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CADERNO DO PROFESSOR 8a SÉRIE 9oANO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS Volume 2 EDUCAÇÃO FÍSICA Linguagens MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR EDUCAÇÃO FÍSICA ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS 8a SÉRIE/9o ANO VOLUME 2 Nova edição 2014-2017 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO São Paulo Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretária-Adjunta Cleide Bauab Eid Bochixio Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assunção Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Dione Whitehurst Di Pietro Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo- radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor- dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien- tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia- ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho! Herman Voorwald Secretário da Educação do Estado de São Paulo Os materiais de apoio à implementação do Currículo do Estado de São Paulo são oferecidos a gestores, professores e alunos da rede estadual de ensino desde 2008, quando foram originalmente editados os Cadernos do Professor. Desde então, novos materiais foram publicados, entre os quais os Cadernos do Aluno, elaborados pela primeira vez em 2009. Na nova edição 2014-2017, os Cadernos do Professor e do Aluno foram reestruturados para atender às sugestões e demandas dos professo- res da rede estadual de ensino paulista, de modo a ampliar as conexões entre as orientações ofe- recidas aos docentes e o conjunto de atividades propostas aos estudantes. Agora organizados em dois volumes semestrais para cada série/ ano do Ensino Fundamental – Anos Finais e série do Ensino Médio, esses materiais foram re- vistos de modo a ampliar a autonomia docente no planejamento do trabalho com os conteúdos e habilidades propostos no Currículo Oficial de São Paulo e contribuir ainda mais com as ações em sala de aula, oferecendo novas orien- tações para o desenvolvimento das Situações de Aprendizagem. Para tanto, as diversas equipes curricula- res da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica (CGEB) da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo reorganizaram os Cader- nos do Professor, tendo em vista as seguintes finalidades: incorporar todas as atividades presentes nos Cadernos do Aluno, considerando também os textos e imagens, sempre que possível na mesma ordem; orientar possibilidades de extrapolação dos conteúdos oferecidos nos Cadernos do Aluno, inclusive com sugestão de novas ati- vidades; apresentar as respostas ou expectativas de aprendizagem para cada atividade pre- sente nos Cadernos do Aluno – gabarito que, nas demais edições, esteve disponível somente na internet. Esse processo de compatibilização buscou respeitar as características e especificidades de cada disciplina, a fim de preservar a identidade de cada área do saber e o movimento metodo- lógico proposto. Assim, além de reproduzir as atividades conforme aparecem nos Cadernos do Aluno, algumas disciplinas optaram por des- crever a atividade e apresentar orientações mais detalhadas para sua aplicação, como também in- cluir o ícone ou o nome da seção no Caderno do Professor (uma estratégia editorial para facilitar a identificação da orientação de cada atividade). A incorporação das respostas também res- peitou a natureza de cada disciplina. Por isso, elas podem tanto ser apresentadas diretamente após as atividades reproduzidas nos Cadernos do Professor quanto ao final dos Cadernos, no Gabarito. Quando incluídas junto das ativida- des, elas aparecem destacadas. A NOVA EDIÇÃO Leitura e análise Lição de casa Pesquisa em grupo Pesquisa de campo Aprendendo a aprender Roteiro de experimentação Pesquisa individual Apreciação Você aprendeu? O que penso sobre arte? Ação expressiva ! ? Situated learning Homework Learn to learn Além dessas alterações, os Cadernos do Professor e do Aluno também foram anali- sados pelas equipes curriculares da CGEB com o objetivo de atualizar dados, exemplos, situações e imagens em todas as disciplinas, possibilitando que os conteúdos do Currículo continuem a ser abordados de maneira próxi- ma ao cotidiano dos alunos e às necessidades de aprendizagem colocadas pelo mundo con- temporâneo. Para saber mais Para começo de conversa Seções e ícones SUMÁRIO Orientação sobre os conteúdos do volume 8 Tema 1 – Jogo e esporte – Diferenças conceituais e na experiência dos jogadores 10 Situação de Aprendizagem 1 – Experimentando as diferenças entre jogo e esporte 14 Atividade Avaliadora 20 Proposta de Situações de Recuperação 22 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 22 Tema 2 – Esporte – Modalidade “alternativa” ou popular em outros países: beisebol 24 Situação de Aprendizagem 2 – Familiarização com o beisebol 30 Situação de Aprendizagem 3 – Construção e sistematização do jogo de beisebol 32 Situação de Aprendizagem 4 – Vamos jogar? O beisebol construído39 Atividade Avaliadora 42 Proposta de Situações de Recuperação 43 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 46 Tema 3 – Atividade rítmica – Organização de festival de dança e de expressões corporais 47 Situação de Aprendizagem 5 – Planejando o festival 48 Situação de Aprendizagem 6 – Divulgando o festival 52 Situação de Aprendizagem 7 – Realizando o festival 55 Situação de Aprendizagem 8 – Avaliando o festival 58 Atividade Avaliadora 59 Proposta de Situações de Recuperação 60 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 60 Tema 4 – Esporte – Organização de campeonato esportivo 61 Situação de Aprendizagem 9 – Planejando o campeonato 63 Situação de Aprendizagem 10 – Divulgando o campeonato 70 Situação de Aprendizagem 11 – Realizando o campeonato 71 Situação de Aprendizagem 12 – Avaliando o campeonato 73 Atividade Avaliadora 74 Proposta de Situações de Recuperação 75 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 77 Quadro de conteúdos do Ensino Fundamental – Anos Finais 78 8 ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME Professor, este Caderno foi elaborado para servir de apoio ao seu trabalho pedagógico cotidiano com a 8a série/9o ano do Ensino Fundamental. Os temas deste volume são enfocados a partir da concepção teórica da disciplina, já explicitada anteriormente, fun- damentada nos conceitos de Cultura de Movi- mento e Se-Movimentar. Assim, pretende-se que as Situações de Aprendizagem aqui sugeridas para os temas Jogo e esporte, Esporte e Atividade rítmica possibilitem que os alunos diversifiquem, sis- tematizem e aprofundem suas experiências do Se-Movimentar no âmbito das culturas lúdica, esportiva, gímnica e rítmica, tanto para propor- cionar a eles novas experiências, permitindo aos alunos estabelecer novas significações, como para dar novos significados às experiências já vivenciadas. Espera-se que o enfoque adotado para o desenvolvimento dos conteúdos deste vo- lume seja compatível com as intencionalidades do projeto político-pedagógico de cada escola. Neste volume da 8a série/9o ano serão de- senvolvidos quatro temas. O primeiro, Jogo e esporte, enfatizará as diferenças conceituais e a experiência dos jogadores. A intenção é que os alunos tornem-se capazes de identificar o processo de transformação do jogo em espor- te, bem como a conduta diferenciada entre o jogador e o atleta. Para o desenvolvimento do segundo tema, Esporte – modalidade “alternativa” ou po- pular em outros países, o beisebol será usado como exemplo. Porém, a escola, de acordo com seu projeto político-pedagógico, poderá optar por outra modalidade esportiva. A in- tenção, no caso do exemplo desenvolvido, é que os alunos identifiquem e caracterizem a dinâmica do beisebol, em termos de regras, funções dos jogadores e ações de ataque e de- fesa, aplicando seus princípios técnicos e táti- cos em situações de jogo. Os temas Atividade rítmica e Esporte serão desenvolvidos a partir da proposta de realização de um festival de dança e expressões corporais e/ou de um campeonato esportivo. A realização de tal iniciativa neste último semestre do Ensino Fundamental pode oferecer uma oportunidade de avaliar não só o período letivo nesta série/ano, mas todo o trabalho desenvolvido pela Educa- ção Física nas séries/anos anteriores. Essa ati- vidade não pretende se resumir aos eventos em si, mas se apresentar como oportunidade para que, além das aprendizagens específicas relativas ao esporte e às atividades rítmicas, possam ser trabalhadas outras competências e habilidades, como a organização de eventos. Tem por obje- tivo também realizar um encerramento do que foi desenvolvido, retomando e apresentando modalidades esportivas e manifestações lúdicas, gímnicas, rítmicas e de luta. Nesse sentido, pretende-se desenvolver competências e habilidades relacionadas às capacidades de: planejar, divulgar, realizar e avaliar as eta- pas do festival de dança e/ou expressões corporais; planejar, divulgar, realizar e avaliar as eta- pas do campeonato esportivo; mobilizar-se para participar de forma ati- va, solidária e cooperativa das situações do festival e/ou do campeonato; participar, como torcedor, de forma ativa e respeitosa em relação aos seus colegas e adversários; avaliar todo o percurso de aprendizagem desenvolvido na Educação Física em todas as séries/anos do Ensino Fundamental. 9 Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 2 As estratégias escolhidas – que incluem a realização de gestos/movimentos, a parti- cipação em jogos, a busca de informações, a projeção de vídeos, a resolução de situações- -problema etc. – possibilitam aos alunos uma reflexão a partir do confronto das próprias experiências com a sistematização e o apro- fundamento dos conhecimentos no âmbito da Cultura de Movimento. Os procedimentos propostos para a avalia- ção caminham na direção de uma avaliação integrada ao processo de ensino e aprendiza- gem, sem estabelecer apenas procedimentos isolados e formais. As Atividades Avaliadoras devem favo- recer a geração, por parte dos alunos, de informações ou indícios, qualitativos e quan- titativos, verbais e não verbais, que serão in- terpretados pelo professor, nos termos das competências e das habilidades que se pre- tende desenvolver em cada tema/conteúdo. Privilegia-se a proposição de Situações de Aprendizagem que favoreçam a aplicação dos conhecimentos em situações coletivas e a elaboração de textos-síntese relacionados aos temas abordados. São também prioriza- dos os questionamentos dirigidos aos alunos ao longo das aulas, a fim de verificar a com- preensão dos conteúdos e a aquisição das competências e das habilidades propostas. A quadra é o tradicional espaço da aula de Educação Física, mas algumas Situações de Aprendizagem aqui sugeridas podem ser desen- volvidas no espaço convencional da sala de aula, no pátio externo ou em outro espaço da escola, como biblioteca, sala de informática ou de vídeo, desde que compatível com as atividades progra- madas. Algumas etapas podem ser também rea- lizadas pelos alunos como atividade extra-aula (pesquisas, produção de textos etc.). Especifica- mente neste volume, em que propomos a reali- zação de um campeonato esportivo e/ou de um festival de dança e expressões corporais, as ativi- dades previstas extrapolam os limites da quadra, envolvendo a unidade escolar como um todo. As orientações e sugestões a seguir têm por objetivo oferecer-lhe subsídios para o de- senvolvimento dos temas apresentados. Não pretendem apresentar as Situações de Apren- dizagem como as únicas a serem realizadas, nem restringir sua criatividade, como profes- sor, para outras atividades ou variações de abordagem dos mesmos temas. Nesse mesmo sentido, o Caderno do Aluno é mais um instrumento para servir de apoio ao seu trabalho e ao aprendizado dos alunos. Elaborado com base no Caderno do Profes- sor, esse material adicional não tem a preten- são de restringir ou limitar as possibilidades do seu fazer pedagógico. De acordo com o projeto político-pedagó- gico da escola e do planejamento do compo- nente curricular, é possível que os temas nele elencados, selecionados entre os propostos no Caderno do Professor, não coincidam com as atividades que vêm sendo desenvolvidas na escola. Neste caso, a expectativa é subsi- diar o seu trabalho para que as competências e habilidades propostas, tanto no Caderno do Professor quanto no Caderno do Aluno, sejam alcançadas. Para otimizar o tempo pedagogicamente necessário para a aula, o Caderno do Aluno apresenta as Situações de Aprendizagem, as- sim como sugestões de pesquisa e atividades de lição de casa. Além disso, traz, em todos os volumes, dicas sobre nutrição ou postura. É importante caracterizar o eixo temático que permeiatodo o Ensino Fundamental. Isto posto, professor, bom trabalho! 10 o tempo para jogar “bobinho” ou se reúnem para fazer embaixadas, disputando quem as consegue fazer por mais tempo sem deixar a bola cair no chão. Imagine, também, um grupo de adolescen- tes jogando futebol em um parque ou em uma quadra qualquer no fim de semana. Todo o grupo, aparentemente, joga com seriedade e quer ganhar. A equipe que vence a partida ad- quire o direito de permanecer em quadra, pois somente a vitória lhe garante mais um jogo: desta vez com o time que está esperando do lado de fora. Às vezes, ocorre uma discussão, principalmente quando acontece algum lance polêmico – se foi falta, se a bola saiu ou se foi gol. O clima e os ânimos se alteram, mas sempre ocorre uma negociação, e o jogo segue como se nada houvesse ocorrido. © G ab ri el a R om eu /F ol ha pr es s TEMA 1 – JOGO E ESPORTE – DIFERENÇAS CONCEITUAIS E NA EXPERIÊNCIA DOS JOGADORES Falar das diferenças conceituais entre jogo e esporte pode parecer, a princípio, um tema abstrato e distante da vida cotidiana. Mas a lembrança de algumas situações muito con- cretas e próximas da Cultura de Movimento nos ajudará a compreender os conceitos de jogo e esporte. Imagine um grupo de dez crianças e/ou adolescentes entre 10 e 14 anos de idade, todos vizinhos que já se conhecem há algum tempo, jogando taco na rua ou na praça perto de onde moram. Enquanto duas duplas jogam, os ou- tros esperam sua vez de participar. Alguns se encontram um pouco ansiosos para que a par- tida termine. Outros, do lado de fora, ensaiam movimentos com o taco ou, ainda, executam lançamentos com a bola para o companheiro de dupla. Outros, enquanto esperam, utilizam Figuras 1 e 2 – Jogo de taco. © C ar di na l/C or bi s/ L at in st oc k 11 Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 2 Imagine, agora, um jogo da Liga Mun- dial de Vôlei Feminino entre Brasil e Cuba. A grande rivalidade está aflorada, os “ner- vos” das jogadoras, dos técnicos e de todos os que assistem ao evento, pessoalmente ou pela TV, estão, como se diz popularmente, “à flor da pele”. O ambiente competitivo gera vaias contra a equipe cubana quando uma jogadora vai sacar ou quando faz um pon- to. A carga de rivalidade dos últimos anos se faz presente nessa partida. Momentos muito tensos ocorrem, com provocações de Figura 3 – Grupo jogando futebol em parque. © T . R eu tt er /P la in pi ct ur e/ K ey st on e Figura 4 – Cena de uma partida de vôlei. © T om C ar te r/ In de x St oc k Im ag er y/ L at in st oc k Quais são as semelhanças entre as três si- tuações? O que as diferencia? Quais são as posturas das crianças no jogo de taco, do grupo de adolescentes que joga ambas as equipes visando a desestruturar emocionalmente as adversárias. Há discussão entre as jogadoras das duas equipes perto da rede, até que o árbitro é obrigado a intervir com mais veemência, conversando com as ca- pitãs para que a partida prossiga. 12 Aspectos como a liberdade de ação, a impro- dutividade/produtividade (no sentido de haver recompensa material) de tais ações, a dimensão lúdica, a flexibilização/inflexibilização das re- gras, o espaço e o tempo de realização são deci- sivos para a conceituação e a diferenciação entre jogo e esporte. Consideremos tais características em re- lação às duas primeiras situações apresenta- das no início deste tema: as crianças jogando taco e o grupo de adolescentes jogando fute- bol no fim de semana aproximam-se bastante do conceito de jogo sintetizado por Kishimo- to. Em ambas as situações, as atividades são voluntárias, ou seja, todos os envolvidos reu- niram-se espontaneamente para jogar, esco- lhendo, portanto, estar juntos. As regras do jogo de taco e as do futebol foram definidas e futebol e das equipes de vôlei que dispu- tam a Liga Mundial? Qual é a motivação dos envolvidos? Qual é o tempo destinado a tais práticas? Em que espaços elas ocorrem? Como os três grupos definem as regras de suas respectivas práticas corporais ou li- dam com elas? As respostas a essas questões nos ajuda- riam a conceituar jogo e esporte. E, ainda que essa tarefa não seja fácil, existem seme- lhanças e diferenças entre jogo e esporte que podem ser apresentadas e problematizadas. Inicialmente, cabe uma colocação: o elemen- to fundamental de toda prática esportiva é o jogo. O jogo é o alicerce das modalidades esportivas, mas o esporte não se resume ao jogo: ele vai além, em inúmeros aspectos. Na tentativa de sintetizar esse elemento, com base na conceituação apresentada por autores como Fromberg, Christie, Caillois e Huizinga, Kishimoto destaca os seguintes aspectos: 1. “Liberdade de ação do jogador ou o caráter voluntário, de motivação interna e episódica da ação lúdica; prazer (ou desprazer), futilidade, o ‘não sério’ ou efeito positivo. 2. Regras (implícitas ou explícitas). 3. Relevância do processo de brincar (o caráter improdutivo), incerteza de resultados. 4. A não literalidade, reflexão de segundo grau, representação da realidade, imaginação. 5. Contextualização no tempo e no espaço” (KISHIMOTO, 2007)1. 1 KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2007. p. 27. negociadas pelos próprios participantes. No caso do futebol jogado aos fins de semana, existe uma grande influência da lógica do esporte de rendimento, mas sem o mesmo ri- gor na sua aplicação. Em princípio, os espaços em que as duas primeiras práticas ocorreram não são necessa- riamente o aspecto definidor de suas respectivas realizações. O espaço em que foi desenvolvido o jogo de taco não precisaria ser necessariamente a rua, podendo ser qualquer outro com as mes- mas condições (piso plano e amplo). O mesmo ocorre com o jogo de futebol: a ausência de uma trave ou de linhas que delimitam o campo ou o fato de o grupo não possuir uniforme que diferencie seus jogadores são aspectos que não dificultam o jogo nem impedem a sua realiza- ção. É comum em parques e praças pelo Brasil 13 Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 2 entendido como prática de alto rendimento/ espetáculo ou como atividade de lazer. De acordo com esse enfoque, o futebol jogado pelos rapazes ou pelas moças aos fins de se- mana seria o esporte, como atividade de la- zer, com características muito próximas às do jogo. Já a partida entre Brasil e Cuba na Liga Mundial de Vôlei estaria mais distante das características do jogo, passando do mundo do não trabalho para o do trabalho, que deve ser produtivo. Para Bracht (2005, p. 14), o esporte moder- no desenvolvido no interior da cultura inglesa – entendida como o berço do esporte moder- no – assumiu algumas características básicas que são reproduzidas até hoje: “competição, rendimento físico-técnico, recorde, racionali- zação e cientificização”. O esporte é caracterizado por uma perda na liberdade de ação. A liberdade também existe no esporte, porém os limites em relação às regras, ao espaço e ao tempo de duração influenciam as ações dos atletas. A dimensão lúdica está presente no espor- te de rendimento, mas encontra-se diminuída por causa da competitividade e do objetivo final – a vitória. Existe algo que vai além do prazer da disputa, como o título de campeão do mundo. Nesse sentido, o jogador deve ser produtivo, pois suas ações são fundamentais para o desenvolvimento e o resultado da par- tida, o que vai ser decisivo para o futuro da equipe no campeonato e para o futuro dos atletas em suas carreiras (melhor estrutura e maior visibilidade dos atletas). Para isso, o atleta precisa treinar, repetindo inúmeras ve- zes as técnicas e as táticas envolvidas na mo- dalidade esportiva que pratica. Na partida de vôlei feminino na Liga Mun- dial, as regras são definidas por um órgão inter- nacional, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB). O espaço de realização da partida de ver os chamados “jogadoresde fins de semana” praticando e adaptando diferentes modalidades esportivas em locais improvisados. O tempo destinado a tais práticas também não é rigorosamente definido. O jogo de taco ocorrerá até o momento em que o grupo de jogadores assim o quiser; nesse sentido, tanto pode durar muito como terminar após pou- cas rodadas. No futebol de fim de semana, ge- ralmente, ocorre uma definição prévia sobre o tempo: é comum a utilização de dez minu- tos ou dois gols como limite, principalmente quando existem muitos times do lado de fora esperando a vez de jogar. Os sentimentos experimentados, como a alegria e a tensão que o jogo proporciona, são muito próximos nas duas modalidades apresentadas. Algo motiva os dois grupos para aquelas práticas corporais: o prazer e a alegria vivenciados com o jogo e, às vezes, a tensão ou os conflitos. A dimensão lúdi- ca está muito presente, assim como a ques- tão da competição; no entanto, o lúdico e a competitividade equilibram-se nas ações dos participantes. Nesse sentido, o jogo é caracterizado pela maior liberdade das ações de seus participantes, pois as ações dos indivíduos estão relacionadas ao lazer, à ocupação do tempo livre, à diversão, à socialização e à prática em si. Sendo assim, o jogo pode ser pensado sob o ponto de vista da não produtividade, desde que improdutivida- de seja entendida como algo que não gera um produto rentável, de lucratividade. Mas o jogo produz bem-estar, prazer e experiências riquís- simas aos seus participantes; e é sob esse aspec- to que se pode dizer que ele é produtivo. E a partida de vôlei feminino na Liga Mundial? Bracht (2005) apresenta o modelo dual de esporte. Para o autor, o esporte pode ser 14 vôlei entre Brasil e Cuba é o mesmo em qual- quer lugar do mundo, já que existe uma série de medidas padronizadas em relação às dimensões da quadra, à altura da rede etc. Nesse espaço, todas as decisões sobre as ações dos jogadores são regidas e comandadas pelo árbitro: nada em uma partida ocorre sem a sua prévia autorização, desde a decisão sobre um lance polêmico – se a bola bateu fora ou dentro da quadra, se o atleta encostou-se na rede ou invadiu a quadra da equi- pe adversária – até o simples reinício da partida. A seguir, apresentamos uma Situação de Aprendizagem em que alguns dos elemen- tos conceituais trabalhados até aqui estão presentes. Procure construir/configurar mo- mentos em que esses elementos possam ser discutidos, rediscutidos e problematizados ao longo do desenvolvimento da Situação. Figura 5 – Árbitro de vôlei. © W ils on D ia s/ A B r SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 EXPERIMENTANDO AS DIFERENÇAS ENTRE JOGO E ESPORTE O objetivo desta Situação de Aprendi- zagem é proporcionar a compreensão das principais características que diferenciam o jogo do esporte, a partir de três dife- rentes experiências de Se-Movimentar em jogos, cujas dinâmicas vão se tornando progressivamente mais complexas, com mais exigências de desempenho e elemen- tos cada vez mais predeterminados. Pro- põe-se priorizar as variáveis: regras das atividades, diferenças de execução em re- lação ao espaço de realização, tempo, ves- timentas, competição, dimensão lúdica e arbitragem. Os alunos vivenciarão três diferentes expe- riências de Se-Movimentar com jogos (o jogo de taco, o “base quatro” e o “base quatro com regras fixas”). Ao término de cada vivência, propõe-se a discussão sobre a dinâmica do jogo, buscando identificar os elementos e as ações que as distinguem. Por fim, propõe-se aos alunos que elaborem um quadro ilustra- tivo das diferenças entre jogo e esporte. Conteúdo e temas: jogo e esporte – diferenças conceituais e na experiência dos jogadores. Competências e habilidades: identificar as diferenças (no espaço, no tempo e nas regras) e as seme- lhanças (o prazer, a competição e a dimensão lúdica) entre o jogo e o esporte; identificar a conduta diferenciada entre o jogador (lazer/não trabalho) e o atleta (rendimento/trabalho); identificar o pro- cesso de transformação do jogo no esporte (como atividade de lazer ou esporte de rendimento). Sugestão de recursos: tacos de madeira, bolas de tênis ou de borracha (pequenas), garrafas PET, car- tolinas, canetas ou canetinhas. 15 Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 2 Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 1 Etapa 1 – O jogo de taco Proponha o jogo de taco, verificando o que o grupo de alunos conhece sobre ele, suas principais regras, as maneiras de jogar e o ma- terial a ser utilizado. O objetivo do jogo é fa- zer 24 pontos. Opcionalmente, a quantidade de pontos pode ser definida com os alunos. A dupla que os fizer primeiro sagra-se vencedo- ra. Jogam duas duplas: uma ataca enquanto a outra defende. A equipe que ataca deve rebater (com um taco) o maior número de vezes a bola lançada pela outra dupla. A dupla que defende tem a incumbência de derrubar o alvo da dupla que ataca. Cada membro do ataque defende um alvo localizado dentro de uma base, sendo que a base de uma dupla deve ficar a 5 metros de distância da base da outra dupla. Somente com a derrubada do alvo é que a dupla de defen- sores adquire o direito de rebater, ou seja, de atacar. A cada rebatida, a dupla deve mudar de base. A cada mudança, são contados 2 pontos. O taco pode ser um pedaço de cabo de vas- soura ou uma haste de madeira qualquer; o importante é que esse implemento possa ser ma- nuseado pelo rebatedor. O taco precisa ser re- sistente, porém não deve ser pesado nem muito comprido, para permitir que os alunos façam os movimentos sem forçar os ombros. O alvo pode ser uma garrafa PET ou qualquer outro obje- to que possa ser derrubado. Ele deve ser co- locado dentro de um círculo (a base), onde o rebatedor deve ficar e de onde este deve rebater a bola. A bola pode ser de tênis ou qualquer ou- tra que não seja pesada nem muito grande (nas escolas, geralmente, existe a bola de iniciação, de borracha, que pode ser uma boa escolha). Deixe, inicialmente, os alunos livres para que resolvam entre si a maneira de jogar. Somente indique que se dividam em grupos de quatro componentes. Nessa situação, procure levantar a discussão sobre a postura deles no jogo: como chegaram às regras definidas, o nível de nego- ciação e a maneira de jogar. Ressalte que, para que o jogo ocorresse, o grupo precisou propor e negociar as regras, e que tais regras foram sis- tematizadas por eles com base em suas próprias experiências em relação àquela prática. Procure conduzir uma discussão que leve o grupo à identificação da dimensão lúdica da- quela prática, do prazer que o jogo proporcio- na e da flexibilidade em relação às regras e às decisões do grupo no jogo. Professor, solicite aos alunos que observem as imagens e que, em se- guida, completem e assinalem a alternativa correta das questões presentes na seção “Para começo de conver- sa”, no Caderno do Aluno. Alguma vez você jogou com seus amigos na rua ou no quintal de casa? Já quis jogar e teve de esperar a vez, porque havia mais de duas equipes? Já assistiu a uma competição de algum esporte de que você gosta e torceu muito por seu time? Competiu em alguma equipe? Quando jogamos com nossos amigos, só o fazemos enquanto estiver legal ou enquan- to quisermos, não é? Quando você joga taco, por exemplo, quem determina as regras? É ne- cessário usar uniforme ou ter árbitro, tempo definido de jogo e campo com medidas certas para jogar? Provavelmente, você e seus amigos jogam em um espaço livre qualquer (rua, cam- pinho, quintal etc.), sem árbitros, com as regras combinadas pelos jogadores, sem uniformes. Além disso, a duração do jogo é definida pelos jogadores. Isso é o que se chama de jogo. Você é livre para tomar as decisões. Joga quando e como quer, sem a preocupação de ganhar ou perder. Não há maiores consequências, porque 16 não há nada mais envolvido, apenas sua vonta- de de se divertir. Mas, quando todos têm de seguir com rigidez as regras– como o tempo certo de jogo buscando o máximo de performance –, quando todos têm de estar uniformizados, quando há pessoas cuja função é controlar o cumprimento das regras (no caso, os árbi- tros), punindo quem não as cumpre, quan- do a vitória ou a derrota traz consequências para a equipe (que poderá ser eliminada da competição, ser rebaixada para outra série do campeonato, perder a medalha etc.), es- tamos falando do esporte de competição ou de rendimento. 1. Observe as imagens a seguir e escreva que situação está acontecendo em cada uma: jogo ou esporte. a) Jogo. © G ab ri el a R om eu /F ol ha pr es s b) Jogo. © R an dy F ar is /C or bi s/ L at in st oc k c) Jogo. © D av id M ad is on / T he I m ag e B an k/ G et ty I m ag es d) Esporte. © W ils on D ia s/ A B r e) Esporte. © C hr is R ya n/ St on e/ G et ty I m ag es 2. Há um alto estresse, uma rivalidade ele- vada, as discussões entre as equipes preci- sam da intervenção do árbitro e somente a vitória interessa às duas equipes. Essas características são típicas do: ( ) jogo. ( X ) esporte. 17 Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 2 3. A disputa é séria, as equipes querem ven- cer, há discussão em lances polêmicos, mas geralmente as decisões são negocia- das e o jogo continua como se nada tivesse acontecido. Essas características são do: ( X ) jogo. ( ) esporte. 4. Regras, tempo, espaço e número de joga- dores são flexíveis e decididos pelos parti- cipantes. Essas características são do: ( X ) jogo. ( ) esporte. Etapa 2 – O jogo “base quatro” Proponha o jogo “base quatro”. Solicite a formação de duas equipes. É interessante que todos os alunos da turma sejam distribuí- dos de forma mista entre as duas equipes, que atacarão e defenderão em tempos diferentes. Desenhe quatro bases no chão (círculos de aproximadamente 50 centímetros de raio), dispostas cerca de 5 metros umas das outras, de modo a formar um quadrado. O objetivo do jogo é conquistar as quatro bases, tocando-as com os pés. A equipe que ata- ca deve rebater (com um taco) a bola lançada por um membro da equipe defensora (o arre- messador). O aluno que rebater deverá percor- rer as quatro bases. Se, após rebater uma bola, ele chegar à primeira base e perceber que a bola está chegando ao arremessador, deve permane- cer naquela base e esperar o próximo rebatedor de sua equipe, para poder dar continuidade na conquista das demais bases. A cada volta dada por um atacante (conquista das quatro bases), é somado 1 ponto para sua equipe. Todos os membros da equipe têm o direi- to de rebater uma vez; depois disso, a equipe passa a defender. O objetivo da equipe que defende é buscar a bola rebatida, trazendo-a ao lançador antes que o atacante chegue à primeira base ou passe por todas. Se o defen- sor passar a bola para o lançador antes que o atacante chegue à base, este estará eliminado. Se os demais atacantes estiverem em deslo- camento, ou seja, se estiverem fora das bases quando a bola chegar ao arremessador, eles também serão eliminados. É importante que você, professor, deixe bem flexível a forma como o atacante rebaterá a bola. Deixe livre a definição em relação a cer- tas ações, como a direção da rebatida da bola, o número de tentativas de rebatida, o número de participantes em cada equipe, a forma de fechamento das bases para que o atacante seja eliminado etc. Enfatize a dinâmica do jogo e estabeleça o confronto com a atividade anterior, o jogo de taco. Proponha que o grupo identifique a dife- rença na complexidade das ações entre os dois jogos e o nível de competição. Etapa 3 – “Base quatro com regras fixas” Proponha o mesmo jogo, mas, desta vez, determinando as regras e a maneira de jogar. Na equipe defensora, devem existir alunos res- ponsáveis por buscar as bolas rebatidas longe do grupo (esses devem ser previamente esco- lhidos). Outro grupo de alunos deve ficar mais próximo do quadrado formado pelas bases. Esse grupo terá o objetivo de receber a bola lançada pelo primeiro (mais distante), passan- do-a para o arremessador, para que ele feche as bases. As bases serão fechadas a partir do mo- mento em que o arremessador receber a bola. Cada membro da equipe que ataca tem apenas três chances de rebater uma bola boa lançada pelo arremessador. Nesse ponto, você, professor, poderá determinar qual bola é con- siderada boa para o rebatedor. Caso a equi- pe que estiver atacando tenha três jogadores 18 eliminados – seja porque o rebatedor não con- seguiu rebater três bolas boas, seja porque foi eliminado a partir do fechamento da base –, perderá o direito de atacar. Enfatize as regras e não as flexibilize. Pro- ponha, ao final, uma reflexão sobre os limites que as regras impõem aos jogadores e a neces- sidade de melhor desempenho para a execu- ção das ações. Utilize o exemplo do rebatedor que necessariamente deve rebater uma bola boa. Para que isso ocorra, os jogadores preci- sam de muito treino e aperfeiçoamento na téc- nica de rebater (técnica do alto rendimento). Mencione também o posicionamento dos jo- gadores de defesa (aqueles mais distantes e os mais próximos do arremessador), reforçando a necessidade de interação perfeita entre eles. Elenque as principais características do es- porte de rendimento e as principais caracterís- ticas do jogo. Nesse ponto, é importante que você, professor, apresente aqueles aspectos que diferenciam o jogo do esporte: (1) a liber- dade de ação; (2) a improdutividade/produti- vidade de tais ações; (3) a dimensão lúdica; (4) a flexibilização ou não das regras; (5) o espaço de sua realização; e (6) o tempo de realização. Proponha a discussão dessas características a partir dos três jogos vivenciados. Professor, solicite aos alunos que assinalem com V ou F as questões apresentadas na se- ção “Você aprendeu?”, no Ca- derno do Aluno. Assinale as informações com V (verdadeira) ou F (falsa). 1. No jogo, as regras são flexíveis e podem ser definidas pelos participantes. ( V ) 2. Nos esportes de competição ou de rendimen- to, o tempo da partida não é definido, varia de acordo com o interesse dos jogadores. ( F ) 3. O jogo de peteca está associado ao esporte handebol. ( F ) 4. No esporte praticado como lazer, os par- ticipantes jogam a sério, seguindo regras, mas geralmente sem árbitros. As diferen- ças são decididas entre os próprios joga- dores, para continuarem a partida. ( V ) 5. O jogo vinte e um está associado ao espor- te basquetebol. ( V ) Etapa 4 – Construindo os conceitos de jogo e esporte Proponha aos alunos uma discussão, bus- cando fazer que reflitam sobre as principais características das três atividades desenvol- vidas, relacionando-as com o esporte. Pro- ponha a elaboração, em conjunto, de um quadro que contenha as principais diferen- ças e semelhanças entre jogo e esporte. Na construção do quadro, sugira que os alunos pensem nas variáveis intervenientes das três atividades, como: (1) diferenças nas regras; (2) diferenças em relação ao espaço; (3) diferenças no tempo de jogo; (4) vestimentas necessárias para a atividade; (5) necessidade de arbitragem. Essas variáveis são excelentes parâmetros para a discussão e a construção do quadro, o que facilitará o entendimento, por parte do grupo, das diferenças conceituais entre jogo e esporte. Professor, coordene a pesquisa com os alunos organizados em grupos, referente às práticas de jogo e esporte e, em seguida, 19 Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 2 solicite que registrem o resultado no quadro presente na seção “Pesquisa em grupo”, no Caderno do Aluno. Vimos que há diferenças entre o jogo e o esporte. Mesmo quando falamos no espor- te, há diferenças entre o que praticamos na praia, na rua, na praça e aquele praticado no clube ou pelo “time do coração”, por exemplo. Quem quer ver o seu time perder? Mesmo que você não torça por nenhum time específico, você gostariade ver qual- quer seleção brasileira perder? Não importa a modalidade esportiva (voleibol, futebol ou outra), ninguém quer ver a representação de seu país perder, não é verdade? Forme um grupo com seus colegas e, jun- tos, discutam as questões referentes às prá- ticas de jogo e esporte do quadro a seguir. Pesquisem em sites, revistas e livros e/ou con- versem com amigos para buscar as respostas. Taco ou bets “Base quatro” Beisebol a) Em que local se realiza? Qualquer espaço (rua, praça, campo). Espaço amplo. Campo de beisebol. b) Com quantas equipes e quantos jogadores? Jogam duas duplas: uma ataca, enquanto a outra defende. Dividir os interessados no jogo em duas equipes com o mes- mo número de jogadores. Duas equipes de nove jogadores. c) Qual é o objetivo e como é jogado? O objetivo é fazer a maior quantidade de pontos possível. A resposta pode variar porque a quantidade de pontos e a for- ma de jogar são definidas pelos jogadores. O objetivo é conquistar as quatro bases, tocando-as com os pés. A resposta pode variar quanto à forma de jogar. O objetivo é correr as quatro bases para marcar um ponto. Quanto à forma de jogar, as equipes se revezam no ataque e na defesa. Vence quem al- cançar maior número de pon- tos ao longo de nove innings (rodadas). d) Qual o tipo de equipamento utili- zado? Tacos, bolas e garrafa PET ou outro objeto para derrubar (por exemplo, latas ou estacas de madeira). Tacos, bastões, bolas e bases (demarcadas no chão). Tacos ou bastões de beisebol, bolas de beisebol, luvas, pro- teção para receptor, capacete para rebatedor, bases. e) Que tipo de vestimenta se usa para jogar? Do dia a dia. Do dia a dia. Chuteiras com travas, uniforme (camiseta, camisa com numera- ção, calça, meia, boné). f) Precisa de árbitros? Não. Não. Sim. g) É jogo ou esporte? Jogo. Jogo. Esporte. 20 ATIVIDADE AVALIADORA Observe os alunos durante o desenvol- vimento da Situação de Aprendizagem, avaliando suas ações e o modo como se en- volvem e expõem sua compreensão a respeito das atividades. Analise as decisões tomadas pelo grupo ao longo do trabalho, as ações realizadas e as diferentes negociações ocor- ridas em relação às regras. Avalie o envolvi- mento do grupo na atividade de elaboração do quadro que diferencia jogo de esporte. Ao longo da realização das atividades, proponha a redação de textos-síntese sobre aquilo que foi trabalhado e discutido durante as aulas ou faça questionamentos orais aos alunos, individualmente ou em grupo, como forma de checar sua compreensão. Ao longo das situações de aula, procure apresentar algumas questões, como: Quais foram as características das ativida- des desenvolvidas? Dessas características, quais são semelhan- tes e quais são diferentes? Como podemos conceituar e entender o jogo do ponto de vista dos praticantes? Como podemos conceituar e entender o esporte do ponto de vista dos praticantes? Como podemos diferenciar jogo de esporte? Professor, solicite aos alunos que escrevam, na coluna da direita, o nome associado aos jogos descritos na coluna da esquerda, presente na seção “Lição de casa”, no Caderno do Aluno. Você já notou que há jogos que se parecem com os esportes a que assistimos na TV, nos clubes ou nos campos? Você já vivenciou e aprendeu vários jogos e modalidades esporti- vas ao longo de sua vida escolar, especialmen- te a partir da 5a série/6o ano. 1. Na tabela a seguir, na coluna da esquerda, você encontrará uma breve descrição de al- guns jogos. Escreva, na coluna da direita, a que modalidade esportiva esses jogos podem ser associados. Na “Pesquisa em grupo”, vo- cês pesquisaram o jogo de taco, que pode ser associado ao beisebol porque tem movimen- tos utilizados nessa modalidade, como arre- messar a bola, rebater, correr para alcançar a base antes da recuperação da bola etc. Agora, vamos à “Lição de casa”! Bom trabalho! Jogo Esporte Câmbio: duas equipes de nove jogadores cada uma (formando três linhas de três jogadores – frente, meio e fundo), utilizando como quadra um retângulo dividido ao meio por uma rede ou corda elástica. O jogador de uma das equipes inicia lançando (saque) a bola para a outra equipe, gritando “câmbio”. Nesse momento, ele e seus colegas de equipe reali- zam o rodízio de posição. A bola não poderá ser lançada na área dos 3 metros. A outra equipe deverá pegar a bola (segurá-la), executar de um a três passes entre os seus jogadores e devolvê-la para a outra equipe, gri- tando “câmbio” e fazendo o rodízio de posição. Os jogadores não podem saltar para passar a bola. Será ponto sempre que a bola cair ao chão, os jogadores errarem – dentro ou fora dos limites da quadra – o número de passes, não fizerem o rodízio corretamente ou a bola arremessada não passar por cima da rede ou da corda. Voleibol. 21 Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 2 Jogo Esporte Torrebol ou bola ao capitão: duas equipes; um apanhador de cada equi- pe sobre uma superfície mais alta (plinto, cavalo) no campo adversá- rio. A bola deve chegar às mãos do apanhador por meio de um passe convertendo o ponto. As equipes tentam impedir que a bola chegue às mãos do apanhador adversário. Basquetebol. Vinte e um: geralmente um contra um ou de dois a quatro jogadores por equipe; uma cesta e meia quadra. Os jogadores driblam, passam a bola en- tre si e procuram acertá-la na cesta. Vence a equipe que converter primeiro 21 pontos. As demais regras são definidas entre os participantes. Basquetebol. Caixabol: duas metas (caixote vazado ou plinto) e duas equipes. Os jogadores devem tocar a bola com os pés, procurando passá-la no vão do caixote. Cada equipe deve impedir que o time oponente passe a bola no seu próprio caixote. Futebol/futsal. Queimada: duas equipes; uma área retangular dividida ao meio é usada como quadra. Jogadores dispostos nas duas meias quadras, e apenas um na linha de fundo da meia quadra oposta. Um jogador de uma equipe inicia o jogo arremessando uma bola ao campo contrário com o propósito de acertá-la (“queimar”) em algum adversário. Se o jogador for queimado, passa para o fundo da quadra, e o colega que estava lá se junta aos demais membros da equipe. A partir do segundo jogador “queimado”, não haverá mais troca entre os jogadores que estão no fundo da quadra e os que estão na meia quadra. Se a bola for pega pelo adversário, esse jogador tentará “queimar” alguém da outra equipe, e assim sucessivamente. As demais regras são definidas pelos participantes: que região do corpo é “fria”, por exemplo. Vence a equipe que conseguir “queimar” todos os jogadores da equipe adversária primeiro. Handebol. Jogo das quatro cestas: duas cestas em cada campo, em lados opostos; quatro equipes. Cada equipe defende uma cesta e ataca na oposta. Ao sinal, as equipes trocam de cesta no sentido que for indicado (horário ou anti-horário). Se a equipe acerta na cesta adversária, faz 2 pontos; se o faz na sua própria cesta, perde 1 ponto. Basquetebol. Peteca: duas equipes; um retângulo dividido ao meio com uma rede ou corda elástica é usado como quadra. Um dos times começa sacando a peteca, e esta deve cair dentro do limite da quadra do adversário, que precisará rebatê-la, passando-a até três vezes entre seus colegas de equipe e devolvendo-a para a equipe que a sacou ou rebatendo-a de volta diretamente. Se a equipe que receber o saque deixar a peteca cair, será ponto para a adversária. Se a equipe que sacou errar na rebatida da peteca, haverá rodízio da equipe que recebeu o saque. As demais regras são decididas pelo grupo, definindo-se o que é permitido ou não. Voleibol. 22 2. Registre na tabela a seguir as diferenças que existem entre jogo e esporte. Lembre-se da Livros BRACHT, Valter. Sociologia crítica do espor- te: uma introdução. 3. ed. Ijuí: Unijuí, 2005. Faz uma síntese das principais teorias socioló- pesquisa que foi feita sobre o jogo de taco, o jogo “base quatro” e obeisebol. Quadro-resumo: diferenças entre jogo e esporte Diferenças Jogo Esporte Regras Determinadas pelos jogadores. Flexíveis ou adaptadas. Determinadas pelas federações internacionais. Rígidas. Espaço Livre. Adaptado. Precisa atender às condições exigidas pela mo- dalidade. Medidas estabelecidas e predeterminadas. Tempo (duração) Flexível. Variado. Segue as determinações das regras oficiais. Rígido. Vestimentas Variadas. Uniformes determinados pelas regras. Arbitragem Não é obrigatória. Obrigatória. Professor, espera-se que o aluno consiga minimamente res- ponder a algumas das questões relacionadas às diferenças entre jogo e esporte. O quadro acima é apenas um indicativo de pos- sibilidades e poderá ser ampliado e aprofundado em suas aulas. PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, alguns alunos po- derão não apreender os conteúdos ou deixar de desenvolver as habilidades da forma es- perada. É necessário, então, elaborar outras Situações de Aprendizagem em que os concei- tos de jogo e esporte possam ser percebidos e problematizados. Essas situações devem ser diferentes daquela que gerou dificuldade para os alunos. Tais estratégias podem ser desen- volvidas durante as aulas ou em outros mo- mentos e envolver todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Podem ser, por exemplo: pesquisas em sites ou outras fontes para posterior apresentação; relatos de vivências fora do contexto esco- lar que permitam identificar as semelhan- ças e diferenças entre jogo e esporte. RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA gicas do esporte, buscando contribuir para a construção de uma visão crítica a respeito do fenômeno esportivo. 23 Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 2 CHATEAU, Jean. O jogo e a criança. 4. ed. São Paulo: Summus, 1987. Busca mostrar as rela- ções entre o jogo e a infância, demonstrando o papel central do jogo para a criança. HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 7. ed. São Paulo: Perspectiva, 2012. Apresenta o jogo como fe- nômeno cultural, enfocando-o a partir de uma perspectiva filosófica, histórica e antropológica. KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2011. A autora organiza uma série de artigos que buscam demonstrar como as ações de brincar e jogar são constru- ções históricas relacionadas à humanidade e à educação; nesse sentido, essas ações assumi- riam diferentes significados, como recreação, atividade inútil etc. Artigos PRODÓCIMO, Elaine; CAETANO, Ales- sandra; SÁ, Carolina Strausser de; SANTOS, Fernanda Albejante Gomes dos; SIQUEIRA, Jaqueline Cristina Ferreira. Jogo e emoções: implicações nas aulas de educação física esco- lar. Motriz. Rio Claro, v. 13, n. 2, p. 106-114, abr./jun. 2007. Disponível em: <http://www. periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/ motriz/issue/view/553>. Acesso em: 1 abr. 2014. Discute as manifestações emocionais que são geradas no jogo, buscando fornecer maior en- tendimento sobre a atuação do professor em relação a elas. SILVA, Alexandre Batista; CHAVEIRO, Egui- mar Felício. O jogo de bola: uma análise socio- espacial dos territórios dos peladeiros. Pensar a Prática. Goiânia, v. 10, n. 1, p. 1-14, jan./jun. 2007. Disponível em: <http://www.revistas.ufg. br/index.php/fef/article/view/202/1231>. Aces- so em: 12 nov. 2013. Analisa as territorialida- des de peladeiros de Goiânia. Para os autores, a pelada retiraria a intencionalidade do futebol profissional, visto que, para os peladeiros, as regras, os locais e os horários estariam em se- gundo plano. O importante seria o momento de sociabilidade dos jogadores. STIGGER, Marco Paulo; SILVEIRA, Raquel da. A prática da “bocha” na Soeral: entre o jogo e o esporte. Movimento. Porto Alegre, v. 10, n. 2, p. 39-55, maio/ago. 2004. Disponível em: <http:// www.seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/ view/2839/1452>. Acesso em: 12 nov. 2013. Os autores discutem a relação entre jogo e es- porte, a partir da prática do jogo de bocha, problematizando se ela estaria inserida no contexto do jogo ou do esporte. Site Laboratório de brinquedos e materiais peda- gógicos da Faculdade de Educação da USP. Disponível em: <http://www.labrimp.fe.usp. br/?action=historico>. Acesso em: 12 nov. 2013. Traz um inventário de jogos e brincadei- ras tradicionais, elencando jogos de bola, de locomoção, contos e fábulas, cantigas, jogos verbais e outros. Apresenta também uma vasta bibliografia sobre a temática dos jogos. 24 TEMA 2 – ESPORTE – MODALIDADE “ALTERNATIVA” OU POPULAR EM OUTROS PAÍSES: BEISEBOL O beisebol é uma das principais moda- lidades esportivas praticadas no mundo, principalmente nos Estados Unidos da Amé- rica. Esse esporte também se popularizou em Cuba, no Japão, em Porto Rico, na Venezuela e em vários outros países da América Central e do Caribe. A partir das últimas décadas do século XIX, essa modalidade difundiu-se dos Estados Unidos para várias partes do mundo, ganhando milhares de praticantes. O beisebol foi criado por Abner Doubleday, nos Estados Unidos, em 1839. Há quem diga que o esporte tem raízes na Inglaterra, e que já em 1700 era praticado por jovens nos fins de semana. O beisebol foi levado ao Japão pelos professores norte-americanos Holles Wilson e Madjett, que lecionavam na Universidade de Tóquio, em 1873. Depois disso, o esporte passou a ser difundido pela América Central e pela Europa, ganhando muitos adeptos e pra- ticantes pelo mundo afora (OI, 1996). Sabe-se que o beisebol foi introduzido no Brasil por americanos que trabalhavam em empresas como a antiga Light e a Companhia Telefônica, e também pelos funcionários do Consulado Geral dos Estados Unidos, que praticavam a modalidade como forma de la- zer aos fins de semana. Oi (1996) relata que, já na década de 1920, existia uma liga de bei- sebol comandada por um diretor da Compa- nhia Telefônica. Apesar de não serem os que trouxeram o beisebol ao nosso país, os japoneses foram os grandes responsáveis pela sua difusão em terras brasileiras. Devido a esse processo, grande par- te dos ídolos brasileiros é descendente de japo- neses, o que é motivo de alegria para a grande população japonesa aqui residente. A intensificação do processo de imigração ja- ponesa, ocorrida entre as décadas de 1920 e 1940, fez que a prática do beisebol se disseminasse para diferentes regiões do Brasil. Por isso, a prática desse esporte, acompanhando o trabalho agríco- la dos imigrantes, deu-se inicialmente em zonas rurais, com muitas dificuldades, porque não ha- via a estrutura necessária para o seu desenvol- vimento. Depois desse primeiro momento – em que ocorria a improvisação dos materiais de jogo, como luvas, vestimentas e bastões –, a prática do esporte passou a tomar o caminho das grandes cidades, a partir de 1950 (OI, 1996). A difusão do beisebol acompanhou as estra- das de ferro que foram construídas para facilitar o escoamento da produção de café, partindo principalmente de São Paulo, por meio das fer- rovias Noroeste, Paulista e Sorocabana, nomes que também figuraram nas primeiras ligas desse esporte. Dessas estradas, o beisebol foi difundi- do e passou a ser praticado em outros estados, como o Paraná (OI, 1996). O Brasil detém títulos de campeão mundial júnior (1993) e vice-campeão mundial júnior (1995) de beisebol. A cada ano, a modalidade vem se desenvolvendo, permitindo melhores atuações das seleções de base e da principal nos campeonatos que disputam. Atualmente, no Brasil, existem cerca de 50 equipes de beisebol distribuídas pelas federações estaduais, totali- zando aproximadamente 3 mil atletas. Dinâmica geral do beisebol Para entendermos como se pratica o beisebol, é preciso conhecer algumas de suas principais características. A primeira delas é que, nesse es- porte, cada equipe temseus tempos de ataque e defesa separados. A partida somente acaba quan- 25 Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 2 do é completada a disputa de nove ataques e nove defesas. Cada conjunto de ataque/defesa é deno- minado inning, o que seria equivalente ao set do vôlei, e cada equipe deve ter nove jogadores. Objetivo do jogo e suas principais regras A equipe que ataca possui os seguintes jogadores: (A) rebatedor e (B) corredores. O objetivo da equipe do ataque é marcar mais pontos/corridas. Um ponto/corrida é marca- do quando um jogador do ataque consegue percorrer todas as quatro bases do campo antes do término do inning. Não é neces- sária a passagem do jogador por todas as bases de uma só vez. Ele pode avançar uma ou mais bases por vez. O rebatedor (batter) deve rebater a bola lançada pelo arremessador (pitcher) dentro dos limites do campo o mais longe que conseguir, para, em seguida, correr O campo de beisebol tem uma área equi- valente a ¼ de um círculo com 120 metros de raio. Essa área é dividida em duas partes: o jardim externo e o interno. na direção da primeira base antes que o de- fensor da primeira base receba a bola e pise na base. Se o rebatedor chegar à primeira base, passa a se chamar corredor (runner). O objetivo do corredor é conquistar as próxi- mas bases até chegar à principal (home base), quando marca 1 ponto ou corrida (run) para a sua equipe. O rebatedor que conseguir a proeza de rebater uma bola para fora da linha circular que delimita o jardim externo, e dentro dos limites das linhas laterais, realiza a jogada denominada home run. Essa jogada dá a ele o direito de percorrer as quatro bases. Linha lateral Linha lateral Primeira baseTerceira base Segunda base Abrigo Home plate Monte do arremessador Figura 6 – Campo de beisebol. © C on ex ão E di to ri al 26 Figura 7 – Jogador fechando a base. Figura 8 – Jogador rebatendo a bola. © T ho m as B ar w ic k/ St on e/ G et ty I m ag es © D av id M ad is on /T he I m ag e B an k /G et ty I m ag es Figura 9 – Posição dos jogadores. © D iv ul ga çã o/ C on fe de ra çã o B ra si le ir a de B ei se bo l e S of tb ol Perde-se o direito ao ataque toda vez que a equipe tiver três jogadores eliminados. A equipe que defende possui os seguintes jogadores: (A) jardineiros externos (direito, central e esquerdo), (B) jardineiros internos (defensor da primeira base, defensor da segunda base, defensor da ter- ceira base, defensor da quarta base ou receptor) e, entre a segunda e a terceira bases, existem ain- da o interbases e (C) o arremessador. O objetivo da equipe que defende é evitar que a outra marque pontos, tentando elimi- nar os jogadores. O jogador é eliminado se não conseguir rebater três bolas boas ou se o corredor não conseguir chegar antes do defensor à base a que está se dirigindo. O jardim externo é a parte do campo em que três jogadores de defesa se localizam: o jardineiro direito (right fielder), o jardi- neiro esquerdo (left fielder) e o jardinei- ro central (center fielder). Esses jogadores são os responsáveis por capturar as bolas que forem rebatidas para lá. Se a bola for 27 Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 2 capturada no ar, o rebatedor estará auto- maticamente eliminado. Assim, a principal característica desses jogadores é serem cor- redores muito velozes. O jardim interno é a área onde estão loca- lizadas as bases, cada qual defendida por um jogador, sendo que, entre a segunda e a ter- ceira bases, é posicionado um quinto jogador, chamado de interbases. A função dele é rece- ber a bola passada pelos jardineiros externos e fechar as bases ou, ainda, capturar as bolas diretamente rebatidas pelos rebatedores que vierem em sua direção, impedindo que os ata- cantes se desloquem para as bases seguintes. A base principal (home plate) localiza-se na extremidade central e interna do campo. É o lugar onde ficam o jogador chamado de receptor (catcher), o juiz principal e o rebatedor (batter). A primeira base locali- za-se na extremidade direita do quadrado, e nela encontra-se o defensor da primeira base. A segunda base localiza-se na parte central interna oposta à base principal, e nela encontra-se o defensor da segunda base. A terceira base localiza-se na parte esquerda do quadrado formado pelas quatro bases. Nela, existe outro defensor. Figura 10 – Jogador correndo entre as bases. © 2 /O ce an /C or bi s/ L at in st oc k © D iv ul ga çã o/ C on fe de ra çã o B ra si le ir a de B ei se bo l e S of tb ol Figura 11 – Posição dos jogadores da defesa. 28 O receptor (catcher) e o arremessador (pitcher) são considerados os jogadores mais importantes de uma equipe. O arremessador fica no centro do quadrado formado pelas ba- ses, em uma região um pouco elevada em re- lação às demais áreas do campo. Dessa dupla é a função de impedir que haja uma boa reba- tida. O receptor comanda as bolas e determi- na como elas deverão ser arremessadas – se a bola deve ser curva, rápida ou lenta. A du- pla varia a maneira do arremesso para tentar enganar o rebatedor, deixando-o confuso em relação ao tipo de bola que será arremessada. Figura 12 – Atleta capturando a bola. Após três tentativas frustradas do rebate- dor de rebater uma bola arremessada, ele esta- rá eliminado. O arremessador tem o direito de jogar três bolas ruins para o rebatedor; se ele lançar uma quarta bola ruim, o rebatedor ad- quire o direito de passar para a primeira base. O rebatedor pode rejeitar até duas bolas boas. O árbitro é quem considera as bolas boas ou ruins, a partir da visualização da zona de strike. Essa zona é a área compreendida, na altura, pela região entre o peito e os joelhos do rebatedor e, na largura, pela área da base localizada à frente do receptor (home plate). Após conhecermos a dinâmica e as prin- cipais regras do jogo de beisebol, vamos discuti-las a partir dos seus princípios opera- cionais de ataque e defesa. © D av id M ad is on /S to ne /G et ty I m ag es Beisebol: dos princípios operacionais ao jogo Em volumes anteriores, e desde a 5a série/ 6o ano do Ensino Fundamental – Anos Fi- nais, já foi apresentado o processo de ensino e aprendizagem dos esportes coletivos, a par- tir dos princípios operacionais propostos por Bayer (1994). Essa abordagem contrapõe-se ao ensino tradicional do esporte, que prioriza a prática isolada das técnicas e dos fundamen- tos dos esportes coletivos. Na abordagem aqui defendida, o objetivo é a construção, por parte do aluno, do enten- dimento sobre a dinâmica tática dos esportes. Essa dinâmica é proposta a partir de situações- -problema que ocorrem no próprio jogo formal. Figura 13 – Zona de strike. Por isso, é necessário trazer à cena nova- mente o que se entende por técnica e tática. A técnica é visualizada como um conjunto de modos de fazer ou de realizar determinada prá- tica relacionada ao esporte, ao passo que a táti- ca equivale às razões para aquela determinada ação ou conjunto de modos de fazer. A técnica e a tática estão relacionadas, e uma depende da outra. Nesse sentido, o que deve ser realizado numa situação de jogo (a técnica) é constante- mente mobilizado pelas exigências da situação (a tática) do jogo. © A m w el l/T he I m ag e B an k/ G et ty I m ag es 29 Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 2 Retomemos, então, os “princípios opera- cionais” propostos por Bayer (1994, p. 99 e p. 117), buscando estabelecer relações com o ensino do beisebol. São eles: Em situação de ataque: 1. conservação da posse da bola; 2. progressão da bola e da equipe em dire- ção ao alvo adversário; 3. finalização em direção ao alvo; Em situação de defesa: 1. recuperação da posse de bola; 2. contenção da bola e da equipe adversá- ria em direção ao próprio alvo; 3. proteção do alvo. Quando pensamos nesses princípios para o ensino do beisebol,devemos nos ater à dinâmi- ca da modalidade. Como vimos, no beisebol, o ataque é realizado por apenas uma equipe. Se a equipe que defende não conseguir provocar o erro dos adversários, deverá esperar até que os nove atacantes realizem suas respectivas rebati- das, para só então passar a atacar. O princípio operacional de ataque “con- servação da posse de bola” aplicado no beise- bol deve ser analisado de forma diferenciada. Vimos que existem três alvos secundários que precisam ser conquistados (a primeira, a segunda e a terceira bases) e o alvo principal; além disso, o objetivo do atacante/rebatedor é rebater a bola o mais longe possível dentro dos limites da quadra. Por isso, esse princípio pode ser visualizado como a forma ou a ma- neira de manter a bola o mais longe possível das bases. Como num jogo de beisebol a reba- tida ocorre a partir do tipo de arremesso rea- lizado, esse princípio depende de um amplo repertório de rebatidas – modos de fazer – dos jogadores que realizam essa função. Outro princípio importante a ser problema- tizado é a “progressão da bola e da equipe em direção ao alvo adversário”. Como os alvos são as bases, estratégias precisam ser criadas para que os jogadores de uma mesma equipe progri- dam em sincronia. Esse princípio pode ser tra- balhado a partir de diferentes tipos de rebatida, seguido de diferentes formas de deslocamentos dos atacantes. Diferentes sentidos, velocidades e distâncias de rebatidas da bola devem ser traba- lhados, para que rebatedor e corredores possam saber quando e como se deslocar a fim de que não sejam eliminados pela defesa. A “finalização em direção ao alvo” está amplamente relacionada com os outros dois princípios operacionais, pois, sem uma boa rebatida e um bom e rápido deslocamento dos atacantes (de acordo com o tipo de rebatida), a finalização da jogada estará prejudicada. Nesse sentido, para o processo de ensino e aprendizagem do beisebol, a proposição de atividades que coloquem em prática os três princípios deve ser privilegiada. É muito im- portante fazer que os seus alunos construam ou entendam essas questões técnico-táticas do beisebol ao longo das Situações de Apren- dizagem. Para isso, sempre que necessário, pare a atividade e tente perceber os diferentes entendimentos dos alunos sobre o que está sendo realizado. Os três princípios operacionais de defesa – “recuperação da posse de bola”, “contenção da bola e da equipe adversária em direção ao próprio alvo” e “proteção do alvo” – dependem de algumas ações fundamentais por parte da equipe defensora, quais sejam: a equipe somente adquire o direito de atacar após provocar o erro do rebatedor e quando os corredores não chegam às bases seguin- tes. O erro pode ser provocado principal- 30 mente a partir do bom entrosamento e de- sempenho da dupla receptor-arremessador. Para a dupla, o repertório de diferentes for- mas de arremesso é tão importante quanto a sequência escolhida para a sua realização (arremessos curtos, rápidos e com curvas, ou ainda alternância de bolas boas e ruins), visando a confundir o rebatedor; outra forma de recuperar o ataque é a cria- ção de linhas de passes que promovam a circulação mais rápida da bola para a base em direção à qual o corredor ou o rebate- dor esteja se deslocando. Somente com a tentativa de dificultar a rebatida do atacan- te da equipe adversária é que o objetivo da defesa pode ser alcançado e os três princí- pios poderão ser colocados em prática. Nessa perspectiva, propõe-se aqui que o processo de ensino e aprendizagem do beise- bol leve em consideração os níveis de relação de complexidade crescente, conforme pro- postos por Garganta (1995, p. 21): “eu-bola”, “eu-bola-colegas”, “eu-bola-alvo”, “eu-bola- -colegas-alvo” e “eu-bola-colegas-adversá- rios-alvo”. É importante ressaltar que, como é difícil separar os princípios operacionais, as Situações de Aprendizagem sugeridas a seguir combinam alguns desses princípios, tanto os de ataque como os de defesa. Possibilidades interdisciplinares Professor, o beisebol pode ser trabalhado com a história da imigração japonesa para o Brasil, possibilitando uma abordagem integrada com as disciplinas de História, Geografia, Arte, Língua Por- tuguesa e Língua Estrangeira, especialmente nas escolas de regiões onde é forte a presença japonesa. Converse com os professores responsáveis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa facilitará a compreensão dos conteúdos pelos alunos de forma mais global e integrada. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 FAMILIARIZAÇÃO COM O BEISEBOL Nesta Situação de Aprendizagem, preten- de-se propiciar para alguns alunos o primei- ro contato com o beisebol, apresentando seu objetivo, suas principais regras e o processo histórico de sua consolidação. Os alunos, em grupos, levantarão informações sobre diversos aspectos do beisebol, que serão apresentadas em aula. O professor destacará os aspectos mais importantes para a compreensão da mo- dalidade, em termos do seu processo histórico e da dinâmica geral do jogo: posições e fun- ções dos jogadores, como jogar etc. Sugere-se, quando possível, a exibição em vídeo de uma partida oficial de beisebol. Conteúdo e temas: principais regras do beisebol; dinâmica geral do beisebol – ataque/defesa, funções dos jogadores; processo histórico do beisebol. Competências e habilidades: identificar o objetivo do beisebol e suas principais regras, reconhe- cendo-as na dinâmica do jogo; relacionar a introdução e a disseminação do beisebol no Brasil com seu processo histórico de surgimento e consolidação; identificar e caracterizar a dinâmica básica do esporte, em termos de ataque/defesa e funções dos jogadores. Sugestão de recursos: pesquisas na internet com elaboração de material para apresentação; vídeo de uma partida de beisebol. 31 Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 2 Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 2 Proponha aos alunos um levantamento de informações sobre o beisebol, em sites e outras fontes, indicadas ou não por você, professor. Organize grupos que pesquisem diferentes aspectos desse esporte: sua histó- ria, jogadores mais conhecidos, principais campeonatos, formas de jogar e posições, en- tre outros. As informações levantadas serão apresentadas em aula. Essa é uma importante iniciativa para que os alunos se familiarizem com a modalidade. A partir das exposições dos alunos, destaque os aspectos mais impor- tantes do processo histórico do beisebol, em especial de sua chegada e difusão no Brasil. Procure auxiliá-los nas explicações sobre a dinâmica desse esporte: a movimentação dos jogadores, a intenção da equipe que ataca e a intenção da que defende, a ocupação do es- paço e o deslocamento dos jogadores. Quando possível, exiba aos alunos um ví- deo de uma partida oficial de beisebol, pro- curando reconhecer, com eles, as principais características da modalidade e seus princí- pios básicos (de ataque e defesa), bem como as diferentes posições e disposições dos joga- dores no espaço. Professor, solicite aos alunos que assinalem a alternativa correta das questões presentes na seção “Para começo de conversa”, no Caderno do Aluno. © D ym am ic G ra ph ic s/ L at in st oc k Durante os intervalos das aulas, quan- do você está pensando em se divertir ou em algo para fazer depois da aula ou nas férias, viriam a sua mente pensamentos como esses que você vê na imagem anterior? Será que você pensaria em jogar beisebol? Preste atenção no que acontece quando fa- lamos em esporte. De qual modalidade você se lembra em primeiro lugar? Futebol? Volei- bol? Natação? Faça o teste com algum amigo e peça que ele lhe diga em qual pensou. Veja o que acontece. Existem muitas modalidades esportivas, co- letivas e individuais, pouco divulgadas ou não muito populares no Brasil, mas que são muito difundidas e apreciadas em outros países. 32 O beisebol é uma dessas modalidades. Você sabia que ele éuma das modalidades es- portivas mais praticadas no mundo? Procure responder, com seus colegas, às questões que se seguem. Anote quantas vocês acertaram e veja o que sabem sobre o beise- bol. Ao término deste tema, repitam o teste e vejam o quanto aprenderam. 1. O beisebol foi criado em que país? ( ) Inglaterra. ( X ) Estados Unidos. ( ) Japão. 2. No Brasil, o beisebol foi difundido princi- palmente pelos: ( ) ingleses. ( ) estadunidenses. ( X ) japoneses. 3. O Brasil, até 2014, foi campeão mundial na modalidade: ( ) uma vez. ( X ) duas vezes. ( ) três vezes. 4. O beisebol é praticado por duas equipes, cada uma composta de: ( ) 6 jogadores. ( X ) 9 jogadores. ( ) 12 jogadores. 5. O rebatedor e os corredores são integrantes: ( X ) da equipe atacante. ( ) da equipe que defende. ( ) de equipes diferentes. 6. O arremessador e os jardineiros são inte- grantes: ( ) da equipe atacante. ( X ) da equipe que defende. ( ) de equipes diferentes. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 CONSTRUÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DO JOGO DE BEISEBOL Esta Situação de Aprendizagem visa a cons- truir a dinâmica técnico-tática do beisebol a partir de seus princípios operacionais de defesa e ataque, propondo diferentes níveis de relação dos alunos com os materiais necessários ao de- senvolvimento do jogo, com as formas de jogar e com a interação entre os jogadores. Os alunos vivenciarão sucessivas etapas, de complexidade crescente, desde o contato com o material uti- lizado no beisebol e as funções dos jogadores, passando pelas ações de defesa e ataque, até chegar à realização de jogos reduzidos. Conteúdo e temas: princípios técnicos e táticos do beisebol. Competências e habilidades: identificar e reconhecer os princípios técnico-táticos do beisebol, apli- cando-os em situações reduzidas de jogo; compreender a dinâmica tática do beisebol, realizando ações de defesa e de ataque. Sugestão de recursos: bolas de borracha, de tênis e de beisebol; tacos de madeira ou bastões de beisebol e giz (para o desenho das bases). 33 Educação Física – 8a série/9o ano – Volume 2 Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 3 Etapa 1 – “Eu-bola” Nesta etapa, procure familiarizar o alu- no com os materiais utilizados (bola e taco/ bastão) no beisebol. Proponha diferentes vivências a serem realizadas individual- mente pelos alunos, envolvendo a ação de rebatida da bola e sua recepção em diferen- tes situações. Possibilite a realização das vivências com bolas de diferentes pesos e tamanhos, mas que possam ser recepciona- das com uma das mãos. Etapa 2 – “Eu-bola-colegas” Proponha situações em que haja movimen- tação entre os alunos e circulação da bola. Po- dem ser feitas troca de passes, em dupla, trios e grupos maiores. Passes e recepções de diferen- tes distâncias e com graus de dificuldade são ações importantes a serem vivenciadas pelos alunos como forma de se familiarizarem com situações de defesa. Podem ser propostas, tam- bém, vivências de lançamentos, seguidas de re- batidas e deslocamentos (corridas), simulando a situação de ataque. O objetivo dessas vivências é propor a ex- perimentação de situações comuns ao beise- bol, como a circulação da bola por meio de passes e recepções que visam ao fechamento das bases (deslocamento dos defensores); a situação de lançamento e rebatida seguida de deslocamento em direção à base (deslocamen- to dos atacantes); e também o deslocamento sincronizado entre os corredores pelas bases (deslocamento dos atacantes). Etapa 3 – “Eu-bola-alvo” Nesta etapa, o objetivo das vivências é o deslocamento individual, tanto de defensores como de atacantes. A sua intenção é a de deslo- car-se pelas quatro bases após uma rebatida (si- tuação de ataque), assim como a de deslocar-se, a partir do momento em que se pega a bola, em direção às bases (situação de defesa). Proponha diferentes rebatidas, com diferen- tes níveis de exigência, seguidas de deslocamen- tos até as bases. Proponha também diferentes momentos de recepção e deslocamentos indivi- duais em direção às bases, após uma rebatida. Um bom jogo que pode estimular essas ações é o de taco adaptado com quatro bases e jogado apenas com um atacante e um defensor. Assim, quando o rebatedor fizer a rebatida, correrá ten- tando percorrer as quatro bases, ao mesmo tempo que o defensor, após pegar a bola, deslocar-se-á em direção à base, tentando eliminar o atacante. Etapa 4 – “Eu-bola-colegas-alvo” Nesta etapa, a intenção é enfatizar as dinâ- micas de defesa e de ataque: na defesa, a ên- fase deve ser na interação entre os jardineiros externos e os internos, a fim de conquistar o objetivo de fechar as bases, eliminando os ata- cantes; no ataque, ela está na interação entre o rebatedor e os corredores que estão nas bases, já que a situação de dois atletas atacantes na mesma base não pode ocorrer. Alguns exemplos desse nível de relação que podem ser realizados na defesa: troca de passes entre jardineiro externo di- reito e defensor da primeira base, seguida de deslocamento em direção à base; a mesma situação, partindo a bola do jar- dineiro externo direito, mas com a troca de passe entre o defensor da primeira base e o da segunda base, seguida de deslocamento em direção à segunda base; troca de passes entre o jardineiro externo central e o defensor da segunda base, se- guida de deslocamento em direção à se- gunda base; 34 Como no beisebol existe uma sequência de alvos a serem conquistados (no ataque) e defendidos (na defesa), é possível privilegiar separadamente situações em que o objetivo seja apenas um alvo de cada vez, para facilitar a compreensão em relação às ações a serem desenvolvidas para cada alvo, tanto na defesa quanto no ataque. Nesse nível de relação, é indicada a pro- posição de situações de ataque e defesa com diferentes composições (1 × 1, 1 × 2, 2 × 1, 2 × 2, 3 × 2, 2 × 3), variando o número de ba- ses a serem conquistadas e/ou defendidas. As dinâmicas realizadas do jogo de taco e do jogo “base quatro”, apresentadas no Tema 1 deste Caderno, podem auxiliar. Para o 1 × 2, o jogo de taco pode ser uma boa situação de ataque e defesa. Defina o nú- mero de bases a serem percorridas pelo ata- cante após a sua rebatida – por exemplo, três. Após a rebatida, o atacante terá de percorrer as bases visando a alcançar a terceira. En- quanto isso, os dois defensores devem criar situações em que possam trazer a bola em di- reção à segunda ou à terceira base, de modo a impedir o deslocamento do atacante. Essa atividade pode ser reproduzida de diversas maneiras, mudando o número de defensores e atacantes, para mobilizar a percepção dos alunos sobre diferentes estratégias, principal- mente no que se refere aos defensores. Professor, coordene a pesquisa com os alunos organizados em grupos a respeito do beisebol e, em seguida, solicite que comple- tem e relacionem as questões presentes na seção “Pesquisa em grupo”, no Caderno do Aluno. O beisebol é uma modalidade que vem ga- nhando adeptos no Brasil ano a ano. Atual- mente, temos vários campeonatos nacionais e cerca de 3 mil praticantes, distribuídos por vários Estados brasileiros. a mesma situação, partindo a bola do jar- dineiro externo central para os defensores da segunda base, interbase e terceira base, seguindo-se o deslocamento em direção à base (segunda ou terceira); troca de passes entre o jardineiro externo es- querdo e o defensor da terceira base, seguida de deslocamento em direção à terceira base; a mesma situação, partindo a bola do jardinei- ro externo esquerdo para o defensor da tercei- ra base e o defensor da base principal. Alguns exemplos desse nível de relação que podem ser realizados no ataque: após uma rebatida, deslocar-se em direção à primeira base; se o rebatedor verificar que a bola foi longe, deslocar-se de for- ma a conseguir passar pelas quatro bases seguidamente. Caso isso não possa ocor- rer, o rebatedor poderá parar na base que considerar segura para que não seja
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