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Prof. D.Sc. Glaucio Mazetto Siqueira glaucio.siqueira@uniptan.edu.br NEUROFISIOLOGIA NEURÔNIOS Propriedades celulares e de rede 1.3 Fisiologia dos Neurônios 1) Como um neurônio conduz uma informação? 2) Por quê nossos neurônios podem usar sinais elétricos? A membrana celular é POLARIZADA (apresenta diferença de carga entre o interior e o exterior) - Impulso elétrico (Potencial de ação) GRADIENTE ELETROQUÍMICO 1.3 Fisiologia dos Neurônios 1° Ponto Desigual distribuição de íons carregados positivamente entre os 2 lados da membrana celular 1.3 Fisiologia dos Neurônios Desigual distribuição de íons carregados positivamente entre os 2 lados da membrana celular Na+-K+ ATPase (bomba de sódio e potássio) Proteína de membrana que bombeia ativamente 3Na+ out : 2K+ in A membrana celular é seletivamente permeável ao K+ porque possuí proteínas que formam poros chamados canais iônicos A não ser pelos GASES (ex: O2 e CO2) e pelo ETANOL, que é capaz de se difundir através da bicamada lipídica, a água e os demais solutos só são capazes de cruzar a membrana plasmática através de proteínas de transporte específicas PROTEÍNAS DE CANAIS CARREADORES 1.3 Fisiologia dos Neurônios PERMEABILIDADE SELETIVA da membrana plasmática - Bicamada lipídica - Proteínas associadas 1.3 Fisiologia dos Neurônios 1.3 Fisiologia dos Neurônios Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=U6AMnejevY0 1.3 Fisiologia dos Neurônios Uma célula, como as nervosas ou musculares, é dita excitável quando o seu potencial de membrana pode ser rápida e significativamente alterado. Essa alteração funciona como um mecanismo de sinalização 1.3 1.3 Fisiologia dos Neurônios Despolarização Repolarização Hiperpolarização Vm diminui Vm aumenta P o te n c ia l d e m e m b ra n a ( m V ) Tempo (ms) Diferença do potencial de membrana (Vm) O movimento dos íons é que gera os SINAIS ELÉTRICOS Mudanças na permeabilidade de íons mudam o potencial de membrana “Os sinais elétricos são produzidos por mudanças temporárias no fluxo de corrente para dentro e para fora da célula, que impelem o potencial elétrico através da membrana celular para longe de seu valor de repouso.” 1.3 1.3 Fisiologia dos Neurônios Uma corrente, na forma de íons positivamente carregados fluindo para fora da célula (ou íons negativamente carregados fluindo para dentro da célula), através de canais abertos tornam o potencial de membrana mais negativo, um processo chamado hiperpolarização. As respostas da célula à hiperpolarização são usualmente puramente graduadas (eletrotônicas) – à medida que a amplitude do pulso de corrente aumenta, a hiperpolarização aumenta proporcionalmente. Assim sendo, a hiperpolarização não desengatilha uma resposta ativa na célula 1.3 1.3 Fisiologia dos Neurônios Uma corrente, na forma de íons positivamente carregados fluindo para dentro da célula através de canais abertos tornam o potencial de membrana mais positivo, um processo chamado despolarização. Despolarização quer dizer que o potencial de membrana tornou-se mais positivo do que o potencial de repouso. Caso o potencial de membrana atinja um determinado nível (potencial limiar), ocorre um potencial de ação 1.3 1.3 Fisiologia dos Neurônios Como uma célula muda a sua PERMEABILIDADE IÔNICA? A maneira mais simples e rápida é ABRIR ou FECHAR canais existentes na membrana plasmática. Os neurônios contêm uma grande variedade de canais iônicos com comportas que alternam entre os estados aberto e fechado, dependendo das condições intra- e extracelulares Um método mais lento de mudar a permeabilidade da membrana é inserir novos canais na membrana ou remover alguns canais existentes Canais de Na+ Canais de K+ Canais de Ca2+ Canais de Cl- 1.3 1.3 Fisiologia dos Neurônios Canais iônicos controlados mecanicamente 1.3 1.3 Fisiologia dos Neurônios 1.3 1.3 Fisiologia dos Neurônios Canais iônicos controlados por ligantes (neurotransmissores, neuromoduladores, moléculas sinalizadoras intracelulares) 1.3 1.3 Fisiologia dos Neurônios Canais iônicos controlados por ligantes (neurotransmissores, neuromoduladores, moléculas sinalizadoras intracelulares) 1.3 1.3 Fisiologia dos Neurônios Canais iônicos controlados por voltagem 1.3 1.3 Fisiologia dos Neurônios CANALOPATIAS As canalopatias são doenças hereditárias causadas por mutações nas proteínas dos canais iônicos Como os canais iônicos estão intimamente associados à atividade elétrica das células, muitas canalopatias se manifestam como disfunções nos tecidos excitáveis Síndrome do QT longo Hipertermia maligna FIBROSE CÍSTICA 1.3 Fisiologia dos Neurônios Pequenos pulsos de corrente despolarizantes evocam potenciais puramente eletrotônicos (graduados) em uma célula – a amplitude da mudança no potencial é proporcional à magnitude dos pulsos de corrente. Uma corrente despolarizante suficientemente maior desengatilha a abertura de canais iônicos voltagem dependentes. A abertura destes canais leva ao potencial de ação, que difere dos potenciais eletrotônicos não somente no modo em que é gerado, mas também em magnitude e duração. 1.3 Fisiologia dos Neurônios Os potenciais graduados são despolarizações ou hiperpolarizações que ocorrem nos dendritos e no corpo celular ou, menos freqüentemente, perto dos terminais axônicos (um grande estímulo causa um grande potencial graduado, e um estímulo pequeno vai resultar em um potencial graduado fraco) Como a DESPOLARIZAÇÃO torna mais provável que o neurônio dispare um potencial de ação, potenciais graduados despolarizantes são considerados EXCITATÓRIOS Um potencial graduado hiperpolarizante move o potencial de membrana para mais longe do valor limiar e torna menos provável que o neurônio dispare um potencial de ação, sendo considerado, portanto, INIBITÓRIO 1.3 Fisiologia dos Neurônios Potenciais graduados que são fortes o suficiente, finalmente atingem a região do neurônio conhecida como ZONA DE DISPARO (CENTRO INTEGRADOR do neurônio, contendo uma grande concentração de canais de sódio controlados por voltagem na sua membrana) Se os potenciais graduados que alcançam a zona de disparo despolarizam a membrana até a voltagem limiar, os canais de sódio voltagem-dependentes se abrem e um potencial de ação é iniciado. Se a despolarização não atinge o limiar, o potencial graduado simplesmente desaparece à medida que se move pelo axônio. Em neurônios eferentes e interneurônios, a zona de disparo é o cone axônico e a primeira parte do axônio, uma região conhecida como segmento inicial . Em neurônios sensoriais, a zona de disparo é imediatamente adjacente ao receptor, onde os dendritos se unem ao axônio. 1.3 Fisiologia dos Neurônios Potenciais de ação são os sinais pelos quais o encéfalo recebe, analisa e transmite a informação (esses sinais são altamente estereotipados em todo o sistema nervoso, mesmo que iniciados por uma grande variedade de eventos ambientais que nos atingem – da luz ao contato mecânico, de odores a ondas de pressão) Unidade básica de condução da informação (conduz a informação por meio de um desequilíbrio no potencial de repouso da membrana) 1.3 Fisiologia dos Neurônios Fonte: http://www.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Fisiologia/profa.Silvia/2.Bioeletrogenesesilvia.pdf1.3 Fisiologia dos Neurônios 1.3 Fisiologia dos Neurônios 1.3 Fisiologia dos Neurônios 1.3 Fisiologia dos Neurônios 1.3 Fisiologia dos Neurônios 1.3 Fisiologia dos Neurônios Ocorre quando os canais iônicos controlados por voltagem na membrana se abrem, aumentando a permeabilidade do neurônio, primeiro para o sódio e depois para o potássio O influxo (movimento para dentro da célula) de Na+ despolariza o neurônio. Essa despolarização é seguida pelo efluxo (movimento para fora da célula) de K+ , que restabelece o potencial de membrana de repouso do neurônio 1.3 Fisiologia dos Neurônios Esta propriedade é essencial para a transmissão de sinais por longas distâncias, como da ponta do dedo até a medula espinhal Potenciais de ação: não perdem força enquanto percorrem o neurônio 1.3 Fisiologia dos Neurônios Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=fHRC8SlLcH0 1.3 Fisiologia dos Neurônios 1.3 Fisiologia dos Neurônios 1.3 Fisiologia dos Neurônios Os PAs não podem se sobrepor e não podem se propagar para trás (trajeto unidirecional – do corpo celular para o terminal axônico) 1.3 Fisiologia dos Neurônios 1.3 Fisiologia dos Neurônios 1.3 Fisiologia dos Neurônios O movimento em alta velocidade de um potencial de ação ao longo do axônio é chamado condução do PA Nos PAs, o fluxo de energia elétrica é um processo que constantemente renova a energia perdida, porque um PA não perde força com a distância, como ocorre com um potencial graduado (o PA que atinge o final do neurônio é idêntico ao PA que iniciou na zona de disparo) 1.3 Fisiologia dos Neurônios Para aumentar a VELOCIDADE DE CONDUÇÃO dos potenciais de ação, grandes axônios são enrolados em uma substância lipídica isolante, a mielina (a bainha de mielina cria uma barreira de alta resistência que impede o fluxo de íons para fora do citoplasma) BAINHA DE MIELINA - muitas camadas de membrana providas por células mielinizantes - células de Schwann (SNP) - oligodendrócitos (SNC) As membranas de mielina são análogas às capas de plástico que envolvem os fios elétricos A bainha de mielina é interrompida a intervalos regulares pelos nodos de Ranvier, pontos do axônio não isolados pela mielina onde o PA é regenerado 1.3 Fisiologia dos Neurônios Cada nó possuí uma grande concentração de canais de Na+ voltagem-dependentes Os íons sódio que entram em um nó reforçam a despolarização e mantêm a amplitude do PA constante à medida que este passa de nó para nó CONDUÇÃO “SALTATÓRIA” 1.3 Fisiologia dos Neurônios axônios mais espessos maiores distâncias internodais Os potenciais de ação percorrem diferentes axônios a velocidades diferentes, dependendo dos 2 parâmetros: Diâmetro do axônio Grau de mielinização 1.3 Fisiologia dos Neurônios Em doenças desmielinizantes, a perda da mielina dos neurônios pode ter efeitos devastadores na sinalização neural RETARDO a PERDA TOTAL da condução dos potenciais de ação ESCLEROSE MÚLTIPLA Grande variedade de queixas neurológicas (fadiga, fraqueza muscular, dificuldade ao caminhar e perda de visão) 1.3 Fisiologia dos Neurônios Uma grande variedade de substâncias químicas altera a condução dos potenciais de ação ligando-se as canais de Na+, K+ ou Ca2+ na membrana dos neurônios Bloqueadores de canais de sódio NEUROTOXINAS ANESTÉSICO LOCAL Desequilíbrios eletrolíticos [K+] = hipercalemia [K+] = hipocalemia Arritmias cardíacas Fraqueza muscular [Na+] = hipernatremia [Na+] = hiponatremia [Ca2+] = hipercalcemia [Ca2+] = hipocalcemia Aplicações Aplicações Aplicações