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Hemoglobinopatias - Bioquímica

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS– DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
HEMOGLOBINOPATIAS 
 
 
 
 
 
 
Docente: ​Prof. Dra. Livia Bracht 
Disciplina: ​Bioquímica e Biologia Molecular ​Turma: ​2 
Curso: ​Farmácia 
 
 
 
 
Discente: ​Eloisa Lorenzi da Silva ​RA: ​109722 
 
 
 
 
 
 
 
MARINGÁ 
2019 
Hemoglobinopatia são doenças genéticas que sintetizam moléculas de hemoglobina 
estruturalmente anormais (hemoglobinopatia qualitativa) e/ou em quantidades insuficientes 
de hemoglobina normal (hemoglobinopatia quantitativa). Logo abaixo serão tratadas algumas 
hemoglobinopatias casuais. 
 
● Anemia Falciforme: 
A anemia falciforme (Hb S) é uma doença genética sanguínea hereditária. Ela causada 
por uma mutação pontual, a qual caracteriza uma alteração de um único nucleotídeo, neste 
caso, no gene da cadeia de β-globina. 
Além disso, esta é uma doença genética homozigota recessiva, que consiste na 
herança de dois genes mutantes que codificam a síntese das cadeias β das moléculas de 
globina. 
Uma cadeia de β-globina comum, em pH alcalino, é caracterizada pela presença do 
ácido glutâmico na posição 6, um aminoácido hidrofílico. Quando a cadeia de β-globina sofre 
mutação, o aminoácido da posição 6 é substituído pela valina, esta sendo hidrofóbica. 
No estado desoxigenado, a Hb S polimeriza em uma rede de fibras que distorcem as 
células. Isto acarreta na obstrução dos capilares sanguíneos, interrompendo a passagem de 
oxigênio para os tecidos (anoxia), provocando dores e morte das células próximas à área 
obstruída. 
Outras consequências da anemia falciforme incluem síndrome aguda do peito, 
acidentes vasculares cerebrais (AVC), disfunção esplênica e renal, além de alterações ósseas 
devido à hiperplasia medular. 
 
● Talassemia: 
Uma hemoglobina A é composta por duas cadeias α que são correspondentes a duas 
cadeias β (α​2​β​2​). Quando uma dessas duas cadeias é defeituosa se tem a talassemia, uma 
hemoglobinopatia hereditária causada por mutação genética, podendo ser deleção de todo um 
gene, ou apenas a substituição ou deleção de um ou vários nucleotídeos. 
Existem dois tipos de talassemia: a α-talassemia e a β-talassemia. Elas são 
diferenciadas pelo desequilíbrio na síntese de sua respectiva cadeia, o que leva na formação 
de um tetrâmero não estável, podendo sintetizar cadeias em níveis reduzidos (talassemia α​+ ​ou 
β​+​) ou não produzir nenhuma cadeia (talassemia α​o ​ou β​o​). 
A cadeia β é codificada a partir do cromossomo 11, tendo um gene presente em cada 
cromossomo, existindo duas cópias do gene em cada célula. Na β-talassemia ocorre mutação 
pontual, diminuindo ou não produzindo a cadeia β. 
Quando se tem a produção de uma cadeia β, é denominado β-talassemia menor, não 
precisando de tratamento pois ainda há a formação de algumas hemoglobinas A estáveis. Já a 
β-talassemia maior, não se tem nenhuma cadeia β sintetizada, logo não há nenhuma 
hemoglobina A, ou seja, o indivíduo nasce saudável, mas no primeiro ou no segundo ano de 
vida torna-se fortemente anêmico e, também, pode-se observar alterações esqueléticas devido 
a eritropoiese ineficiente e extramedular, respectivamente. 
A α-talassemia é causada pela mutação de deleção. O gene da cadeia α é expresso em 
quatro cópias, estando presentes dois em cada cromossomo 16. 
A identificação de cada indivíduo é feita de acordo com a quantidade de genes 
deletados, como mostra a Tabela 1. 
 
Tabela 1: Deleções do gene de α-globina causada devido mutação por deleção, possibilitando 
a identificação de cada indivíduo e a forma que a doença é expressa. 
Quantidade de Genes Deletados: Denominado como: Expressão: 
1 gene Portador “silencioso” Não possui. 
2 genes Possuidor de traço de 
α-talassemia 
Sintomas clínicos leves. 
3 genes Portador da doença Hb H Anemia hemolítica. 
4 genes Portador da doença da 
Hb de Bart com 
hidropisia fetal 
Morte do feto. 
 
● Porfirias: 
Porfirias são, na maioria das vezes, doenças hereditárias, podendo ser autossômica 
dominante ou recessiva, que definem uma mutação em enzimas da via de biossíntese do 
grupo heme. Cada enzima pode determinar o tipo de porfiria, sendo classificadas em aguda 
ou crônica, e em hepáticas ou eritropoiéticas, de acordo com seu local de expressão da 
deficiência enzimática. 
Quando uma porfiria é classificada como aguda, ela é associada, principalmente à 
neuropatias e na produção excessiva de ácido 5-aminolevulínico (ALA). Já quando 
classificada como crônica, tem como principal sintoma a fotossensibilidade e excreta 
uroporfirina. 
No Quadro 1, será demonstrado as doenças porfirias e suas características, de acordo 
com Dinardo et al. (2010) e Prauchner & Emanuelli (2002). 
 
Referências: 
PRAUCHNER, C. A.; EMANUELLI, T. ​Porfirias Agudas: Aspectos Laboratoriais. 
Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas (Santa Maria, RS, Brasil), vol. 38, n. 3, jul./set., 
2002. 
Disponível em:​ <​http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v38n3/v38n3a02.pdf​> 
DINARDO, C. L., FONSECA, G. H. H., SUGANUMA, L. M., GUALANDRO, S. F. M., 
CHAMONE, D. A. F. ​Porfirias: quadro clínico, diagnóstico e tratamento. Rev Med (São 
Paulo). 2010 abr.-jun.;89(2):106-14. 
Disponível em:​ <​http://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/46282/49937​>

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