑠 + 𝑏 tendo raízes complexas ou imaginárias. Os resíduos são obtidos igualando os coeficientes da equação depois da simplificação das frações. Se 𝑎 = 0 (raízes imaginárias), os cálculos são os mesmos. 61 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exemplo 7: Expandir 𝐹(𝑠) em frações parciais. 𝐹 𝑠 = 3 𝑠 𝑠2 + 2𝑠 + 5 Calculando as raízes de 𝑠2 + 2𝑠 + 5, obtemos: 𝑠 = −𝑏 ± 𝑏2 − 4𝑎𝑐 2𝑎 = −2 ± 4 − 4.1.5 2 = −2 ± 𝑗4 2 = −1 + 𝑗2 −1 − 𝑗2 Raízes complexas Então, expandimos 𝐹(𝑠) da seguinte forma: 𝐹 𝑠 = 3 𝑠 𝑠2 + 2𝑠 + 5 = 𝐾1 𝑠 + 𝐾2𝑠 + 𝐾3 𝑠2 + 2𝑠 + 5 O resíduo 𝐾1 (não ligado às raízes complexas) é obtido como no Caso 1: 𝐾1 = 3 𝑠2 + 2𝑠 + 5 𝑠→0 = 3 5 62 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Agora, utilizando o valor obtido de 𝐾1, multiplicamos a função pelo mínimo múltiplo comum do denominador e simplificamos: 𝐹 𝑠 = 3 𝑠 𝑠2 + 2𝑠 + 5 = 3 5 𝑠 + 𝐾2𝑠 + 𝐾3 𝑠2 + 2𝑠 + 5 = 3 5 𝑠 2 + 2𝑠 + 5 + 𝑠 𝐾2𝑠 + 𝐾3 𝑠 𝑠2 + 2𝑠 + 5 𝐹 𝑠 = 3 𝑠 𝑠2 + 2𝑠 + 5 = 𝑠2 𝐾2 + 3 5 + 𝑠 𝐾3 + 6 5 + 3 𝑠 𝑠2 + 2𝑠 + 5 Igualando os termos de mesma potência no numerador: 𝐾2 + 3 5 = 0 𝐾2 = − 3 5 𝐾3 + 6 5 = 0 𝐾3 = − 6 5Assim, temos: 𝐹 𝑠 = 3 𝑠 𝑠2 + 2𝑠 + 5 = 𝐾1 𝑠 + 𝐾2𝑠 + 𝐾3 𝑠2 + 2𝑠 + 5 𝐹 𝑠 = 3 5 1 𝑠 − 𝑠 + 2 𝑠2 + 2𝑠 + 5 Para casa: verifique se esta expressão resulta realmente na expressão original de 𝐹(𝑠). 63 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exercício 7: Expandir 𝐺(𝑠) em frações parciais. 𝐺 𝑠 = 5 𝑠 + 2 𝑠2 + 3𝑠 + 9 Calculando as raízes de 𝑠2 + 3𝑠 + 9, obtemos: 𝑠 = −𝑏 ± 𝑏2 − 4𝑎𝑐 2𝑎 = −3 ± 9 − 4.1.9 2 = −3 ± −27 2 = − 3 2 + 𝑗 3 3 2 − 3 2 − 𝑗 3 3 2 Raízes complexas Então, expandimos 𝐺(𝑠) da seguinte forma: 𝐺 𝑠 = 5 𝑠 + 2 𝑠2 + 3𝑠 + 9 = 𝐾1 𝑠 + 2 + 𝐾2𝑠 + 𝐾3 𝑠2 + 3𝑠 + 9 O resíduo 𝐾1 (não ligado às raízes complexas) é obtido como no Caso 1: 𝐾1 = 5 𝑠2 + 3𝑠 + 9 𝑠→−2 = 5 7 64 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Agora, utilizando o valor obtido de 𝐾1, multiplicamos a função pelo mínimo múltiplo comum do denominador e simplificamos: 𝐺 𝑠 = 5 𝑠 + 2 𝑠2 + 3𝑠 + 9 = 5 7 𝑠 + 2 + 𝐾2𝑠 + 𝐾3 𝑠2 + 3𝑠 + 9 = 5 7 𝑠 2 + 3𝑠 + 9 + 𝑠 + 2 𝐾2𝑠 + 𝐾3 𝑠 + 2 𝑠2 + 3𝑠 + 9 𝐺 𝑠 = 5 𝑠 + 2 𝑠2 + 3𝑠 + 9 = 𝑠2 𝐾2 + 5 7 + 𝑠 𝐾3 + 2𝐾2 + 15 7 + (2𝐾3 + 45 7 ) 𝑠 + 2 𝑠2 + 3𝑠 + 9 Igualando os termos no numerador: 𝐾2 + 5 7 = 0 𝐾2 = − 5 7 2𝐾3 + 45 7 = 5 𝐾3 = − 5 7Assim, temos: 𝐺 𝑠 = 5 𝑠 + 2 𝑠2 + 3𝑠 + 9 = 𝐾1 𝑠 + 2 + 𝐾2𝑠 + 𝐾3 𝑠2 + 3𝑠 + 9 𝐺 𝑠 = 5 7 1 𝑠 + 2 − 𝑠 + 1 𝑠2 + 3𝑠 + 9 Para casa: verifique se esta expressão resulta realmente na expressão original de 𝐺(𝑠). 65 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exemplo 8: Calcule as transformadas inversas de Laplace das funções que expandimos em frações parciais: 𝑌 𝑠 = 32 𝑠 𝑠2 + 12𝑠 + 32 = 1 𝑠 − 2 𝑠 + 4 + 1 𝑠 + 8 𝐹 𝑠 = 2 𝑠 + 1 𝑠 + 2 2 = 2 1 𝑠 + 1 − 1 𝑠 + 2 2 − 1 𝑠 + 2 𝐹 𝑠 = 3 𝑠 𝑠2 + 2𝑠 + 5 = 3 5 1 𝑠 − 𝑠 + 2 𝑠2 + 2𝑠 + 5 Caso 3 Caso 2 Caso 1 c) b) a) Uma vez feita a expansão em frações parciais, a transformada inversa de Laplace é obtida diretamente pela tabela de transformadas. 66 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente 𝑌 𝑠 = 32 𝑠 𝑠2 + 12𝑠 + 32 = 1 𝑠 − 2 𝑠 + 4 + 1 𝑠 + 8 a) 𝑢(𝑡) ⟺ 1 𝑠 𝑒−𝑎𝑡. 𝑢(𝑡) ⟺ 1 𝑠 + 𝑎 Lembrando que a transformada de uma soma é a soma das transformadas, basta observarmos os seguintes pares de transformadas na tabela: Assim: 𝑦 𝑡 = ℒ−1 𝑌 𝑠 = ℒ−1 1 𝑠 − 2 𝑠 + 4 + 1 𝑠 + 8 𝑦 𝑡 = ℒ−1 1 𝑠 − 2. ℒ−1 1 𝑠 + 4 + ℒ−1 1 𝑠 + 8 𝑦 𝑡 = 𝑢 𝑡 − 2. 𝑒−4𝑡. 𝑢 𝑡 + 𝑒−8𝑡. 𝑢 𝑡 𝑦 𝑡 = 1 − 2. 𝑒−4𝑡 + 𝑒−8𝑡 . 𝑢(𝑡) 67 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente 𝐹 𝑠 = 2 𝑠 + 1 𝑠 + 2 2 = 2 1 𝑠 + 1 − 1 𝑠 + 2 2 − 1 𝑠 + 2b) 𝑒−𝑎𝑡. 𝑢(𝑡) ⟺ 1 𝑠 + 𝑎 Observarmos os seguintes pares de transformadas na tabela: 𝑒−𝑎𝑡. 𝑡. 𝑢 𝑡 ⟺ 1 (𝑠 + 𝑎)2 Assim: 𝑓 𝑡 = ℒ−1 𝐹 𝑠 = 2. ℒ−1 1 𝑠 + 1 − 1 𝑠 + 2 2 − 1 𝑠 + 2 𝑓 𝑡 = 2. 𝑒−𝑡. 𝑢 𝑡 − 𝑒−2𝑡. 𝑡. 𝑢 𝑡 − 𝑒−2𝑡. 𝑢(𝑡) 𝑓 𝑡 = 2. 𝑒−𝑡 − 𝑡. 𝑒−2𝑡 − 𝑒−2𝑡 . 𝑢(𝑡) 68 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente c) 𝐹 𝑠 = 3 𝑠 𝑠2 + 2𝑠 + 5 = 3 5 1 𝑠 − 𝑠 + 2 𝑠2 + 2𝑠 + 5 Temos os seguintes pares de transformadas na tabela: 𝑢(𝑡) ⟺ 1 𝑠 𝑐2 + 𝑑2. 𝑒−𝑎𝑡 cos 𝜔𝑡 − 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 𝑑 𝑐 . 𝑢 𝑡 ⟺ 𝑐 𝑠 + 𝑎 + 𝑑𝜔 𝑠 + 𝑎 2 + 𝜔2 Observe que precisamos de um termo 𝑠 + 𝑎 no numerador e no denominador. Além disso, o termo 𝜔 do numerador deve estar ao quadrado no denominador. Inicialmente, veja que: 𝑠 + 1 2 = 𝑠2 + 2𝑠 + 1 Assim, podemos escrever: 𝑠 + 2 𝑠2 + 2𝑠 + 5 = 𝑠 + 1 + 1 𝑠 + 1 2 + 4 = 1. 𝑠 + 1 + 1 2 . 2 𝑠 + 1 2 + 22 𝑐 𝑎 𝑑 𝜔 𝑎 𝜔 69 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente 𝐹 𝑠 = 3 5 1 𝑠 − 3 5 𝑠 + 2 𝑠2 + 2𝑠 + 5 = 3 5 1 𝑠 − 3 5 1. 𝑠 + 1 + 1 2 . 2 𝑠 + 1 2 + 22 Reescrevendo a expressão de 𝐹(𝑠), obtemos: 𝑓 𝑡 = 3 5 𝑢(𝑡) − 3 5 𝑐2 + 𝑑2. 𝑒−𝑎𝑡 cos 𝜔𝑡 − 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 𝑑 𝑐 . 𝑢 𝑡 𝑓 𝑡 = 3 5 𝑢(𝑡) − 3 5 12 + 1 2 2 . 𝑒−𝑡 cos 2𝑡 − 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 1/2 1 . 𝑢 𝑡 Assim, a transformada inversa será: 𝑓 𝑡 = ℒ−1 𝐹 𝑠 = 3 5 ℒ−1 1 𝑠 − 3 5 ℒ−1 1. 𝑠 + 1 + 1 2 . 2 𝑠 + 1 2 + 22 𝑐 𝑎 𝑑 𝜔 𝑎 𝜔 70 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Simplificando: 𝑓 𝑡 = 3 5 𝑢(𝑡) − 3 5 12 + 1 2 2 . 𝑒−𝑡 cos 2𝑡 − 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 1/2 1 . 𝑢 𝑡 𝑓 𝑡 = 3 5 𝑢(𝑡) − 3 5 10 𝑒−𝑡 cos 2𝑡 − 26,57𝑜 . 𝑢 𝑡 𝑓 𝑡 = 3 5 − 3 5 10 𝑒−𝑡 cos 2𝑡 − 26,57𝑜 . 𝑢(𝑡) 𝑓 𝑡 = 0,600 − 0,671. 𝑒−𝑡 cos 2𝑡 − 26,57𝑜 . 𝑢(𝑡) 𝑒−𝑎𝑡 𝑐. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 + 𝑑. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢 𝑡 ⟺ 𝑐 𝑠 + 𝑎 + 𝑑𝜔 𝑠 + 𝑎 2 + 𝜔2 Para casa: refaça o item (c) usando o par da transformada que escreve seno e cosseno separadamente (sem soma fasorial entre eles): 71 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Resolução de Equações Diferenciais pela Transformada de Laplace Para resolver uma equação diferencial pela transformada de Laplace, utilizamos: 1. A propriedade da diferenciação: 𝑑𝑓 𝑑𝑡 ⟺ 𝑠. 𝐹 𝑠 − 𝑓 0− 𝑑2𝑓 𝑑𝑡2 ⟺ 𝑠2. 𝐹 𝑠 − 𝑠. 𝑓 0− − 𝑓′ 0− 𝑑𝑛𝑓 𝑑𝑡𝑛 ⟺ 𝑠𝑛. 𝐹 𝑠 − 𝑘=1 𝑛 𝑠𝑛−𝑘 . 𝑓𝑘−1 0− 𝑓(𝑡) ⟺ 𝐹(𝑠) 2. As condições de contorno do problema, que são os valores iniciais (em 𝑡 = 0−) para a função 𝑓 𝑡 e suas derivadas: 𝑓 0− , 𝑓′ 0− , 𝑓′′ 0− etc. 3. A tabela de transformadas, para obter a transformada direta do termo independente e a transformada inversa de 𝐹 𝑠 , ao final. 72 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exemplo 9: Dada a equação diferencial a seguir, obtenha a solução 𝑦(𝑡) considerando que todas as condições iniciais são iguais a zero. Utilize a transformada de Laplace. (Exemplo 2.3, pág.31 Nise) 𝑑2𝑦 𝑑𝑡2 + 12 𝑑𝑦 𝑑𝑡 + 32𝑦 = 32𝑢(𝑡) Iniciamos com a transformada de Laplace de toda a equação – ou seja, transformamos o modelo que está no domínio do tempo para o domínio da frequência de Laplace: 𝑑𝑦 𝑑𝑡 ⟺ 𝑠. 𝑌 𝑠 − 𝑦 0− 𝑑2𝑦 𝑑𝑡2 ⟺ 𝑠2. 𝑌 𝑠 − 𝑠. 𝑦 0− − 𝑦′ 0− 𝑦(𝑡) ⟺ 𝑌(𝑠) 𝑢(𝑡) ⟺ 1 𝑠 𝑠2. 𝑌 𝑠 + 12𝑠. 𝑌 𝑠 + 32. 𝑌 𝑠 = 32 𝑠 Como as condições iniciais são nulas: 𝑦 0− = 0 e 𝑦′ 0− = 0. Então, temos: 73 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Isolando o termo 𝑌(𝑠), temos: 𝑌 𝑠 = 32 𝑠 𝑠2 + 12𝑠 + 32 Para calcular a transformada inversa 𝑦 𝑡 = ℒ−1[𝑌 𝑠 ], que é a solução da equação diferencial, precisamos expandir 𝑌 𝑠 em frações parciais. Já resolvemos essa função no Exemplo 5 (Caso 1): 𝑌 𝑠 = 32 𝑠 𝑠2 + 12𝑠 + 32 = 1 𝑠 − 2 𝑠 + 4 + 1 𝑠 + 8 𝑦 𝑡 = 1 − 2. 𝑒−4𝑡 + 𝑒−8𝑡 . 𝑢(𝑡) A transformada inversa foi calculada no Exemplo 8. Ela é a solução da equação diferencial: Para casa: verifique se esta função 𝑦(𝑡) realmente resolve a equação diferencial dada. 74 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Exercício 8: Resolva as seguintes equações diferenciais utilizando transformadas de Laplace, para as condições iniciais dadas em cada caso. Em todos os casos, admita que as funções forçantes (termos independentes) sejam nulas antes de 𝑡 = 0−. (Problema 5, pág.77 Nise) 𝑥 0 = 4 e 𝑥′ 0 = −4 𝑥 0 = 4 e 𝑥′ 0 = 1 𝑥 0 = 2 e 𝑥′ 0 = 3 𝑑2𝑥 𝑑𝑡2 + 2 𝑑𝑥 𝑑𝑡 + 2𝑥 = 𝑠𝑒𝑛(2𝑡)a) Condições iniciais: 𝑑2𝑥 𝑑𝑡2 + 2 𝑑𝑥 𝑑𝑡 + 𝑥 = 5. 𝑒−2𝑡 + 𝑡b) 𝑑2𝑥 𝑑𝑡2 + 4𝑥 = 𝑡2c) 75 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente 𝑥 0 = 4 e 𝑥′ 0 = −4 𝑑2𝑥 𝑑𝑡2 + 2 𝑑𝑥 𝑑𝑡 + 2𝑥 = 𝑠𝑒𝑛(2𝑡)a) Condições iniciais: Sabemos que: 𝑑𝑥 𝑑𝑡 ⟺ 𝑠. 𝑋 𝑠 − 𝑥 0− 𝑑2𝑥 𝑑𝑡2 ⟺ 𝑠2. 𝑋 𝑠 − 𝑠. 𝑥 0− − 𝑥′ 0− 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢(𝑡) ⟺ 𝜔 𝑠2 + 𝜔2 O enunciado afirma que a função forçante é nula para 𝑡 < 0−. Então, temos: 𝑑2𝑥 𝑑𝑡2 + 2 𝑑𝑥 𝑑𝑡 + 2𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 2𝑡 . 𝑢(𝑡) Utilizando as condições iniciais dadas, obtemos: 𝑠2. 𝑋 𝑠 − 4𝑠 − −4 + 2. 𝑠. 𝑋 𝑠 − 4 + 2. 𝑋 𝑠 = 2 𝑠2 + 4 76 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente 𝑋 𝑠 . 𝑠2 + 2𝑠 + 2 = 2 𝑠2 + 4 + 4𝑠 + 4 = 2 + 𝑠2 + 4 4𝑠 + 4 𝑠2 + 4 𝑋 𝑠 . 𝑠2 + 2𝑠 + 2 = 4𝑠3 + 4𝑠2 + 16𝑠 + 18 𝑠2 + 4 𝑋 𝑠 = 4𝑠3 + 4𝑠2 + 16𝑠 + 18 𝑠2 + 4 𝑠2 + 2𝑠 + 2 Isolando 𝑋(𝑠), temos: Raízes imaginárias 𝑠 = ± 𝑗2 Raízes complexas 𝑠 = −1 ± 𝑗1 A expansão em frações parciais utiliza duas frações, ambas com raízes complexas ou imaginárias (Caso 3): 𝑋 𝑠 = 4𝑠3 + 4𝑠2 + 16𝑠 + 18 𝑠2 + 4 𝑠2 + 2𝑠 + 2 = 𝐾1𝑠 + 𝐾2 𝑠2 + 4 + 𝐾3𝑠 + 𝐾4 𝑠2 + 2𝑠 + 2 77 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Desenvolvendo, obtemos: 𝑋 𝑠 = 4𝑠3 + 4𝑠2 + 16𝑠 + 18 𝑠2 + 4 𝑠2 + 2𝑠 + 2 = 𝑠3 𝐾1 + 𝐾3 + 𝑠 2 𝐾2 + 2𝐾1 + 𝐾4 + 𝑠 2𝐾2 + 2𝐾1 + 4𝐾3 + 2𝐾2 + 4𝐾4 𝑠2 + 4 𝑠2 + 2𝑠 + 2 Igualando os termos dos numeradores: 𝐾1 + 𝐾3 = 4 𝐾2 + 2𝐾1 + 𝐾4 = 4 2𝐾2 + 2𝐾1 + 4𝐾3 = 16 2𝐾2 + 4𝐾4 = 18 A solução deste sistema com 4 incógnitas é: 𝐾1 = − 1 5 𝐾2 = − 1 5 𝐾3 = 21 5 𝐾4 = 23 5 𝑋 𝑠 = − 1 5 𝑠 − 1 5 𝑠2 + 4 + 21 5 𝑠 + 23 5 𝑠2 + 2𝑠 + 2 = − 1 5 𝑠 + 1 𝑠2 + 4 + 1 5 21𝑠 + 23 𝑠2 + 2𝑠 + 2 Então, temos: 78 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Lembrando das transformadas: 𝑒−𝑎𝑡 𝑐. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 + 𝑑. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢 𝑡 ⟺ 𝑐 𝑠 + 𝑎 + 𝑑𝜔 𝑠 + 𝑎 2 + 𝜔2 𝑐. 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 + 𝑑. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 . 𝑢 𝑡 ⟺ 𝑐𝑠 + 𝑑𝜔 𝑠2 + 𝜔2 𝑋 𝑠 = − 15 𝑠 + 1 𝑠2 + 4 + 1 5 21𝑠 + 23 𝑠2 + 2𝑠 + 2 = − 1 5 1. 𝑠 + 1 2 2 𝑠2 + 22 + 1 5 21 𝑠 + 1 + 2.1 𝑠 + 1 2 + 12 e lembrando que 𝑠 + 1 2 = 𝑠2 + 2𝑠 + 1, podemos escrever: Então, a transformada inversa (que é a solução da equação diferencial) será: 𝑥 𝑡 = − 1 5 1. cos 2𝑡 + 1 2 𝑠𝑒𝑛 2𝑡 . 𝑢 𝑡 + 1 5 𝑒−𝑡 21. cos 𝑡 + 2. 𝑠𝑒𝑛 𝑡 . 𝑢(𝑡) 𝑥 𝑡 = 1 5 − cos 2𝑡 − 1 2 𝑠𝑒𝑛 2𝑡 + 21𝑒−𝑡 cos 𝑡 + 2𝑒−𝑡𝑠𝑒𝑛 𝑡 . 𝑢 𝑡 Para casa: verifique se esta função 𝑥(𝑡) realmente resolve a equação diferencial dada. 79 Transformada de Laplace Engenharias Elétrica, da Computação e de Energia – Sistemas de Controle – Prof. Solivan Valente Para casa: 𝑥 0 = 4 e 𝑥′ 0 = 1 𝑥 0 = 2 e 𝑥′ 0 = 3 Condições iniciais: 𝑑2𝑥 𝑑𝑡2 + 2 𝑑𝑥 𝑑𝑡 + 𝑥 = 5. 𝑒−2𝑡 + 𝑡b) 𝑑2𝑥 𝑑𝑡2 + 4𝑥 = 𝑡2c) Resposta: 𝑥 𝑡 = 𝑡 − 2 + 11𝑡. 𝑒−𝑡 + 𝑒−𝑡 + 5. 𝑒−2𝑡 . 𝑢(𝑡) Resposta: 𝑥 𝑡 = 17 8 cos 2𝑡 + 3 2 𝑠𝑒𝑛 2𝑡 + 1 4 𝑡2 − 1 8 . 𝑢(𝑡) Condições iniciais:
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