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Crimes Patrimoniais: Furto

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25/08/2019 Disciplina Portal
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Direito Penal Aplicado II
Aula 5 - Crimes Patrimoniais 1ª Parte (Código
Penal)
INTRODUÇÃO
Um carro, uma joia e um objeto pessoal...
O patrimônio das pessoas representa o resultado de seu esforço em conquistar os objetivos na vida. Em uma
sociedade capitalista, o patrimônio assume um papel muito importante, sendo, muitas vezes, símbolo de status. En�m,
trata-se de algo que merece profunda atenção do Direito!
Por esse motivo, o Código Penal dedica parte de seus dispositivos a diversas modalidades de dano ao patrimônio.
Talvez esse seja um aspecto comum aos muitos códigos penais espalhados pelo mundo e já criados na história. Dada
a importância do patrimônio, a sua proteção é quase obrigatória para que se possa conviver harmoniosamente em
uma sociedade.
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Nesta aula, iniciaremos o estudo desses crimes, abordando os mais comuns e importantes.
Bons estudos!
OBJETIVOS
Discutir sobre os crimes patrimoniais mais importantes do Código Penal;
Analisar aspectos investigativos pertinentes.
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Dos Crimes Patrimoniais (Código Penal)
O primeiro crime contra o patrimônio sobre o qual vamos falar é o furto que, segundo o código penal, consiste em:
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de con�ança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de
produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. (Incluído pela Lei nº 13.330, de
2016)
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Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém,
a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Somente se procede mediante representação.
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o
agente.
No crime de furto, devemos observar
que o objeto subtraído deve ser alheio e
móvel. Bom, alheio signi�ca ser de outra
pessoa. Daí pode-se concluir que o
proprietário não pode cometer furto de
suas coisas.
Mas, e se o objeto está emprestado, alugado, empenhado,
por exemplo, de maneira
que outra pessoa possui, de maneira lícita, o objeto e o
proprietário subtrai a coisa?
Nesse caso, o autor não responderá por furto, mas pelo art.
346 do CP: “tirar, suprimir, destruir ou dani�car coisa própria,
que se acha em poder de terceiro por determinação judicial
ou convenção”.
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No furto, a pessoa deve subtrair com a intenção de se tornar dono do objeto. Daí não ser furto a situação em que
alguém subtrai para uso temporário, com a intenção de devolver logo em seguida (pegar o carro de alguém para ir até a
minha casa e apanhar meu laptop que havia esquecido).
Portanto, inexiste a �gura do furto para uso!
Fonte: Shutterstock
Da mesma maneira, essa subtração não pode ter a concordância do dono da coisa. Havendo a manifestação de que
uma pessoa pode �car com algum objeto meu, ainda que ela pegue sem que eu esteja presente, inexiste furto.
Outro aspecto curioso é que a coisa subtraída deve ser móvel. Segundo o Código Civil, coisa móvel é aquela suscetível
de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico
social. Temos como exemplo:
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Dessa maneira, bens imóveis
não podem ser objeto do
crime de furto, tais como
casas, apartamentos etc.
Agora imagine que uma pessoa invade um
apartamento e permanece lá. Essa pessoa
estará furtando?
Marque a opção correta:
                  SIM                            NÃO   
Veja, a seguir, outros casos que podem se con�gurar como furto ou não.
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No parágrafo 3º do art. 155, o Código Penal equipara energia elétrica a coisa. Ou seja, a subtração de
energia elétrica (gato) é furto. Outros tipos de energia, se tiverem conteúdo econômico, também serão
equiparados a coisa. É o caso, por exemplo, da energia eólica. Da mesma maneira, é o sinal de TV a cabo. O
chamado "gatonet" é considerado furto, tendo o sinal subtraído sido equiparado a coisa por força do §3º.
Coisa não se confunde com pessoa. Coisa, também segundo o Código Civil, é tudo aquilo que existe
objetivamente com exclusão do homem. Como se nota, coisa e pessoa são distintos e, consequentemente,
somente as coisas podem ser objeto do crime de furto.
A "subtração" de uma pessoa se encaixa em outras �guras, como o sequestro ou subtração de incapazes,
por exemplo.
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Coisa de
ninguém
(res nullius)
Coisa
abandonada
(res derelicta)
Coisa perdida
(res
desperdita)
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É a coisa que não tem
dono, tal como o peixe
do mar ou a pedra de
um bosque. Por não
pertencerem a alguém,
inexiste crime de furto
aqui. Agora, preste
atenção, pois os
recursos minerais,
inclusive os do
subsolo, pertencem à
União e as águas
super�ciais e
subterrâneas aos
Estados, conforme art.
20, XV e art. 26, I, da
CRFB/88,
respectivamente. Por
pertencerem a tais
entes, não se tratam
de coisa de ninguém
(ex: petróleo, diamante,
ouro...). No caso,
também não se trata
de furto do art. 155,
mas de um tipo
especí�co para tal
situação: 2º da Lei nº
8.176 /91 (glossário) e
55 da Lei nº 9.605 /98
(glossário).
É a coisa que tinha
dono, mas foi
abandonada por este.
Neste caso, por não
ser "alheia", a sua
subtração não
con�gura furto, sendo
atípica. É o caso de um
carro abandonado em
uma rua. Se alguém
pega, reforma e passa
a usar, esta conduta
não con�gura furto em
princípio, devendo
provar, contudo, que o
carro estava
abandonado.
É a coisa que tem
dono, mas este a
perdeu. Veja que ele
não se desfez da coisa
e tem interesse em tê-
la de volta. É diferente,
portanto, da coisa
abandonada. Nesse
caso, a sua subtração
é crime, mas não de
furto. Para essa
situação, o legislador
criou um tipo penal
especí�co: CP art. 169
(glossário), parágrafo
único, II, apropriação
de coisa achada.
Achado não é roubado,
mas con�gura crime!
É possível o furto do furto?
Considere a seguinte situação:
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Fulano furta um carro e, logo em seguida, tem o
carro subtraído por outra pessoa.
É possível falar em furto no
segundo caso?
Escreva sua resposta aqui.
Resposta Correta
, O legislador previu uma causa de aumento para o caso do furto ocorrer durante o repouso noturno
CP art. 155, §1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno., ,
Esse aumento se baseia no fato das pessoas estarem mais vulneráveis nesse período e aquele que se
aproveita dessa situação merece uma reprimenda maior. Por repouso noturno, entende-se aquele
momento em que as pessoas estão dormindo durante a noite., , Repare que, se for no início da noite,
não haverá a incidência deste parágrafo. Deve ser noite e as pessoas já devem estar repousando!
Como isso varia de região para região, o período de repouso vai depender do local onde o crime
ocorreu, não sendo, assim, um critério objetivo e �xo.
No CP, art. 155, §2º, há o chamado furto privilegiado:
Aqui, o legislador previu uma causa de redução de pena se o agente é primário e o objeto furtado é de pequeno valor.
Por pequeno valor, entende-se ser aquele inferior a um salário mínimo no momento do crime. Lembro que isso é
diferente do caso do Princípio da Insigni�cância, uma vez que este exclui a tipicidade (não é crime, portanto), enquanto
aquele apenas reduz a pena. Por primário, entende-se ser aquele que não é reincidente nos termos dos arts. 63 e 64 do
Código Penal (glossário).
No CP, art. 155, §4º, temos as �guras quali�cadas, de maneira que qualquer furto nessas circunstâncias receberá uma
reprimenda maior, conforme quis o legislador. Veja a seguir.
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I
Com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração
da coisa
O primeiro caso se refere ao furto com rompimento de obstáculo, o qual deve ser entendido como aquele que visa
proteger o objeto, mas que não faça parte deste. Como exemplo, temos:
O caso do cadeado de um armário em que se
guarda uma mochila. O furto da mochila, com
rompimento do cadeado, teria a sua pena
aumentada por esta quali�cadora.
II
Com abuso de con�ança, ou mediante fraude, escalada ou
destreza
Veja, a seguir, qual impacto a pena terá devido a essas �guras quali�cadas.
galeria/aula5/img/15.jpg
Abuso de con�ança
Pressupõe a existência de um vínculo ou do estabelecimento de uma relação prévia, tal como a
empregada doméstica ou a diarista que faz o seu serviço durante a ausência do morador do imóvel.
No caso de algo sumir, terá havido o rompimento da con�ança previamente estabelecida, já que o
morador somente deixou a chave disponível para a diarista porque tinha certeza que nada sumiria.
galeria/aula5/img/16.jpg
Fraude
Refere-se à conduta de manter alguém em erro, ludibriando, criando uma falsa compreensão da
realidade.
É o caso de alguém entrar na casa de uma pessoa com o pretexto de consertar o telefone e furtar um
objeto sobre a mesa.
galeria/aula5/img/17.jpg
Escalada
O agente pode realmente escalar (pular o muro ou entrar pelo telhado, por exemplo), mas o sentido
dessa expressão deve ser entendido como qualquer acesso ao local que não seja o acesso normal.
Por exemplo, entrar em uma casa pelo porão.
galeria/aula5/img/18.jpg
Destreza
Ocorre quando o agente utiliza uma habilidade fora do comum para cometer o furto, tal como se vê
com os batedores de carteira.
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III
Com emprego de chave falsa
Chave falsa é qualquer aparato que faça as vezes
de uma chave, tal como um grampo de cabelo,
arame, chave mixa ou chave mestra. Também
entra neste conceito fazer a cópia da chave e
empregá-la para adentrar ou acessar o local onde
se pretende realizar o furto.
IV
Mediante concurso de duas ou mais pessoas
Havendo mais de uma pessoa, incide essa quali�cadora. Aqui, não há a necessidade de que ambos subtraiam a coisa,
mas que um esteja na companhia do outro e auxiliando de alguma forma na empreitada. Como exemplo, temos:
O caso de um indivíduo que �ca olhando se
alguém está vindo, enquanto outro realiza o furto.
, No CP, art. 155, §5º  merece destaque o fato de que veículo automotor não se limita ao carro, mas
também inclui embarcações e aeronaves, já que são automotores. Portanto, atente para este detalhe!
Observe que:
Para concluir os dispositivos do crime de furto, a sua consumação ocorre quando houver a inversão da
posse do objeto. Não importa que o agente tenha a posse mansa e pací�ca da coisa para a sua
consumação.
Havendo a subtração, ainda que seja �agrado logo em seguida saindo com o objeto do recinto, já estará
consumado o delito. Só há tentativa se o �agrante ocorrer no momento em que estiver subtraindo o objeto!
Este é o entendimento que prevalece atualmente, embora haja parte da doutrina que entende ser requisito
para a consumação a posse mansa e pací�ca.
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Vamos analisar alguns casos especiais!
Furto Famélico
Imagine o caso de um indivíduo que
furtou um pote de biscoitos para se
alimentar. Ele será enquadrado nas
tipi�cações de furto que vimos
anteriormente?
Marque a opção correta:
                  SIM                            NÃO   
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Sistema de Vigilância
Em alguns locais, são colocados sistemas
internos de vigilância como meio de
monitorar e evitar furtos. Daí, surge o seguinte
questionamento: se há constante
monitoramento, o agente nunca conseguirá
sair com o objeto. Isto seria tentativa ou
crime impossível (absoluta impropriedade do
objeto ou ine�cácia absoluta do meio)?
Marque a opção correta:
                  TENTATIVA                            CRIME
IMPOSSÍVEL   
Batedor de Carteira
Imagine o caso em que um batedor de
carteira tenta realizar um furto. No entanto,
durante a consumação, veri�cou que a vítima
não possuía carteira em sua bolsa. Nesse
caso, haveria crime ou tentativa?
Marque a opção correta:
                  SIM                            NÃO   
Roubo
O art. 157 do código penal nos diz que roubo é:
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Veja, a seguir, as características de cada um:
No CP, art. 157 §2º, temos as majorantes do crime de roubo. Veja a seguir:
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma
O termo arma não é necessariamente arma de fogo. Pode ser também uma arma branca,
como uma faca, uma tesoura ou um martelo. Contudo, se o agente apenas �ngir estar de
posse da arma (coloca a mão por dentro da blusa, por exemplo), não incidirá esta majorante,
embora continue sendo roubo.
O emprego de arma de fogo de brinquedo, desmuniciada ou inapta a efetuar
disparo con�gura esta majorante?
Atualmente, o STJ entende que não con�gura. Neste caso, a arma nas circunstâncias da
pergunta con�gura apenas a violência prevista no caput do art. 157, mas não é su�ciente
para ensejar a aplicação do §2º, I.
No emprego da arma de fogo, o agente responde também por porte ilegal de
arma?
Não, pois entende-se que a arma foi o meio para provocar a violência/ameaça, as quais são
elementares do tipo. Portanto, o porte resta absorvido se estiver no mesmo contexto fático
do roubo.
II. se há o concurso de duas ou mais pessoas
Nessa majorante, todos os agentes responderão, ainda que não tenham trabalhadodiretamente na subtração da coisa. É o caso do agente que apenas espera os demais com o
carro do lado de fora do estabelecimento para transportar o produto roubado. Se um dos
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agentes estiver armado e �zer uso da arma na empreitada, todos terão a pena aumentada
pela majorante do inciso I.
III. se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal
circunstância
O detalhe importante desta majorante é que o agente deve ter a consciência de que irá
roubar alguém que está a serviço de transporte de valores (um carro forte, por exemplo). Se
não souber, não haverá a sua incidência, con�gurando apenas o roubo do caput.
IV. se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior
Nesta hipótese, é preciso que a investigação demonstre a intenção do agente em levar o
veículo para o exterior (carro, embarcação, avião...). Não há a necessidade de que o bem
saia, mas é crucial que �que caracterizada essa intenção.
V. se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade
Esse é o caso do agente que, ao roubar o carro, leva a vítima e liberta depois. Não se trata do
chamado sequestro relâmpago, que se enquadra no art 158, §3º, do CP.
No CP, o art. 157 §3º a�rma: “Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de
reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a
trinta anos, sem prejuízo da multa”.
Esse parágrafo con�gura duas quali�cadoras do crime de roubo: lesão corporal grave ou
morte.
Essas quali�cadoras apenas ocorrem quando forem resultados de violência, não se
aplicando, portanto, ao roubo por grave ameaça.
No caso de resultado morte, costuma-se dizer que houve latrocínio. A lesão grave ou a
morte não precisam ocorrer na vítima, podendo ser no policial que estava intervindo na
situação, por exemplo.
Contudo, as ações devem ter como �nalidade a subtração da coisa, a garantia da subtração
ou a impunidade. Se houver a lesão grave por outro motivo (vingança, por exemplo), o §3º
não incidirá.
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Vamos analisar alguns
casos especiais!
Imagine um caso de roubo de carro onde a
vítima, além de ter o seu bem roubado, foi
alvejada com um tiro. No entanto, não houve
o resultado de morte, pois a vítima não
chegou a morrer.
Em qual tipi�cação esse crime será
enquadrado?
Escreva sua resposta aqui.
Resposta Correta
Agora, imagine o caso de uma
tentativa de roubo de carro onde a
vítima foi alvejada com um tiro,
vindo a falecer, no entanto, o
assaltante não conseguiu fugir com
o carro.
Em qual tipi�cação esse crime será
enquadrado?
Escreva sua resposta aqui.
Resposta Correta
Fonte da Imagem:
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Durante um roubo de joias um assaltante matou duas pessoas, que vieram a falecer.
O agente responderá por dois latrocínios?
Marque a opção correta:
                  SIM    (glossário)                         NÃO    (glossário)
ATIVIDADES
1 - Leia o artigo “A Reforma dos Crimes Patrimoniais (glossário)”, de Luís Wanderley Gazoto e o “Estudo comparativo
entre as taxas dos crimes contra o patrimônio com requisições de exames periciais e seus respectivos inquéritos
instaurados na cidade de Salvador (glossário)” e, em seguida, argumente sobre as mudanças propostas no Código
Penal relacionando aos problemas que vivemos, atualmente.
Escreva sua resposta aqui.
Resposta Correta
2 - (2013–VUNESP–Promotor de Justiça). O roubo:
Quali�cado pela morte (latrocínio) é considerado hedion do apenas quando consumado.
Será quali�cado pela morte (latrocínio), se a violência for intencional provocando a morte (dolosa ou culpo somente).
Poderá ser quali�cado pela morte, se a violência não for intencional e o resultado for culposo.
Impróprio admite que a violência seja praticada durante a subtração.
Quali�cado por lesões graves é considerado hediondo.
Justi�cativa
3 - (2014-VUNESP–DPE/MS). É correto a�rmar que no crime de roubo:
O emprego de “revólver de brinquedo” é o bastante para con�gurar a causa de aumento da pena prevista no inciso I do §2.º do
art. 157 do CP (emprego de arma).
No roubo impróprio, a violência ou a grave ameaça é elemento subjetivo do agente para obter a subtração do bem mesmo ante
de se apossar do referido bem.
É admissível a aplicação do princípio da insigni�cância para esse tipo de infração penal.
O delito de porte de arma é absorvido pela �gura penal quali�cada, se a violência ou a grave ameaça forem levadas a efeito
mediante o emprego do referido instrumento vulnerante e evidenciado o nexo de dependência ou de subordinação entre as
duas condutas, veri�cando, assim, que os delitos foram praticados em um mesmo contexto fático.
Nenhuma das respostas acima.
Justi�cativa
4 - (2009-FCC-DPE). O funcionário público que, mediante grave ameaça com arma de fogo, subtrai um automóvel de
um particular, utiliza-o para viagem de turismo e depois o abandona em frente à residência da vítima, comete:
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Violência arbitrária.
Roubo de uso.
Roubo simples.
Peculato.
Roubo quali�cado.
Justi�cativa
5 - (2014–Aroeira–PC–Escrivão). Haverá crime de roubo simples (sem majorantes) na hipótese de:
Subtração de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado.
Ameaça contra a vítima, exercida com emprego de arma de brinquedo.
Vítima em serviço de transporte de valores, conhecendo o agente tal circunstância.
Vítima mantida em poder do agente, tendo restringida sua liberdade.
Nenhuma das respostas acima.
Justi�cativa
6 - (2010–Vunesp–Tecnólogo em Segurança Pública). A subtração de coisa alheia móvel, para utilização momentânea,
com sua devolução imediata nas mesmas condições, caracteriza:
Furto comum.
Furto de uso.
Furto simples.
Furto privilegiado.
Furto quali�cado.
Justi�cativa
7 - (2016–FCC–Técnico Judiciário TRF 3ª região) NÃO pode ser objeto de furto: 
Bem imóvel.
Energia elétrica.
Aeronave.
Cavalo de raça.
Caixa de refrigerantes.
Justi�cativa
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Glossário
SIM
De fato, ele estará violando um direito do proprietário, mas NÃO cometerá o crime de furto.
Nesse caso, poderá responder por violação de domicílio ou esbulho (art. 161, §1º, II – “invade, com
violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou
edifício alheio, para o �m de esbulho possessório.”), mas não por furto ou roubo.
NÃO
Correto! Apesar do fato de que a pessoa estará violando um direito do proprietário, a mesma NÃO
cometerá o crime de furto.
Nesse caso, poderá responder por violação de domicílio ou esbulho (art. 161, §1º, II – “invade, com
violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou
edifício alheio, para o �m de esbulho possessório.”), mas não por furto ou roubo.
2º DA LEI Nº 8.176 /91:
Constitui crime contra o patrimônio, na modalidade de usurpação, produzir bens ou explorar matéria-
prima pertencentes à União, sem autorização legal ou em desacordo com as obrigações impostas
pelo título autorizativo. Pena: detenção, de um a cinco anos e multa.25/08/2019 Disciplina Portal
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55 DA LEI Nº 9.605 /98:
Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão,
concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e
multa.
CP ART. 169:
Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre: II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total
ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade
competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias.
ARTS. 63 E 64 DO CÓDIGO PENAL:
CP art. 63
Veri�ca-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a
sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
CP art. 64
Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a
infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de
prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.
CP, ART. 155, §5º
A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
SIM
Neste caso, a conduta é atípica, pois o agente estará diante de uma excludente de ilicitude: estado de
necessidade. Contudo, deve-se provar que era a única forma de se alimentar, não havendo outra
disponível (mendigar, por exemplo). Deve-se observar a proporcionalidade no caso concreto, pois não
seria tal hipótese o furto de uma caixa de cerveja (a�nal, cerveja não serve para matar a fome!).
25/08/2019 Disciplina Portal
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NÃO
Neste caso, a conduta é atípica, pois o agente estará diante de uma excludente de ilicitude: estado de
necessidade. Contudo, deve-se provar que era a única forma de se alimentar, não havendo outra
disponível (mendigar, por exemplo). Deve-se observar a proporcionalidade no caso concreto, pois não
seria tal hipótese o furto de uma caixa de cerveja (a�nal, cerveja não serve para matar a fome!).
TENTATIVA
Correto! Isso, pois o bem correu perigo e, embora haja sistema de vigilância, o agente poderia
despistar o segurança ou correr e fugir com o objeto. Assim, o crime é possível, embora o sistema de
vigilância reduza a possibilidade de consumação.
Verbete 567 da Súmula do STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por
existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a
con�guração do crime de furto.
CRIME IMPOSSÍVEL
Tentativa, pois o bem correu perigo e, embora haja sistema de vigilância, o agente poderia despistar o
segurança ou correr e fugir com o objeto. Assim, o crime é possível, embora o sistema de vigilância
reduza a possibilidade de consumação.
Verbete 567 da Súmula do STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por
existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a
con�guração do crime de furto.
SIM
Não, pois seria o caso de crime impossível por absoluta impropriedade do objeto, nos termos do art.
17 do CP. Se não havia nada no bolso, o bem não correu perigo e, consequentemente, é atípica a
conduta.
NÃO
Correto! Esse seria o caso de crime impossível por absoluta impropriedade do objeto, nos termos do
art. 17 do CP. Se não havia nada no bolso, o bem não correu perigo e, consequentemente, é atípica a
conduta.
SIM
25/08/2019 Disciplina Portal
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Em regra, não. Se as mortes se deram por causa de um único roubo (matou dois pessoas para
subtrair as joias que estavam transportando), haverá apenas um crime. No caso, o juiz levará em
conta as duas mortes no momento da dosimetria, aumentando a pena do crime.
NÃO
Em regra, não. Se as mortes se deram por causa de um único roubo (matou dois pessoas para
subtrair as joias que estavam transportando), haverá apenas um crime. No caso, o juiz levará em
conta as duas mortes no momento da dosimetria, aumentando a pena do crime.

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