Buscar

Direitos Reais

Prévia do material em texto

Direitos Reais – Livro
Capitulo II – Classificação da posse
2- Posse direta e posse indireta 
Posse: as teorias subjetivas liderando por Savigny, a posse consiste no poder de dispor fisicamente da coisa com intenção de dono, comportando-se o possuidor a relação a ela como proprietário, desacompanhada do animus domini (agir como dono), ou animus rem sibi habendi (intenção de ter a coisa para si) , que não gera efeitos jurídicos (EX: locação). Com a concepção de Ihering matem que o usufrutuário é o simples detentor, entretanto, é protegido, e desta forma na pratica se torna o possuidor, mas também o proprietário é protegido possessoriamente.
Artigo 1.197 CC – A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
“Que por negocio jurídico, transfira a outrem o direito de usar a coisa: pode ele dá-la em usufruto, em comodato, em penhor, em enfiteuse, etc.“
Posse direta, imediata, derivada, confiada, irregular ou impropria: enquanto o terceiro fica com a posse direta 
Posse indireta: o titular do direito real fica com a posse indireta 
O proprietário exercer a posse direta, como consequência de seu domínio. O locatário, por exemplo, exerce a posse direta por concessão do locador
3- Posse exclusiva, composse e posses paralelas
Posse exclusiva: é a posse de um único possuidor, é aquela em que uma única pessoa, física ou jurídica, tem, sobre a mesma cosa, posse plena, direta ou indireta. a posse exclusiva pode ser plena ou não, a plena é a posse em que o possuidor exerce de fato os poderes inerentes à propriedade como se sua fosse a coisa, que visa o seu conteúdo. 
Composse: é a situação pela qual duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, poderes possessórios sobre a mesma coisa.
Artigo 1.199 CC – Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
Posse paralela ou múltiplas: ocorre concorrência ou sobreposição de posse (existência de posses de natureza diversa sobre a mesma coisa
4- Posse justa e injusta
Artigo 1.200 – É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Posse justa: destarte, é aquela isenta de vícios, aquela que não repugna ao direito, por ter sido adquirida por algum dos modos previstos em lei, ou, segundo a técnica romana, a posse adquirida legitimamente, sem vicio jurídico externo (nex vim, nec clam, nec precário)
Posse injusta: é a posse que foi adquirida viciosamente, por violência ou clandestinamente ou por abuso do precário
É violenta a posse do que toma o objeto de alguém, despojando-se á força ou expulsa de um imóvel, por meios violentos, o anterior possuidor.
É clandestina a posse do que surta um objeto ou ocupa imóvel de outro às escondidas.
É precária a posse quando o agente se nega a devolver a coisa, findo o contrato (vim, clan aut precário)
Os três vícios mencionados correspondem às figuras definidas no CP como roubo (violência), furto (clandestino) e a apropriação indébita (precariedade)
5- Posse de boa-fé e posse de má-fé
Pode-se dizer que a boa-fé é a alma das relações sociais e continua representando importante papel no campo do direito, o qual lhe confere numerosos privilégios e imunidades, sobretudo em matéria de posse atribuindo ao possuidor de boa-fé, por exemplo, direito à percepção dos frutos.
Artigo 1.201 CC – É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Boa-fé: a crença do possuidor de se encontrar em uma situação legitima, se ignora a existência do vicio na aquisição de posse, ela é de boa-fé. 
Má-fé: se o vicio é de seu conhecimento, a posse passa a ser de má-fé.
Para diferenciar uma posse justa ou injusta, utiliza-se o critério objetivo, examinando a existência ou não dos vícios apontados.
6- Posse nova e posse velha 
Posse nova: é á de menos de UM ano e dia
Posse velha: é a de ano ou dia ou mais.
Artigo 1.211 CC – Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.
7- Posse natural e posse civil ou jurídica 
Posse natural: é aquela que se constitui pelo exercício de poderes de FATO sobre a coisa, ou segundo Limongi França, a “que se assenta na detenção material e efetiva das coisas”
Posse civil ou jurídica: é a que se adquire por FORÇA da lei, sem necessidade de atos físicos ou da apreensão material da coisa.
8- Posse “ad interdicta” e posse “ad usucapionem”
Posse ad interdicta: é a que pode ser defendida pelos interditos, isto é, pelas ações possessórias, quando molestada, mas não conduz à usucapião.
Posse ad usucapionem: é a que se prolonga por determinado lapso de tempo estabelecido na lei, deferindo a seu titular a aquisição do domínio. É e suma, aquela capaz de gerar o direito de propriedade 
9- Posse “pro diviso” e posse “pro indiviso”
Pro indiviso: se os compositores tem posse somente de partes ideais da coisa diz-se que a posse é pro indiviso, é a posse materialmente localizada dentro da composse. 
Pro diviso: se cada um se localiza em partes determinadas do imóvel, estabelecendo uma divisão de fato, diz-se que exerce a posse pro diviso, é a posse de ideais da coisa objeto de composse.
Capitulo III – Da Aquisição e perda da posse
1-Introdução 
Quem pretende demonstrar a aquisição da propriedade tem de ministrar a prova da origem ou do motivo que a engendrou. Primeiro, porque os vícios da posse decorrem da forma pela qual ela é adquirida, surgindo em seu momento inicial. Segundo, porque permite apurar se transcorreu o lapso de ano e dia capaz de distinguir a posse nova da velha. E terceiro porque marca o inicio do prazo usucapião. A posse se adquire um fato externo (corpus-apreensão) e um fato interno (animus)
2- Modo de aquisição da posse
A sua aquisição pode ser concretizar-se, portanto por qualquer dos modos de aquisição em geral, como, exemplificativamente, a apreensão, o constituto possessório e qualquer outro ato ou negocio jurídico, a titulo gratuito ou oneroso, inter vivos ou causa mortis 
Artigo 493 CC – A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda.
2.1- Modos originários de aquisição da posse
Modo originário: quando não há consentimento de possuidor precedente. Pela apreensão da coisa, pelo exercício do direito e pelo fato de dispor da coisa ou do direito.
Modo derivado: quando há anuência do anterior possuidor, como na tradição precedida de negocio jurídico. Neste caso ocorre a transmissão da posse ao adquirente, pelo alienante.
Artigo 1.208 CC – Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
2.1.1- Apreensão da coisa
Apreensão consiste na apropriação unilateral de coisa “sem dono”, a coisa diz-se “sem dono”, quando tiver sido abandona (res derelicta) ou quando não for de ninguém (res nullius).

Continue navegando