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Audiência Trabalhista Práticos - Um Guia para Mudar sua Atuação e Resultados (2017) - Marcelo Toledo

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Marcelo Toledo – Audiência Trabalhista – Aspectos Práticos ©2017 Todos os direitos reservados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Marcelo Toledo – Audiência Trabalhista – Aspectos Práticos ©2017 Todos os direitos reservados 
 
 
 
"Celeridade processual e efetividade 
jurisdicional, mais que um desejo de 
todos, é DEVER dos operadores do 
Direito!" 
Marcelo Toledo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Marcelo Toledo – Audiência Trabalhista – Aspectos Práticos ©2017 Todos os direitos reservados 
Sumário 
 
Sobre o Autor 4 
Introdução 5 
Capítulo 1 - O Direito do Trabalho 7 
Capítulo 2 - A Importância da Audiência no Processo do Trabalho 10 
Capítulo 3 – Como se preparar para a Audiência 15 
Capítulo 4 – Presença das Partes: Arquivamento e Revelia 24 
Capítulo 5 – Conciliação: A melhor solução para a lide 31 
Capítulo 6 – Ônus da Prova: Análise de Risco Processual 38 
Capítulo 7 – Instrução Processual: Inquirição das Partes 45 
 
 
 
 
 
Sobre o Autor 
 
4 
 
Marcelo Toledo – Audiência Trabalhista – Aspectos Práticos ©2017 Todos os direitos reservados 
Marcelo Toledo é bacharel em Direito, Servidor da Justiça 
Federal do Trabalho da 2ª Região desde 2006. 
Na 1ª instância, trabalhou como datilógrafo de audiências. 
Atuou, também, na “2ª mesa de audiência” – sala de audiência 
auxiliar ao Juízo, onde são realizadas tentativas de conciliação, 
tratadas eventuais redesignações e perícias. 
Assim, acompanhou e participou ativamente, diariamente, do 
ato processual da audiência trabalhista. 
Concomitantemente, ainda auxiliava o Juízo redigindo minutas 
de sentenças, decisões e despachos o que lhe possibilitou exercer a 
função de Assessor de Desembargador, na 2ª instância, elaborando 
minutas de votos e acórdãos. 
Função esta que exerceu por 4 anos, até meados de 2014, 
quando retornou à 1ª instância para exercer a função de Diretor de 
Vara do Trabalho, cargo que ocupa atualmente. 
Visite meu site: www.trabalhistanapratica.com.br 
Curta a página no Facebook, para participar das transmissões ao 
vivo, "LIVES", e tirar suas dúvidas: 
www.facebook.com/marcelo.toledo.trabalhista 
- INTRODUÇÃO - 
 
5 
 
Marcelo Toledo – Audiência Trabalhista – Aspectos Práticos ©2017 Todos os direitos reservados 
Esse E-book “Audiência Trabalhista Aspectos Práticos” é a 
transcrição de uma série de Palestras, também gratuitas, que venho 
apresentando nas Subseções da Ordem dos Advogados do Brasil de 
São Paulo – OAB/SP. 
Compreende também um trecho, do curso que desenvolvi 
“Trabalhista na Prática – Audiência”, que está disponível na 
modalidade de curso online, o que possibilita o acesso, de qualquer 
lugar e de modo permanente, podendo ser assistido e revistos 
quantas vezes quiser. 
O conteúdo do curso é completo, inédito, objetivo, com aulas 
rápidas e com soluções 100% práticas para aplicar durante a 
audiência trabalhista, retirando toda a insegurança e o medo da 
audiência. 
Além disso, o foco é em resultados, no que realmente funciona 
para trazer maior celeridade processual, economia de tempo, resolver 
os processos mais rapidamente, simplificar o trabalho e o principal 
trazer maior efetividade jurisdicional, consequentemente, 
aumentando consideravelmente o sucesso e retorno financeiro, tanto 
dos jurisdicionados quanto dos advogados. 
Foi isso que me motivou a desenvolver esse material e fazer 
com que ele chegue ao maior número de profissionais possível. 
Compartilhar tudo o que aprendi, foi a forma que encontrei para 
agradecer os 10 anos de Justiça do Trabalho. 
6 
 
Marcelo Toledo – Audiência Trabalhista – Aspectos Práticos ©2017 Todos os direitos reservados 
Afinal, celeridade processual e efetividade jurisdicional, mais 
que um desejo de todos, é DEVER dos operadores do Direito! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - Capítulo 1 - 
O DIREITO DO TRABALHO 
7 
 
Marcelo Toledo – Audiência Trabalhista – Aspectos Práticos ©2017 Todos os direitos reservados 
 
O ramo do Direito do Trabalho tutela as relações de trabalho e 
emprego, ou seja, direitos e pretensões presentes na vida de todos, 
uma vez que o trabalho é inerente à subsistência humana. 
Mas, é principalmente em momentos de crise financeira, como 
esta que o país está enfrentando, com os índices de desemprego que 
passam dos 10%, que o Direito do Trabalho se destaca tornando um 
importante instrumento de pacificação social. 
Afinal, não é novidade que a maioria das demandas 
trabalhistas somente são propostas ao término do contrato de 
trabalho. 
Os números não param de crescer. Em 2016 foram 
distribuídos mais de 3 milhões de novas ações trabalhista e pagos 
mais de R$ 17,4 bilhões em direitos trabalhistas. 
A Reforma Trabalhista, ao contrário do que muitos pensam, 
traz ainda mais destaque para o Direito do Trabalho. Se os 
advogados (as) estão com dúvidas quanto as novidades que ela traz 
e sua aplicação, certamente os trabalhadores e empresários estão 
mais “perdidos” ainda. 
Obviamente que os profissionais, advogados militantes da área 
trabalhista, atualizados e preparados aproveitarão mais essa 
oportunidade. 
8 
 
Marcelo Toledo – Audiência Trabalhista – Aspectos Práticos ©2017 Todos os direitos reservados 
Outra característica do Direito do Trabalho que merece 
destaque e, que o torna tão atrativo do ponto de vista profissional do 
advogado, é o fato dele tutelar um crédito de natureza alimentar, ou 
seja, o bem da vida objeto das demandas trabalhistas clássicas 
(Empregado X Empregador) é um crédito privilegiado, que goza de 
todas as medidas de urgência e emergência legal. 
Peço “vênia” para, sem qualquer espírito corporativista, 
destacar a qualidade técnica e de pessoal da Justiça do Trabalho, que 
conta com a melhor estrutura da Justiça Nacional. 
Vale mencionar sua atuação na fase de execução dos 
processos, onde uma série de convênios e ferramentas de pesquisa e, 
busca patrimônio podem ser utilizados, com o objetivo de quitar o 
crédito trabalhista em cumprimento à sentença proferida. 
Entretanto, se por um lado a procura e demanda por 
profissionais, advogados(as), para atuarem nesse ramo cresce 
constantemente, de outro, não resta dúvida que os profissionais 
melhores preparados e capacitados irão obter melhores resultados e 
terão consequentemente mais sucesso e reconhecimento profissional. 
Além de, é claro, cooperarem ativamente para que o objetivo 
da Justiça seja alcançado. 
Como já foi dito, essa é minha maior motivação para 
compartilhar minha experiência e o conteúdo que adquiri, durante 
esses 10 anos atuando diariamente nesse ramo do Direito. 
9 
 
Marcelo Toledo – Audiência Trabalhista – Aspectos Práticos ©2017 Todos os direitos reservados 
O nível de satisfação do eu cliente é o principal responsável 
pela valorização e reconhecimento do seu trabalho. Por essa razão é 
primordial, antes de se ocupar em conquistar e captar mais clientes, 
empreender todos os meios para atender da melhor maneira possível 
os clientes que já se tem. 
Se você tiver essa preocupação em mente e conseguir atender 
as expectativas de seu cliente, certamente você será recomendado e 
dificilmente ficará sem trabalho. 
Prepare-se para ser o melhor e colher os melhores resultados! 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Capítulo 2 - 
A IMPORTÂNCIA DA AUDIÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO 
10 
 
Marcelo Toledo – Audiência Trabalhista – Aspectos Práticos ©2017 Todos os direitos reservados 
 
Após realizar milharesde audiências, analisar e minutar 
decisões em milhares de processos, tanto em sede de sentença 
quanto de recursos, eu concluí, sem nenhuma sombra de dúvida, que 
o ato processual mais importante do Processo do Trabalho é a 
audiência. 
É na audiência que se ganha ou se perde o processo, onde ele 
se resolve e, também, o momento processual que abre a maior 
oportunidade de se imprimir maior celeridade processual e 
efetividade jurisdicional. 
Por outro lado, é na audiência que erros - que à primeira vista 
podem parecer até mesmo meros detalhes e pequenos equívocos -, 
podem se transformar em grandes danos, inclusive irreparáveis. 
A audiência e o Processo do Trabalho possuem suas 
especificidades e peculiaridades. Embora o Processo Civil seja 
utilizado para sanar eventuais omissões da Consolidação das Leis do 
Trabalho – CLT (art. 769 da CLT) o Processo do Trabalho tem regras 
e características próprias. E é justamente a falta de atenção e, até 
mesmo de prática a esses detalhes, que acabam por dificultar a 
atuação dos(as) advogados(as). 
Nervosismo e insegurança, são sentimentos comuns aos(as) 
advogados(as) no ato da audiência, muitas vezes pela falta de prática 
e do domínio da matéria. Não é incomum, infelizmente, os(as) 
patronos(as) mal conseguirem participar da audiência, esquecerem o 
11 
 
Marcelo Toledo – Audiência Trabalhista – Aspectos Práticos ©2017 Todos os direitos reservados 
que precisavam falar, das perguntas que iriam fazer, dos fatos que 
deveriam provar, dos documentos que mereciam impugnação, enfim, 
atos importantes e que podem comprometer todo o resultado da 
ação. 
É que durante a vida acadêmica, na faculdade de Direito, 
muito pouco ou quase nada, é ensinado a respeito da prática em 
audiência trabalhista. O aspecto prático mais explorado, geralmente, 
limita-se ao ato redigir e confeccionar petições, que não é nem de 
longe o caminho para o sucesso. 
Ocorre que, adquirir prática e domínio de todos os atos 
praticados na audiência trabalhista leva tempo e custa dinheiro. 
Muito tempo e muito dinheiro, pois faz com que oportunidades 
sejam desperdiçadas, que processos levem mais tempo do que 
deveriam para serem concluídos, que provas testemunhais não sejam 
produzidas de modo efetivo, enfim, uma situação em que todos são 
prejudicados - partes, patronos e também o Órgão Jurisdicional, pelo 
acúmulo de demandas. 
Por essas razões, me dediquei em preparar esse material que 
serve como introdutório ao Curso que desenvolvi: “Trabalhista na 
Prática – Audiência” e, que certamente é capaz de modificar, com 
simples, porém, importantes ações, todo o resultado de uma 
demanda trabalhista. 
Aí você pode até se perguntar: 
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“Mas isso tudo só com um curso de Audiência?” 
“Ah, mas a Audiência não é mais importante que a petição inicial. 
Sem petição inicial não tem processo.” Será mesmo? 
No processo do trabalho imperam os princípios da oralidade e 
da simplicidade. A reclamação trabalhista pode ser até mesmo verbal. 
O que significa que a petição inicial, formalmente conhecida, é até 
mesmo dispensável. 
Mas, imaginemos a seguinte situação: 
“Você, como advogado(a) do reclamante, preparou uma petição 
inicial bem redigida, com os fatos especificados de modo bem 
minuciosos, com todos os fundamentos jurídicos apresentados, 
transcrição de trecho de doutrina e jurisprudência dominante para 
reforçar os fundamentos e todos os pedidos postos. Porém, você 
está lá, na sala de espera da audiência, com as testemunhas, 
esperando o reclamante. Chega a hora da audiência e nada, você 
liga no celular dele e só dá caixa postal. O juiz chama, você entra 
sozinho e o que acontece?? Era uma vez um processo. Ele é 
arquivado.” 
Arquivado, para você só até a data de hoje, pois vou abordar 
adiante, nos próximos Capítulos deste livro, ao menos 2 (duas) 
possíveis soluções para livrar o processo de arquivamento, 
decorrente da ausência do reclamante em audiência. Soluções 
práticas e obviamente legais. 
13 
 
Marcelo Toledo – Audiência Trabalhista – Aspectos Práticos ©2017 Todos os direitos reservados 
E, para atender a todos, ou seja, ambos os lados interessados 
do litígio, vou também abordar algumas possíveis soluções para 
quando estiverem atuando pela reclamada e, for preciso se insurgir 
em face de eventual revelia por ausência do preposto ou até mesmo 
do próprio advogado na audiência. 
Para reforçar a importância da audiência trabalhista, elenquei 
aqui alguns atos processuais que podem ocorrer durante sua 
realização e que justificam sua análise e estudo: 
1- Arquivamento da ação; 
2- Revelia da reclamada; 
3- Conciliação; 
4- Apresentação da defesa e documentos; 
5- Depoimento pessoal das partes; 
6- Instrução do processo (documentos, oitiva de 
testemunhas e requerimentos para produção de 
outras provas); 
7- Razões Finais; 
8- Nova tentativa de conciliação; 
9- Sentença. 
Como você deve já ter percebido, os itens acima descrevem 
praticamente todo o procedimento que é realizado em uma audiência 
trabalhista do tipo “UNA”, embora não sendo essa a mais realizada, 
já que muitos magistrados desmembram a audiência, designando 
uma audiência específica para julgamento, onde a presença das 
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partes e patronos é dispensada e a decisão proferida é publicada em 
Diário Oficial. 
Desse modo, cientes da importância da audiência e do 
processo do trabalho, vamos falar de alguns aspectos práticos que 
devem ser aplicados para se alcançar maior celeridade processual e a 
eficiência jurisdicional, potencializando assim, os ganhos e os 
resultados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Capítulo 3 - 
COMO SE PREPARAR PARA A AUDIÊNCIA 
15 
 
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Tão importante quanto aos atos praticados durante a 
realização da audiência trabalhista, são os atos preparatórios para 
essa audiência e, que devem ser realizados com certa antecedência. 
Cair, literalmente, de paraquedas, em uma audiência 
trabalhista, sem o menor preparo é, sem dúvida, o erro mais grave 
que se pode cometer. 
Por melhor que seja o(a) advogado(a), sagaz, inteligente, bem 
articulado(a), seguro(a), com vasto conhecimento técnico jurídico 
(doutrina, jurisprudência), se ele(ela) não souber, não conhecer os 
detalhes do processo, os fatos alegados, a modalidade da audiência 
que será realizada e, ainda, se não tiver preparado minimamente as 
partes e testemunhas, corre grande risco fracasso. 
Destaco, desde já que, preparar partes e testemunhas nada 
tem a ver com a prática odiosa de manipular fatos e provas, 
conforme será abordado a seguir. 
São 3 (três) ações que devem ser implementadas para se 
preparar de modo eficiente para uma audiência trabalhista: 
 
1- Conhecer o processo: 
16 
 
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Em primeiro lugar, é indispensável que o(a) advogado(a), seja 
pelo reclamante ou pela reclamada, conheça e domine todo o 
processo. 
Por incrível que pareça, todos os dias me deparo com 
advogados(as) que sequer conhecem o objeto da ação. Alguns, 
audiencistas mesmo, outros porque não redigiram as peças (inicial ou 
defesa) e outros porque às fizeram já há muito tempo e não se 
deram ao trabalho de relê-la. 
Isso é inadmissível. Saibam que a grande maioria dos Juízes, 
principalmente os titularese, até mesmo os substitutos – 
principalmente aqueles que irão permanecer naquela Vara por um 
determinado período -, se preparam para as audiências lendo as suas 
principais peças, vistando os documentos e, inclusive, preparando 
resumos em quadros e fichas para facilitar a condução da audiência, 
fundamentar sua proposta de conciliação e sustentar a instrução e o 
julgamento. 
Logo, não é possível imaginar que o(a) advogado(a) de 
determinada parte compareça à audiência sem ao menos conhecer 
todos os detalhes do processo. 
E o que observar, como se preparar? 
É preciso verificar com antecedência útil os seguintes tópicos: 
1- Os pedidos (objeto da ação); 
2- Os fatos alegados; 
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3- O ônus probatório que incumbe à parte representada, ou 
seja, quais são os fatos que se cliente precisa provar em 
juízo para obter o resultados que deseja; 
4- O percentual de risco processual; 
5- Os valores adequados e possíveis para conciliação. 
Além de, obviamente, acompanhar as publicações e a 
movimentação do processo. Principalmente as que dizem respeito a 
eventual intimação para: apresentação de rol de testemunhas; 
deferimentos ou esclarecimentos de tutelas antecipadas e, até 
mesmo eventuais redesignações da audiência. 
Compreende basicamente um conjunto de atos simples, mas, 
certamente poderosos, capazes de te levar agora, imediatamente, a 
um outro nível de atuação profissional, apenas se você cumprir com 
esse “ritual” antes de sua próxima audiência. 
Mais adiante é detalhada a análise do ônus da prova, o cálculo 
de risco processual e as técnicas de conciliação, que servirão de 
instrumento para serem aplicadas nessa etapa preparatória para a 
audiência. 
 
2- Conhecer a audiência: 
É preciso saber qual a modalidade/tipo da audiência que será 
realizada no processo. 
18 
 
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Não observar atentamente qual a modalidade da audiência a 
ser realizada, pode levar a prejuízos irreparáveis e à realização de 
atos inúteis e dispendiosos. 
Imagine que perda de tempo e dinheiro, se você preparar as 
partes e testemunhas para uma audiência de instrução, conduzi-las 
até o fórum, tudo inutilmente, se a audiência agendada for uma 
audiência Inicial? 
Nesses casos, tenho observado que muitas testemunhas 
sequer retornam quando da audiência de instrução e, pasmem, vejo 
essas situações ocorrem com muita frequência. 
Por essa e outras razões é importante ficar atento à 
modalidade da audiência designada, que podem ser: 
1- Una, conforme mencionado anteriormente, é a que 
concentra a realização de todos os atos processuais 
(apresentação de defesa, tentativa de conciliação, oitiva 
das partes e testemunhas, nova tentativa de conciliação, 
razões finais e julgamento). 
2- Una/RS, sumaríssimo (40 salários mínimos, atualmente R$ 
35.200,00) que possui certas peculiaridades em relação a 
audiência UNA ordinária. As principais diferenças são: 
limitação de apenas 2 (duas) para cada parte; exigência de 
comprovação de convite de testemunha - caso a mesma 
não compareça em audiência e seja necessária sua 
19 
 
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intimação e a redesignação da audiência e; a vedação da 
possibilidade de citação por edital; 
3- Inicial, onde é realizada a tentativa de conciliação, 
apresentada a defesa, determinada a realização de prova 
pericial, se for o caso e, atenção: as partes podem ser 
ouvidas – art. 765 da CLT. Desse modo, apenas a oitiva 
de testemunhas é certamente dispensada. 
4- Conciliação, além das campanhas de “Semana de 
Conciliação” realizadas pelo Tribunal e Varas do Trabalho, 
bem como os Centros Judiciários de Solução de Conflitos 
Individuais – CEJUSC´S, magistrados eventualmente 
designam audiências nessa modalidade em diversas fases 
processuais. 
5- Instrução, oitiva das partes e testemunhas. A ausência 
pessoal das partes, nesse tipo de audiência, caso não 
tenham prestado depoimento em outra audiência anterior, 
poderá importa em confissão quanto a matéria de fato, não 
se falando mais em arquivamento do feito ou revelia. 
6- Julgamento, dispensada a presença das partes, cujo o 
resultado é publicado em Diário Oficial 
Uma simples consulta processual, no próprio PJE possibilita 
certificar-se qual a modalidade da audiência designada e agendada. 
 
20 
 
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3- Preparar as partes e as testemunhas 
Assim como o(a) advogado(a) deve ter domínio dos fatos, dos 
pedidos e das fundamentações de sua inicial ou defesa, as partes 
também devem ter esse total conhecimento. 
Logo, identificado o tipo de audiência que será realizada, deve 
o(a) advogado(a) contatar a parte que representa para entregar-lhe 
“novamente” cópia da peça/petição, seja defesa ou inicial, bem como 
pedir para que ela leia e tire eventuais dúvidas. 
Note o destaque na expressão “novamente”, no parágrafo 
acima, pois, as peças processuais não devem ser apresentadas em 
Juízo sem aval e aquiescência da própria parte. Esse cuidado além de 
proteger a atuação do(a) advogado(a), possibilita a correção 
temporânea de eventual equívocos de interpretação. 
É importante a parte confirmar, mais uma vez, os fatos 
descritos e certificar-se de sua veracidade. O(A) advogado(a) precisa 
conhecer exatamente o fatos para poder realizar a melhor defesa e 
patrocínio, evitando ser surpreendido por fatos e informações que 
desconhecia. 
Razoável que essa fase preparatória seja realizada em, no 
mínimo, 1 (uma) semana antes da audiência, 7 (sete) dias de 
antecedência são suficientes para sanar esses pontos. 
Por sua vez, nesse momento, as testemunhas já devem estar 
definidas. 
21 
 
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Compete ao(a) patrono(a) orientar seu jurisdicionado para que 
as testemunhas sejam escolhidas levando-se em consideração os 
seguintes pontos: 
1- sua predisposição em comparecer em Juízo para depor; 
2- a profundidade de conhecimento dos fatos que presenciou 
e, 
3- a não existência de motivos capazes de contraditá-la 
(amizade, inimizade, troca de favores, interesse na causa, art. 829 
da CLT); 
Preparar testemunhas e partes é bem diferente que tentar 
instruí-las, passando-lhes um roteiro ou “scripts”. Vale mencionar os 
compromissos éticos da profissão e penalidades a que se sujeitam os 
patronos ao atentarem contra a dignidade da Justiça. 
Acredite, é muito mais fácil encontrar boas testemunhas para 
fatos que ocorreram, que “criar” testemunhas para fatos inexistentes. 
O trabalho do(a) patrono(a) da parte para essa preparação é 
justamente saber e confirmar das referidas testemunhas os 3 
aspectos destacados acima. 
A parte pode ter indicado 2 ou 3 testemunhas e cada uma ter 
presenciado apenas 1 fato cada. Exemplo, uma pode ter presenciado 
a jornada completa do trabalhador, mas nada saber referir quanto ao 
pleito de dano moral e vice-versa. 
22 
 
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Assim, a testemunha deve ser advertida, antes mesmo do 
Juízo, para se limitar a afirmar em seu depoimento apenas os fatos 
que presenciou e, declarar expressamente que o desconhece, não 
sabe e não viu, quando inquirida dos fatos que não presenciou. 
Pode parecer irrelevante, mas acredite, é muito comum atestemunha simplesmente “se empolgar” no depoimento e afirmar 
fatos em Juízo que não presenciou, apenas por “ouvir dizer” por 
acreditar que assim está ajudando a parte. 
Quando isso ocorre é gravíssimo. Além da consequências 
legais cabíveis, como a responsabilização de crime por falso 
testemunho e, agora, multa por litigância de má-fé (incluída pela 
reforma trabalhista, art. 793-D da CLT) todo o seu depoimento é 
desprezado, sem nenhum valor probatório, mesmo a parte tida como 
correta e verdadeira, pois ficou maculado pela nítida intenção de 
favorecer a parte ou de prejudicá-la. 
Desse modo, ficou clara a importância e os limites do contato 
prévio que o advogado deve procurar ter com suas testemunhas 
antes da audiência. 
Vale ressaltar que é preferível que essa orientação à 
testemunha ocorra no escritório ou em ambiente diverso da sala de 
espera de audiência. 
Muito embora não exista ilegalidade no ato do(a) advogado(a) 
conhecer previamente o teor do depoimento de sua testemunha, bem 
como orientá-la para se limitar aos fatos que presenciou, essa 
23 
 
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conversa pode ser facilmente confundida com o ato odioso de 
“instruir testemunha” o que, se presenciado pela parte adversa, pode 
gerar incidentes desnecessários e desgastantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
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- Capítulo 4 - 
PRESENÇA DAS PARTES – ARQUIVAMENTO E REVELIA 
 
Realizada e concluída essa parte importante da “Lição de 
Casa” do(a) advogado(a) e das partes, vamos então para a audiência 
propriamente dita. 
Alertamos, logo de início que, não são tolerados atrasos, pelas 
partes ou advogados, uma vez apregoados, devem imediatamente 
adentrar à sala de audiência, vide OJ. nº 245 da SDI-1 do C. TST. 
Razoável combinar que se apresentem com antecedência para evitar 
riscos desnecessários. 
Agora, lembramos daquele exemplo mencionado no começo 
deste livro, em que um advogado do reclamante está na sala de 
espera com suas testemunhas, são apregoados/chamados para a 
realização de uma audiência UNA, mas o reclamante não está 
presente. 
O que fazer para evitar o arquivamento do feito? 
Como prometido, vão aqui duas 2 (duas) possíveis soluções: 
1-) Justificar a ausência do reclamante ao Juízo e requerer a 
redesignação da audiência por motivo de saúde, “se assim for o 
caso”, inclusive requerendo prazo para apresentação do atestado 
25 
 
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médico do reclamante, de preferência que conste expressamente a 
sua impossibilidade de locomoção; 
2-) Outra possibilidade é a alegação de qualquer outro motivo 
poderoso, “se assim for o caso”, pode ser: greve no sistema público 
de transporte; manifestações públicas interditórias; acidentes; óbitos 
e questões de saúde de familiares; enfim, ficar a cargo do juiz 
analisar a adequação da subjetividade do que é um "Motivo 
Poderoso”, conforme §2º do art. 843 da CLT; 
Importante consignar que para valer-se dessas saídas e evitar 
o arquivamento do feito, o(a) advogado(a) precisa apresentar no ato 
como representante do reclamante outro empregado que pertença à 
mesma profissão, ou pelo seu sindicato. Caso em que, via de regra, 
uma das testemunhas do reclamante poderia servir. Lembrando que, 
no caso, a audiência é redesignada para nova data. 
Note que, em ambas as possibilidades apresentadas ficou em 
destaque a expressão “se assim for o caso”. O compromisso ético e 
legal é deve do(a) advogado(a) e, este responde pelos fatos que 
aduzir em Juízo. 
Importante alertar que a Reforma Trabalhista incluiu os 
parágrafos 2º e 3º ao art. 844 da CLT, para implementar a 
condenação ao pagamento de custas processuais ao reclamante 
ausente, mesmo que beneficiário da justiça gratuita, nos seguintes 
termos: 
 
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“§ 2o Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado 
ao agamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta 
Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se 
comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por 
motivo legalmente justificável. 
§ 3o O pagamento das custas a que se refere o § 2o é condição 
para a propositura de nova demanda. 
 “E quanto à reclamada? O que fazer para evitar uma revelia?” 
A revelia no processo do trabalho possui sua peculiaridade. 
Diferente do quanto previsto nas ações cíveis, em que o 
conceito de revelia está diretamente relacionado com a ausência de 
apresentação da defesa, no processo do trabalho a revelia se 
materializa na ausência da parte na audiência, em que deveria 
comparecer pessoalmente para apresentar defesa e prestar 
depoimento. 
O artigo 843 da CLT esclarece quem pode ser o preposto da 
reclamada, obviamente além de seus sócio e administradores: 
“facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou 
qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e 
cujas declarações obrigarão o proponente.“ 
Aqui a Reforma Trabalhista incluiu o parágrafo 3º ao art. 843, 
para declarar expressamente que o preposto não precisa ser 
empregado da empresa reclamada. 
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Desse modo, de forma totalmente contrária ao entendimento 
sedimentado na Súmula 377 do C. TST, o legislador optou por afastar 
o requisito, garantido facilidade e maior acesso ao judiciário à 
empresa reclamada. 
E o que pode fazer, o(a) advogado(a) da reclamada, para 
evitar a revelia quando o preposto simplesmente não comparece a 
audiência? 
1-) Como no caso de ausência do reclamante, pode ser 
alegado motivo de saúde, bem como requerer prazo para 
apresentação de atestado médico, que declare expressamente a 
impossibilidade de locomoção do empregador ou preposto. 
2-) Outra saída, seria o(a) advogado(a) renunciar ao papel de 
patrono da parte e assumir a função de preposto da empresa que se 
apresenta desacompanhado de advogado. Nesse caso, bastaria 
apresentar contrato social e defesa. 
Lembrando que poderá requerer prazo para apresentar carta 
de preposição. Destaco que apresentação de procuração para atuar 
como advogado(a) é documento totalmente diverso de carta de 
preposição. 
Não se confundem a figura do empregador representado em 
Juízo na pessoa do seu preposto, com a do(a) advogado(a) 
habilitado(a) para realização de defesa técnica. 
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3-) E, por fim, outra possibilidade, seria o(a) advogado(a) 
abrir mão de uma de suas testemunhas designando-a como preposta. 
Igualmente, é possível requerer prazo para a juntada da respectiva 
carta de preposição. 
Essas duas últimas saídas têm o objetivo de minimizar os 
danos da revelia que são enormes. 
Logo, mesmo que a testemunha que se tornou preposta não 
tenha o conhecimento de todos os fatos para dar um bom 
depoimento pessoal, já é melhor que nenhum depoimento e a 
presunção de veracidade dos fatos alegados na inicial. 
A respeito da revelia, a Reforma Trabalhista, incluiu no art. 
844 da CLT o parágrafo 4º, estabelecendo algumas situações em que 
não são aplicados os seus efeitos, “in verbis”: 
“§ 4o A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste 
artigo se: 
 I – havendo pluralidade dereclamados, algum deles contestar a 
ação; 
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que 
a lei considere indispensável à prova do ato; 
IV – as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem 
inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante 
dos autos. 
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Outra situação, menos comum, mas que pode ocorrer é a 
do(a) advogado(a) da reclamada não comparecer à audiência, por 
qualquer motivo, fatalidade ou eventualidade. 
Nesse caso, mesmo que de modo justificado, seja com 
atestado médico ou fato poderoso, referida ausência não impede a 
realização do ato processual, ou seja, não é capaz de causar a 
redesignação da audiência, ante o disposto do caput do art. 843 da 
CLT: 
 “...deverão estar presentes o reclamante e o reclamado, 
independentemente do comparecimento de seus 
representantes “. 
Isso, porque, impera no processo do trabalho o famoso “jus 
postulandi”. 
A parte, seja reclamante ou reclamada, não necessita da 
representação legal por advogado para atuar no processo trabalhista, 
art. 791 da CLT: 
“Os empregados e os empregadores poderão reclamar 
pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as 
suas reclamações até o final”. 
O alcance desse dispositivo foi limitado pela Súmula nº 425 do 
C. TST: 
”O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, 
limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do 
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Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o 
mandado de segurança e os recursos de competência do 
Tribunal Superior do Trabalho.” 
Com o advento do Processo Judicial Eletrônico - PJE, a defesa 
deve ser protocolada eletronicamente ao processo até o horário da 
audiência ou, apresentada oralmente por 20 minutos, art. 29 da 
Resolução CSJT nº 136 de 2014. 
Por essa razão é importante o preposto da reclamada ser 
orientado a trazer consigo cópia impressa da petição de defesa e 
documentos, bem como tê-los consigo os respectivos arquivos 
digitalizados em um pen-drive, para, se for o caso, requerer o seu 
protocolo ao Juízo, caso não tenho sido realizado. 
O conteúdo até aqui apresentado, com seus exemplos 
práticos, pode ser aplicado imediatamente e já é suficiente para 
representar um verdadeiro divisor de águas na forma de como se 
preparar e atuar da audiência trabalhista. 
Longe de esgotar o assunto que, certamente, é objeto de 
maior profundidade e detalhes no Curso Online que desenvolvi: 
“Trabalhista na Prática – Audiência”. 
 
 
 
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- Capítulo 5 - 
CONCILIAÇÃO – A MELHOR SOLUÇÃO PARA A LIDE 
 
Em média 40% das reclamatórias trabalhistas são 
solucionados com a Conciliação. Não há como participar de uma 
audiência trabalhista sem ao menos estar preparado para a realização 
de um acordo. 
É nessa etapa da audiência em que podemos potencializar os 
conceitos de celeridade processual e efetividade jurisdicional. 
Sim! Pois, aqui, na conciliação, é possível resolver o processo, 
encerrar o litígio, concluir o trabalho para o cliente/jurisdicionado, 
adquirindo mais tempo livre para se dedicar a outros casos, novos 
clientes e até mesmo convívio familiar e lazer. 
É impossível desassociar o conceito de tempo de dinheiro. 
"Tempo é dinheiro" já dizia Benjamin Franklin. E o conteúdo que está 
sendo entregue, nesse E-book TOTALMENTE GRATUITO é justamente 
todos esses anos de prática e experiência que adquiri e, que lhe 
poderia levar muitos anos para se conseguir. 
Ocorre que, conciliar requer tempo também, menos do que se 
seguir com o processo, dedicação, trabalho e uma postura 
cooperativa, invés de combativa. 
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A composição amigável só é alcançada em audiência quando 
há consenso das partes, dos patronos e do magistrado. 
É amigável, pois rompe com o paradigma do litígio e traz 
novamente a sensação de pacificação social, objeto da Justiça. 
Logo, antes mesmo da audiência inicial, na fase de preparação 
da parte para a audiência, deve ser apresentada a ela os riscos 
processuais da demanda, bem como uma estimativa calculada de 
valor para um acordo. 
Listo alguns argumentos importantes para a Conciliação: 
1- As partes definem o quanto devido; 
2- Pronta solução do mérito da demanda; 
3- Liquidez da decisão; 
4- Neutralização do risco processual; 
5- Possibilidade de parcelamento do débito trabalhista; 
6- Fixação de multa por descumprimento 
7- Possibilidade de isenção de custas processuais e verbas 
previdenciárias e fiscais; 
Conciliar é compor e não impor ou admitir culpa. Obviamente 
que abusos devem ser contidos, por essa razão deve ser realizada 
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sempre por orientação de um(a) advogado(a), profissional técnico 
habilitado, que fará a análise real do risco processual. 
Pela reclamada, a composição representa nada mais que a 
aquisição, a compra mesmo, desse risco processual. Logo, o valor 
deve estar condizente com a solução. 
Trago alguns dados estatísticos publicados no site do C. TST, 
última atualização de junho de 2016, a respeito dos prazos médios 
em dias das diversas etapas do Processo do Trabalho em nível 
nacional (http://www.tst.jus.br/documents/10157/eb0f4cf7-e6ac-
451a-b51b-7fd80a7eeccd): 
- 104 dias para a 1ª audiência 
- 97 dias para a prolação da sentença 
- 628 dias para conclusão da fase de liquidação e, 
- 1030 dias para encerramento da execução 
Analisando esses dados, não resta dúvida que a conciliação 
proporciona a possibilidade mas rápida de solução do litígio, já que 
pode ser realizada logo na primeira audiência, com um prazo médio 
de 104 dias (quase 3 meses e meio) da propositura da ação. 
Bem melhor que os 1859 dias (pouco mais de 5 anos), caso 
ocorra o prosseguimento do feito até sua fase final. 
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Nesse ponto a reforma trabalhista também inovou ao incluir a 
possibilidade de um processo para homologação de acordo extra 
judicial, um nova forma para solução dos conflitos, através de 
jurisdição voluntária, previsto no art. 855-B, da CLT. 
Mas, para facilitar a composição conciliatória judicial, além de 
uma postura cooperativa e amigável, é importante que os patronos 
possam minimamente demonstrar as razões de suas pretensões. 
Principalmente quando o debate acerca dos valores das propostas de 
acordo se dá perante o Juízo. 
É comum muitos magistrados participarem ativamente da 
tentativa de composição, inclusive sugerindo valores, formas de 
pagamento e demais condições. 
As sugestões do Juízo devem ser consideradas e valorizadas, 
bem como esforços empreendidos para se aproximar ao máximo 
dela. Afinal, que adianta se o(a) patrono(a) da reclamada calcular seu 
risco processual em apenas 40%, sendo que o Juiz, que vai julgar o 
caso, entende que o risco é mais elevado, em torno em 60%, 
justamente por ter determinadas convicções ou metodologias de 
convencimento. 
Vou contar mais um fato, que presenciei, como exemplo para 
demonstrar o raciocínio acima: 
 “Empregado bancário, requer o pagamento de 7ª e 8ª hora 
como extras. O banco/reclamadaalega o exercício do cargo de 
gerente, com recebimento de 1/3 de gratificação do salário e 
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alega, apenas “genericamente”, que o reclamante exercia 
cargo de gestão, não especificando quais as atividades 
efetivamente exercidas capazes de caracterizar o cargo de 
gestão.” 
Ocorre que muitos magistrados, aplicando a literalidade do 
item I da Súmula 102 do C.TST, “I - A configuração, ou não, do exercício 
da função de confiança a que se refere o art. 224, § 2º, da CLT, 
dependente da prova das reais atribuições do empregado....” 
entendem que, se não houve na contestação a especificação das 
atribuições, a mera alegação genérica prejudica a produção de provas 
a respeito. 
Nesse caso, o(a) advogado(a) do banco pode até considerar o 
risco processual em 40%, mas deve ficar atento à sugestão do Juízo 
que pode muito bem interpretar as razões das partes e estabelecer 
patamares mais próximos do quanto entende devido, justamente 
prevendo eventual condenação. 
Ora, não fosse isso, caso não haja conciliação, é o Juiz quem 
vai julgar a causa, natural que sua proposta seja melhor considerada 
pelas partes interessadas na composição. 
Não tenha dúvidas, se seu objetivo é ter sucesso militando na 
Justiça do Trabalho, a conciliação é o melhor caminho. 
Mas, e aquelas empresas que simplesmente adotam como 
“política interna” não realizar acordo? Ora, isso vem mudando e 
muito. Dos últimos anos para cá, tenho visto grandes empresas, 
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multinacionais, redes de vendas ao varejo, instituições bancárias e 
indústrias que, se atentaram a todas as vantagens e segurança da 
conciliação judicial. 
Ademais, é com esse trabalho de “formiguinha”, das partes 
dos advogados e da justiça em fomentar a composição amigável, a 
principal responsável por essa mudança. 
Por essa razão, mesmo que em um primeiro momento essa 
tentativa não tenha sido frutífera, não se pode desprezar sua real 
possibilidade. Mesmo porque, o acordo pode ser firmado em qualquer 
fase do processo, mesmo em grau de recurso, liquidação ou 
execução. 
A vontade das partes é sem dúvida o fator principal para 
sucesso da conciliação. Porém, nesse quesito, a análise técnica do 
advogado, a respeito do risco processual é uma importante e 
indispensável ferramenta. 
Isso porque os valores pretendidos devem guardar certa 
proporcionalidade com os pedidos e sua real possibilidade. 
A exemplo, outro caso real, um empregado com salário 
mensal de R$ 1.000,00, que trabalhou por 12 meses na reclamada e 
que pleiteia 1 hora extra, por dia e seus reflexos, afirmou em Juízo 
que aceitaria no mínimo R$ 15.000,00 para acordo. 
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Ora, é mais do que o valor de salário que ele recebeu durante 
todo o contrato de trabalho. Sem nenhum outro pedido para embasar 
sua pretensão, ela beira ao absurdo, não é mesmo? 
“Ah, mas esse exemplo não existe. Isso não acontece!” 
Verdade, não acontece. Não acontece pouco. Infelizmente, 
como eu disse, caso real e, esses equívocos são verificados e 
enfrentados diariamente na Justiça do Trabalho. E dificultam demais 
a solução justa das ações. 
É indispensável que seja feita uma análise do risco processual, 
com base nos conceitos do ônus da prova, para que a parte tenha 
ciência do risco e da real possibilidade de sucesso de sua ação, bem 
como para alicerçar a pretensão e possibilidade para o acordo. 
Justamente é esse aspecto que iremos abordar a seguir, como 
calcular o risco processual, bem como estabelecer valores razoáveis 
para acordo e mais próximos da realidade de Justiça do processo, ou 
seja, sua efetividade. 
 
 
 
 
 
 
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- Capítulo 6 - 
ÔNUS DA PROVA – ANÁLISE DE RISCO PROCESSUAL 
 
Saber a quem incumbe o ônus probatório de determinado fato, 
alegação e/ou direito é indispensável para as bases de uma 
conciliação e/ou para a instrução no Processo do Trabalho. 
O ônus probatório é regido basicamente pelo constante do art. 
818 da CLT, que foi reformulado com a reforma trabalhista para 
incluir as disposições legais constantes do art. 373 do Novo Código de 
Processo Civil. E aqui, vale a íntegra da sua transcrição: 
“Art. 818 - O ônus da prova incumbe: 
I – ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II – ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do reclamante. 
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da 
causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de 
cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de 
obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus 
da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão 
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de 
se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 
§ 2o A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida 
antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará 
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o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por 
qualquer meio em direito admitido. 
§ 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação 
em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou 
excessivamente difícil.” 
Para simplificar vamos a 2 (dois) exemplos práticos: 
1) O autor alega na petição inicial que laborava das 
08:00 às 18:00 horas, com 1 hora de intervalo, de 
segunda a sexta-feira, ou seja, 1 hora extra, além da 
jornada ordinária de 8 horas diárias, sem a devida 
contraprestação. 
O fato constitutivo do direito é: O labor além da 8ª hora 
diária. 
Em sede de defesa, ou seja, na contestação, a ré, 
empregadora, por ter mais de 10 empregados 
registrados em seu quadro de funcionários, apresenta os 
controles de jornada que comprovam a alegação do 
autor, ou seja, de fato consta a anotação de labor além 
da 8ª hora diária, mais precisamente de 9 horas diárias, 
mas apenas de segunda a quinta-feira, embora os 
recibos de pagamento não apontem a quitação de 
nenhuma hora extra. 
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Entretanto, embora o reclamante tenha se desincumbido 
parcialmente do ônus probatório que lhe competia, a 
reclamada alegou, ainda, em sua defesa que o 
reclamante não faz jus ao recebimento de horas extras, 
sob a afirmação de existência de acordo individual para 
compensação de horas. 
Nesses termos, embora extrapolasse a jornada ordinária 
diária de 8 horas, em 1 hora por 4 dias na semana, era 
dispensado do labor aos sábados, o que totalizava a 
jornada ordinária de 44 horas semanais e que não 
comporta o pagamento de horas extras 
O fato impeditivo do direito é: o acordo de compensação 
de horas firmado e sua respectiva realização, ou seja, o 
não labor aos sábados e nem de horas extras habituais. 
Acerca desse tema, sobre acordo de compensação e 
banco de horas, vale a leitura da Súmula nº 85 do C. 
TST, que detalha a questão, suas consequências e 
diferencia os dois institutos. 
Vamos a outro exemplo. 
2) O reclamante requer a condenação a reclamada ao 
pagamento de danos morais, alegando ter sido agredido 
fisicamente por seu empregador.41 
 
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O fato constitutivo do direito é: A alegada agressão 
física, uma vez que o dano moral propriamente dito é 
presumido pela agressão sofrida. 
De outro lado, a reclamada sustenta em contestação que 
na verdade não houve agressão física por parte do 
empregador, mas tão somente o exercício de legítima 
defesa, eis que o reclamante o ameaçou e lhe agrediu 
primeiro, apenas por tê-lo advertido em decorrência de 
atraso injustificado. 
Aqui, o fato modificativo/extintivo do direito é: A 
ameaça e agressão injusta, por parte do reclamante. 
Observe que, embora o disposto legal acerca da distribuição 
do ônus da prova seja direito e simples, sua aplicação depende de 
análise minuciosa de cada pedido e das alegações das partes. 
Por essa razão, o(a) patrono(a) do reclamante quando for à 
audiência UNA, deve estar preparado para comprovar todos os fatos 
constitutivos de seu direito, pois, desconhece as alegações da 
reclamada e se ela irá atrair para si o ônus probatório de algum fato, 
relacionado a determinado pedido. 
Do mesmo modo, o patrono da reclamada deve estar pronto 
para apresentar e/ou produzir provas a respeito dos fatos 
impeditivos, modificativos ou extintivos que alegar, bem como, as 
contraprovas acerca dos fatos constitutivos do reclamante. 
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É o cumprimento do ônus probatório que possibilita a 
condenação ou a absolvição dos pedidos constantes da lide. 
Quem detém o ônus probatório, a obrigação de 
apresentar/produzir provas a respeito de determinado fato, em que 
pese a análise das provas que tiver, corre maior risco processual. 
Logo, razoável que estabelecer entre 40 a 60% o risco 
processual de quem detém o ônus probatório e entre 50 a 70% o 
risco para a parte que possui a incumbência de apresentar 
contraprova. 
“Como calcular o valor razoável para uma conciliação, com 
base no risco processual??” 
Utilizando o mesmo exemplo dado acima, suponhamos que no 
1º caso, o das horas extras, o reclamante recebesse mensalmente 
um salário de R$ 1.000,00, tivesse laborado por 12 meses na 
reclamada e você, como advogado(a) dele, sem conhecer obviamente 
os termos da defesa, tivesse que calcular o risco processual e o valor 
razoável para acordo, como faria? 
Bom, o primeiro passo é descobrir o salário-hora do 
empregado. Basta aplicarmos o divisor legal ao salário. Aqui vale 
mencionar a Súmula nº 431 do C. TST, que fixa o divisor 200 para 
jornada de 40 horas semanais. 
R$1.000,00 / 200 = R$ 5,00 por hora. 
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Hora extra possui adicional mínimo constitucional de 50%. 
Logo, o valor da hora extra é R$ 7,50. 
Alegação é de 1 hora extra diária ou seja R$ 7,50 x 22 dias 
úteis por mês. 
Total R$ 165,00 por mês x 12 meses = R$ 1.980,00. 
Para calcular de modo eficientemente aproximado os reflexos 
dessas horas extras, nas demais verbas como descanso semanal 
remunerado - DSR, aviso prévio, FGTS, mais 40%, 13º salário e 
férias, basta calcular o valor de 1/3 das horas extras. Ou seja, 1/3 de 
R$ 1,980,00 = 660. 
Desse modo, o pleito de horas extras equivale 
aproximadamente a R$ 2.640,00. 
Antes de conhecer os termos da defesa e, considerando que o 
ônus probatório é do reclamante, razoável calcular o risco processual 
em 50%. Assim, o adequado seria compor em no mínimo R$ 
1.320,00. Qualquer valor acima desse patamar seria realmente 
excelente. 
Entretanto, no caso em tela, a reclamada alegou a existência 
de acordo de compensação de horas, e acostou controles de jornada. 
Caso acostado o acordo individual de compensação, o reclamante 
passaria de detentor do ônus probatório para detentor da 
incumbência de produzir contraprova, situação mais delicada. 
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O reclamante teria de comprovar que laborava 1 hora extra 
também às sextas-feiras, para descaracterizar a compensação de 
jornada. O que torna o seu risco processual mais elevado, estimável 
tranquilamente em 70%, o que torna razoável aceitar o montante 
mínimo de R$ 792,00 para firmar a composição. 
O exemplo acima demonstra o raciocínio que deve ser aplicado 
em todos os pedidos postos na inicial, para cálculo do risco e de 
valores ideais para composição. 
Lembro que as partes precisam ter consciência e ciência 
dessas informações para melhor compreenderem os rumos que serão 
tomados na audiência, bem como suas consequências. 
Não existe nada pior que criar falsas expectativas ou super 
valorizar os resultados, pois quando se é surpreendido com provas e 
fatos contrários o fracasso é imenso e, quando não, a vitória se torna 
apenas um detalhe, nada além da obrigação. 
Esse aspecto a respeito da relação “cliente X advogado”, 
“expectativas X realidade”, merece maior consideração, por isso é 
abordado de modo minucioso e detalhado no Curso Online que 
desenvolvi: “Trabalhista na Prática – Audiência”. 
 
 
 
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- Capítulo 7 - 
INSTRUÇÃO PROCESSUAL – INQUIRIÇÃO DAS PARTES 
 
Infrutífera, até o momento, a tentativa de conciliação das 
partes, é dado início ou em continuidade a audiência Inicial, a 
realização da instrução processual em juízo. Que consiste 
objetivamente na oitiva de partes e testemunhas. 
Aqui a primeira grande destaque é jamais abrir mão do 
depoimento pessoal da parte adversa - a menos que esta já o tenha 
prestado em outra audiência do presente feito. 
É justamente no depoimento pessoal da parte que é possível: 
1- Extrair confissões reais; 
2- Reestabelecer os limites da lide, delimitando fatos e 
pedidos; 
3- Estabelecer paradigmas para eventual contradição 
com as testemunhas. 
Ocorre que, a rotina de audiências da maioria das Varas do 
Trabalho, segue a orientação padrão de intervalo de 10 (dez) minutos 
entre uma audiência e outra. O que sabemos que é impossível de 
ocorrer normalmente, já que 10 minutos nem sempre é o suficiente 
para conclusão de uma audiência de instrução, principalmente 
quando são ouvidas 3 (três) testemunha de cada parte. 
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Com isso, a consequência é um atraso no horário das 
audiências. Lembrem o que foi mencionado acima a respeito da não 
tolerância de atrasos das partes e patronos. Isso está valendo! O 
atraso que estou tratando aqui é aquele originado pelo excesso de 
processos na pauta e seu intervalo padrão de 10 em 10 minutos. 
Acredito que talvez por conta desse fato, nem sempre as 
partes são inquiridas espontaneamente pelo Juízo, buscando-se 
apenas maior celeridade no ato processual. Por essa razão, ressalto a 
necessidade e importância de tomar o depoimento pessoal da parte 
adversa. 
Pois bem, no momento da inquirição da parte contrária, a 
patrono deve estar atento aos fatos afirmados, confrontando-os com 
os da peça processual apresentada. 
Ou seja, se o reclamante está depondo, o patrono da 
reclamada deve abrir a petição inicial e acompanhar seus 
depoimentos comparando-o com as afirmações da referida peça. 
Isso, para verificar a existência de inconsistências, incoerências e até 
mesmo de confissões. 
O mesmo deve ser feito pelo patrono do reclamante quando o 
preposto da reclamada iniciar seu depoimento, compará-lo com as 
afirmaçõesda defesa. 
É cediço que às partes não lhes é exigido o compromisso legal 
com a verdade, como ocorre com as testemunhas. Entretanto, como 
a lei exige que o preposto da reclamada tenha conhecimentos dos 
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fatos do processo, aos fatos que este declarar expressamente 
desconhecer ou não saber, são passíveis de aplicação da penalidade 
de confissão ficta. 
Ou seja, se o reclamante afirma determinada jornada de 
trabalho na inicial e o preposto da reclamada declarar não saber qual 
jornada o reclamante cumpria, os horários alegados na inicial são 
presumidos verdadeiros, caso não haja nos autos prova capaz de 
infirmá-la. 
Por essa razão é importante estar sempre atento e, 
principalmente, jamais abdicar do depoimento pessoal das partes. 
Esses são alguns dos aspectos práticos da audiência 
trabalhista e que, certamente, se observados e aplicados se tornam 
potencializadores de resultados, efetividade e celeridade processual, 
situação em que todas as partes saem vencedoras e a Justiça é 
alcançada e fortalecida. 
Convido você a implementar e praticar esses pontos, bem 
como observar como o ato da audiência se tornará cada vez mais 
fácil, objetivo e até mesmo prazeroso. 
No meu Curso Online: “Trabalhista na Prática – Audiência”, 
esses e outros pontos são apresentados, discutidos e detalhados de 
forma completa e abrangente, sempre com exemplos práticos, 
simples e do cotidiano trabalhista, organizados em módulos, práticos 
e objetivos, com uma metodologia eficiente. 
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Diferente de outros cursos que se encontra por aí, desenvolvi 
um método próprio e organizei tudo em módulos, passo-a-passo, fácil 
de seguir, muito rápido e objetivo. Afinal, como eu já disse, tempo é 
dinheiro. 
Por essa razão abordo somente a prática e o que de fato é 
importante e funciona. Não perdemos tempo com doutrinas, nem 
leitura de artigos. 
Outra grande vantagem é a garantia de atualizações e 
melhorias. Mudanças na lei, doutrina, jurisprudência, se estiver no 
meu curso e for alterado eu atualizo o conteúdo sem você precisar 
gastar mais nada com isso. 
Bem diferente do que ocorre com a maioria dos conteúdos e 
materiais jurídicos, haja visto o que ocorreu com a Reforma 
Trabalhista, quem adquiriu uma CLT em meados de 2017, perdeu o 
investimento e terá que comprar outra se quiser se manter 
atualizado. 
A exemplo, no referido curso online é abordado, ainda: 
− Apresentação da defesa – documentos, impugnações e 
manifestação do autor; 
− Provas testemunhais – Ausência da testemunha; 
Inquirição objetiva e eficiente; Oitiva por carta precatória; 
− Provas periciais – características e valor probante; 
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− Outras provas – Documentos, requisição de ofícios e 
outras; 
− Contraprovas; 
− Encerramento da instrução processual; 
− Razões finais – pontos cruciais e alegações importantes; 
− Conciliação após instrução e/ou apresentação de prova 
técnica. 
 
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vivo, "LIVES", e tirar suas dúvidas: 
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Obrigado e bons resultados! 
 
Marcelo Toledo

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