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06/09/2019 BMF-2 REGULAÇÃO NEURAL DA PRESSÃO ARTERIAL O papel da manutenção da pressão arterial é garantir uma perfeita perfusão tecidual de nutrientes. A PA é uma variável física que depende do volume sanguíneo contido no leito arterial. O ajuste do fluxo sanguíneo nos tecidos e órgãos ocorre em sua maior parte por mecanismos locais. O controle nervoso possui funções como redistribuição do fluxo sanguíneo para todo o corpo, diminuição do débito cardíaco, e controle mais rápido da pressão arterial por meio de reflexores. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO É responsável pelo controle neural da circulação. Sendo a função do sistema nervoso simpático de vasoconstrição e aumento da frequência e débito cardíaco, enquanto o sistema nervoso parassimpático trabalha como antagonista dessas funções, porem sem efeito vascular. No sistema nervoso simpático há fibras nervosas vasomotoras simpáticas que saem da medula espinal pelos nervos espinais torácico e pelos dois primeiros nervos lombares. A estimulação simpática aumenta acentuadamente a atividade cardíaca, tanto pelo aumento da frequência cardíaca quanto pelo aumento da força e do volume de seu bombeamento. Controle do barorreceptor no sistema nervoso simpático: • No coração, aumento da velocidade de despolarização diastólica com aumento da atividade do nó sinusal, maior velocidade de condução no atrioventricular e aumento do inotropismo cardíaco. • Nos vasos de resistência, aumento da resistência periférica por vasoconstrição sistêmica. • Nos vasos de capacidade, intensa venocontstricao com queda da capacidade venosa e aumento do retorno venoso. • Nas arteríolas renais, estimulando a liberação de renina para a circulação, para formação de angiotensina II a partir do angiotensinogênio circulante. A inervação das pequenas artérias e das arteríolas permite a estimulação simpática para aumentar a resistência ao fluxo sanguíneo e, portanto, diminuir a velocidade do fluxo pelos tecidos. Já nas veias, a estimulação simpática promove diminuição na complacência, o que leva a diminuição da capacidade de armazenamento de sangue, alterando assim, o volume de sangue do sistema circulatório periférico. Já no 2 coração, o sistema simpático atua aumentando a frequência cardíaca e a força de contração. O sistema nervoso parassimpático desempenha um pequeno papel na regulação da circulação. Seu efeito se caracteriza pela redução da frequência cardíaca e a contratibilidade do miocárdio atraves de fibras parassimpáticas levadas até o coração pelo nervo vago. Controle do barorreceptor no sistema nervoso parassimpático: • No coração, a Ach liberada age nos receptores muscarínicos M1 e determina inotropismo negativo nos átrios e redução da velocidade de despolarização diastólica, acompanhada ou não de hiperpolarizacao dos tecidos nodais e de retardo acentuado na condução atroventricular. • Nos vasos de capacidade, a venodilatacao aumenta a capacidade venosa e ocorre quebra retorno venoso, o que diminui o enchimento cardíaco e o volume sistólico, reduzindo o débito cardíaco. • Nos vasos de resistência, a diminuição do tônus simpático diminui a resistência periférica por vasodilatação sistêmica. O controle neural da pressão depende principalmente pelo reflexo barorreceptor e pelo quimiorreflexor. O reflexo barorreceptor são mecanorreceptores sensíveis ao estiramento, estão localizados nas paredes das artérias carótidas e aorta, onde eles monitoram continuamente a pressão do sangue que flui para o cérebro (barorreceptor carotídeos) e para o corpo (barorreceptor aórtico). São receptores sensíveis ao estiramento tonicamente ativos, de modo que a tensão circunferencial gerada pela onda de pulso abra canais sensíveis a deformação de Na e Ca, disparam potenciais de ação continuamente durante a pressão arterial normal. Os barorreceptores aumentam a frequência de impulso a cada sístole e diminui novamente a casa diástole. Esses impulsos chegam de modo aferente em centros superiores localizados no bulbo. Em casos de aumento da PA, sinais secundários inibem o centro vasoconstritor bulbar e excitam o centro parassimpático vagal, resultando em vasodilatação das veias e arteríolas em todo o sistema circulatório periférico e diminuição da frequência 3 cardíaca e da força de contração, com o objetivo final de promover a diminuição reflexa da PA. Caso a PA diminuía, os impulsos dos receptores diminuem de frequência e, de modo paradoxal, a premissa contraria se desencadeia promovendo aumento na PA. Os barorreceptores funcionam a cada manha quando o individuo se levanta da cama. Quando o sujeito esta deitado, a força gravitacional está distribuída uniformemente por toda a extensão do corpo, e o sangue está distribuído uniformemente por toda a circulação. Quando ele se levanta, a gravidade faz o sangue se acumular nas extremidades. Esse acúmulo cria uma diminuição instantânea do retorno venoso de forma que haverá menos sangue nos ventrículos no início da próxima contração. O débito cardíaco cai, fazendo a pressão diminuir em posição ortostaica (hipotensão ortostática). Essa queda de pressão desencadeia o flexo barorreceptor, sendo seu resultado o aumento no débito cardíaco e na resistência periférica, que juntos, aumentam a pressão arterial média e a trazem de volta ao normal dentro de dois batimentos cardíacos. Entretanto, o reflexo barorreceptor nem sempre é eficiente. Por exemplo, durante o repouso prolongado na cama ou em condições de gravidade zero de voos espaciais, o sangue que vem das extremidades inferiores é distribuído uniformemente por todo o corpo, em vez de ficar acumulado nessas extremidades. Esta distribuição uniforme eleva a PA, fazendo os ruins excretarem o que o corpo percebe como excesso de fluido. Durante o curso de três dias de repouso na cama ou no espaço, a excreção de água leva a uma redução de 12% no volume sanguíneo. Quando o individuo finalmente se levanta da cama ou retorna à Terra, a gravidade novamente faz o sangue se acumular nas pernas. A hipotensão ortostática ocorre, e os barorreceptores tentam compensar. Nesse caso, contudo, o sistema circulatório é incapaz de restaurar a pressão normal, devido à perda de volume sanguíneo. Como resultado, o individuo pode se sentir tonto ou mesmo desmaiar devido à redução da oferta de oxigênio ao encéfalo. 4 Já os reflexor quimiorreflexores sendo de importante influencia no sistema de controle neural atua da mesma maneira que o barorreceptor. Contudo, este é estimulado por células sensíveis à falta de oxigênio e ao excesso de dióxido de carbono. Quando a pressão arterial cai, os receptores são estimulados pelos aumentos de CO2 e diminuição de O2; os sianis transmitidos chegam até os centros vasomotores excitando-os levando a efeitos semelhantes dos barorreceptores. Os quimiorreceptores estão localizados estrategicamente nas artérias (seio carotídeos e arco aórtico), que detectam o aumento das pressões parciais de oxigênio e dióxido de carbono e a concentração de íons de hidrogênio e corrigir suas variações. A ativação dos quimiorreceptores no corpo carotídeo pela hipóxia ou pela hipercarpnia estimula a ventilação ( da frequência e amplitude respiratória), causando a excitação e aumento da ativação do SNA para o coração e vasos sanguíneos. Os quimiorreceptores excitam fibras nervosas que, junto com as fibras barorreceptoras, passam pelos nervos de Hering e pelos nervos vagos, dirigindo-se para o centro vasomotor do tronco encefálico. Os quimiorreceptores estão sempre em contato íntimo com o corpo carotídeo ou aórtico. Quando a pressão arterial abaixo do nívelcrítico, os quimiorreceptores são estimulados porque a redução do fluxo sanguíneo provoca a redução dos níveis de oxigênio e o acúmulo de dióxido de carbono e de íons hidrogênio que não são removidos pela circulação. Os sinais transmitidos pelos quimiorreceptores excitam o centro vasomotor, e este eleva a pressão arterial de volta ao normal. Outra função fundamental do quimiorreceptor é aumentar a ventilação. 5 (IMAGEM TIRADA DE UM TRABALHO CIENTIFICO FEITO POR UMA ALUNO DA UNESP) Aterosclerose É uma inflamação, com a formação de placas de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias do coração. Ela se caracteriza pelo estreitamento e enrijecimento das artérias devido ao acúmulo de gordura em suas paredes, conhecido como ateroma. Com o passar dos anos, há o crescimento das placas, com estreitamento do vaso, podendo chegar à obstrução completa, restringindo o fluxo sanguíneo na região. Com isso, o território afetado recebe uma quantidade menor de oxigênio e nutrientes, tendo suas funções comprometidas. Essa complicação é a causa de diversas doenças cardiovasculares, como infarto, morte súbita e acidentes vasculares cerebrais, representando a principal causa de morte no mundo todo. Está relacionada aos fatores de risco tradicionais, como sedentarismo, alimentação inapropriada, pressão alta, diabetes, colesterol elevado, tabagismo e obesidade. Pequena parte é de causa hereditária, como 6 por exemplo em portadores de hipercolesterolemia familiar, em que indivíduos da mesma família têm o colesterol muito elevado desde criança.
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