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Mestre em Ciência da Motricidade Humana pela Universidade Castelo Branco (UCB). Gra- duada em Pedagogia pela Universidade do estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professora da Graduação e da Pós-Graduação da UCB. Tutora da Educação a Distância do Centro Universitário Augusto Motta (Unisuam) e da UCB. Leila Mara Mello Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O papel social da empresa Considerações gerais A administração que apresenta Responsabilidade Social (ARS) pode ser vista como uma empresa que atenda às expectativas da sociedade em termos de respeito à lei, valores éticos, pessoas, comunidade e meio ambien- te. Ainda há a percepção de que a prática da ARS é positiva para os negócios, aliada às pressões de clientes, formadores, empregados e outros grupos, com a finalidade de aumentar o número de empresas que estão adotando estratégia para seu sucesso. Atualmente, vêm ganhando crescente aceitação as normas e os padrões relacionados, especificamente, ao tema da Responsabilidade Social, como as normas, as relações de trabalho e o diálogo com as partes interessadas. No Brasil, o movimento de valorização da Responsabilidade Social Em- presarial culminou em um forte impulso na década de 1990, através da ação de entidades não governamentais, institutos de pesquisa e empresas sensi- bilizadas para a questão. O trabalho do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) tem como objetivo promover o Balanço Social que vem ganhando progres- siva repercussão. Conforme sinaliza Fernando Almeida. Empresa e Responsabilidade Social. Gazeta Mercantil 15/06/99 (2007, p. 1): Essa visão moderna se contrapõe as outras defendidas por autores de renome, como Friedman (1963) – ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 1976, defende a ideia de que a única responsabilidade das empresas é dar tanto lucro quanto possível aos seus proprietários, e que qualquer posição diferente dessa irá enfraquecer as empresas e o sistema capitalista, culminando com sua destruição. Contrariando as posições de Friedman, outros autores como Drucker (1984) e Davis (1975) contribuíram para que as empresas começassem a ser vistas também como co- responsáveis pela melhoria e manutenção do bem-estar da sociedade como um todo, na forma apresentada no início deste artigo. ARS está passando a ser vista por muitas empresas não apenas como um conjunto de iniciativas motivadas por razões de marketing, relações públicas ou filantropia, mas como um conjunto de políticas, práticas e programas que permeiam os negócios e o processo de tomada de decisões na empresa. 67Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 68 O papel social da empresa Nesse sentido, podemos perceber que as empresas brasileiras têm avan- çado em alguns aspectos importantes, em relação à Responsabilidade Social Empresarial, devido às enormes carências e desigualdades sociais existentes em nosso país. Entretanto, o número de empresas que estão adotando propostas nessa linha ainda é mínimo, pois a maioria das organizações não desenvolve proje- tos dessa natureza e não está convencida da sua relevância. No entanto, segundo Fischer e Falconer (1990), a velocidade com que essas iniciativas se consolidam e ganham espaço indica uma tendência de reversão desse quadro. Assim sendo, a Responsabilidade Social Empresarial precisa ser de grande relevância, pois a sociedade brasileira espera que as empresas cumpram um novo papel no processo de desenvolvimento: sejam agentes de uma nova cultura, ou atores de mudança social ou construtores de uma sociedade melhor. Obviamente, cada empresa deve abordar um tema, levando em conta fa- tores como cultura, porte, setor de atuação etc. Vários autores sinalizam a criação dos Indicadores Ethos como esforço do Instituto Ethos, a fim de dispersar a Responsabilidade Social Empresarial no Brasil. Os Indicadores Ethos, ao mesmo tempo, servem de instrumento de avaliação para as empresas e reforçam a tomada de consciência dos empre- sários e da sociedade brasileira sobre o tema (MELO NETO, 1999). Segundo Maxwel (2001), a atuação baseada em princípios éticos ele- vados e a busca de qualidade nas relações precisam ser manifestações da Responsabilidade Social Empresarial. Isso porque, em uma época em que os negócios não podem mais se dar em segredo absoluto, a transparência passou a ser a alma do negócio: tornou-se um fator de legitimidade social e um importante atributo positivo para a imagem pública e reputação das empresas. Nessa esteira, é uma exigência cada vez mais presente a adoção de pa- drões de conduta ética que valorizem o ser humano, a sociedade e o meio ambiente. Isso porque relações de qualidade constroem-se a partir de valo- res e condutas capazes de satisfazer necessidades e interesses dos parceiros, gerando valor para todos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O papel social da empresa 69 Empresas socialmente responsáveis estão melhor preparadas para asse- gurar a sustentabilidade a longo prazo dos negócios, por estarem sincroniza- das com as novas dinâmicas que afetam a sociedade e o mundo empresarial. Notamos que as empresas socialmente responsáveis são aquelas que vão além das suas obrigações como respeitar às leis, pagar impostos e observar as condições adequadas de segurança e saúde para os trabalhadores. Muitas delas o fazem por acreditar que assim será uma empresa melhor e contribui- rá para a construção de uma sociedade mais justa. De acordo com Nash (1988), a prática da Responsabilidade Social revela- -se internamente na composição de um ambiente de trabalho saudável e propício à realização profissional das pessoas. Nessa conjuntura, a empresa tem a possibilidade de aumentar sua capacidade de recrutar e manter ta- lentos, fator-chave para seu sucesso, em uma época em que criatividade e inteligência são recursos cada vez mais valiosos. Dessa forma, a empresa que demonstra Responsabilidade Social, ao com- prometer-se com programas sociais voltados para o futuro da comunidade, é bem vista pela sociedade. Nesse sentido, o investimento em processos produtivos compatíveis com a conservação ambiental e a preocupação com o uso racional dos recursos naturais também tem importante valor simbólico, por serem de interesse da empresa e da coletividade (SOUZA, 2007). Nesse sentido, a prática de Responsabilidade Social não pode desenvol- ver-se em um ambiente onde o empreendedorismo não seja aceito e esti- mulado. O discurso e a prática devem ser coerentes; o sentimento de que a empresa mantém um discurso acerca da ética e da ARS apenas com obje- tivos de melhoria de imagem, pode ser mais danoso que a certeza de que a empresa simplesmente não se preocupa com Responsabilidade Social (MENDES, 2007). Nesse prisma, é fundamental que os programas envolvam a totalidade da empresa. Isso porque, usualmente, algumas fracassam quando não existe um suporte explícito e forte da direção (BRETERNITZ, 1999). Para que aconteça o sucesso da empresa, é necessário que se atribua, for- malmente, a um de seus executivos de primeiro escalão, a responsabilidade sobre o assunto. Contudo, Breternitz (1999, p. 3) garante que Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 70 O papel social da empresa essa responsabilidade usualmente recai sobre o executivo que responde por auditoria e compliance (observação das normas legais e dos procedimentos normatizados, estes especialmente importantes em instituições financeiras. Por sua posição no organograma da empresa e pela natureza de suas atribuições, o ocupante desse cargo usualmente pode garantir que ARS seja efetivamentepraticada). Muitas empresas, em especial as de grande porte, adotam descrições de cargos e funções bastante detalhadas como ferramenta para administração de recursos humanos. A menção nessas descrições de responsabilidades no que tange a ARS, bem como a fixação de metas para os ocupantes de tais cargos é uma boa forma de aumentar o entendimento e o comprometimen- to dos empregados acerca do tema. Aliás, ARS é um dos temas que requerem algo mais que iniciativa de comunicação e treinamento, é fundamental a educação na área, ao menos para aqueles que ocupam cargos-chave na estrutura organizacional (ALVES, 1996). Segundo Dutra (2001), é da natureza humana adotar comportamentos que possam trazer reconhecimento e vantagens materiais. Portanto, dada a essa realidade, muitas empresas criam programas de reconhecimento e premiação (em dinheiro, presentes, folgas, doações em seus nomes para ins- tituições de caridade), como forma de incentivar seus funcionários a atingir determinadas metas ou proporem, por exemplo, formas alternativas para evitar desperdícios e práticas poluentes, ou para aqueles que se destacam nas campanhas ecológicas promovidas pela empresa. Sendo assim, programas como esses podem ser ferramentas importan- tes para a prática de ARS, devendo ser considerados durante o processo de planejamento. Nessa perspectiva, é imprescindível a elaboração de um Código de Ética, isso porque, por ser providência importante em todo processo de formaliza- ção de políticas, responsabilidades etc., bem como de divulgação do com- promisso da empresa com a ARS, além de ser um instrumento útil para que dirigentes e profissionais de uma empresa produzam diretrizes e orientações sobre como agir, em momentos de tomada de decisões difíceis e/ou rele- vantes, reduzindo os riscos de interpretações subjetivas quanto aos aspectos morais e éticos nelas envolvidos. Portanto, sua elaboração deve envolver todos os escalões da empresa e considerar aspectos culturais da mesma; a simples adoção de um código uti- Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O papel social da empresa 71 lizado por outra empresa normalmente não produz bons resultados, pois se perde a oportunidade de discutir os problemas e os valores da empresa e de envolver a todos com o tema. Conforme Dutra (2001), um ponto bastante delicado é o da dimensão social do consumo, pois a empresa influencia o comportamento da socieda- de. Por isso, suas ações de publicidade devem ter uma dimensão educativa, evitando criar expectativas que extrapolem o que é oferecido efetivamen- te pelo produto ou serviço, além de não deverem provocar desconforto ou constrangimento aos que forem por ela atingidos. Nesse caso, devem ser evitados anúncios que glorificam a satisfação imediata, a violência, o desrespeito à minoria, a exploração de emoções das crianças, a mistificação e o erotismo. Necessitam ser procuradas formas de publicidade que transmitam modelos positivos e hábitos saudáveis. Nessa área, talvez o mais difícil seja fugir à tentação de criar-se artificial- mente necessidades que devam ser satisfeitas com o consumo de produtos ou serviços produzidos pela empresa. Da mesma forma que as empresas recorrem a especialistas externos para revisão de suas contas, procedimentos para qualidade total, planos de segu- rança, procedimentos contábeis, planos de segurança na área de tecnologia da informação etc., muitas empresas estão recorrendo a auditores externos. Isso acontece porque o objetivo é verificar não só de como estão sendo acei- tas pelos seus clientes, empregados, parceiros de negócios e comunidade, mas também em termos de efetividade de suas políticas e atingimento de metas na área de Responsabilidade Social (TINOCO, 2000). Evidentemente, empresas de menor porte podem fazer essa verificação de maneira mais simples e adequada a sua estrutura, empregando, porém com técnicas similares às adotadas em processos de auditoria. A verificação formal ajuda a evitar que a rotina transforme ARS em apenas mais uma sigla. Nesse contexto, Trevissam (2002) informa que apesar de todas as dificul- dades enfrentadas no dia a dia, o empresário, em nível nacional, percebeu a sua função de protagonista no contexto das mudanças sociais. Isso se deve, ao perceberem que somente o Estado não tem condições de oferecer respostas tão ágeis e rápidas aos problemas da população como as empresas, que em tempos de alta competitividade estão acostumadas a Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 72 O papel social da empresa atuarem com mais eficiência no seu dia a dia. Assim, o setor privado tomou consciência de que precisa ter uma participação maciça no ambiente social e comunitário porque é parte integrante dele, portanto depende de seu cor- reto funcionamento. Quando percebemos os excelentes resultados obtidos por diversas em- presas, no âmbito social, indicam que o empresariado é também parte mo- dificadora desse ambiente, pois, de acordo com Trevissan (2002, p. 4): As empresas estão assumindo a sua Responsabilidade Social e promovendo uma verda- deira revolução cívica. Segundo pesquisa do Instituto ADVB de Responsabilidade Social, com 2 830 empresas que já se preocupam com sua atuação social, são investidos cerca de R$98 mil por empresa em média por ano em projetos que beneficiam aproximada- mente 37 milhões de pessoas. Além disso, 67% dos funcionários dessas empresas atuam de forma voluntária em projetos sociais. Pode-se dizer também que quem investe em empresas que respeitam o meio ambiente e a comunidade, recebe um maior retorno. Recente estudo feito pelo Finance Institute for Global Sustentability (Figs), uma entidade que mapeia o desempenho de meia centena de fundos de investimento éticos, indica que três quartos desse tipo de investimento tiveram um retorno superior à média, em 2000. Esses fundos são chamados éticos porque favorecem empresas sociais e ambientalmente corretas. Há dois anos, o Figs encontrou apenas dois fundos desse tipo. No final do ano passado, já eram 60 fundos, que movimentavam US$15 bilhões de dólares. Trevissan (2002) sinaliza que o avanço da Responsabilidade Social entre os segmentos profissionais se deve ao último congresso anual dos contabi- listas. Pelo menos três mil profissionais da área examinaram pela primeira vez o papel social do contador. Certamente, há alguns anos, um tema desse tipo não atrairia mais que uma dezena de contadores. Notamos que, ultimamente, a sociedade civil vem assumindo uma clara posição ao enfrentar os problemas sociais, ao invés de deixá-los para o Estado. Assim, impõe-se às empresas uma mudança no processo de condu- ção desses assuntos, em admitirem uma maneira mais estratégica, na medida em que afetam a imagem corporativa. Percebemos que os brasileiros estão cada vez mais predispostos a punir empresas que não sejam socialmente responsáveis. A Responsabilidade Social das empresas aproxima as pessoas dos proble- mas sociais e as tornam mais reais que pareciam, quando somente o Estado as compartilhava. Nesse novo contexto, as questões sociais ganham um caráter prático, porque põem as pessoas, e não a instituição estatal, em contato direto com a problemática social dos nossos tempos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O papel social da empresa 73 Assim, as empresas socialmente engajadas trabalham por meio de es- truturas organizacionais variadas, em que cada uma, ao seu modo, conduz projetos diversos que trazem resultados interessantes à comunidade. Algu- mas empresas trabalham com sucesso por meio de fundações privadas, as- sociações culturais e artísticas, organizações não governamentais eoutras entidades afins. Segundo o (SEBRAE, 2007), se prestarmos atenção na forma como as em- presas se relacionam com a comunidade a sua volta, elas não a respeitam simplesmente, mas atuam de forma ativa para auxiliá-las. Isso significa que as empresas têm uma nova consciência do contexto social e cultural na qual se inserem as empresas, o que é chamada Responsabilidade Social, portan- to, intimamente ligada à imagem que as empresas querem ter perante o mercado. Sem teorizar, as pessoas acreditam que as empresas devam, além de gerar empregos, pagar seus impostos e obedecer às leis, também ajudar a desenvolver sua comunidade e seus indivíduos em prol de uma sociedade melhor. Contudo, notamos um real aumento das ações sociais e ambientais realizadas pelo setor privado, bem como o surgimento e o fortalecimento de diversas instituições privadas de interesse público, ligadas ao meio em- presarial. Precisamos observar que nem tudo são flores, pois muitos interes- ses estão em jogo, ou seja, a bandeira da chamada Responsabilidade Social Empresarial que está sendo hasteada por muitos tem diferentes intenções, desiguais relações de poder e com os objetivos mais diversos. O Instituto Ethos trata da Responsabilidade Social Empresarial dividindo-a em sete temas: valores e transparência; público interno; meio ambiente; for- necedores; consumidores e clientes; comunidade; governo e sociedade. Por razões didáticas, esses temas foram apresentados nesta publicação como “Sete Diretrizes”, a saber: Adote valores e trabalhe com transparência. Valorize empregados e colaboradores. Faça sempre mais pelo meio ambiente. Envolva parceiros e fornecedores. Proteja clientes e consumidores. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 74 O papel social da empresa Promova a sua comunidade. Comprometa-se com o bem comum. Nessa perspectiva, compete a cada empresa definir a própria missão. Isso porque a declaração de missão da empresa pode tornar socialmente respon- sável, indo além do propósito de “lucrar” ou “ser a melhor”, pois a missão é que vai identificar as metas e aspirações de cada empresa. Portanto, é funda- mental que cada empresa expresse seus valores, sua cultura e as estratégias a serem utilizadas. Entretanto, ao definir a missão de uma empresa, precisa agregar valor a todos os envolvidos no ambiente empresarial: proprietários, funcionários, clientes, fornecedores, comunidades e o próprio meio ambien- te (SUCUPIRA, 2007). Assim sendo, cabe a nós, cidadãos, começar desvelar os verdadeiros em- presários que estão preocupados com a desigualdade social, a fim de ocupa- rem um espaço na sociedade, em prol da Responsabilidade Social. O conceito de empresa-cidadã Nos dias atuais, não podemos deixar de citar Gorgulho (2007) quando nos referenciamos à empresa-cidadã, pois o autor afirma que é “na relação com a natureza, na vida profissional, nos serviços prestados, nos produtos fabricados há que ter ética e estética.” Como vamos abordar esse tema, não podemos deixar de exaltar que para uma empresa se tornar cidadã ela precisa ser solidária, ter Responsabilidade Social e dar muito valor aos patrões e empregados que se irmanam nessa mesma filosofia. Para algumas pessoas, existem duas formas de participar como cidadão: a primeira está no assistencialismo, em que inicia e termina com a doação de algum bem. A segunda forma é plena, ampla e cidadã, devido ao conceito de construir, de ensinar as pessoas a crescer e a serem úteis. Isso que dizer, de maneira mais simples, sem custos financeiros, como dar palestras educativas sobre família, higiene e qualidade de vida. Participar de trabalhos comunitá- rios em creches e hospitais públicos. Contudo, Gorgulho (2007) afirma ser a segunda escolha mais difícil, pois não envolve dinheiro, mas compromisso social. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O papel social da empresa 75 Compromisso! Essa é a palavra-chave. Dar dinheiro é fácil: para-se num sinal de trânsito, dá uma esmola a um menino de rua, recebe-se um “muito obrigado, tio - vai com Deus”, a consciência fica mais leve, levanta-se o vidro elétrico, acelera o carro e vira-se as costas. Não é bem mais fácil que tirar um pouco de suas horas de lazer ou trabalho para fazer uma palestra numa escola, uma visita a uma creche ou participar de uma tarefa solidária para algum hospital? O que vale de cidadania para o indivíduo, vale também para empresas. Sejam elas micro, pequenas ou grandes corporações. Tanto quanto o indivíduo, a empresa também pode ser cidadã. E essa atitude vai muito além do simples ato de pagar em dia funcionários, fornecedores e impostos. Isso já é obrigação. Vai, ainda, além dos desembolsos e das ajudas financeiras. A empresa-cidadã é aquela que tem compromissos com a comunidade, que ajuda as pessoas e as entidades a construir, a crescer e a serem autossuficientes. Hoje temos que ter consciência que o governo não é mais responsável por tudo. Cada cidadão (pessoa física e jurídica) tem que dar sua parte, inclusive de participar da formulação das políticas do governo. Não basta o cidadão exercer o direito do voto. Há que exigir, reclamar, cobrar e marcar cerrado cada passo dos eleitos. Essa é a receita para mudar um país. Quem quiser mudar as relações humanas comerciais, profissionais e pessoais, também, só tem uma alternativa: agir com ética e estética! Sendo assim, adquirimos a consciência de que a ética e a cidadania são as sementes que terão que ser muito bem plantadas nesse novo milênio, a fim de que a colheita seja farta e com a previsão de que no futuro, encontrare- mos pessoas tolerantes, harmoniosas e em paz. De acordo com Marcelo e Aversa (2007), há duas décadas, no Brasil, era quase impossível imaginar que algum dia uma empresa pudesse ser avaliada pelo mercado, a partir de seu desempenho ético e do relacionamento que ela tem com a comunidade e demais públicos de interesse (stakeholders). No entanto, o país tem percebido, cada vez mais, uma força mobilizadora tomando conta da consciência dos indivíduos e sensibilizando as mais variadas instituições. Segundo Drucker (1995), a única alternativa atual, realmente eficaz para construir a desejada competitividade e assegurar a perenidade das organi- zações é entender que empresas não existem apenas para produzir bens e serviços, mas que existem comunidades de pessoas e entidades vivas. Logo, para possibilitar seu potencial máximo, a empresa precisa construir uma cultura corporativa baseada na participação e nos valores compartilha- dos, nos quais as pessoas encontrem não apenas recompensa material, mas realização pessoal e significado no trabalho, a fim de que possam transcen- der a busca imediatista do pão ou do luxo de cada dia em nome de uma contribuição para o bem comum. Isso não significa que o fazer das coisas se dá de modo diferente, mas, sim, ao construir coisas diferentes. Nesse viés, o lucro deixa de ser o foco imediato e prioritário nas empresas, para priorizar os valores éticos, voltados Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 76 O papel social da empresa para a excelência nos processos e nas relações com funcionários, clientes, fornecedores e a comunidade. Isso porque lucro é decorrência, enquanto o sucesso é inevitável. Se perguntarmos se existem fórmulas fáceis para agir na dimensão humana das empresas, a resposta seria negativa. Porque a transformação das pessoas carece na modificação das empresas, ou seja, é necessário transfor- mar as pessoas, começando pelos líderes, que precisam abandonar as práti- cas tradicionais de gestão, como hierarquia, autoridade, controle e punição, em favor de umnovo modelo de líder visionário, estrategista e facilitador. Notamos, nos dias atuais, que o capital humano se relaciona ao capital intelectual. Desse modo, as habilidades físicas, principalmente a informação, são utilizadas para gerar conhecimento e saber. Segundo Martinelli (2007), são as maximizações das capacidades inte- lectuais, criativas e compreensivas nas relações familiares, comunitárias, escolares, emotivas e culturais, adquiridas pelos indivíduos durante a vida, especialmente durante a infância, que lhe dará chances de conviver melhor com o outro. Para o mesmo autor, o alto nível de informação não significa que o comportamento de uma pessoa seja mais produtivo, em sentido humano ou profissional. “Mas, é a produção efetiva do conhecimento que irá depender dos recursos individuais que emergem dos laços sociais.” Sendo assim, conclui-se que o capital social é próprio não somente ao mérito social, mas ao econômico, ao cultural e ao político. Logo, a compre- ensão da economia se dá a partir do social, ou seja, pelo inverso do modelo no qual o segundo é produto e resultado do primeiro. Sua aplicabilidade percorre todas essas dimensões, porque todas, indistintamente, pertencem ao gênero humano. “E o caráter e a natureza do capital social legitimam-se por sua estreita relação com o bem-estar e o crescimento dos seres huma- nos.” (MARTINELLI, 2007). Entretanto, no meio empresarial brasileiro, percebemos duas visões dis- tintas sobre a atuação social: a visão pós-lucro da Responsabilidade Social Empresarial e a visão pré-lucro da Responsabilidade Social Empresarial. A visão pós-lucro da Responsabilidade Social Empresarial brota, em grande parte, da mentalidade clássica da Administração de Empresas, ou seja, a da pura e simples maximização dos lucros, na qual a análise ambiental não é utilizada como ferramenta estratégica. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O papel social da empresa 77 Nesse contexto, as ações normalmente partem após um acontecimen- to nas comunidades vizinhas, com repercussões negativas para a empresa, como desastres ambientais, situações diversas de calamidade, elevados ín- dices de criminalidade, analfabetismo, péssimas condições de saneamen- to, dentre outros tipos de carências sociais. Enquanto a segunda visão tem como objetivo maior o desenvolvimento sustentável da sociedade, fazendo parte do planejamento estratégico da organização, balizando para o equilí- brio entre performance corporativa, ética e compromisso social (MACEDO; AVERSA, 2007). Sobre esse ponto de vista, conclui-se que atualmente as empresas so- cialmente responsáveis são aquelas que não visam somente ao lucro, mas, acima de tudo, ao ser humano. Dessa forma, essas empresas passam a ser mais valorizadas, reconhecidas e preferidas pelos clientes. Assim sendo, é fundamental afirmar que essas ações estão transforman- do em uma poderosa vantagem competitiva no desenvolvimento dos negó- cios das organizações, já que os consumidores valorizam a preocupação das empresas em tornar a sociedade mais equilibrada, com menos injustiças e desigualdades. Na visão de Macedo e Aversa (2007), é essencial que o profissional de Relações Públicas, cumprindo com seu papel social, está se tornando um agente fundamental, dentro desse contexto, porque detém as qualidades necessárias para lidar com a Responsabilidade Social. Além de ser capaz de gerenciar o relacionamento da empresa com o seu público-alvo, está apto a desenvolver o planejamento das comu- nicações, auxiliado pela utilização de pesquisas qualitativas exploratórias e estudos quan- titativos, na formulação e no controle de estratégias que visam ao desenvolvimento de habilidades interpessoais. Liderança e trabalho em equipe são formas de canalização da motivação dos funcionários e de geração de um clima organizacional positivo, identificado com o envolvimento em ações voluntárias na comunidade. Atualmente, é preciso compreender que as empresas e as pessoas estão dispostas a colaborar com sua parte, para que todos tenham melhores opor- tunidades, garantindo o diálogo, a participação e, consequentemente, o res- gate da cidadania. Por isso, é essencial que as Relações Públicas façam parte desse movimento de Responsabilidade Social Corporativa e que os profis- sionais da área atuem como verdadeiros agentes de mudança, dando a sua contribuição para a criação da empresa-cidadã. Macedo e Aversa (2007) afirmam que a empresa-cidadã se desenvolve imersa na sociedade, na busca em seus clientes, funcionários, fornecedores e outros insumos necessários à sua operação. Elas não se atêm apenas aos re- Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 78 O papel social da empresa sultados financeiros expressos pelo balanço, mas inovam com a formulação de um Balanço Social, onde avalia sua contribuição junto à sociedade. Nesse caso, as empresas podem relacionar-se com a sociedade assumin- do diferentes posturas: algumas adotam uma atitude predatória, explorada, em relação ao bem comum, por exemplo, prejudicando pessoas, poluindo o meio ambiente etc.; outras assumem uma posição de neutralidade, consi- derando que lhes bastam recolher seus impostos, remetendo ao governo a responsabilidade pela eliminação das mazelas sociais; a empresa-cidadã, no outro extremo, adota posição proativa de querer contribuir para encaminhar soluções para os problemas sociais (MARTINELLI, 2006). O Código de Ética do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife) assinala que: As práticas de desenvolvimento social são de natureza e distinta e não devem ser confundidas nem usadas como ferramentas de comercialização de bens tangíveis e intangíveis (fins lucrativos) por parte da empresa mantenedora, como são, por exemplo, marketing, promoção de vendas ou patrocínio; nem devem ser confundidas com políti cas e procedimentos de recursos humanos, que objetivam o desenvolvimento e o bem-estar da própria força de trabalho, portanto, no interesse da empresa (MACEDO; AVERSA, 2007). Os mesmos autores acima citados nos explanam que certas iniciativas empresariais, no campo social, fornecem critérios que permitem avaliar sua real motivação. Por falha das diferentes perspectivas sobre esses conceitos, geram-se campanhas ou projetos híbridos, que podem ser batizados de “marqueteiros”. Parte-se de uma boa causa, selecionada por seu apelo sobre as pessoas. Porém, seu mecanismo, indisfarçadamente comercial, chega a deslizar para uma espécie de chantagem emocional. Por lógica, essa prática significaria o uso do social, do bem comum, com objetivos econômicos, de interesse particular, justamente na contramão que define a Missão do Gife: “Melhorar e difundir conceitos e práticas do uso de recursos privados em benefício do bem comum.” (MACEDO; AVERSA, 2007). Para interceder à distinção desses conceitos e práticas, não meramente por razões morais, o que também pesa, mas, sobretudo, por inspiração estra- tégica, ou seja, quando uma campanha ou mensagem comercial se insinua em um contexto de pura solidariedade, a porção crítica da população a per- cebe como um estranho no ninho. Isso porque, com produção de efeitos co- laterais indesejáveis, como possíveis sentimentos de rejeição, realimentando o preconceito de que todo o empresário só pensa em ganhar dinheiro, até quando se dispõe a doá-lo. Na esteira dessa confusão de conceitos e práti- cas, as causas sociais tendem a se transformar em um “atraente mercado”. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O papel social da empresa 79 1 Universalismo: tendência de tornar universal uma reli- gião, uma idéia, um sistema etc., fazendo com que se dirija ou abranja a totalidadee não um grupo particular. Já inventaram a expressão: marketing social como subdivisão de um currícu- lo de marketing, para designar essa nova fronteira de negócios. Sendo assim, para Martinelli (2007), capital social é sinônimo de coope- ração, e esta, por sua vez, é consequência de desconfiança. Confiança é con- dição fundamental para que bons comportamentos sejam compartilhados. No entanto, ressalta-se o fato em que a caracterização positiva de comporta- mentos só ocorre quando parte de determinados princípios. Assim sendo, a produção de capital social inclui virtudes como a recipro- cidade e, principalmente, a honestidade. Ou seja, não é somente porque determinada atitude torna-se comum dentro de um grupo ou uma comu- nidade que haverá acréscimo de capital social. É preciso fomentar as rela- ções interpessoais entre os membros de um grupo ou comunidade. Ou seja, é melhor fortalecer laços sociais já existentes que tentar substituí-los, pois laços e confiança social são ingredientes indispensáveis para o engajamento cívico duradouro e mobilização coletiva eficiente. Investir em capital social é o meio para se chegar ao fim do marketing social, que é mudar, de modo permanente, comportamentos, atitudes e valores. Dessa forma, comportamentos, atitudes e valores agregados significam atitude favorável, cuja sociedade atribui a uma organização, reconhecimen- to por sua atuação na comunidade. Atitude é o mesmo que predisposição e possui uma forte conotação afetiva e emocional, que segundo os especialis- tas em pesquisa motivacional, constitui a base que influencia comportamen- tos de fidelidade a produtos e marcas. Segundo Couto (2003), a batalha do marketing não é travada no am- biente mágico de um “shopping center”, mas em um local pequeno, escuro e úmido: o cérebro humano. Aqui reside seguramente o maior benefício que a empresa-cidadã pode ganhar de seu programa de desenvolvimento social. Isso acontece porque a empresa transcendeu o interesse apenas pelo seu consumidor para entrar em sintonia com as necessidades da própria sociedade. Nesse sentido, as empresas que adotam a filosofia e práticas da Respon- sabilidade Social tendem a ter uma gestão mais consciente e maior clareza quanto à própria missão. Dessa forma, conseguem um melhor ambiente de trabalho, consequentemente, o comprometimento de seus funcionários, relações mais consistentes com seus fornecedores, clientes e uma melhor imagem na comunidade. Tudo isso contribui para sua permanência e seu Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 80 O papel social da empresa crescimento, diminuindo o risco de mortalidade, que costuma ser alto entre os novos negócios. Assim, as empresas que assumem uma postura comprometida com a Res- ponsabilidade Social Empresarial, seus empreendedores tornam-se agentes de uma profunda mudança cultural, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e solidária. Em síntese, não é preciso ser um bom observador para verificar que as empresas socialmente responsáveis, que não pensam somente no lucro, mas, acima de tudo, no ser humano, são mais valorizadas e reconhecidas, como preferenciais de seus clientes. Essas ações estão se transformando em uma poderosa vantagem competitiva no desenvolvimento dos negó- cios das organizações, já que os consumidores valorizam a preocupação das empresas em tornar a sociedade mais equilibrada, com menos injustiças e desigualdades. Ampliando seus conhecimentos Responsabilidade Social: quando a empresa faz parte da solução (LOVATELLI, 2007) Até meados do século passado não se esperava das empresas mais que cum- prir com suas obrigações básicas: fabricar bons e confiáveis produtos, prestar bons serviços a preços justos, pagar salários compatíveis para os funcionários e cumprir com suas obrigações fiscais. As empresas eram ilhas impessoais, es- tanques da sociedade. Felizmente, as coisas mudaram muito. Agora, além de cumprir com suas obrigações legais, as empresas estão saindo de seus casulos e arregaçando as mangas a fim de colaborar para uma vida melhor de toda a sociedade. De fato, não importa se pressionadas por uma nova visão do consumidor – exigente não só em relação à qualidade, ao preço do produto ou serviço, mas, também, pela participação das empresas no desenvolvimento da sociedade e na preservação do meio ambiente – ou se despertadas para a realidade do mundo que as cerca, assumiram sua parcela de responsabilidade para fazer di- ferença no seu tempo/espaço. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O papel social da empresa 81 Foi o que se dominou de Responsabilidade Social. Que, em última análise, nada mais é que não assistir impassível à avalanche de desafios existentes em nosso país. É não dar de ombros para questões que ultrapassam os muros das empresas e os limites da cadeia de negócios, como as diferenças sociais, a qua- lidade da educação e da saúde, o respeito à diversidade, a preservação do meio ambiente. A última edição da pesquisa Ação Social das Empresas, realizada pelo Ins- tituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e divulgada no primeiro semes- tre deste ano, demonstra essa mudança de postura das empresas. Segundo o estudo, entre 2000 e 2004, houve um crescimento significativo na proporção de empresas privadas brasileiras que realizam ações sociais em benefício das comunidades. Nesse período, a participação empresarial na área social aumen- tou 10 pontos percentuais, passando de 59% para 69%. São aproximadamente 600 mil empresas que atuam voluntariamente. Somente em 2004, elas aplica- ram cerca de R$4,7 bilhões, o que correspondia a 0,27% do Produto Interno Bruto (PIB) naquele ano. Outro ponto que reforça essa mudança de postura do empresariado bra- sileiro é a crescente demanda por transparência, fundamental para qualquer processo de gestão socialmente responsável. Muitas são as companhias que buscam por certificado relacionado especificamente ao tema Responsabilida- de Social, como as normas SA 8000, sobre relações de trabalho e AA 1000, sobre o diálogo com as partes interessadas e as de qualidade e adequação ambiental, como as normas ISO. As iniciativas sociais têm surtido bons resultados, com ações importantes que contribuem para solucionar, pelo menos em parte, os desafios da socieda- de. Tais ações provaram ser especialmente eficientes quando focadas em áreas específicas, e não dispersas em iniciativas pontuais em diferentes setores. Os programas sociais atingem seus objetivos quando apostam na poten- cialidade dos beneficiários, e não em suas carências, no desenvolvimento con- tínuo das pessoas, e não em puras doações financeiras ou em investimentos de infra-estrutura. A grande diferença é a valorização do ser humano como agente de mudança, protagonistas das transformações que tanto buscamos. Vale também lembrar que empresas são formadas por pessoas. A solução da parte dos desafios que enfrentamos nas áreas: social e ambiental também passam por transformação de postura individual. Essas mudanças só chegarão Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 82 O papel social da empresa à velocidade que almejamos quando tivermos consciência do nosso papel na sociedade, seja como indivíduo, membro de um grupo ou responsável por con- glomerados econômicos. Para transformar, primeiro precisamos nos perceber como agentes dessa transformação e começar a dialogar. No entanto, por melhores e mais eficientes que sejam os resultados das ações de Responsabilidade Social, a maioria das empresas brasileiras, ao pri- meiro sinal de crise, diminui a ênfase de sua atuação social. Justamente quando os desafios sociais tendem a crescer e ase agravar. É preciso mudar essa postura, pois são justamente os momentos difíceis os mais propícios para as empresas consolidarem sua atuação social, usando seu poder de articulação para chamar sociedade e governo para o diálogo, bene- ficiando a sociedade com ações concretas na área social e ao mesmo tempo agregando valor à sua imagem corporativa. É preciso deixar de lado a visão imediatista e pensar a longo prazo, comprometer-se com o desenvolvimento sustentável. Afinal, a empresa que ignora a Responsabilidade Social está fechan- do os olhos para o futuro. Atividades de aplicação 1. Atualmente, vários empresários estão tomando medidas que vão além dos lucros da empresa? Você saberia reportá-las? 2. Quais são as consequências das empresas que adotam a Responsabi- lidade Social? Dê o nome de pelo menos três empresas que adotam Responsabilidade Social. 3. Pesquise duas empresas que sobressaíram no mercado de trabalho devido à postura ética e às práticas de Responsabilidade Social. 4. Comente a afirmação de Couto (2003, p. 45): a batalha do marketing não é travada no ambiente mágico de um “shopping center”, mas em um local pequeno, escuro e úmido: o cérebro humano. Aqui reside seguramente o maior benefício que a empresa-cidadã pode ganhar de seu programa de desenvolvimento social. Isso acontece porque a empresa transcendeu o interesse apenas pelo seu consumidor para entrar em sintonia com as necessidades da própria sociedade. 5. De que forma se inicia a Responsabilidade Social nas empresas? Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br O papel social da empresa 83 Referências ALVES, José Manuel Rodrigues. Poder e ética na formação de professores: um con- tributo psicanalítico. In: Percursos de Formação e Desenvolvimento Profissio- nal. Porto: Porto Editora Ltda., 2005. (Coleção CIDINE, n. 3). BRETERNITZ, Vivaldo José. 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Empre- sas que adotam Responsabilidade Social, ainda são poucas, porém a XEROX, SINGER e várias universidades da rede privada, como UCC Uni- verCidade e Estácio de Sá. 3. Vai depender da região onde o aluno mora. 4. Couto quis nos transmitir que as empresas, atualmente, não podem se prender apenas aos resultados financeiros. Pois, devido à evolução das informações e da educação, o consumidor ficou mais exigente, conse- guindo distinguir propagandas sérias das enganosas, e, concomitan- temente, procura verificar quais empresas estão contribuindo em prol da sociedade, através de seus lucros. 5. A Responsabilidade Social nas empresas se inicia quando elas cum- prem um novo papel no processo de desenvolvimento social, cultural e preocupados com a mudança social ou construtores de uma socie- dade com menos desigualdade. Porém, para conseguir efetuar seu ob- jetivo é necessário que as empresas tenham comprometimento com o ambiente de trabalho, funcionários, fornecedores, clientes e ter uma melhor imagem na comunidade. Tudo isso contribui para sua perma- nência e crescimento, diminuindo o risco de mortalidade, que costu- ma ser alto entre os negócios. Isso porque a empresa que se compro- mete com programas sociais voltados para o futuro da comunidade e da sociedade é bem vista pela sociedade. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
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