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Aula 1 - 2º Período Cinemática do Trauma (1)

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20/03/2019
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Socorrista Resgatista
2º Período
Cinemática do Trauma
Objetivos
• Reconhecer a importância da avaliação da cena do acidente;
• Conhecer as leis da física que influenciam em um acidente;
• Diferenciar trauma contuso de trauma penetrante;
• Correlacionar a cena com os mecanismos de lesão;
• Acidentes automobilísticos: atropelamento, acidentes com
motocicletas;
• Mecanismo de lesão nas quedas, explosões, acidentes por
arma branca e arma de fogo.
Avaliação da Cena
• Iniciada antes do Socorrista chegar no local do incidente;
• Coleta de dados (informante/segurança pública/cuidados na
cena);
• Trajeto da cena (preparo psicológico).
Boa observação, Percepção e Habilidades de
comunicação são as melhores Ferramentas.
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O socorrista deve avaliar a cena através da:
• Obtenção de uma impressão geral
da situação para a segurança da cena;
• Avaliação da causa e resultados
do incidente;
• Observação dos familiares
e expectadores.
Avaliação da Cena
Figura: Domínio Público
• Inclui dois componentes principais:
SEGURANÇA E SITUAÇÃO.
SEGURANÇA
• Nenhuma cena é 100% segura;
• Minha segurança, segurança da minha equipe, segurança dos
curiosos e por último a segurança da vítima;
• Colisão direta, condições climáticas, iluminação, traçado das estradas
(área rural), engarrafamento,motorista curioso.
• Roupa refletiva;
• Posicionamento da viatura.
Avaliação da Cena
• Veículos de segurança devem posicionar de forma que protejam
os socorristas;
• Ambulância posicionada atrás do acidente;
• Evitar faróis altos, devem ser desligados;
• Direcionar o tráfego de responsabilidade das autoridades.
Posicionamento do Veículo e
Dispositivos de Aviso
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Posicionamento do Veículo
• Estabelecer a distância entre a 1ª barreira na cena e a primeira sinalização
(1º cone), considerando a velocidade máxima permitida na via;
• Em ambiente com chuva, neblina ou baixa visibilidade, a distância da
primeira sinalização deve ser aumentada e até dobrada. Se o acidente
ocorreu em uma curva, a distância deve ser calculada totalmente antes da
curva.
Fonte: Protocolo 
SAMU 2016
• Os cones disponíveis idealmente 1 a cada 10 passos;
• Se for o primeiro veículo a chegar na cena do atendimento,
estacionar antes do evento. Se houver impedimento ou
risco, estacionar no melhor local possível para garantir a
distância de segurança;
• Se a cena já estiver sinalizada e/ou com outros veículos de
serviço no local, estacionar após o evento.
Posicionamento do Veículo
Posicionamento do Veículo
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 2016
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SITUAÇÃO
• O que realmente aconteceu na cena?
• Por que foi solicitada ajuda e quem solicitou?
• Qual foi o mecanismo de trauma?
• Quantas pessoas estão envolvidas? (idades)
• São necessárias unidades de apoio? (tratamento/transporte)
• É necessário auxílio? (bombeiro, policiais)
• É necessário desencarceramento especial ou equipamento de
salvamento?
• É necessário transporte por helicóptero?
• É necessário médico no local?
Avaliação da Cena
Um evento traumático é dividido em 3 fases:
• Pré- evento: fase da prevenção;
• Evento: momento traumático que envolve a troca de
energia e a cinemática do trauma;
• Pós- evento: atendimento da vítima.
Princípios Gerais
• Processo de avaliação da cena do acidente para determinar as
lesões resultantes das forças e movimentos envolvidos;
• Somente observando, analisando e interpretando o evento
traumático é possível prever, sugerir e saber procurar lesões;
• Mais de 90% das lesões de
qualquer vítima de acidente
podem ser sugeridas.
Cinemática do Trauma
Saber onde procurar lesões é 
tão importante quanto saber o 
que fazer após encontrá-las.
Figura: Domínio Público
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• Primeira Lei de Newton (Lei da Inércia)
“Um corpo em movimento ou em repouso tende a permanecer 
neste estado até que uma força externa atue sobre ele”.
Leis da energia e do movimento
Figura: Domínio Público
• Segunda Lei de Newton (Lei da conservação da energia)
“ A energia não pode ser criada, nem destruída, mas pode ter
sua forma alterada”.
Leis da energia e do movimento
EC= m.v²
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Figura: Domínio Público
Temporária
• Surge no momento do impacto, mas, os tecidos retornam à
sua condição inicial.
Definitiva
• A deformidade é visível após o impacto, é causada por
compressão, estiramento e ruptura dos tecidos.
Efeito de Cavitação
Figuras: PHTLS 8ª Ed.
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Trauma Fechado x Penetrante
Trauma Contuso (Fechado):
• O objeto dispersa a energia em uma área maior da pele.
• O dano será distribuído por uma área maior do corpo.
• Tecidos se deslocam no momento do impacto.
Trauma Penetrante:
• Toda energia do objeto é concentrada em uma área pequena
da pele.
• A energia concentrada permite lacerar a pele e o objeto entrar
no corpo.
Os mais frequentes são:
• Colisão Automobilística
- Frontal
- Traseira
- Lateral
- Angular
- Capotamento
Mecanismos de Traumas 
• Colisão ciclística ou
motocicleta
• Atropelamento
• Quedas
• Explosões
• Ferimentos penetrantes
Podem ser dividida em:
• Colisão da máquina
• Colisão do corpo
• Colisão dos órgãos
Colisão Automobilística 
Figuras: Domínio Público
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• Observe as deformidades no interior do veículo;
• Observe a posição da vítima e uso de dispositivos de
segurança.
Mecanismos de Trauma
• Condutor: para frente e para cima
Possíveis lesões: TCE, TRM, Trauma de tórax, trauma em
fígado, baço e grandes vasos sanguíneos.
• Passageiros: para frente e para baixo
Possíveis lesões: Trauma em MMII e na Pelve.
Colisão Frontal 
Mecanismo de Trauma
Condutor Passageiro
Figuras: Domínio Público
• Impacto causa aceleração rápida podendo ocorrer
hiperextensão do pescoço;
• Objetos e passageiros soltos são arremessados para a frente
contra o painel;
• Observar uso de cinto de segurança e tipo de cinto utilizado
no banco traseiro.
Mecanismos de Trauma
• Para frente
Possíveis lesões: Coluna Cervical (efeito chicote), distensão
muscular e/ou ligamentar, fratura de vértebra e luxação.
Colisão Traseira 
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Mecanismo de Trauma
Figura: PHTLS 8ª Ed.
Figura: Domínio Público
• Colisão em T ou veículo colide em um anteparo de lado;
• Lesões diretas causadas de partes do veículo contra o corpo;
Mecanismos de Trauma
• Deslocamento lateral do ocupante.
Possíveis lesões: Fratura de clavícula e ombro, Trauma de
tórax (fratura de costelas), Trauma no abdômen, Fratura de
fêmur e pelve, TRM (pescoço), TCE (cabeça).
Colisão Lateral 
Mecanismo de Trauma
Figuras: PHTLS 8ª Ed.
Figura: Domínio Público
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• Quando a quina de um carro bate contra um objeto;
• Passageiro mais próximo ao impacto sofre lesões mais
graves;
Mecanismos de Trauma
• Combinação entre impacto
Frontal e lateral ou traseiro e
lateral.
Colisão Angular 
Figura: PHTLS 8ª Ed.
• O ocupante pode chocar-se contra qualquer parte do interior do
veículo;
• Lesões mais graves sem o uso de dispositivos de segurança (cinto
de segurança, air bag);
• Ocupante pode ser ejetado sofrendo mais lesões com o impacto
ao solo ou por ser atropelado.
Mecanismos de Trauma
• Todos os mecanismos de trauma.
Capotamento
Mecanismo de Trauma
Figuras: Domínio Público
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Cinto de segurança
• 1 a cada 7 adultos não usam cintos em viagens;
• Transfere a força do impacto do corpo para o cinto de segurança;
• Posicionamento incorreto ocorre traumas de compressão dos órgãos
abdominais.
Airbags
• Projetados para amortecer o movimento para frente do ocupante;
• Eficazes naprimeira colisão (esvazia em 0,5 s);
• Socorrista deve procurar lesões : escoriações nos braços, tórax e
face, corpos estranhos na face e olhos, lesões causadas por óculos.
Sistema Protetores e de Contenção
Sistemas Protetores e de Contenção
Figuras: Domínio Público
• Não só os pilotos mais os passageiros também são vítimas;
• Sofrem mecanismos de impacto e ejeção;
• Dispositivos de segurança: capacete, bota e colete (roupas
de couro);
• O não uso do capacete ou
de forma incorreta aumenta em
300% os traumas na cabeça;
• “Deitar a moto de lado”
Acidentes envolvendo Motocicletas
Figura: Domínio Público
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• Moto pende para a frente e o piloto colide contra o guidão 
seguindo de ejeção.
Mecanismos de Trauma
• Piloto desloca-se para frente e por
cima da motocicleta.
Possíveis lesões: TCE, trauma de tórax,
abdômen ou pelve (livro aberto),
Fratura bilateral de fêmur.
Colisão Frontal
Figura: Domínio Público
• Moto cai sobre o piloto, ou ser esmagado entre a moto e o objeto
atingido.
Mecanismos de Trauma
• Corpo sofre impacto contra um objeto.
Possíveis lesões: queimaduras pelo motor e escapamento, abrasões
pelo contato com o asfalto e fraturas e avulsão de partes dos MMII.
Colisão Angular
Figura: Domínio Público
Os atropelamentos com automóveis tem 3 fases:
• Impacto inicial contra o para-choque dianteiro: adultos as
lesões encontradas na região da pelve e MMII, e nas
crianças mais frequente em tronco;
• Impacto contra o capô e para-brisas: a vítima ao rolar, sofre
lesões no tronco e na cabeça;
• Impacto contra o solo: a vítima rola de volta ao solo e
geralmente o primeiro ponto de contato é a cabeça,
causando lesões na coluna cervical, além de lesões em
MMSS.
O veículo pode então passar por cima da vítima ou arrastá-la.
Atropelamento
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Atropelamento
Figuras: Domínio Público
• Colisão frontal contra uma superfície
fixa;
• Extensão e gravidade das lesões
relacionam-se com a altura,
superfície que caiu e parte do corpo
que atingiu primeiro;
• Quedas de 6m para adultos e 3m
para crianças (graves);
• Síndrome de Don Juan (queda em
pé).
Quedas
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Explosões
Figura: Domínio Público
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Ferimentos Penetrantes
• Ferimentos produzidos por objetos que penetram no tecido;
• Transferência de energia concentrada em uma pequena
área.
Classificação:
• Baixa energia: FAB
• Média energia: revólveres
• Alta energia: rifles militares ou de caça
• Armas usadas com a mão (faca, picador de gelo);
• Analisar a trajetória da arma para prever lesões;
• O sexo do agressor;
• Ferimentos abdominais podem atingir o tórax;
• Pode resultar de empalhamento por objetos.
Baixa Energia
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Baixa Energia
Figuras: Domínio Público
• Armas de média energia criam uma cavidade de 3 a 5 vezes
o tamanho do calibre;
• Armas de alta energia já 25 vezes o tamanho do projétil;
• Quanto maior a distância menor será a lesão.
Média e Alta Energia
Figura: Domínio Público
• Ferimento de entrada normalmente é redondo ou oval;
• Ferimento de saída geralmente estrelado.
Perfuração de Entrada e Saída
Figura: Domínio Público
Figura: PHTLS 8ª Ed
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Referência Bibliográfica
1. DIAS, A. R. N.; NOVO F. C. F.; Biomecânica do Trauma. In:
GRAU ( Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e
Emergências). Pré – Hospitalar. 1. ed, Barueri, SP:
Manole, 2013.
2. PHTLS Committee of The National Association of
Emergency Medical Technicians; American College of
Surgeons. PHTLS: atendimento pré-hospitalar ao
traumatizado básico e avançado. Rio de Janeiro, Elsevier,
8º edição, 2017.

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