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TCC UNIASSELVI brincar na educação unfantil

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A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Joice Dayane da Silva
Prof. Msa. Leticia Cristina Franco
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
 Ped - (1374) – Projeto de Ensino
 13/05/2019
RESUMO:
O brincar é atividade fundamental para crianças pequenas, é brincando que elas descobrem o mundo, se comunicam e se inserem em um contexto social. Brincar é um direito da criança, além de ser de grande importância para seu desenvolvimento, e, por isso as escolas de educação infantil devem tratar a brincadeira como atividade principal desenvolvendo os objetivos pedagógicos da proposta curricular através dele, direcionando a brincadeira e participando ativamente dela, porém sem que a interferência do professor descaracterize a sua ludicidade . Propõe-se neste texto, discutir a presença do brincar na educação infantil e o papel do professor, o papel da família e sociedade como guardiões do brincar. As diferentes formas de mediação do professor e família, brinquedos e organização e disponibilização dos ambientes, além das interações com outras crianças e adultos têm grande influência no bom aproveitamento do brincar pelas crianças, pensando na aprendizagem decorrente dele. Não basta só brincar, é preciso que seja com qualidade, e para isso é importante prestar atenção aos agentes mediadores da atividade. Por meio de pesquisa qualitativa de caráter descritivo, refletimos a respeito da importância do brincar. As observações feitas em turmas de educação infantil durante os estágios ao longo do nos deu subsídios para essa reflexão.
Palavras-chave: Brincar. Desenvolvimento. Criança.
1 INTRODUÇÃO
Este projeto de ensino, tem como objetivo refletir sobre a importância do brincar como instrumento de fundamental importância no desenvolvimento e na educação das crianças, o que é o brincar para a criança e como ocorre esse desenvolvimento, quais as implicações sobre o brincar, como acontece na prática, em que áreas do desenvolvimento o brincar pode ser produtivo, através do faz de conta a criança desenvolverá sua criatividade, irá explorar sua realidade e irá se descobrir. Além de desenvolver e adquirir habilidades manuais e motoras. O professor deve facilitar o aprendizado e incluir os jogos e brincadeiras dentro de sua metodologia de ensino, trazendo para dentro de sua sala de aula uma maneira divertida e lúdica de aprender e se desenvolver. O brincar inserido na estratégias de ensino favorece a construção do conhecimento, por meio dos desafios e troca de ideias e interação com os colegas, as crianças aprendem a tomar decisões, buscando soluções para as situações presentes nos jogos, e levam essas lições para a vida, construindo sua personalidade, agregando valores. A brincadeira livre, é o meio pelo qual a criança explora o mundo ao seu redor, e permite que a criança compreenda seus sentimentos, e diferencie o que e real e imaginário, e prepara para viver em sociedade. Nos dias atuais o brincar sofreu grandes mudanças e tem se tornado cada vez mais difícil ver crianças brincando livremente nas ruas, veremos quais os fatores que tem influenciado essa mudança. O brincar é hoje no Brasil assegurado por lei, vamos conhecer algumas dessas leis, e se estão sendo cumpridas, assegurado que as crianças possam desfrutar desse direito tão importante. Veremos também qual a relação da tecnologia com o brincar e qual seu efeito no desenvolvimento da criança, quais os benefícios que podem trazer e se podem causar prejuízos ao desenvolvimento da criança.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A importância do brincar 
Brincar, segundo o dicionário Aurélio (2003), é "divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se, folgar", também pode ser "entreter-se com jogos infantis" 
De origem latina, o termo resulta das diversas formas que assumiu a palavra vinculum, passando por vinclu, vincru até chegar a vrinco e, por fim, brinco. Na mitologia grega, brincos eram os pequenos deuses que ficavam voando em torno de Vênus, alegrando-a, enfeitando-a. E assim, do significado inicial “laço” ou “vínculo”, a palavra “brincar” passa a “adorno”, “enfeite”, aquilo que se coloca depois que as outras coisas, básicas e obrigatórias, já estão postas. É esse o status atribuído à prática do brincar: só se pode exercê-la depois que as obrigações já estiverem cumpridas, afinal, estas últimas sim são importantes e devem ser levadas a sério. 
Na abordagem histórico-cultural, o brincar é a maneira da criança de satisfazer suas vontades e desejos, são coisas que os adultos fazem que as crianças ainda não podem fazer e se utilizam do faz de conta para assim poder realizar tarefas como cozinhar e cuidar dos filhos, e utilizam brinquedos e a imaginação para tornar isso possível. A brincadeira acontece em um mundo ilusório em que a criança pode satisfazer todos os seus desejos. Vigotski coloca duas características que considera principais, são as regras e a situação imaginaria e segundo o autor estão sempre presentes nas brincadeiras, é fácil observar a presença do imaginário, enquanto que as regras são menos perceptíveis porém não deixam de existir. A brincadeira de casinha é um exemplo de brincadeira onde é mais perceptível a presença do imaginário, no jogo de queimada percebemos a predominância das regras. Conforme a criança cresce é comum que as brincadeiras tenham mais regras do que imaginário, mas esse não deixa de existir. A brincadeira é importante para a criança desde seu nascimento, pois é na brincadeira que acontece a apropriação de mundo. Na brincadeira acontecem as maiores aquisições de uma criança, que mais tarde servirão de base para a formação de sua personalidade e individualidade. (VIGOTSKI, 2007)
Na visão de Borba (2006, p.38) o brincar não representa pensamento ilógico, mas a um discurso organizado com lógica e características próprias, que permite que as crianças transponham espaços e tempos e transitem entre os planos da imaginação e da fantasia explorando suas contradições e possibilidades. Assim, o plano informal das brincadeiras possibilita a construção e a ampliação de competências e conhecimentos nos planos da cognição e das interações sociais, o que certamente tem consequências na aquisição de conhecimentos nos planos da aprendizagem formal. O brincar é um importante processo psicológico, fonte de desenvolvimento e aprendizagem. Ele envolve complexos processos de articulação entre o já dado e o novo, entre a experiência, a memória e a imaginação, entre a realidade e a fantasia, sendo marcado como uma forma particular de relação com o mundo, distanciando-se da realidade da vida comum, ainda que nela referenciada. A brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento infantil, na medida em que a criança pode transformar e produzir novos significados. O brincar não só requer muitas aprendizagens como também constitui um espaço de aprendizagem.
Como ressalta Machado (2003, p.37): 
“Brincar é também um grande canal para o aprendizado, senão o único canal para verdadeiros processos cognitivos. Para aprender precisamos adquirir certo distanciamento de nós mesmos, e é isso o que a criança pratica desde as primeiras brincadeiras transicionais, distanciando-se da mãe. Através do filtro do distanciamento podem surgir novas maneiras de pensar e de aprender sobre o mundo. Ao brincar, a criança pensa, reflete e organiza-se internamente para aprender aquilo que ela quer, precisa, necessita, está no seu momento de aprender; isso pode não ter a ver com o que o pai, o professor ou o fabricante de brinquedos propõem que ela aprenda”.
Podemos observar a concordância entre os autores quanto a brincadeira ser uma representação da realidade, de atividades que as crianças normalmente não poderiam desempenhar, por exemplo: crianças não podem dirigir, mas o faz de conta permite que elas possam dirigir carros de corrida, motos velozes, pilotar aviões, entre outras atividades que só são possíveis a elas por meio da brincadeira.Acordam também que na brincadeira existem o faz de conta e as regras, na brincadeira prevalece o faz de conta tendo as regras presentes mas pouco perceptíveis, na brincadeira de casinha a mãe prepara a comida e alimenta os filhos o inverso não é aceito. Enquanto que no jogo prevalecem as regras, mas o faz de conta continua presente, as regras do jogo devem ser seguidas, mas um time está em guerra contra o outro pelo faz de conta. O brincar é fator de grande importância no aprendizado e desenvolvimento das crianças, é um grande recurso, ou até mesmo o único que pode estabelecer verdadeiros processos cognitivos. O brincar atua na construção da identidade e autonomia da criança. Segundo Vigotsky, o brincar requer conhecimento e age como ferramenta de aprendizado, pois cria uma zona de desenvolvimento proximal, já que na brincadeira a criança assume um papel que está além do que ela representa, criando e estabelecendo novos conceitos de comportamento, influenciando nas características e personalidade da criança. Abrange vários aspectos do desenvolvimento: físico, emocional, afetivo, psicológico e social. Zona de desenvolvimento proximal é um conceito elaborado por Vygotsky; define a distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver um problema sem ajuda, pois os conhecimentos já estão consolidados, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado pela resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração com outro companheiro. É a distância entre o nível de desenvolvimento real (conhecimentos consolidados) e o potencial (conhecimentos prospectivos, que a pessoa tem a potencialidade de aprender, mas que ainda estão em desenvolvimento).
2.2 O papel do professor no brincar
O brincar, na perspectiva dos professores, segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI (BRASIL, 1988), refere-se ao papel do professor de estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças, disponibilizando objetos, fantasias, brinquedos ou jogos e possibilitando espaço e tempo para brincar. Sabemos que o brincar é indispensável para a aprendizagem da criança. Diante disso, os professores devem inserir a brincadeira no universo escolar, reconhecendo-a como um caminho para se aproximar da criança, com o objetivo de ensinar brincando. Todas as crianças gostam de brincar e se envolvem no mundo da imaginação. Dessa forma, o brincar permite pensar num ensino e numa aprendizagem mais envolventes e mais próximos do real, pois leva a fazer uma ligação entre a realidade e a fantasia. Por isso, é importante reconhecer a brincadeira como a principal estratégia de aprendizagem na sala de aula; devemos, sempre tomá-la como um instrumento pedagógico, já que sabemos que a brincadeira desenvolve os aspectos físicos e sensoriais, além do desenvolvimento emocional, social e da personalidade da criança. Na brincadeira a criança expressa suas emoções, sentimentos, vontades e desagrados, o professor precisa estar inserido na brincadeira para absorver essas expressões e conhecer melhor sua personalidade, e a partir daí conduzir a criança ajudando a superar seus limites e a respeitar as regras com disciplina. Mas o professor deve atentar-se para não interferir demais na brincadeira para que não aconteça a inibição da criatividade e liberdade da criança, quando o professor conduz a brincadeira em excesso, a criança perde o interesse ou a brincadeira perde sua característica lúdica se tornando apenas mais uma atividade mecânica.
O professor oportuniza momentos para que o brincar aconteça sempre de maneira educativa, e também oferece materiais adequados e participa dos momentos lúdicos. Desse modo, o professor possibilitará uma maneira de aprender um pouco mais sobre “a cultura e modos de vida dos adultos, de forma criativa, prazerosa e sempre participativa” (MALUF, 2003, p. 31). O autor ressalta a importância da atuação do professor durante a brincadeira, inserindo informações, enriquecendo o momento, possibilitando o aprendizado de forma prazerosa. 
Para Vygotsky (1996), a interação social é fundamental no processo educativo. É por meio dessa interação que a criança aprende e se desenvolve, criando, assim, novas maneiras de agir no mundo. É também na interação que a criança irá desenvolver a fala interior, o pensamento reflexivo e o comportamento voluntário. Segundo o teórico, a aprendizagem impulsiona o desenvolvimento infantil e, dessa forma, o educador assume o papel de mediador, propondo desafios, desencadeando avanços e estimulando a interação entre as crianças. Segundo o autor, o brincar é fonte de desenvolvimento proximal, sendo que as crianças, quando brincam, demonstram e assumem um comportamento mais desenvolvido do que aquele que tem na vida real. Dessa forma, internalizam os significados construídos socialmente e também ampliam e expandem o mundo sobre o qual elas atuam. Portanto, é uma atividade fundamental no processo de desenvolvimento do pensamento infantil.
Podemos entender então, que o papel do professor na brincadeira é conduzir acerca dos objetivos, disponibilizando espaço e recursos adequados, brincar junto com as crianças inserindo informações, mas deve se atentar para não interferir a ponto de a criança não ser capaz de utilizar a imaginação, para que a brincadeira não perca o caráter lúdico, dessa forma o professor promove o desenvolvimento dos alunos, alcançando seus objetivos, assim o professor garante a realização de seu trabalho de forma prazerosa pra si e seus alunos. Durante a brincadeira o professor pode ensinar conceitos criando situações que levem as crianças a pensar sozinha ou em parceria com os colegas, estabelecendo o aprendizado na pratica, e não de forma mecânica como a memorização ou quando o professor da aos alunos a resposta pronta, por exemplo: para ensinar percepções táteis, o professor pode disponibilizar um cantinho de lavanderia com vários tecidos diferentes, ao tocar e manusear as crianças percebem a diferença entre eles, e com o direcionamento do professor podem identificar qual é macio, áspero, liso, e ainda outras características como: grosso, fino, duro, mole, pesado, leve, formas, cores, as possibilidades são infinitas, com a mediação correta a brincadeira torna o aprendizado eficaz, concreto e prazeroso.
2.3 O brincar enquanto direito da criança
Ter acesso a uma boa alimentação, educação de qualidade e atendimento médico são direitos defendidos por lei e entendidos como fundamentais para o desenvolvimento da criança, da mesma forma deveria ser visto o brincar, que já é um direito garantido por lei, mas não visto pela sociedade com a mesma importância para o desenvolvimento infantil. Juridicamente, o brincar é garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) que estabelece em seu artigo 24 “o direito ao repouso e ao lazer”. A Declaração dos Direitos da Criança (1959), em seus artigos 4 e 7, confere aos meninos e meninas o “direito à alimentação, à recreação, à assistência médica” e a “ampla oportunidade de brincar e se divertir”. Mais recente, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu artigo 16, estabelece o direito a “brincar, praticar esportes e divertir-se”. As leis, portanto, existem. Mas ainda falta aos adultos: pais, professores e toda a sociedade, compreender que o brincar é fundamental para o desenvolvimento da criança, que por meio do brincar a criança se relaciona com o meio compreendendo o mundo a sua volta e a si mesmo, e que o brincar estimula a cooperação; desenvolve a iniciativa, a curiosidade, o interesse e o senso de responsabilidade, hoje o brincar é visto por muitos pais e professores como uma atividade que só pode ser realizada ao termino de suas obrigações, após a lição ou arrumar seu quarto, como se o brincar não fosse tão importante quanto as outras atividades realizadas pelas crianças. Brincadeiras antigas como: amarelinha, pega-pega, esconde-esconde, roubar bandeira, estão desaparecendo pois eram transferidas de geração para geração por meiodas interações entre adultos e crianças, e hoje essas interações são insuficientes e em alguns casos nem existem mais, o brincar é visto como coisa de criança e o adulto muito atarefado não tem dedicado tempo a essa prática com as crianças, assim o adulto passa de parceiro nas brincadeiras para fornecedor de brinquedos, na maioria das vezes digitais e industrializados, os espaços para as brincadeiras também mudaram, essas brincadeiras aconteciam nas praças e ruas e todas as crianças do bairro se reuniam para brincarem juntas, por conta do aumento da criminalidade, tais espaços se tornaram perigosos, e as crianças acabam tendo poucas opções, as casas pequenas e muitas vezes sem quintal acaba delimitando o espaço da brincadeira apenas ao quarto da criança. Dessa forma para assegurar o direito de brincar e se divertir, os adultos responsáveis devem fornecer espaço adequado para a realização da brincadeira, é possível levar a criança a parques públicos ou particulares onde as crianças possam se socializar, bosques e jardins, playgrounds, é importante que se dedique um tempo diário para que a criança tenha liberdade para brincar em espaço adequado e com a participação dos adultos responsáveis.
2.4 A influência da tecnologia no desenvolvimento das crianças
 Nos dias atuais as crianças passam muito tempo com objetos tecnológicos, horas em frente a tv, vídeo game, e celular, para muitas crianças, esse é o único tipo de entretenimento e diversão, isso ocorre por muitos motivos, a falta de segurança para brincar fora de casa, a falta de espaço dentro de casa, falta de interação das crianças com outras crianças e com os adultos que estão sempre ocupados demais ou simplesmente não acham importante brincar com a criança, muitas vezes é mais fácil dar o celular para a criança passar horas vendo vídeos, para que não fique correndo pela casa, ou para que a mãe possa ter um tempo para desancar depois de um exaustivo dia de trabalho, dessa forma esses aparelhos acabam atuando como babás eletrônicas e muitas crianças acabam trocando as brincadeiras imaginarias por aparelhos tecnológicos. Mas isso não quer dizer que a criança não possa ter acesso a tecnologia, pois essa ferramenta quando usada da maneira correta pode trazer muitos benefícios ao desenvolvimento da criança, quando utilizamos a tecnologia com objetivos claros, direcionamento e interação do adulto com a criança podemos alcançar bons resultados e promover o desenvolvimento das crianças. Na escola a tecnologia é indispensável, existem muitas ferramentas disponíveis para uso, além da tv já usada a muito tempo, o professor pode dispor de rádio, data show, computador, lousa digital, essas ferramentas podem tornar o dia a dia nas escolas mais interessante para os alunos tornando as aulas mais ricas e atrativas, mas para isso é necessário que o professor domine esses recursos com segurança, para que possa aproveitar ao máximo e não se perca o objetivo.
 A tecnologia tem o objetivo de facilitar o dia a dia e as tarefas diárias, assim o professor pode fazer uso desses recursos na prática da ação didática, como atrativo e para aguçar a curiosidade de seus alunos, na preparação das aulas automatizando tarefas, otimizando seu tempo, fazendo estudos e pesquisas, pois o professor precisa estar em constante aprendizado e formação contínua, com o passar dos anos as crianças mudam o jeito de aprender e se relacionar com o mundo e o professor pesquisador estará preparado para atender seus alunos de forma satisfatória.
O professor tem na internet um aliado muito importante, nela é possível encontrar milhares de títulos literários para baixar com facilidade, integrar a literatura ao conteúdo trabalhado e ainda, pode utilizar como recurso o data show para a contação da história, dando cara nova ao momento de leitura, saindo da rotina e prendendo a atenção dos seus alunos. O professor precisa buscar soluções que realmente sejam tecnológicas e promovam o conhecimento e desenvolvimento dos seus alunos, e não apenas transferir as atividades comuns para a tela, uma boa sugestão de trabalho é utilizar atividades interativas. Com diversas informações, cores e movimentos em uma tela a criança precisa se manter atenta e antecipar o que vai acontecer, assim podemos desenvolver a capacidade de foco e concentração. Podemos também utilizar aplicativos destinados ao público infantil com foco na aprendizagem, facilmente encontrados e de fácil utilização, disponibilizam atividades interativas onde as crianças fazem associação de símbolos e palavras, desenvolvendo a linguagem. 
De acordo com (LIBÂNEO, 2001, p. 70): “[...] as mídias apresentam-se, pedagogicamente, sob três formas: como conteúdo escolar integrante das várias disciplinas do currículo, portanto, portadoras de informação, ideias, emoções, valores; como competências e atitudes profissionais; e como meios tecnológicos de comunicação humana (visuais, cênicos, verbais, sonoros, audiovisuais) dirigidos para ensinar a pensar, ensinar a aprender a aprender, implicando, portanto, efeitos didáticos como: desenvolvimento de pensamento autônomo, estratégias cognitivas, autonomia para organizar e dirigir seu próprio processo de aprendizagem, facilidade de análise e resolução de problemas, etc.” a família e a escola tem o importante papel de mediar a relação da criança com a tecnologia, para que ela possa usufruir desse recurso com saúde e segurança, obtendo os efeitos ressaltados pelo autor.
 Em uma pequena entrevista para o site iG, o pediatra Aranha, (2010) considera que: “É importante que a criança desenvolva primeiramente a criatividade e o raciocínio para depois utilizar os meios eletrônicos livremente, sem se tornar dependente da tecnologia. Hoje em dia as crianças são cada vez mais consumidoras e menos criativas em todos os níveis – ação, emoção e pensamento – e isso é um grande perigo”. As crianças dominam sozinhas as ferramentas tecnológicas e acompanham os avanços com facilidade, pois é para elas algo atrativo e despertam a curiosidade, por isso os adultos responsáveis pelas crianças, pais, família e professores, devem também acompanhar os avanços e dominar as ferramentas digitais bem como o uso da internet, para, assim, poder direcionar a criança, para que ocorra o aproveitamento do recurso, selecionando conteúdos próprios a sua faixa etária, e que realmente venham acrescentar conhecimento. O objetivo da tecnologia é facilitar as ações cotidianas, sendo assim, o mal uso, sem objetivos, sem supervisão e participação do adulto, pode tornar levar ao comodismo, com relação ao criar, pensar por si mesma, como o autor relata com preocupação, por isso ele sugere que antes de utilizar esses recursos a criança esteja preparada, deve estabelecer relações entre o real e o imaginário, desenvolver sua criatividade, conhecer e controlar suas emoções e principalmente conhecer a si mesmo como indivíduo, agindo com progressiva autonomia. A criança deve viver de acordo com sua natureza, tratada corretamente, e deixada livre, para que use todo seu poder. Ela precisa aprender desde cedo como encontrar por si mesmo o centro de todos os seus poderes e membros, para agarrar e pegar com suas próprias mãos, andar com seus próprios pés, encontrar e observar com seus próprios olhos. (FROEBEL, 1912, p. 21). 
(FILHO, 2011) relata que: “No decorrer da minha vida profissional, pelo fato de sempre ter trabalhado na área educacional (com ensino da computação) pude acompanhar diversos exemplos que me mostraram os problemas de crianças que tem uma vida focada em utilizar o computador sem nenhum tipo de restrição. Durante seis anos trabalhei exclusivamente com ensino infantil e fundamental (crianças de 03 a 10 anos) ensinando computação em escolas particulares, e o resultado disso era claramente demonstrado pelo comportamento das crianças, crianças que não possuíam computador ou este tinha o uso controlado pelos pais, possuíam uma integração muito maior tanto com os professores como com os colegas de sala, discutiam suas opiniões e desenvolviam-se de formamuito mais rápida e estabilizada do que crianças que afirmavam utilizar muito o computador. As que os pais permitiam o uso do computador sem nenhuma restrição tinham excelente desempenho na aula de computação, mas não se comunicavam com clareza, não possuíam muitos amigos ou às vezes nenhum, e nas matérias em sala de aula tinham dificuldades de aprendizado e grande dispersão não se concentrando no que era ensinado, não gostavam de participar de brincadeiras em grupo, mostravam má aceitação ao serem repreendidas em caso de realizar algo errado”. Esse relato mostra que quando a criança utiliza ferramentas tecnológicas por muito tempo, sem supervisão e sem interação, tem mais dificuldade em se relacionar com a sociedade, causando prejuízos a formação pessoal e desenvolvimento do indivíduo.
O uso de ferramentas tecnológicas sem supervisão, pode ser perigoso para as crianças, sem o preparo necessário, a criança fica vulnerável a conteúdos impróprios. É comum vermos crianças em redes sociais, mesmo com a exigência de maioridade para o acesso, nesse espaço os perigos são ainda maiores, a exposição e vulnerabilidade da criança aumenta. É dever de toda a sociedade, cuidar dessas crianças e observar como isso pode influenciar no comportamento, no desenvolvimento e na formação das crianças. 
A família e a escola devem buscar formas de integrar as tecnologias ao dia a dia das crianças de forma a obter benefícios para a sua formação, com segurança. 
4 MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho aqui apresentado foi realizado através de várias bibliografias e estudos de vários pensadores sobre o assunto a importância do brincar para o desenvolvimento infantil. Através de fundamentações e incansáveis leituras sobre a importância do brincar na educação infantil, Durante toda a caminhada de elaboração deste trabalho de graduação, procurei considerar todas as situações que já vivenciamos, nos estágios obrigatórios realizados e na experiência como professoras de educação infantil, referente a este tema, com a finalidade de fundamentar e proporcionar uma visão mais ampla sobre a importância do brincar para o desenvolvimento infantil em nosso dia-a-dia.
 Para realizar um trabalho consistente, procuramos apoio nos autores :BORBA; VYGOTSKY; 
FERREIRA; LEONTIEV; MACHADO, por terem seus principais estudos voltados ao desenvolvimento infantil.
O presente trabalho é apresentado em quatro sessões como segue: A importância do brincar, que trata de como a criança aprende brincando e o como a brincadeira com o faz de conta e regras, abrange todas as áreas do desenvolvimento infantil. Seguido por: O papel do professor no brincar que fala sobre a importância da relação entre adultos e crianças na brincadeira e até que ponto o adulto deve interferir na brincadeira para torna-la mais rica sem que perca seu caráter lúdico. Na terceira sessão: O brincar enquanto direto da criança, podemos ter uma visão sobre as leis que garantem á criança o direito de brincar, as razões pelas quais esse direito não se cumpre na prática e o que devemos fazer, enquanto sociedade, para garantir que seja cumprido. E na quarta sessão temos: A influência da tecnologia no desenvolvimento infantil, assim como vimos importância do brincar para o desenvolvimento da criança, nesse tópico vimos as contribuições que as tecnologias podem trazer, bem como os fatores prejudiciais ao desenvolvimento.
Temos a certeza de que esse trabalho servirá de apoio para maior compreensão e conscientização sobre a importância do brincar para o desenvolvimento infantil. 
6 CONCLUSÃO
Inicialmente abordamos a importância do brincar para o desenvolvimento infantil, e com esses estudos podemos compreender que é por meio da brincadeira que a criança tem suas primeiras descobertas sobre si mesma e o mundo a sua volta, a brincadeira é composta por regras e faz de conta, e para a criança é muito importante que sejam seguidas as regras combinadas durante a brincadeira, observamos também a presença da sequência cronológica de fatos também respeitada pelas crianças, e mesmo no jogo onde as regras predominam, ainda é possível observar a presença do faz de conta, o brincar é uma atividade que abrange todas as áreas do desenvolvimento infantil, e segundo Vigotsky (2017) cria uma zona de desenvolvimento proximal, que utiliza o conhecimento real da criança para aproxima-la do conhecimento potencial, Borba (2016) afirma que o brincar é a principal ou até mesmo a única forma de alcançar a aprendizagem concreta, nesse processo a criança precisa de interações com crianças e adultos, e vimos que a família e o professor tem fundamental importância nesse processo, e precisa fornecer recursos materiais ( brinquedos), espaço adequado, e acima de tudo, participar da brincadeira com a criança, inserindo informações e enriquecendo, sem interferir a ponto de a brincadeira perder o caráter lúdico, o brincar é direito da criança assegurado por lei, porém a triste realidade é que muitas crianças tem esse direito negado, crianças de classe baixa não tem tempo de brincar porque acabam tendo que trabalhar para ajudar no sustento da família, crianças de famílias com poder aquisitivo maior também tem sofrido com a falta de tempo para brincar, sobrecarregados com atividades extra curriculares como: estudo de línguas estrangeiras; prática e treinamento de esportes, e ficam sem tempo livre para o brincar livre, a violência e a falta de espaços adequados também são fatores que impedem as crianças de brincar livremente e isso faz com que acabem passando muito tempo em jogos e brinquedos digitais, que acabam atuando como babás eletrônicas, os recursos tecnológicos estão muito presentes no dia a dia das crianças na atualidade, os chamados nativos digitais, já dominam esses recursos com facilidade o que acaba deixando-os expostos e muitas vezes correndo perigo, porém quando bem utilizada essa ferramenta pode ser um grande aliado no desenvolvimento infantil, desde que a criança esteja preparada para utilizar esse recurso e a família e escola participe, interagindo, pode-se obter muitos benefícios, e de forma mais atrativa e lúdica, alcançar o desenvolvimento em todas as suas áreas.
REFERÊNCIAS
 ARIÈS, P. História social da infância e da família. Tradução: D. Flaksman. Rio de Janeiro: LCT, 1978. POSTMAN N. O desaparecimento da infância. Tradução: Suzana M. de Alencar Carvalho e José Laurentino de Melo. Rio de Janeiro: Graphia; 2012. 
BORBA, Ângela M. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In: BRASIL, MEC/SEB Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade/ organização Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Rangel, Aricélia Ribeiro do Nascimento – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente, Câmera dos Deputados, lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990. DOU de 16/07/1990 – ECA. Brasília, DF.
BRASIL. MEC. SEF. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI). Brasília: MEC, 1998. 3 v.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris. 10 dez. 1948.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS - UNICEF 20 de Novembro de 1959
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio Escolar Século XXI: o minidicionário da língua portuguesa. 4 ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2003.
FILHO, Onildo, Henrique B. A infância e a computação. 16, mar. 2011
LEONTIEV, A. N. Uma contribuição à teoria do desenvolvimento da psique infantil. In: VIGOTSKII, L. S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 10ª ed. São Paulo: Ícone, 2006. Cap.4.
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora. São Paulo: Cortez, 2001.
LOSSO, Renta. Crianças X computadores: benefícios e males da era tecnológica. 16, ago.2010. 
MACHADO, M. M. O brinquedo-sucata e a criança. Edições Loyola, 2003
MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Brincar: prazer e aprendizado. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.
SANTOS, N.S. Quando os saberes sobre infância,subjetividade e espaço sentam-se a mesa. Juiz de fora: educ, foco, 2008. PIAGET, Jean. A Construção do real na criança. Rio de Janeiro, 2. ed.. Zahar Editores, 1975, 360 p.
VYGOTSKY, Lev. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

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