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Agravo de Petição

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EXERCÍCIO PEÇA 04 – AGRAVO DE PETIÇÃO 
 
 
O Juiz Substituto em exercício perante a 1ª Vara do Trabalho de Itapecerica da 
Serra entendeu, ao apreciar os Embargos de Terceiro, tratar-se de fraude à execução, não reconhecida a 
condição de terceiro de boa-fé ao Sr Vanderlei dos Santos. 
 
Publicada a decisão aos 02 de agosto de 2019, no DOE Eletrônico. 
 
Como advogado do Sr. Vanderlei, interpor a medida cabível. 
 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da 1ª Vara do Trabalho de Itapecerica 
da Serra – SP 
 
Processo nº _____ 
 
 
 
 
 
 
 
 
VANDERLEI DOS SANTOS, já qualificado nos em epígrafe, representado por 
advogado (procuração anexa), irresignado com a decisão de fls._ que julgou improcedentes os 
embargos de terceiro opostos em face de ANDRÉ SMOKE, SÓCIO E PLAYTIME LTDA, vem 
perante Vossa Excelência, com base na alínea “a” do artigo 897 da Consolidação das Leis do 
Trabalho e seguintes interpor o presente AGRAVO DE PETIÇÃO, nos termos da minuta anexa. 
 
Com fulcro no caput do artigo 789-A da CLT, deixa o agravante de recolher as 
custas no valor de R$ __. 
 
Requer o recebimento do recurso e após a manifestação da parte contrária, a 
remessa dos autos para a apreciação na instância superior. 
 
Termos em que 
P. deferimento 
 
Local e data 
Nome do advogado 
OAB nº 
Assinatura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINUTA DE AGRAVO DE PETIÇÃO 
 
AGRAVANTE: VANDERLEI DOS SANTOS 
 
1º AGRAVADO: ANDRÉ SMOKE 
2º AGRAVADO: SÓCIO 
3º AGRAVADA: PLAYTIME LTDA 
 
PROCESSO Nº: _____ 
ORIGEM: 1ª Vara do Trabalho de Itapecerica da Serra – SP 
 
 
Egrégio Tribunal Regional da 3ª Região 
 
Colenda Turma 
 
Ínclitos Julgadores 
 
 
I – DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL 
Os pressupostos extrínsecos de admissibilidade estão satisfeitos, já que o recurso 
interposto é próprio e tempestivo, e a decisão que julgou improcedentes os embargos de terceiro foi 
publicada em 2/8/2019, sendo, portanto, o prazo final para interposição dia 14/8/2019 e o recorrente 
optou pela representação por advogado, nos termos do §1º do artigo 791 CLT. 
 
Da mesma maneira, estão satisfeitos os pressupostos intrínsecos, eis que Vanderlei 
dos santos possui interesse processual e legitimidade, uma vez que a sentença do juiz de 1ª 
instância foi proferida na fase executiva do processo e ao não reconhecer a condição de terceiro 
de boa-fé do agravante, acatou a alegação de fraude feita pelo 1º agravado e manteve a penhora 
sob o veículo de sua propriedade. 
 
Por fim, de acordo com a exegese do §1º do artigo 897 do Decreto-Lei nº 
5.452/1943, o recorrente delimita a matéria recorrida ao teor da decisão do magistrado de 1º grau 
que considerou a compra do automóvel por parte deste peticionário fraude à execução. 
 
II – BREVE RELATO DA LIDE 
O agravante opôs embargos de terceiro ao tomar ciência da decisão que determinou 
a penhora de seu veículo Honda (fls. _). Alegou a condição de terceiro de boa-fé na aquisição de 
seu veículo, apontou os limites da coisa julgada e a impossibilidade de a mesma afetar terceiros 
estranhos ao processo que lhe resultou e requereu a suspensão da medida constritiva ao apontar 
os requisitos que autorizam a concessão da tutela antecipada 
 
Entretanto, o juízo de piso entendeu contrariamente aos argumentos apresentados 
pelo recorrente e julgou improcedente a ação pelo mesmo proposta e manteve a constrição sob a 
propriedade de Vanderlei dos Santos. 
 
Todavia, tal decisão está equivocada e não deverá prosperar, conforme será 
devidamente demonstrado adiante. 
 
III – DA RAZÃO PARA REFORMA DA DECISÃO 
 
3.1 – DA INEXISTÊNCIA DE FRAUDE A EXECUÇÃO 
Conforme relatado anteriormente, o julgador de 1ª instância concluiu que o 
agravante não satisfez a condição de terceiro de boa-fé ao adquirir o veículo do sócio agravado e 
acatou a argumentação do reclamante-agravado, André Smoke, de fraude à execução na venda 
deste bem móvel. 
 
Como a lei trabalhista não dispõe sobre as hipóteses de fraude à execução, se faz 
necessária a aplicação subsidiária do artigo 792 do Código de Processo Civil ao caso em tela. Veja-
se: 
 
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à 
execução: 
I – quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com 
pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido 
averbada no respectivo registro público, se houver; 
II – quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do 
processo de execução, na forma do art. 828; 
III – quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou 
outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a 
fraude; 
IV – quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o 
devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência; 
V – nos demais casos expressos em lei. 
 
Ora, respeitáveis desembargadores, restou devidamente comprovado nos autos 
que o agravante adquiriu do sócio agravado o automóvel que embasa esta lide antes da distribuição 
da reclamação trabalhista nº 1000208/2018, da qual fazem parte apenas o primeiro e a terceira 
agravada (documento anexo). 
 
Respeitado o entendimento do magistrado a quo, em face do cenário apresentado 
nos autos, a confirmação de sua decisão significará a obrigação deste peticionário de prever o futuro 
daqueles com quem realiza negócios, algo que é impossível e, portanto, inexigível. 
 
Ademais, o Código Civil em seu artigo 113 preconiza o dever da interpretação dos 
negócios jurídicos pelo princípio da boa-fé. Inexistentes quaisquer situações que permitissem a 
conclusão do recorrente da possibilidade de danos a direito de terceiros no momento da celebração 
de sua avença, não há que se falar em fraude. 
 
Neste sentido, é o entendimento desta corte a respeito desta questão. Vejamos: 
 
FRAUDE À EXECUÇÃO. ART. 792, IV DO CPC. INEXISTÊNCIA. Nos 
termos do artigo 792 do CPC/2015 " A alienação ou a oneração de bem é 
considerada fraude à execução: (...) IV - quando, ao tempo da alienação 
ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à 
insolvência. Assim, para que se possa declarar a ineficácia da 
alienação ocorrida no curso do processo, constitui requisito 
primordial que o alienante figure no polo passivo da relação jurídico 
processual, quando da prática do ato de disposição patrimonial. E, 
sendo admissível o Contrato Particular de Compromisso de Venda e 
Compra não registrado para defesa da posse, conforme entendimento 
sumulado do STJ (Súmula 84, STJ), comprovado está que o imóvel 
penhorado pertence aos terceiros, tendo sido por eles adquirido em data 
anterior à propositura da ação trabalhista. Se a alienação se deu 
anteriormente a ação contra a empresa, logicamente não havia 
também ação em curso contra o sócio alienante. Assim, 
considerando-se que quando da alienação do imóvel não pendia em 
face do sócio a presente ação, capaz de levá-lo à insolvência, tem-se 
por inexistente a hipótese de ineficácia da alienação. (TRT-2; 
Processo nº 1000127-86.2018.5.02.0040; Relatora: Ivani Contini 
Bramante; 4ª Turma; Data de Publicação: 04/09/2018) (grifos meus) 
 
FRAUDE À EXECUÇÃO. A fraude à execução não resta configurada 
se o negócio imobiliário tiver sido formalizado antes mesmo da 
distribuição da reclamatória, não sendo relevante o fato de não ter sido 
lavrada a escritura pública se a alienação restar comprovada de forma 
inequívoca. Recurso provido. (TRT-2; Processo nº 0000102-
43.2016.5.02.0046; Relatora: Rosa Maria Villa; 2ª Turma; Data de 
Publicação: 19/12/2017) (grifo meu) 
 
FRAUDE À EXECUÇÃO. ALIENAÇÃO ANTERIOR À AÇÃO. A 
transferência de domínio do imóvel, ainda que resolúvel, em data 
anterior ao ajuizamentoda ação trabalhista impede eventual 
declaração de ineficácia da alienação por fraude à execução. (TRT-2; 
Processo nº 0000065-81.2015.5.02.0262; Relatora: Rosana de Almeida 
Buono; 3ª Turma; Data de Publicação: 29/08/2017) (grifo meu) 
 
 
Isto posto, de rigor a reforma do decisum de 1º grau para declarar insubsistente a 
penhora e confirmar a qualidade de legítimo proprietário do agravante. 
 
DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer o agravante de Vossas Excelências: 
 
1 – Conhecimento e provimento do presente agravo de petição para reformar a 
sentença de 1ª instância, cancelando a penhora recaída sob o veículo Honda e a confirmação de 
sua condição de legítimo proprietário do bem. 
 
Termos em que 
P. deferimento 
 
Local e data 
Nome do advogado 
OAB nº 
Assinatura