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Trabalho questões e processos incidentes - incompleto

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
Campus Universitário de Caxias do Sul
Curso de Bacharelado em Direito
Direito Processual Penal I
Professor Felipe Vanin Rizzon
Acadêmica Amanda Ramos Viana
Questões Prejudiciais e Processos Incidentes
	As questões prejudiciais ou incidentes podem ser entendidas como os imprevistos ocorridos durante o processo, devendo ser resolvidos antes do julgamento final da lide. 	
	As questões prejudiciais conceituam-se como aquelas que a lei dispõe que devem ser resolvidas através de um procedimento autônomo. 
	A partir do momento que uma questão prejudicial surge, ela deverá ser apreciada em um processo à parte, comumente apensado ao processo principal, por questões serem relacionadas com o processo preexistente.	
	Porém, há também uma segunda espécie de controvérsia processual, são elas as questões incidentes.
	São, portanto, questões incidentes as pendências que devem ser examinadas como pressuposto para o resolvimento do mérito principal, sendo uma exceção as questões prejudiciais.
01. Questões Prejudiciais
	São ligadas ao mérito da questão principal, e podem ter natureza penal ou extrapenal. São ligadas estas questões ao direito material, ao passo que diferem das questões incidentes/preliminares, que por sua vez são ligadas a matérias de direito processual.
01.1. Características:
a. Anterioridade lógico-jurídica - a questão prejudicial é um obstáculo lógico para a resolução da discussão principal.
b. Necessariedade - a solução da questão prejudicial é pressuposto imprescindível para solução da lide.
c. Autonomia - a questão prejudicial tem aptidão para compor processo autônomo.
	Estes três requisitos devem estar presentes para que haja a caracterização da questão prejudicial.
01.2. Exceções de suspeição:
	A exceção de suspeição tem por objetivo afastar o juiz que a parte reputa parcial, ou seja, aquele que não tem neutralidade para apreciar a causa. 
	Esta exceção está, portanto, ligada a pessoa física do magistrado, não tendo o intuito de deslocar a causa de juízo. 
	As causas de suspeição estão dispostas no art. 254 do CPP, e são elas:
	a. a amizade íntima;
	b. a inimizade capital;
	c. a circunstância de estar o juiz, seu cônjuge, ascendente ou descendente, respondendo processo análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
	d. o fato de o juiz, seu cônjuge, ou parente consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; 
	e. o aconselhamento a uma das partes, acerca de fatos que tenham relação com a causa;
	f. o fato de ser o juiz credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
	g. e, ainda, a circunstância de ser o julgador sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
	De acordo com o art. 96 do CPP, a suspeição é prioritária em relação às demais, devendo preceder a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo superveniente. 
01.2.1. Abstenção: 
	O juiz pode, espontaneamente, declarar-se suspeito, indicando o motivo legal. Nesta circunstância, deverá determinar a remessa dos autos ao substituto legal e providenciar a legitimação das partes. Esta decisão do juiz é irrecorrível. 
01.2.2. Recusa do juiz pelas partes:
	O autor e o acusador, podem também, pedir a suspeição do juiz, por meio de petição assinada pela parte ou procurador com poderes especiais, de acordo com o disposto no art. 98 do CPP.
	O MP deve inquirir a suspeição através da própria denúncia, no momento em que oferecê-la, ou na promoção lançada no inquérito, salvo se a causa manifestar-se posteriormente. Neste caso, a parte deverá arguir a suspeição na primeira oportunidade em que se manifestar nos autos processuais.
	Já o acusado, deve arguir a exceção no prazo da resposta escrita.
01.2.3. Julgamento pelo tribunal:
	A arguição da suspeição do magistrado poderá ser julgada liminarmente improcedente pelo órgão competente do tribunal, ou será determinada a citação das partes e designada a data para oitiva de testemunhas, seguindo-se o julgamento, caso seja julgada procedente. 
	O reconhecimento da suspeição juiz, dar-se-á de três formas:
	a. pelo juiz, de ofício;
	b. pelo juiz, em razão de alegação das partes ou do assistente de acusação;
	c. pelo tribunal, caso o juiz se recuse a admitir ser suspeito.
01.2.4. Efeitos: 
	Se o tribunal reconhecer a suspeição do magistrado, o processo deverá ser encaminhado ao substituto legal, e serão declarados nulos os atos processuais praticados (decisórios ou probatórios). Porém, não serão nulos os atos processuais praticados antes do surgimento da causa de suspeição.
	Se rejeitada a suspeição do juiz, os autos serão devolvidos aos juiz.
01.2.5. Suspeição do membro do Ministério Público:
	O membro do Ministério Público, pode, assim como o magistrado, reconhecer de ofício, ou seja, expontaneamente, a sua suspeição. Se assim não o fizer, poderá a parte arguir a suspeição do membro do MP, e neste caso, o próprio juiz do processo, após a oitiva do promotor, colherá as provas e julgará a exceção. 
	A decisão que reconhece ou não a suspeição do promotor é irrecorrível. E se acolhida, o substituto legal passará a atuar na causa, mas não serão invalidados os atos do qual participou o órgão suspeito, por ser hipótese de nulidade relativa. 
01.2.6. Suspeição de peritos, intérpretes e de servidores da Justiça:
	Será, neste caso, assim como na hipótese de suspeição de membro do MP, o próprio magistrado responsável pelo julgamento da lide, julgar a suspeição de peritos, intérpretes e funcionários, sem opção de propor recurso, determinando o afastamento do órgão auxiliar se julgar procedente a suspeição.
01.2.6. Suspeição de jurado:
	Diferentemente das demais, a suspeição de jurado deverá ser proposta oralmente, imediamente após a leitura da cédula com o nome deste.
	Nesta oportunidade, o juiz deverá ouvir este jurado e decidirá de plano pelo afastamento ou não do mesmo. Esta decisão será irrecorrível.
01.2.7. Suspeição de autoridade policial:
	A autoridade policial, poderá no período de inquérito policial, declarar-se, de ofício, suspeito. Porém, não é possível que outra parte o faça, salvo em caso de desrespeito ao dever de abster-se, caso em que o interessado deverá oficiar em investigação para a qual é suspeita, provocar a atuação do superior hierárquico da autoridade policial.
01.3. Exceção de incompetência de juízo:
	Terá, a exceção de incompetência de juízo, como finalidade corrigir falta de capacidade funcional do juiz, destinando-se a provocar a remessa dos autos a outro órgão, não tendo como intuito a extinção do feito.
01.3.1. Abstenção:
	O magistrado deve, de ofício, declarar sua incompetência quando na fase de recebimento da denúncia ou queixa, constatá-la, independentemente de tratar de questão referente a competência relativa ou absoluta.
	Intimadas as partes a respeito da decisão que assegura a incompetência do juiz, poderá expor recurso em sentido estrito.
	
01.3.2. Arguição de incompetência:
	Trata-se da oportunidade que a defesa tem de arguir a incompetência do magistrado, que não o fez de ofício, podendo fazê-lo oralmente - neste caso deverá ser reduzida a termo - ou de forma escrita, não excedendo o prazo da resposta escrita. 
	Em casos de incompetência relativa, a mesma deve ser arguida até o momento da resposta escrita para que não se torne preclusa. Já nos casos de incompetência absoluta, poderá ser alegada a qualquer momento do processo.
	Após o recebimento da exceção, ouvido o Ministério Público, o magistrado julgará. Se julgar procedente, remeterá o processo ao juízo que entende competente - desta decisão, caberá recurso em sentido estrito. 
	Se julgada improcedente a exceção, não será admito recurso.
01.4. Exceção de litispendência:
	A litispendência trata da situação originada a partir da existência simultânea de duas ou mais ações identicas, ou seja, há uma duplicação da lide, o que não é permitido no direito brasileiro. A fim de resolver aimputação de alguém duplamente pelo mesmo crime, surge a exceção de litispendência, com o intuito de extinguir um dos processos.
	Existem três requisitos para que as ações sejam consideradas idênticas, são eles: o pedido, as partes e a causa de pedir (fato criminoso). É possível, porém, que os autores sejam diversos. Além disso, ambos os processos devem estar, imprescindívelmente em curso. 
	A litispendência pode ser alegada a qualquer tempo ou instância, e contra a decisão de procedência da exceção, poderá ser interposto recurso em sentido estrito.
01.5. Exceção de ilegitimidade de parte:
	Encontramos duas diferentes formas de ilegitimidade de partes, são elas: a ilegitimidade ad causam e a ilegitimidade ad processum.
	A ilegitimidade ad causam diz respeito à titularidade de ação. Ela ocorre quando é oferecida a queixa em caso de ação penal pública, ou a denúncia em casos de ação penal privada. 
	Esta exceção tem caráter peremptório, por conta da importância de seu acolhimento para a extinção do feito.
	Já a ilegitimidade ad processum se caracteriza em situação que tratam da incapacidade processual. Trata-se de exceção de caráter dilatório, pois pode ser sanada a irregularidade a partir da ratificação dos atos processuais.
	O processamento ocorrerá da mesma forma da exceção de incompetência de juízo, porém não haverá prazo para a arguição. E é possível que seja impetrado recurso em sentido estrito contra a decisão que reconhece a procedência da exceção.
01.6. Exceção de coisa julgada:
	A exceção de coisa julgada assemelha-se a exceção de litispendência no tocante de ter por objetivo a inadmissibilidade de processar alguém por mais de uma vez pelo mesmo crime. Ambas diferem, porém, porque a exceção de coisa julgada refere-se a um segundo processo que já está encerrado por ter sido julgado o mérito do feito, e na exceção de litispendência ambos os processos devem estar em curso.	
	Nos crimes continuados as diversas ações ilícitas tratam de fatos distintos, portanto o julgamento definitivo de algumas destas ações não impedirão ou tampouco dispensarão o julgamento das demais.
	Já em casos de crimes permanentes, bem como nos crimes habituais, o julgamento da infração impede que se proponha nova ação para imputar ao acusado outra conduta que compõe aquela única infração.
	O julgamento desta exceção é idêntico ao da incompetência de juízo, e caberá impetração de recurso em sentido estrito quando julgada procedente a exceção.
02. Conflito de jurisdição:
	O conflito de jurisdição ou conflito de atribuição ocorre entre órgão da Justiça Comum e órgão da Justiça Especial, entre diferentes Justiças Especiais ou, ainda, entre órgãos de Justiças Comuns de estados federativos diversos. É, portanto, diferente do conflito de competência, pois este se dá quando há divergência entre dois ou mais órgãos da mesma justiça.
	Há, porém, uma corrente doutrinária que condena como inconstitucional o conflito de jurisdição conceituado pelo Código, argumentando que a jurisdição é una.
03. Restituição de coisas apreendidas: 
	
	Sabemos que a lei dispõe sobre o dever da autoridade policial de apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos, a fim de assegurar uma maior fidelidade na reconstituição do fato criminoso. A apreensão se estenderá sobre qualquer coisa - objetos, instrumentos ou papéis - relacionada com o crime em questão, tendo maior importância aqueles que foram utilização na execução da infração.
	Os efeitos da apreensão durarão pelo periodo em que forem necessários para o andamento do feito, devendo, via de regra, ser restituído a quem demonstrar dominialidade quando não mais foram precisos, salvo casos em que serão posteriormente analisados.
	
03.1. Bens restituíveis e bens não restituíveis:
	Conforme já supracitado, quando não mais em uso no processo, o bem apreendido deverá ser restituído ao proprietário. Há porém a ressalva quando se trata de coisa não restituível, ou seja, coisa sujeita a confisco, que caracteriza-se como a perda em favor da união, são suas as possibilidades:
	a. dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
	b. do produto do crime ou qualquer bem de valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
	O produto direto do crime, independentemente da licitude de seu uso, porte, detenção, alienação ou fabrico, será confiscado, a menos que seja conhecido o dono ou se for reclamado por terceiro de boa-fé.
03.2. Restituição por termo nos autos:
	Se manifesto o direito do reclamante da entrega do bem, esta poderá ser determinada:
	a. pela autoridade policial, durante o inquérito e desde que a coisa não tenha sido apreendida em poder de terceiro que alega boa-fé;
	b. pelo juiz, tanto no inquérito quanto no curso processual.
	Em ambas as hipóteses, é necessária a oitiva do Ministério Público.
03.3. Restituição por meio de incidente:
	Se não for manifesto o direito do interessado, apenas o magistrado, por incidente próprio, decidirá sobre a restituição (inclusive na hipótese de bem apreendido em poder de terceiro que alega boa-fé).
	Se induvidoso o direito do reclamante, o magistrado deferirá a restituição, do contrário, julgará improcedente e remeterá as partes reclamantes para o juízo cível.
	Não podem, porém, ser restituídos os bens apreendidos:
	a. que ainda interessem às investigaçõs ou ao processo;
	b. que constituam instrumento do crime sujeito a confisco;
	c. que constituam produto do crime sujeito a confisco;
	d. quando houver dúvida quanto ao direito do reclamante.
03.4. Recurso: 
	Caberá apelação da decisão que julga pedido de restituição por conta de seu caráter definitivo, por esgotar a possibilidade de discussão da lide na jurisdição criminal.
03.5. Coisas facilmente deterioráveis:
	Frente ao risco de deterioramento dos bens apreendidos, desde que não sujeitos a confisco, deverão ser restituídos o quanto antes aos proprietários.
	Na hipótese de dúvida a respeito do direito de propriedade, o magistrado terá duas opções:
	a. determinar a avaliação e posterior venda em leilão, depositando-se o dinheiro apurado;
	b. entregá-las ao terceiro que as detinha, se este for pessoa idônea, que assinará termo de responsabilidade.
03.5. Destino dos bens:
	Os bens adquiridos com o proveito da infração, serão leiloados após o trânsito em julgado e o dinheiro arrecadado será revertido em favor da União, salvo o direito do cidadão lesado ou terceiro de má-fé.
	Em hipótese de instrumento da infração passível de confisco, o lesado ou terceiro de má-fé terão 90 dias, após o trânsito em julgado para reclamar seu direito, caso não o faça, o magistrado decretará a venda em leilão ou determinnar sua inutilização ou seu recolhimento a museu criminal.
	
04. Medidas assecuratórias:
	A expectativa de ser indenizado surge quando a infração penal ocasiona danos de natureza material ou moral. Todavia, a entrega da prestação jurisdicional não será imediata, o que possibilita a alteração da situação patrimonial do réu, por meio de alienação ou desfazimento de bens ou, ainda, por meio de dilapidação ou ocultação de patrimônio.
	Com o objetivo de assegurar a devida indenização do prejuízo, existem três medidas cautelares reais possíveis, cuja adoção prescinde do prévio ajuizamento da ação civil, são elas: sequestro, hipoteca legal, arresto.
	Em casos de sentença absolutória definitiva ou de decisão irrecorrível que declarar extinta a punibilidade, as medidas assecuratórias perdem a validade.
04.1. Sequestro:
	
	Trata-se da retenção judicial da coisa, para que o agente fique impedido de desfazer-se do bem, seja ele bem imóvel ou bem móvel (desde que não sejam produtos diretos da infração e, portanto, passíveis de busca e apreensão), contanto que adquiridos com o produto do crime, ou seja, desde que se constituam em proventos da infração.
	É necessário entretanto, que hajam indícios veementes da proveniência ilícita dobem.
04.1.1. Oportunidade e iniciativa:
	Somente o magistrado poderá decretar o sequestro, ainda que previamente a fase processual, sendo vedada a possibilidade de aplicação de medida assecuratória por outras autoridades.
	
	O sequestro poderá ser determinado:
	a. de ofício pelo juiz;
	b. a requerimento do Ministério Público;
	c. a requerimento do ofendido;
	d. por representação da autoridade policial.
04.1.2. Recurso e defesa: 
	
	É passível de apelação ou embargos a decisão sobre o sequestro, os quais podem ser ajuizados a qualquer tempo, mas só serão julgados após o trânsito em julgado da sentença condenatória, podendo ser pleiteados: pelo acusado; pelo adquirente do bem a título oneroso; por terceiro, na hipótese de allegar que tem a propriedade ou direito de posse sobre o bem.
04.1.3. Levantamento:
	Trata-se da perda de eficácia do sequestro, podendo ocorrer das seguintes formas:
	a. Se a ação penal correspondente não for ajuizada no praxo de 60 após a conclusão da diligência;
	b. Se o terceiro adquirente prestar caução que assegure o valor que constitua provento auferido pelo agente com a prática criminosa;
	c. Após o trânsito em julgado de decisão que extingue a punibilidade ou absolve o réu.
04.2. Hipoteca legal:
	A hipoteca legal concerne ao direito real de garantia que tem por objeto bens imóveis pertencentes ao devedor que, embora continuem em seu poder, asseguram a satisfação do crédito.
	Difere do sequestro por recair sobre bens que compõem o patrimônio lícito do autor da infração.
	De acordo com o Código de Processo Penal, a hipoteca poderá ser requeridade em qualquer fase do processo e poderá ser requeridade pelo ofendido, seu representante legal ou herdeiros, ou ainda, pelo Ministério Público.
	É necessária a presença de certeza da existência da infração e indícios substanciais da autoria para que a hipoteca torne-se possível.
04.3. Arresto:
	Refere-se a medida assecuratória que tem por objeto o patrimônio lícito do agente.
	São duas as suas espécies: arresto de imóveis preparatório da hipoteca legal e arresto de bens móveis.
04.3.1. Arresto preparatório da hipoteca:
	Tem por objetivo evitar que sejam alienados os bens imóveis do agente antes da inscrição da hipoteca ou que haja desvios de frutos civis, em função da demora do procedimento de especialização da hipoteca legal.
	A validade do arresto preparatório, após sua decretação, é de 15 dias, e o interessado deverá, dentro deste prazo, promover o processo de inscrição da hipoteca legal.
04.3.2. Arresto de móveis:
	Não sendo o agente proprietário titular de bens imóveis ou sendo insuficiente o valor dos mesmos, há possibilidade de arresto dos bens móveis integrantes do seu patrimônio lícito.
	Não é possível o arresto dos bens:
	a. que constituam produto ou provento da infração;
	b. impenhoráveis.
05. Incidente de falsidade:
	Trata-se do procedimento incidente com destinação meramente probatória, e deverá ser constatada, pelo juiz, sua relevância e necessidade.
	Poderá ser requerida a instauração do incidente desde o momento de recebimento de denúncia até a sentença de primeiro grau, pelo réu ou querelado, pelo ofendido, pelo Ministério Público ou pelo querelante, bem como o juiz, de ofício, poderá determiná-la, sendo possível até mesmo, a solicitação pela própria parte que juntou o documento aos autos.
	Julgada procedente ou improcedente a arguição, será cabível recurso em sentido estrito.
	Após julgado o incidente de falsidade, o documento será reconhecido ou descaracterizado.
06. Incidente de insanidade mental do acusado:
	O magistrado deverá instaurar incidente de insanidade mental do acusado quando houver dúvida sobre a integridade mental do mesmo, devendo encaminhá-lo a exame médico-legal. Há, porém, a necessidade de fundamentar a dúvida, não sendo suficiente requerimento injustificado ou fundado em suposições.
	A decisão pela qual o juiz decide instaurar ou não o incidente não é passível de recurso.
	O incidente poderá ser instaurado:
	a. pelo juiz;
	b. a requerimento do Ministério Público;
	c. a requerimento do defensor, ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado;
	d. na fase do inquérito, por representação da autoridade policial.
	Após a determinação da instauração do incidente, o juiz derminará a autuação em apartado e nomeará curador ao indiciado ou acusado, podendo ser nomeado até mesmo o defensor. Ordenará também a suspensão da ação penal e nomeará dois peritos para realização do exame. 
	O exame deverá ser realizado no prazo de 45 dias, salvo se os peritos demonstrarem a necessidade de maior prazo, situações em que poderá o juiz prorrogá-lo. 
06.1. Efeitos da juntada de laudo:
	Apresentado o laudo, será determinado pelo magistrado o apensamento do incidente ao feito principal. Será cabível a apelação da decisão homologatória do laudo.
06.2. Prosseguimento do processo principal:
	 Se considerado imputável o réu, seguirá a tramitação normalmente o processo principal, mas se considera inimputável ou semi-imputável, a ação penal seguirá em seus ulteriores termos com a intervenção necessária do curador. 
	Na hipótese de conclusão de que a insanidade sobreveio à infração, o processo continuará suspenso até que se reestabeleça o acusado, ou até o momento de prescrição. Diante disto, poderá o magistrado decretar a internação do réu em manicômio judiciário, desde que haja a presença dos resquisitos para aplicação da medida cautelar pessoal.

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