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AULA 1 – CONTABILIDADE E GESTÃO TRIBUTARIA II – TRIBUTAÇÃO SOBRE O LUCRO NO BRASIL – IRPJ E CSSL: LUCRO REAL, LUCRO PRESUMIDO E LUCRO ARBITRADO Introdução A Contabilidade brasileira que, durante muito tempo, foi influenciada pelos aspectos fiscais, vive um momento de plena harmonia com as normas e os padrões internacionais de Contabilidade. Nesse novo cenário, a Contabilidade Tributária, funcionando como uma ferramenta imprescindível no processo de identificação e mensuração do impacto causado pelos tributos, no patrimônio de uma empresa, não tem sido elaborada apenas para cumprir exigências do fisco, pois, mediante o planejamento, o gerenciamento e a contabilização dos tributos, atende não apenas as exigências tributárias, mas, principalmente, as necessidades dos seus diversos usuários. TRIBUTOS NO BRASIL Tributo, conforme estabelece o artigo 3º do CTN, “é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. De acordo com a legislação tributária vigente no Brasil, em especial a Constituição Federal de 1988, em seus artigos 145, 148 e 149, e o CTN, no seu artigo 5º, temos cinco espécies de tributos: Impostos Taxas Contribuição de melhoria Empréstimos compulsórios Contribuições parafiscais ou especiais No Brasil, os tributos são cobrados com base na renda, no patrimônio e no consumo. TRIBUTOS SOBRE O LUCRO A cobrança de tributos sobre o lucro, no Brasil, remete ao período colonial quando Portugal instituiu o Quinto, estabelecendo que um percentual do valor adicionado pelo comerciante deveria ser recolhido em prol da Fazenda Real Portuguesa. Entretanto, apesar da cobrança de vários tributos ao longo dos períodos colonial e imperial, somente no período republicano, mais precisamente no ano de 1922 é que foi criado o Imposto de Renda, cuja cobrança começou a ser realizada em 1924. No que diz respeito à cobrança de tributos sobre o lucro, o Brasil, igualmente como ocorre na maioria dos países do mundo, até o ano de 1988, adotava a cobrança apenas do Imposto de Renda sobre o lucro. Todavia, com amparo na Constituição Federal de 1988, em 15 de dezembro de 1988, mediante a Lei 7.689, foi instituída a cobrança da Contribuição Social sobre o Lucro das pessoas jurídicas, destinada ao financiamento da seguridade social. Na atualidade, portanto, a luz dos artigos 145 e 149 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, o Brasil conta com dois tributos sobre o lucro: o Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, fato que o diferencia dos demais países do mundo, a exemplo dos Estados Unidos e do Reino Unido, que adotam a cobrança apenas do Imposto de Renda. Qual a justificativa para a cobrança de dois tributos sobre o lucro no Brasil? Na visão dos especialistas em matéria tributária, a União não tem interesse em unificar os dois tributos em virtude da destinação dada aos valores arrecadados, pois de acordo com a legislação vigente, apenas sobre o valor arrecadado pela União referente à cobrança do IRPJ é efetuado repasse aos estados e municípios. Os recursos arrecadados com a cobrança da CSLL integram as receitas da União e são utilizados, exclusivamente, para custear as despesas da seguridade social. Dessa forma, a União não repassa um percentual do valor arrecadado aos estados e municípios. Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ O IRPJ é um tributo federal, portanto, de competência da União. Estão obrigadas ao pagamento desse imposto todas as pessoas jurídicas que não possuem imunidade nem isenção tributária. O valor do imposto é apurado sobre o Lucro Real ou por Lucro Presumido, conforme opção feita pela empresa. Contribuição Social Sobre o Lucro – CSSL A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, assim como o IRPJ, é um tributo federal, de competência da União. Estão obrigadas ao pagamento dessa Contribuição todas as Pessoas Jurídicas (PJ) e as equiparadas pela legislação do Imposto de Renda (IR). O valor da contribuição é apurado sobre o lucro líquido do período de apuração antes da Provisão do Imposto de Renda. TIPOS DE LUCRO Lucro Real Conforme estabelece o art. 6º, do Decreto-Lei Nº 1.598/77, é o lucro líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária. Lucro Presumido Lucro presumido pode ser conceituado como a forma de tributação simplificada que utiliza somente as receitas da empresa para determinar a base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das pessoas jurídicas que não estão obrigadas à apuração do Lucro Real. Lucro Arbitrado Lucro arbitrado pode ser definido como a forma de apuração da base de cálculo do Imposto de Renda que, em conformidade com o art. 530, do Regulamento do Imposto de Renda (RIR), pode ser utilizado quando, por exemplo, o contribuinte obrigado à tributação com base no lucro real, mantiver escrituração imprestável, isto é, fora dos padrões legais e normativos ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal.
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