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Christiano Rodrigues Perdigão Fernando Henrique Moreira da Silva Herculles Vinícius Barcelos Marques Marjorie Juliaci Riff Silva Nilton Antonio do Vale Júnior Rafael Estefano Teodoro Renato Rodrigues Vasconcellos PROJETO INTERDISCIPLINAR Criação de um mini documentário voltado para a situação dos venezuelanos em Belo Horizonte e análise da questão transnacional da Migração Graduação em Jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte JOR2CM Orientador(a): Tacyana Arce Belo Horizonte, Minas Gerais 18 de Junho de 2019 SUMÁRIO Apresentação…………………....……………………………………………………....…. 3 1. Justificativa Social………………………………………………………………………. 4 2. Discussão Teórica…...………………………………………………………………….. 5 2.1 Questões Transnacionais ……………....……………………………………………. 5 2.2 Migrações e Crise na Venezuela…………………………………………………….. 6 3. Resultados……………………………………………………………………………….. 7 3.1 Prints do mini documentário…………………………………………………………...8 4. Considerações Finais…………………….…………………………………………….. 9 5. Referências………………………………………………………………………………10 2 Apresentação: O conceito deste projeto interdisciplinar é ampliar a visão dos alunos acerca das Questões Transnacionais e procurar uma forma para se trabalhar uma delas. Trata-se de Questões Transnacionais os assuntos que podem ser considerados como responsabilidade não só de um único Estado-Nação, mas do mundo. O mundo globalizado atual é plural. Ou seja, os costumes de outros países estão cada vez mais presentes dentro de um Estado-Nação e outro via atividades comerciais e sobretudo da internet. A Questão Transnacional escolhida pelo grupo é a Migração, com ênfase na realidade dos venezuelanos abrigados em Belo Horizonte em decorrência do processo migratório. O objetivo geral deste trabalho é mostrar como, por meio da mídia e suas ferramentas, mostrar as variadas consequências do processo migratório, sobretudo quando este se dá devido alguma situação de conflito político ou civil no país de origem. Com a elaboração de um mini documentário e a construção de um site para divulgar relatos e compartilhar experiências, o jornalismo pode ajudar a modificar e combater essa Questão Transnacional tão antiga: a Migração. O trabalho concentra-se especificamente no que os venezuelanos que estão abrigados em Belo Horizonte, em decorrência da situação política conflituosa que atualmente a Venezuela enfrenta, tem a contar. Por conseguinte à situação política, a situação econômica e social também tornou-se caótica. A inflação atual na Venezuela é de 10000000%, segundo o site oficial do FMI - Fundo Monetário Internacional. A onda de protestos e até mesmo o surgimento de um presidente autoproclamado são apenas alguns exemplos do turbilhão de questões a qual o venezuelano tem de lidar. 3 Assim, o ato de migrar do país tornou-se uma alternativa para muitos venezuelanos. E o Brasil, como uma das nações que fazem fronteira com a Venezuela, é um dos principais destinos migratórios. Logo, compreender o que essas pessoas vivenciaram e apresentar os relatos é o caminho que acreditamos que o jornalismo pode traçar para ajudá-las. A escolha do mini documentário como enfrentamento da Questão Transnacional da Migração foi feita pela ideia conjunta de que o audiovisual pode transmitir histórias com sensibilidade. 1. Justificativa Social: Este trabalho justifica-se socialmente através do fato de que a realidade atual na Venezuela é um problema que reflete no nosso país, o Brasil, que recebe esses imigrantes. Ademais, saber o que as pessoas que estão precisando se adaptar a um ambiente novo estão sofrendo e como lidam com um processo intenso de mudança, é um grande motivo para se trabalhar aspectos importantes para um bom jornalista: a empatia com o próximo, a capacidade de se aproximar dos entrevistados, a responsabilidade em transmitir a verdade e compreender como na prática é o trabalho jornalístico ligado às questões sociais importantes. A migração é uma delas. O maior propósito acadêmico deste trabalho é ampliar o olhar do futuro jornalista. Ter ideias criativas e saber como costurá-las para desenvolver um bom produto acadêmico é o que nos foi proposto desde o início do ano letivo, em Fevereiro de 2019. Procurar combater uma Questão Transnacional, através do jornalismo e seus recursos, é uma ideia ousada e desafiadora. Porém, academicamente, produzir um documentário é um passo muito adequado para o curso e que só tem a enriquecer a carreira de um futuro jornalista. 4 A Venezuela atualmente tem como presidente de fato Nicolás Maduro, sucessor de Hugo Chávez. Segundo o site internacional da BBC, “as imagens recentes mostram um país abalado pela pobreza e pela hiperinflação, enquanto a instalação de um governo paralelo ao do presidente eleito, Nicolás Maduro, intensificou a crise política interna e externa de uma nação cada vez mais isolada diplomaticamente”. Os outros países dividem-se em apoiar o governo de Maduro ou apoiar Juan Guaidó, que se autodeclarou presidente interino da Venezuela em 23 de Janeiro de 2019. O Brasil está entre os países que apoiam Guaidó. Também segundo a BBC, “A crise venezuelana não começou agora. A fome fez os venezuelanos perderem, em média, 11 quilos no ano passado. A violência esvazia as ruas das grandes cidades quando anoitece. E a situação provocou um êxodo em massa para países vizinhos”. Assim, o contexto econômico, social e político no qual os venezuelanos estão vivendo é caótico e incerto. A BBC ressalta ademais que “em agosto (2018), a Organização Internacional para as Migrações, ligada à ONU, disse que o aumento do número de pessoas deixando a Venezuela por causa do colapso econômico hiperinflacionário faz o momento de crise estar próximo ao dos refugiados e migrantes que atravessam o Mediterrâneo rumo à Europa”. 2. Discussão Teórica: 2.1 Questões Transnacionais: Para Mohammed ElHajji (2011), em seu artigo ‘Mapas subjetivos de um mundo em movimento: Migrações, mídias étnicas e identidades transnacionais’, atualmente “no contexto específico da contemporaneidade, a paisagem migratória mundial vem sofrendo transformações radicais, devido a fatores de ordem política, econômica, organizacional, social e psicológica. Dentre os quais a instituição das fronteiras em decorrência da constituição dos estados nacionais – tornando os deslocamentos humanos mais visíveis, quantificáveis e coercíveis”. 5 2.2 Migrações e Crise na Venezuela Especificamente no âmbito Venezuela-Brasil, para Francilene Rodrigues (2006), em seu artigo ‘Dossiê Migração: Migração Transfronteiriça na Venezuela’, é preciso saber que “para melhor compreender os processos de migração nessa fronteira Brasil-Venezuela, torna-se fundamental indicar os processosde migração vividos por esses migrantes dentro de seu próprio país até se estabelecerem nos países vizinhos”. A fala de George Martine (2005), em seu artigo ‘A globalização inacabada: migrações internacionais e pobreza no século 21’, é uma importante ressalva. Afinal, “(...) a globalização é parcial e inacabada, e isso afeta as migrações de várias maneiras. O dinamismo e a força principal da globalização residem na integração econômica, forjada, imposta e gerenciada pelas regras do liberalismo. Essas regras, porém, são seguidas seletivamente pelos próprios países que as promovem. O resultado é que a globalização apresenta dificuldades e morosidades no cumprimento de suas promessas. Muitos países crescem pouco ou nada e, enquanto isso, as disparidades entre ricos e pobres aumentam. Tais desigualdades contribuem para aumentar o desejo, e até mesmo a necessidade, de migrar para outros países. Entretanto, as regras do jogo da globalização não se aplicam à migração internacional: enquanto o capital financeiro e o comércio fluem livremente, a mão-de-obra se move a conta-gotas”. 6 3. Resultados: Com a produção e exibição deste mini documentário, chamado “Venezuelanos em Belo Horizonte”, pretendemos fazer as histórias desses imigrantes venezuelanos mais ouvidas por todos. Além de mostrar o trabalho que as entidades como a Arquidiocese de BH está fazendo, dando abrigo para essas pessoas e esperança para as mesmas de um futuro melhor. Inicialmente, o grupo tinha a intenção de trabalhar com a questão do esporte com a crise que a Venezuela está passando. Se pretendia falar sobre a dificuldade que os clubes venezuelanos estavam passando quando tinham que deixar o país de origem para disputar uma competição internacional de futebol. Além disso, conversar com esportistas venezuelanos, atletas que utilizaram a sua profissão para conseguir sair da venezuela e não voltar mais. Porém, o grupo foi reorientado a trabalhar com a questão dos imigrantes venezuelanos que entraram no Brasil, através da fronteira com com Roraima, no norte do país, e que estão morando atualmente em Belo Horizonte. Para a produção do mini documentário, o grupo entrou em contato com Thacio Leite, que é da assessoria de imprensa da Arquidiocese de Belo Horizonte. Essa entidade acolheu parte de um grupo de imigrantes venezuelanos, que chegou na capital mineira em um avião da Força Aérea Brasileira em fevereiro de 2019. Thacio passou para o grupo o contato de um dos venezuelanos que ainda estão em Belo Horizonte, Rider Daniel, de 20 anos, que é instrutor social da Casa dos Migrantes. O grupo gravou uma entrevista com Rider juntamente com Edmundo Humberto, que também é venezuelano e é um dos acolhidos da Casa dos Migrantes. Foi criado um canal no YouTube chamado Conexão BH/Venezuela e um site de mesmo nome com a intenção de divulgar relatos e também compartilhar todas as chamadas que já foram e serão feitas para o mini documentário. 7 3.1 Prints do mini documentário: 8 Considerações Finais: “Acredito que um dos grandes desafios que eu e meus companheiros venezuelanos enfrentamos, é o tema da afetividade. É uma migração forçada, onde temos que deixar a família, deixar amigos, costumes e culturas é uma dificuldade que eu e os outros imigrantes atravessam.” - Rider Daniel, 2019. A partir deste trabalho, houve uma intensa reflexão acerca do tema da empatia com o próximo. A realidade do outro sempre será diferente e é preciso tentar compreendê-la considerando os variados lados das situações como um todo. Esperamos alcançar uma maior capacidade empática e profissional com este mini documentário, e desde as primeiras entrevistas todos do grupo refletiram acerca das consequências de um processo migratório. O aprendizado foi enorme e o maior deles foi, sobretudo, o trabalho da capacidade empática. As críticas feitas pelos professores foram igualmente enriquecedoras e fundamentais para o ajuste e a construção final das ideias, do produto audiovisual. 9 Referências: CRISE NA VENEZUELA: O QUE LEVOU O PAÍS AO COLAPSO ECONÔMICO E À MAIOR CRISE DE SUA HISTÓRIA. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45909515> Acesso em: 19 mai. 2019. MOHAMMED ELHAJJI. Mapas subjetivos de um mundo em movimento: Migrações, mídias étnicas e identidades transnacionais. Revista Eptic. Capa > vol. 13, n. 2 (2011). Disponível em: <https://seer.ufs.br/index.php/eptic/article/view/109/94> Acesso em: 20 mai. 2019. FRANCILENE RODRIGUES. Migração Transfronteiriça na Venezuela. SciELO (Scientific Electronic Library Online). Estud. Av. vol.20, no.57 (2006). Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142006000200015&script=sci_arttext &tlng=es> Acesso em: 20 mai. 2019. GEORGE MARTINE. A globalização inacabada: Migrações internacionais e pobreza no séc. 21. SciELO (Scientific Electronic Library Online). Perspec. vol.19, no.3 (2005). Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392005000300001&script=sci_arttext > Acesso em: 20 mai. 2019. 10
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