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HABEAS CORPUS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA
 Suelen Mendes Lucio, brasileira, casada, recepcionista, inscrito no cadastro de pessoa fisica n° xxxxxxxxx, rg xxxxxxxx, reside na rodovia sebastião toledo dos santos, bairro maria céu, n° 1255 na cidade de criciúma/sc, abaixo assinado ( procuração com poderes especiais anexadas, conforme o artigo 44 do cpp), vem respeitosamente perrante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5°, incisos LXVIII, da Constituição Federal de 1988 e artigos 647 e 648, ambos do Código de Processo Penal, impetra o presente HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO COM PEDIDO DE CONCESSÃO DE LIMINAR.
 Em benefício do paciente José, nacionalide xxxxxx,estado civil xxxxxxxx,nascido xx, xx, xxxxx, reside na rua xxxx, inscrito no cadastro de pessoa fisica xxxxx, rg, xxxxx, na cidade xxxx, e Paulo nacionalidade xxxxx, estado civil xxxxx, nascido xx,xx,xxxx,reside na rua xxxx, inscrito no cadastro de pessoa fisica xxx, rg xx, na cidade xxxx, os quais vem sofrendo coações de suas liberdades,conta decisão do magistrado da 2° vara da comarca de Criciúma/ SC pelos motivos de fato e de direito a seguir delineados:
1. DOS FATOS
 
Os pacientes foram presos em flagrante quando estavam em fuga em um veículo chevrolet/corsa, a vitíma Giana descreve os individuos como duas pessoas do sexo masculino, magros, negros, com aproximadamente 1,8 m de altura.
 Consta nos autos que a vitíma não tinha possibilidade de reconhecer os pacientes pois os supostos individuos se mantiveram encapuzados o tempo todo, o veiculo dos pacientes foi vasculhado e não encontraram nem a mala e o suposto dinheiro,mesmo nessas condições o magistrato da 2° vara criminal de Criciuma/SC entendeu por bem converte a prisão em flagrante em preventiva.
2. DO DIREITO
 A decisão do magistrdo para manutenção da prisão, preventiva baseia - se no artigo 312 do Código de Processo Penal que reza:
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
 Se prova da existência do crime é a demonstração enequívoca da ocorrência de um fato punível, não poderá alegar isso uma vez que os fatos foram presumíveis e não inequívocos.Os pacientes apenas não tiveram como provar naquele momento que não foram eles que cometeram o furto.
 Em análiseda vida pregressa dos pacientes mostra claramente que ambos não possuem antecedentes criminais, não constados nenhum registro de prisão.
Pelas razões acima aluidas, não se pode perpetuar a condição encarceirada, pautando - se no critério de garantia de ordem pública, de fato fundamentar a prisão preventiva apenas na garantia da ordem pública é o mesmo que dizer que os pacientes cometeram outros delitos,sendo isso um pré julgamento além de imputar aos pacientes o crime alegado, sem qualquer chance de defesa.
 O magistrado se limitou a apenas pontuar o que a lei penal diz e realizar um juizo profético, o que não podemos caracterizar como motivação adequada para a manutenção da prisão preventiva.
2.1 DO CABIMENTO DO HABEAS CORPUS
 O habeas corpus caracteriza - se por ser uma ação de impugnação autônoma, de natureza mandamental e de cognição sumária, e tambem não submetido a prazos, destinada a garantir a proteção da liberdade de locomoção dos cidadões, em caso de atos abusivos do Estado encomtrando amparo legal nos artigos 647 e 648 ambos do Código de Processo Penal.
Nas palavras do Supremo Tribunal Federal, o habeas corpus possui preferência sobre qualquer outro instrumento, uma vez que “é a via processual que tutela especificamente a liberdade de locomoção, bem jurídico mais fortemente protegido por uma data ação constitucional”. In verbis:
HABEAS CORPUS. AÇÃO CONSTITUCIONAL IMPETRADA NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA HÁ QUASE DOIS ANOS. DEMORA NO JULGAMENTO. DIREITO À RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO. NATUREZA JURÍDICA DO HABEAS CORPUS, A DOTÁ-LO DE PRIMAZIA SOBRE QUALQUER OUTRA AÇÃO JUDICIAL. ORDEM CONCEDIDA.1. O habeas corpus é a via processual que tutela especificamente a liberdade de locomoção, bem jurídico mais fortemente protegido por uma dada ação constitucional.2. O direito à razoável duração do processo não é senão projeção do direito de acesso eficaz ao Poder Judiciário. Direito a que corresponde o dever estatal de julgar com segurança (elemento técnico) e presteza (elemento temporal). No habeas corpus, tal dever estatal de decidir se marca por um tônus de presteza máxima, sem nenhum prejuízo para o dever de fazê-lo com apuro técnico.3. Assiste ao Supremo Tribunal Federal determinar aos Tribunais Superiores o julgamento de mérito de habeas corpus, se entender irrazoável a demora no respectivo julgamento. Isso, é claro, sempre que o impetrante se desincumbir do seu dever processual de pré-constituir a prova de que se encontra padecente de "violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder" (inciso LXVIII do art. 5º da Constituição Federal).5ºConstituição Federal4. Ordem concedida para que a autoridade impetrada apresente o HC 181.141, em mesa, até a décima Sessão da Turma em que oficia, subseqüente à comunicação da presente ordem.[7] 
 Neste sentido, Lúcio Santoro de Constantino (CONSTANTINO, Lúcio Santoro de. Recursos criminais, sucedâneos recursais criminais e ações impugnativas autônomas criminais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004, página 274), leciona:
 “A justa causa é o motivo legal. Se estivermos frente a uma atipicidade material, ou seja, a conduta não é crime, ou atipicidade formal, significa dizer que não foi observada determinada regra processual, temos ausência de justa causa. Nestes casos, frente ao constrangimento ilegal ou ao risco de constrangimento ilegal, é cabível o HABEAS CORPUS.” 
 O código de Processo Penal, nos artigos 647 e 648 apresentam as hipótesesdo seu cabimento quando for verificado a coação ilegal.
(.....)
Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar..
(....)
Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
I - quando não houver justa causa;
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;
VI - quando o processo for manifestamente nulo;
VII - quando extinta a punibilidade. ( grifo meu)
Nossos Tribunais assim têm decidido em relação ao excesso de prazo na conclusão do inquérito policial, veja-se:
HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO – Excesso de prazo – art. 10 do cpp – constrangimento ilegal. – o inquérito policial, estando o indiciado preso preventivamente, deve ser concluído em 10 dias. Excedido o prazo legal sem justificativa, caracterizado está o constrangimento ilegal, sanável via Hábeas Corpus. ORDEM CONCEDIDA. (TJCE – Apen 2000.06425-3 – 2ª C. Crim. Rel. Des. José Evandro Nogueira Lima – DJCE 17.10.2000).
Para o doutor Paulo Roberto da Silva Passos, o sentido de justa causa “significa o que convém ou o que de direito e causa, motivo, razão, origem, é necessário que se alega ou se avoca, para mostrar a justa causa, seja realmente amparado na lei ou no direito ou, não contravindo a este, se funde na razão e na eqüidade”(Do Habeas Corpus, Edipro, 1991, p. 78).
De admirável completude o escólio de Espínola Filho:
 A falta de justa causa abrange a falta de criminalidade, a falta de prova, a não identidade da pessoa, a conservação indevida em prisão ao invés de ser transferida para outra” (Apud Paulo Roberto Passos, ob. cit., p. 79)
Por oportuno, lembremos que existem pessoas, cuja liberdade lhe foi subtraída e com o fito de alicerçar o quanto requerido neste Remédio Jurídico, é de bom alvitre esclarecer que contra os Pacientes não constam antecedentes, os mesmos exercem profissão legal
Já nos termos do seu artigo 5°, inciso LXVIII, a Constituição Federal Prevê:
(...)
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
(....)
 
Excelência, pela primariedade dos pacientes,sem antecedentes, sem qualquer indicíos que os mesmos atrapalharam as investigações ou se locomoverem para local incerto e portanto sem justa causa para a manutenção da prisão preventiva só podemos presumir que se trata de coação ilegal.
2.2 DO PEDIDO LIMINAR EM SEDE DE HABEAS CORPUS
 A liminar é o meio usado para assegurar celeridade os remédios constitucionais evitando coações ilegal, presente tambem está o '' periculum in mora '' onde certamente a manutenção da prisão preventiva além de perpetuar a coação ilegal trará enormes prejuizos aos pacientes, sejam eles de ordem moral ou psicológica.
Por essas razões conceder liberdade aos pacientes encarcerados se demostra a medida justa, eis que os mesmos tem bons antecedentes não havendo necessidade da manutenção da prisão preventiva
3. DOS PEDIDOS
 Por todas estas razões elencadas, os pacientes confiam em que este tribunal irá:
A) Conceder a medida liminar ante a existência de periculum in mora determinando a imediata liberdade provisória, com a imediata expedição de alvará de soltura em favor dos paciente aguardando em liberdade para que posaa responder termos do processo.
B) Oficializar a autoridade coatora para prestaras informações de praxe, com posterior remessa à Procuradoria Geral de Justiça como regular prosseguimento do feito.
C) Conhecer o pedido de Habeas Corpus, para conceder o pedido julgado feito, tornando os efeitos da liminar concedida.
Ternos que,
Pede deferimento
 Criciúma/SC, 05 de setembro de 2019
 
SUELEN MENDES LUCIO
CPF 07747247971

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