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RESUMO SOCIOLOGIA
Cultura e Etnocentrismo 
O etnocentrismo atrapalha a análise sociológica e, de acordo com Marvin Harris, antropólogo norte-americano e principal teórico do materialismo cultural (como formulação de uma nova teoria da cultura inscrita no materialismo), o etnocentrismo pode enganar muitos observadores ocidentais, pois mascara a verdadeira lógica de cada cultura. Se quisermos realmente compreender a realidade além de nossa cultura, devemos olhar para os costumes de outros povos sem julgá-los, mas apenas querendo compreender os significados que eles dão à realidade. Nesse caso, devemos evitar o etnocentrismo.
Por outro lado, a atitude oposta seria o relativismo cultural; refere-se à crença de que todas as culturas e todas as práticas culturais tem o mesmo valor. O problema dessa visão é que uma cultura particular pode se opor aos valores de outra, e muitas culturas promovem práticas que a maioria de nós considera desumanas. Os críticos argumentam que, ao promover o relativismo cultural, encoraja-se o respeito a práticas que parecem abomináveis a muitos povos. Os defensores argumentam que o relativismo cultural não precisa ser tomado de maneira tão extrema. Um relativismo cultural moderado encoraja a tolerância, e isso deveria ser promovido.
Um famoso sociólogo e filósofo francês chamado Edgar Morin discorda dessa visão. De acordo com ele, a cultura de massas, existente desde os anos 1930, molda os pensamentos, desejos e ações das pessoas, criando certos tipos de consumidores de cultura que acreditam ser livres, mas que na verdade são indivíduos transformados em consumidores e que agem, vivem e pensam de acordo com um modelo ou padrão estabelecido por essa estrutura social. Ou seja, com toda uma massa de indivíduos voltados para a satisfação de seus desejos, cria-se uma sociedade de consumidores de cultura, consumidores de desejo, que gastam seus salários com uma infinidade de bens materiais e que moldam suas personalidades a partir dessa cultura de massas. 
Com tais informações podemos perceber a diversidade de interpretação da realidade social. O fato é que a cultura pode nos servir tanto como liberdade quanto como limitação; quanto mais conhecimento tivermos a esse respeito, menos escravos nos tornaremos da ignorância e dos meios culturais que nos cercam.
Diversidade cultural
Além da diversificação causada pelas opções de mercadorias, grande parte das sociedades do mundo está passando por uma diversificação cultural intensa, parcialmente devido às altas taxas de imigração. Países como Israel, Austrália, Canadá e Estados Unidos apresentam grande proporção de imigrantes, o que os tem tornado sociedades bastante heterogêneas, racial e etnicamente, em especial nas últimas décadas. 
Multiculturalismo
Atendendo à demanda criada pela diversidade cultural, surgem defensores do que podemos chamar de multiculturalismo. Segundo esses defensores, os currículos das escolas e das universidades deveriam apresentar uma visão mais equilibrada da história, da cultura e da sociedade de diversos países, ou seja, uma visão que reflita melhor a diversidade étnica e racial do passado, assim como a diversidade crescente dos dias de hoje. 
Uma abordagem considerada multicultural para a educação enfatiza os empreendimentos de grupos minoritários em suas sociedades, A educação multicultural também enfatiza como se deu o domínio dos grupos majoritários sobre os minoritários, ou seja, como a superioridade política e econômica dos atuais poderosos se deu ao longo dos tempos. Além disso, uma educação multicultural observa o processo pelo qual a dominação racial gerou desigualdades sociais persistentes e encoraja o uso de línguas e dialetos locais nas escolas de populações minoritárias.
Gilles Lipovetsky, filósofo francês, enxerga tal diversidade com bons olhos, pois para ele isso traria a liberdade de escolha da qual o ser humano sempre foi privado ao longo da história. Essa profusão de mercadorias seria uma prova da liberdade de escolha, que todos nós desfrutamos; temos liberdade de escolher não apenas objetos, mas nossas influências, nossa religião, nossa personalidade. O fato é que o multiculturalismo é uma tendência mundial.
A Revolução dos Direitos
Juntamente com a diversificação cultural, desenvolveu-se uma era a que chamamos em Ciência Política de “A Era dos Direitos”; Norberto Bobbio, famoso cientista político contemporâneo, escreveu um livro com esse título, dedicado ao estudo dessa sociedade que prevê direitos aos seus cidadãos, independentemente de sua condição social. A revolução dos direitos foi o processo pelo qual os grupos socialmente excluídos têm lutado para adquirir direitos iguais perante a lei e na prática. A revolução dos direitos afeta muito nossa cultura e atinge os mais diferentes povos no mundo, nesse processo de mundialização e homogeneização cultural global. Homogeneização cultural é o processo através do qual as culturas ao redor do mundo perdem suas características particulares em favor de uma cultura globalizada. 
Em resumo, a globalização tem colocado um fim ao isolamento político, econômico e cultural, reunindo as pessoas naquilo que o analista de mídia Marshall Mcluhan chamou de “aldeia global”. Como resultado da globalização, as pessoas tem se tornado mais livres para combinar elementos culturais de uma variedade de períodos históricos e localizações geográficas.
Rumo a cultura planetária 
A reprodução técnica, conseguida através das máquinas, juntamente com a melhoria das condições de vida de boa parte da população, permite uma democratização dos bens de consumo, Esse progresso material, que permitiu um maior acesso da população aos bens produzidos pelas fábricas, transformou o consumo na principal atividade econômica, fazendo com que a economia se tornasse dependente desse processo. Logo, para que as empresas tivessem lucro, elas teriam que convencer os trabalhadores a consumirem seus produtos, e assim nasce a cultura de massa.
O lazer e o consumo passam a ser os meios através dos quais as pessoas definem suas personalidades. Por isso a cultura de massa acaba por dominar completamente o universo do lazer, industrializando-o e oferecendo seus produtos aos trabalhadores através do consumo do lazer. a comunicação de massa, através da imprensa, foi apenas o veículo dessa padronização social, isso significa que a difusão da cultura de massa não resulta apenas da mundialização de uma civilização nova, mas ela desenvolve essa mundialização. Desperta e estimula as necessidades humanas subdesenvolvidas, contribuindo para a expansão da nova civilização - Essa industrialização do espírito cria um sujeito individualista, que se preocupa com seu bem-estar, com seu prazer, com suas necessidades. 
Se queremos defender nossas mentes desses ataques e enfrentar a ignorância, isso só será possível através da aquisição de conhecimento, pois a colonização do espírito é sutil e poderosa. A maioria de nós não consegue perceber essa força avassaladora pois a conhecemos desde que nascemos, e por isso ela nos parece tão natural; mas não se engane, pois toda a sua essência humana pode estar sendo roubada, e o que restar de você será transformado (se já não foi) em consumidor.
O homem médio e a formação da massa
Todas as esferas da vida social são invadidas pela lógica econômica, que transforma tudo em mercadoria. O poder de uma empresa privada é exercido com base na sobrevivência das populações, ou seja, a empresa tem o poder de empregar ou desempregar, aquecer a economia de uma determinada região, ou esfriá-la; sendo assim, as populações aprovam e até almejam a presença de empresas privadas em seu território, mas não percebem o poder que essas empresas acabam adquirindo na determinação suas vidas.
Esse tipo de sociedade é instituído quando se adere aos interesses de instituições financeiras privadas, pois seus interesses e suas ações se baseiam única e exclusivamente no lucro, ignorando as consequências advindas desse tipo de interesse é obrigação do Estado impedir que seus cidadãosse tornem reféns de interesses econômicos privados. No entanto, o que ocorre é que os governos se tornaram reféns ou cúmplices das empresas privadas, deixando a população à mercê dos interesses de grupos que visam apenas seu próprio lucro. Controla-se o indivíduo fazendo-o imitar os modelos ou comportamentos propostos pela própria mídia; dessa maneira, evita-se comportamentos considerados inadequados sem precisar recorrer à repressão violenta.
Criar indivíduos críticos diminui o consumo e trava o sistema; é necessário manter o sujeito sob a força da compulsividade e do desejo de pertencer ao sistema. Estimulando esse tipo de comportamento, a indústria cultural vê nascer o fruto de seu trabalho: o homem médio. Homem médio foi uma denominação dada por Edgar Morin para descrever o típico indivíduo ocidental, que possui comportamento típico, se adequa perfeitamente ao sistema, mesmo sem compreendê-lo; esse homem médio se reconhece como cidadão e como consumidor, adere à publicidade de modo passivo. De acordo com Michel Foucault, o homem médio é “economicamente útil” para o sistema e “politicamente dócil”. 
O que é poder?
A potência é a capacidade de efetuar um desempenho determinado, ainda que o ator nunca passe ao ato. Um policial, por exemplo, pode não atirar em você, mas dispõe de recursos que podem levá-lo a tal ato a qualquer momento. Sendo assim, tal policial possui potência. Assim, força não significa necessariamente a posse de meios violentos de coerção, mas de meios que me permitam influir no comportamento de outra pessoa. 
poder inclui um elemento suplementar, que está ausente da potência. Existe poder quando a potência, determinada por uma certa força, se explicita de uma maneira muito precisa. Não sob o modo de ameaça, de chantagem, etc., mas sob o modo da ordem dirigida a alguém que, presume-se, deve cumpri-la. Max Weber, grande sociólogo alemão dos séculos XIX e XX, define da seguinte maneira: poder é “a probabilidade de que uma ordem, com um determinado conteúdo específico seja seguida por um dado grupo de pessoas”.
Em suma, o poder não é um ser, alguma coisa que se adquire, se toma ou se divide, algo que se deixa escapar; é o nome dado a um conjunto de relações que ocorrem por toda parte nas mais diversas esferas da sociedade (poder do professor, poder do policial, poder do pastor ou padre, poder do psiquiatra, etc.).
Segundo Émile Durkheim, a sociedade exerce um controle sobre o indivíduo através dos padrões de comportamento criados, a que todos os indivíduos devem se adequar e se submeter, para serem aceitos em sua comunidade. Se escolhemos desobedecer a esses padrões, preferindo viver de acordo com a consciência individual, podemos sofrer punições por parte da sociedade; Podemos, então, caracterizar esse tipo de poder como um tipo de procedimento técnico que realiza um controle detalhado, minucioso do corpo – gestos, atitudes, comportamentos, hábitos, discursos, gostos e preferências. Perdemos progressivamente o direito de usar nossa consciência individual para refletir e avaliar a realidade; somos cada vez mais condicionados a obedecer mecanicamente a ordens vindas de um “centro de controle social”.
e acordo com Jean Baudrillard, já várias vezes citado em nossos estudos, acreditar que as relações humanas são equilibradas ou de igualdade é ilusão; sendo assim, podemos dizer que os poderosos estão preocupados apenas em manter o seu poder, não importa de que maneira e a que custo. Por isso, muitas instituições são criadas para dominar as mentes fracas e inseguras. O poder é necessário à organização social, mas nós, como pensadores críticos, devemos fiscalizá-lo, para que seu uso vise apenas os interesses coletivos. Se não houver fiscalização, o poder será inevitavelmente exercido com abuso e com a finalidade de oprimir outros humanos.

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