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Ética Médica: Relação com o Paciente e Princípios

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HABILIDADES E ATITUDES MÉDICAS – N1
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ÉTICA MÉDICA
 
Relação com o paciente :
Artigo 28º - É vedado ao médico abandonar , sem justa causa, o tratamento ou a assistência ao paciente, mesmo em casos crônicos e incuráveis , sem prévia comunicação ao paciente ou ao seu responsável. 
Deveres relativos à manutenção da dignidade da profissão:
Artigo 18º - Os médicos e professores das escolas médicas não subscreverão nem assinarão , nem contribuirão para que se expeçam títulos , licenças ou atestados de idoneidade em benefício de pessoas incompetentes , ou que não tenham cursado estudos universitários , nem para favorecer aos que visivelmente tenham o propósito de exercer a medicina de acordo com sistemas exclusivos , arbitrários ou opostos aos princípios verdadeiros da ciência médica. 
“ Considera-se paciente terminal aquele que, na evolução de sua doença , é incurável ou sem condições de prolongar a sobrevivência , apesar da disponibilidade dos recursos , estando , pois , num processo de morte inevitável.”
Ortotanásia x distanásia x eutanásia 
Ortotanásia significa morte correta, ou seja, a morte pelo seu processo natural. Neste caso o doente já está em processo natural da morte e recebe uma contribuição do médico para que este estado siga seu curso natural. Assim, ao invés de se prolongar artificialmente o processo de morte (distanásia), deixa-se que este se desenvolva naturalmente (ortotanásia). Somente o médico pode realizar a ortotanásia, e ainda não está obrigado a prolongar a vida do paciente contra a vontade deste e muito menos aprazar sua dor.A ortotanásia é conduta atípica frente ao Código Penal , pois não é causa de morte da pessoa, uma vez que o processo de morte já está instalado.Desta forma, diante de dores intensas sofridas pelo paciente terminal, consideradas por este como intoleráveis e inúteis, o médico deve agir para amenizá-las, mesmo que a conseqüência venha a ser, indiretamente, a morte do paciente.
Distanásia é o prolongamento artificial do processo de morte e por conseqüência prorroga também o sofrimento da pessoa. Muitas vezes o desejo de recuperação do doente a todo custo, ao invés de ajudar ou permitir uma morte natural, acaba prolongando sua agonia.Conforme Maria Helena Diniz, "trata-se do prolongamento exagerado da morte de um paciente terminal ou tratamento inútil. Não visa prolongar a vida, mas sim o processo de morte”.
Eutanásia , hodiernamente é entendida como morte provocada por sentimento de piedade à pessoa que sofre. Ao invés de deixar a morte acontecer a eutanásia age sobre a morte, antecipando-a. Assim, a eutanásia só ocorrerá quando a morte for provocada em pessoa com forte sofrimento, doença incurável ou em estado terminal e movida pela compaixão ou piedade. Portanto, se a doença for curável não será eutanásia, mas sim o homicídio tipificado no art. 121 do Código Penal , pois a busca pela morte sem a motivação humanística não pode ser considerada eutanásia.
Segredo médico:
Artigo 44º - É vedado ao médico revelar fatos de que tenha conhecimento pôr tê-los presenciados ou deduzido no exercício da sua atividade profissional , permanecendo esta proibição mesmo que o paciente já tenha falecido , salvo em justa causa ou para obedecer a dever legal. 
Responsabilidade profissional médica: 
Artigo 15º - É vedado ao médico desviar-se dos princípios éticos da profissão ao prestar serviços com qualquer vínculo à medicina social , previdenciária e securitária , mesmo que outras normas contrariem tais princípios. 
Dos serviços profissionais entre médicos:
Artigo 25º - O médico, sua mulher, assim como seus filhos , enquanto se encontrem sob o pátrio poder , têm direito aos serviços gratuitos dos médicos residentes na localidade e cuja assistência solicitem.
Gozam de igual privilégio o pai , a mãe e outras parentes , sempre que residam na mesma casa e se encontrem visivelmente sob a imediata proteção do médico. 
Honorários profissionais:
Artigo 68º - O médico não deverá pleitear honorários por serviços prestados a colega que exerça a profissão ou a pessoa da respectiva família sob sua dependência , exceto quando se trate de práticas psicoterápicas 
A imperícia ocorre quando o médico revela em sua atitude falta ou deficiência de conhecimentos técnicos da profissão. É a falta de observação das normas e despreparo prático necessário para exercer determinada atividade. Devem-se avaliar os progressos científicos que sejam de domínio público, e o profissional deve ter conhecimento para a utilização da técnica indicada para cada tipo de procedimento ou doença. O imperito não sabe, no seu modo de agir, o que um médico deveria saber. 
A imprudência é a imprevisão do agente em relação às consequências do seu ato ou ação. O profissional médico tem atitudes, não precipitadas, sem ter cautela, sendo resultado da não racionalização. Neste caso, o médico tem perfeito conhecimento do risco, e ignorando a ciência médica, toma a decisão de agir mesmo assim. O imprudente usa terapêuticas sem necessidade e muitas vezes técnicas terapêuticas que podem ser nocivas para o paciente. 
A negligência acontece pela falta de cuidado ou de precaução com que se executam certos atos. É caracterizada pela inércia, indolência, falta de ação e passividade. É um ato omissivo, oposto da diligência que seria agir com cautela, cuidado e atenção, evitando quaisquer distorções e falhas. O negligente não observa a norma técnica que deveria observar, e que todos os outros observam.
CÓDIGO DE ÉTICA DO ESTUDANTE DE MEDICINA
RELAÇÃO COM O PACIENTE:
São deveres do Estudante de Medicina: 
Art. 43 Apresentar-se condignamente, cultivando hábitos e maneiras que façam ver ao paciente o interesse e o respeito de que ele é merecedor. Art. 44 Respeitar o pudor do paciente.
 Art. 45 Ser moderado em suas ações, tendo por princípio a cordialidade. 
Art. 46 Demonstrar respeito e dedicação ao paciente, jamais esquecendo sua condição de ser humano, mas agindo com prudência e bom senso em todas as ocasiões. 
Art. 47 Dentro de seu conhecimento como Estudante, saber ouvir o paciente, esclarecer suas dúvidas, compreender suas expectativas, necessidades e queixas, mesmo aquelas que não tenham relação com a doença em questão. 
Art. 48 Apoiado na orientação e em conjunto com o Preceptor, explicar detalhadamente, de forma simples e objetiva, o diagnóstico e o tratamento para que o paciente entenda claramente a doença, os benefícios do tratamento e, também, as possíveis complicações e prognósticos. Ressalte-se que caberá ao paciente autonomia sobre a aplicação da conduta. 
SIGILO EM MEDICINA 
Art. 49 O Estudante deve manter sigilo e confidencialidade das informações e fatos, sobre o paciente, de que tenha conhecimento no exercício da atividade médico-estudantil. 
Art. 50 É vedado ao Estudante revelar sigilo relacionado ao paciente menor de idade com capacidade de discernimento, inclusive a seus pais ou representantes legais, conforme disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8069/90). P
arágrafo único: Nos casos em que o menor de idade não possua capacidade de discernimento ou quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente, autoriza-se ao Estudante de Medicina revelar o sigilo aos pais ou aos representantes legais, em caráter excepcional. Nesse cenário deverá apoiar-se na orientação e parceria com o Preceptor. 
Art. 51 É vedado ao Estudante de Medicina permitir o manuseio ou o conhecimento de prontuários, papeletas e demais registros e observações médicas sujeitas ao segredo profissional, por pessoas que não estejam obrigadas ao mesmo compromisso.
BIOSSEGURANÇA
É o conjunto de normas e procedimentos considerados seguros e adequados à manutenção da saúde do trabalhador, durante atividades de risco de aquisição de doenças profissionais.
Precauções Padrão (PP). São parte das normas de biossegurança e consistem em atitudes que devem ser tomadas por todo trabalhador de saúde frente a qualquer paciente, com o objetivo de reduzir os riscos de transmissão de agentesinfecciosos, principalmente veiculados por sangue e fluidos corpóreos (líquor, líquido pleural, peritoneal, pericárdico, sinovial, amniótico, secreções e excreções respiratórias, do trato digestivo e geniturinário) ou presentes em lesões de pele, mucosas, restos de tecidos ou de órgãos 
	Precaução Padrão
	Precaução de Contato
	Precaução de Gotículas
	Precaução de Aerossóis
	Abcesso com curativo
	Bactérias MR
	Meninguite
	Sarampo
	Amebíase
	Varicela
	Coqueluche
	Herpez Zoster em HIV
	Chikungunya
	Rubéola Congênita
	Caxumba
	Tuberculose
	Cisticercosw
	Abcesso sem curativo
	Ebola
	Influenza aviária/suina
	Conjutivite bacteriana
	Conjuntivite viral
	Influenza A,B e C
	Varíola
	Dengue
	Hepatite A
	Rubéola
	
	Gonorréia
	HIV com sangramento
	
	
	Hanseníase	
	Influenza aviária/suina
	
	
	Hepatite B
	Raiva humana
	
	
	Hepatite E
	Varíola
	
	
	HIV sem sangramento
	
	
	
	Infecção de ferida cirúrgica
	
	
	
	Malária
	
	
	
	Pneumonias
	
	
	
	Sífilis
	
	
	
	Zika
	
	
	
PRONTUÁRIO MÉDICO
O prontuário médico é um documento elaborado pelo profissional e é uma ferramenta fundamental para seu trabalho. Nele constam, de forma organizada e concisa, todos os dados relativos ao paciente, como seu histórico familiar, anamnese, descrição e evolução de sintomas e exames, além das indicações de tratamentos e prescrições. Feito no consultório ou hospital, o prontuário é composto de informações valiosas tanto para o paciente como para o próprio médico. Seu principal objetivo é facilitar assistência ao paciente. 
OS 10 MANDAMENTOS DO PRONTUÁRIO 
1.Fazer todos os registros de maneira clara,legível e objetiva.
2.Fazer somente anotações que se referem ao paciente.
3.Todas as evoluções e prescrições devem ser diárias,com data,hora,assinatura e carimbo.
4.Caso não tenha carimbo,o nome do profissional,sua assinatura e o número do seu registro devem estar legíveis.
5. Todas as folhas do prontuários devem ter a identificação do paciente.
6.Todo procedimento deve ser registrado pelo profissional que o realizou.
7.Os espaços em branco devem ser anulados com um traço.
8.É proibido usar lápis,fita e corretivo.
9.É proibido rasurar as anotações.
10.Proibido o uso de abreviações.
ROTEIRO SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR:
Inicia-se com a relação Médico Paciente : Cumprimentar o paciente ( Bom dia , Boa tarde ... como vai você? Em que posso ajuda-lo ..?)
Preze por uma relação amistosa,de confiança . 
Ouça o paciente e suas queixas.
 Empatia
Anamnese do Aparelho cardiovascular :
Identificação : Nome completo
Iidade 
Procedência 
Naturalidade 
 Estado civil 
Profissão
Queixa Principal : O motivo que trouxe o paciente à consulta
História da Doença Atual : Nela será explorada a queixa do paciente.
Pex: Paciente com queixa de dispneia 
Quando os sintomas iniciaram ( linha temporal)?
 Sintomas agudo ? ou já crônicos ? 
 Quais são os fatores de melhora e/ou de piora dos sintomas? ( Posição deitada ? Decúbito lateral? ) 
Acompanhada de tosse ? Qual a característica da Tosse? ( seca / produtiva ) 
Possui expectoração (catarro?) 
é acompanhado de Febre ? 
A dispneia é persistente ? 
Qual a duração dos sintomas ?
 O que você faz para ela melhorar ?
Possui algum outro sintoma associado ? 
Edema em membros inferiores? 
Dor torácica ? 
Palpitações ? 
Pex : Paciente com queixa de Dor torácica 
Quando os sintomas iniciaram ? (linha temporal) 
Qual a intensidade da dor ? ( Nota de 0-10)
Qual a localização da Dor ? ( delimitar região)
 Quais as características da Dor ? ( Em peso ? Pontada? Em aperto ?)
 Quais os fatores de melhora e/ou de piora da dor? ( desencadeada aos esforços ? Melhora com repouso ) 
Qual a duração da dor ? ( minutos ? horas? Dor persistente?)
Possui algum outro sintoma associado ? Dispneia ? palpitações? Edema de membros inferiores? Sincope? 
Antecedentes pessoais : Nele é perguntado o passado médico do paciente.
Possui alguma doença de Base ? ( Diabetes / HAS/ Cardiopatias )
Internações anteriores/cirurgias/ exames realizados anteriormente/ alergias
Antecedentes Familiares : Nele é perguntado sobre doenças familiares
Pais e irmãos; Algum tipo de câncer familiar/ história de doença cardiovascular na família.
Histórico de Insuficiência Cardíaca e/ou infarto agudo do miocárdio em pais e/ ou irmãos.
Perguntar se os pais ainda são vivos , se tem alguma doença de Base ? Se já falecidos , do que faleceram ?
Perguntar quantos irmãos possui e se algum com problemas de saúde
Perguntar sobre filhos ? se possui? Se são saudáveis.
Antecedentes Fisiológicos e sociais: Aqui procuraremos saber sobre os hábitos de vida do paciente / condições de moradia / condições de trabalho
É tabagista ? se sim quantos cigarros/dia ? Há quanto tempo fuma ? ( carga tabágica)
Bebe ? Quantidade e tipo de bebida ? Frequência 
Pratica atividades físicas? Qual tipo ? quanto tempo por dia/ semana etc...
Onde reside ? Casa de alvenaria ? de madeira ? palha ? quantos cômodos tem na casa ? quantas pessoas moram na casa ? Possui banheiro? Quantos banheiros? Possui saneamento básico? Possui fogão à lenha ? Possui energia elétrica ? 
Em que trabalha? O que faz? É exposto a algum risco? Seu trabalho é estressante? Você se considera satisfeito no trabalho?
Quantas horas por dia você dorme ?
Como é a sua alimentação ? Ingere frutas ? verduras? Qual quantidade de fritura ? Quantas latas de óleo consome por mês ? 
Hábito miccional e evacuações ?
Interrogatório dos diversos aparelhos e sistemas:
Perguntar sobre : Visão /audição/cefaleia /dor em região cervical /cavidade oral / nasal ( epistaxe ?) dor torácica / dispneia / tosse / dor abdominal / dor em membos / edema / dificuldades para urinar / constipação intestinal / etc...

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