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SISTEMA GLOBAL DE PROTEÇÃO AO DIREITOS HUMANOS “Criança geopolítica assistindo o nascimento de um novo homem” –Salvador Dali (1943) Óleo sobre tela 45,5x50 cm DOCUMENTOS FUNDACIONAIS • Carta da Organização das Nações Unidas (1945). • Declaração Universal dos Direitos do Homem - 10/12/1948. • Objetivos – artigo 1.3. Carta da ONU • Acordos Regionais – artigo 52. Carta da ONU • Cooperação Econômica e Social – artigo 55 e 56. Carta da ONU MECANISMOS CONVENCIONAIS • Os Mecanismos Convencionais de proteção de Direitos Humanos são formados pelas Convenções de Direitos Humanos, que são Tratados Internacionais. Sendo assim, são negociadas e ratificadas pelos estados, a partir do qual eles se comprometem a buscar a plena garantia dos direitos estabelecidos na Convenção. • Tais Convenções contam com órgãos de proteção, que só têm competência frente aos Estados que expressamente ratificaram a Convenção e aceitaram a competência do órgão. MECANISMOS CONVENCIONAIS Os Comitês • Os órgãos de proteção são, na maioria das vezes, Comitês responsáveis por auxiliar os Estados Parte no monitoramento e na efetiva implementação dos direitos estabelecidos na Convenção, além de recomendar medidas e políticas futuras a serem adotadas por eles. • São responsáveis, também, por analisar os Relatórios Periódicos enviados pelos Estados Parte. • De forma geral, os Comitês são formados por experts independentes que têm reconhecido saber em Direitos Humanos, eleitos para mandatos de 4 anos, em eleições que ocorrem a cada 2 anos, sendo admitida a reeleição. MECANISMOS CONVENCIONAIS Os Relatórios Periódicos • As Convenções de Direitos Humanos estabelecem, em regra, que os Estados Parte devem submeter aos Comitês Relatórios Periódicos, contendo, entre outras informações, as políticas e medidas que estão sendo adotadas para a harmonização da legislação interna com a Convenção, o progresso obtido no âmbito interno na promoção dos direitos estabelecidos na Convenção, os problemas e obstáculos que estão sendo enfrentados, planos e políticas pensados para a implementação no futuro, entre outros. MECANISMOS CONVENCIONAIS Os Relatórios Periódicos • Constituem uma forma não apenas de verificação do cumprimento e comprometimento dos Estados Parte com as suas obrigações contraídas, mas também uma forma de avaliar a evolução da proteção dos Direitos Humanos dentro da sua jurisdição e planejar novas políticas de implementação. • Além disso, é um instrumento essencial à participação da sociedade, que poderá avaliar o desempenho governamental além de atuar ativamente na criação e desenvolvimento de novas políticas e na sua fiscalização. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS As Convenções Internacionais de Direitos Humanos e a ONU • As Convenções Internacionais não são relatórios da ONU. No entanto, ela assume papel de órgão centralizador e organizacional de tais tratados. • Em regra, o Secretário Geral da ONU é o encarregado de depositar os instrumen- tos de ratificação dos Tratados e de informar os Estados Parte sobre novas ratificações, reservas ou propostas de emenda. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS As Convenções Internacionais de Direitos Humanos e a ONU • Existem 9 Convenções que são consideradas as “Convenções cardeais de Direitos Humanos” e que estabelecem padrões de proteção e promoção de Direitos Humanos. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS As Convenções Internacionais de Direitos Humanos e a ONU • Existem 9 Convenções que são consideradas as “Convenções cardeais de Direitos Humanos” e que estabelecem padrões de proteção e promoção de Direitos Humanos. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 1. Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965) • Uma vez adotada a Declaração Universal dos Direitos do Homem (“DUDH”), os Estados reconheceram que os direitos nela elencados deveriam ser posteriormente detalhados e traduzidos em diferentes Tratados Internacionais, que vinculariam os Estados que os ratificassem. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 1. Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965) • Esta noção conduziu à negociação dos Tratados na Comissão de Direitos Humanos. Em função do regime do Apartheid que vigorava na África do Sul, as preocupações políticas da época focavam na eliminação da discriminação racional. Sendo assim, na Assembleia Geral de dezembro de 1965, foi adotada a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 1. Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965) • Comitê. Em conformidade com os termos da Convenção, todos os Estados Parte devem enviar Relatório Periódico ao Comitê para a Eliminação de Discriminação Racial. O Comitê conta com 18 membros e funciona desde 1969. É prerrogativa dos Estados Parte reconhecer a competência do Comitê para receber demandas individuais. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 2. Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966) (“PIDESC”) • O PIDESC desenvolve em maiores detalhes alguns dos direitos elencados na DUDH, estabelecendo um “processo” para que eles sejam devidamente garantidos. • Uma característica importante do PIDESC é o fato de estabelecer a progressividade na realização dos direitos, ao estabelecer, em seu artigo 2 (1), que “cada um dos Estado Partes compromete-se a agir (....), no máximo dos seus recursos disponíveis, de modo a assegurar progressivamente o pleno exercício dos direitos reconhecidos no presente Pactos (...)”. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 2. Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966) (“PIDESC”) • O Princípio da Progressividade considera os obstáculos financeiros que os Estados Parte podem enfrentar na implementação do Tratado. Por outro lado, o PIDESC também impõe aos Estados que tomem medidas concretas voltadas à implementação e tutela dos direitos elencados no Pacto. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 2. Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966) (“PIDESC”) • Comitê. Até 1985, os Estados Parte deveriam enviar Relatórios Periódicos ao Conselho Econômico e Social. A partir de então, foi criado o Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. O Comitê conta com 18 membros. • Protocolo Opcional. O PIDESC conta ainda com um Protocolo Opcional (2008) através do qual os Estados Parte aceitam novos procedimentos, como a possibilidade de recebimento de petições individuais, e instauração de inquéritos e reclamações de outros Estados-Parte. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 3. Pacto Internacional dos Direitos Civil e Políticos (1966) (PIDCP) • O PIDCP detalha os direitos civis e políticos estabelecidos na DUDH, com exceção ao Direito de Propriedade e o Direito a Asilo. Também elenca direitos adicionais, como os Direitos dos Presos e a Proteção de Minorias. Estabelece ainda o direito a uma solução efetiva às violações dos direitos estabelecidos no PIDCP, incluindo o acesso a um judiciário independente e imparcial ao qual as violações possam ser levadas. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 3. Pacto Internacional dos Direitos Civil e Políticos (1966) (PIDCP) • Comitê. Os Estados Parte devem enviar um Relatório Periódico ao Comitê de Direitos Humanos, que conta com 18 membros e funciona desde 1976. • Protocolos Opcionais. O PIDCP conta com dois Protocolos Opcionais, um de 1966 e outro de 1989. O primeiro prevê a possibilidade de recebimento de petições individuais pelo Comitê, enquanto que o segundo se refere à abolição da pena de morte. CONVENÇÕES DE DIREITOSHUMANOS 4. Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (1979) • Estabelecendo uma série de medidas políticas e programáticas, a Convenção busca pormenorizar o que se entende por discriminação com base no sexo, definindo-a, e busca promover a igualdade de fato e de direito entre homem e mulher, em todas as esferas. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 4. Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (1979) • Comitê. Os Estados Parte devem enviar um Relatório Periódico ao Comitê de Eliminação da Discriminação contra a Mulher, contendo as medidas que foram tomadas e qual foi o progresso das metas estabelecidas na Convenção. O Comitê conta com 23 membros e funciona desde 1981. • Protocolo Opcional. A Convenção conta com um Protocolo Opcional de 1999 que permite que sejam aceitas petições individuais e que sejam instaurados inquéritos pelo Comitê. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 4. Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (1979) • O Brasil, ao ratificar a Convenção, fez reserva aos artigos 15, §4o; 16, §1o, alíneas “a”, “c”, “g” e “h” e ao artigo 29. As reservas aos artigos 15 e 16 foram retiradas em 1994, e faziam referência à incompatibilidade entre a Convenção e a legislação brasileira da época. A reserva ao artigo 29 ainda vigora, e se refere à disputa entre os Estados Partes quanto à interpretação da Convenção. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 5. Convenção Internacional contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (1984) • Apesar de o PIDCP já banir a tortura e outros tratamentos e penas cruéis, desumanos e degradantes, a Convenção foi formulada de forma a aprofundar e desenvolver um arcabouço legal para, de um lado, prevenir, e, de outro lado, punir tais práticas. • A Convenção define as práticas e estabelece que nenhuma circunstância, seja ela qual for, é capaz de justificar sua adoção, inclusive a ordem de um superior. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 5. Convenção Internacional contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (1984) • Elenca ainda o Princípio da Não-Repulsão, através do qual, havendo motivos para crer que uma pessoa será submetida a tortura em determinado país, ela não poderá ser extraditada, deportada ou de qualquer outra forma devolvida a tal país. • Comitê. Os Estados Parte devem enviar Relatórios Periódicos ao Comitê Contra a Tortura. O Comitê conta com 10 membros e funciona desde 1987. Os Estados Parte podem ainda aceitar a competência do Comitê para receber queixas individuais e de outros Estados Parte. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 5. Convenção Internacional contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (1984) • Protocolo Opcional. A Convenção conta com um Protocolo Opcional de 2002, que apenas entrou em vigor em 2006. Tal Protocolo estabelece um Subcomitê para a Prevenção da Tortura como um mecanismo internacional preventivo, que requer que cada Estado Parte estabeleça e mantenha um ou vários mecanismos de prevenção à tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. • O Subcomitê conta com 25 membros e teve sua primeira sessão em 2007. Além disso, o Protocolo também estabelece um sistema de visitação regular de mecanismos nacionais e internacionais para prevenir a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes aos Estados Parte. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 6. Convenção Internacional sobre os Direitos das Crianças (1999) • Apesar de todas as crianças contarem com todos os Direitos Humanos estabelecidos em todas as demais Convenções, a criação de uma Convenção especificamente para elas, considerando as particularidades da sua vulnerabilidade, foi um passo essencial para a garantia dos direitos das crianças. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 6. Convenção Internacional sobre os Direitos das Crianças (1999) • Tanto o PIDESC quanto o PIDCP estabelecem que é direito de toda criança medidas especiais que visem à sua proteção como criança. A Convenção detalha tais previsões, estabelecendo, entre outros, o direito da criança à identidade, questões relativas à separação dos pais e à reunificação familiar, etc. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 6. Convenção Internacional sobre os Direitos das Crianças (1999) • A convenção conta com 4 princípios gerais para a implementação dos direitos das crianças: (i) a não discriminação, (ii) a defesa do melhor interesse da criança, (iii) o direito à vida, sobrevivência e desenvolvimento da criança, e (iv) o respeito à percepção e ao direito da criança de expressar sua própria visão acerca da sua situação. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 6. Convenção Internacional sobre os Direitos das Crianças (1999) • Comitê. A Convenção conta com o Comitê dos Direitos das Crianças, ao qual os Estados Parte devem enviar Relatórios Periódicos acerca do desenvolvimento e implementação dos direitos estabelecidos na Convenção. O Comitê conta com 18 membros e funciona desde 1991. • Protocolos Opcionais. A Convenção conta com três diferentes Protocolos Opcionais: Dois de 2000 e um de 2011. Os de 2000 dispõem sobre o envolvimento das crianças em conflitos armados, a venda de crianças, a prostituição e a pornografia infantil, enquanto que o de 2011 estabelece a possibilidade de petição individual ao Comitê e a instauração de inquéritos por outros Estados Parte. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 7. Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e os Membros de Suas Famílias (1990) • A Convenção elenca aspectos de proteção relativos a todo o processo de migração, desde a sua preparação, até o trânsito e a chegada ao país de destino, o período de estadia e a atividade remunerada desenvolvida no país receptor, e ao retorno ao país de origem ou de residência habitual. • Apesar de o principal foco ser no país que recebe os imigrantes, também são estabelecidas obrigações para o país de origem. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 7. Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e os Membros de Suas Famílias (1990) • A Convenção elenca, entre outros, a vedação à discriminação dos imigrantes e estabelece o direito à documentação dos trabalhadores imigrantes e da sua família, estabelecendo seus direitos civis e políticos, econômicos, sociais e culturais. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 7. Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e os Membros de Suas Famílias (1990) • Comitê. Os Estados Parte devem enviar Relatórios Periódicos ao Comitê de Proteção aos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros de Suas Famílias, elencando o desenvolvimento e a implementação dos direitos estabelecidos na Convenção. Há ainda a previsão de que indivíduos e Estados Parte realizem queixa contra outro Estado Parte, uma vez tendo ele aceito a competência do Comitê para tal. O Comitê conta com 14 membros e teve sua primeira sessão em Março de 2004. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 8. Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006) • A Convenção entrou em vigor em 2008, e tem como objetivo promover, proteger e garantir o pleno e igualitário gozo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais pelas pessoas portadoras de deficiência. • A Convenção se afasta do conceito de que a deficiência é uma doença inerente ao indivíduo, que requer intervenção médica ou caridade. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 8. Convenção Internacionalsobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006) • Não estabelece novos direitos às pessoas portadoras de deficiência, preocupando-se mais com o fato de que elas tenham assegurados e implementados todos os direitos dos quais são titulares, sem nenhuma forma de discriminação. • Comitê. Conta com o Comitê dos Direitos das Pessoas com Deficiência, ao qual os Estados Partes devem enviar Relatórios Periódicos apresentando as medidas que foram tomadas para a devida implementação da Convenção. O Comitê conta com 18 membros e, apesar de estabelecido em novembro de 2008, teve sua primeira sessão em fevereiro de 2009. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 8. Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006) • Protocolo Opcional. Conta com o Protocolo Opcional de 2006, que entrou em vigor em 2008, e dá autoridade ao Comitê para receber petições individuais, além de permitir que o Comitê realize inquéritos a partir do recebimento de informações indicando a prática de violações graves ou sistemáticas à Convenção. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 9. Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados (2006) • Tendo entrado em vigor em 2010, a Convenção caracteriza-se principalmente pelo fato de combinar direitos típicos dos Direitos Humanos com previsões de Direito Humanitário e de Direito Penal, estabelecendo que o desaparecimento forçado é um crime contra a humanidade quando praticado de forma sistemática e disseminada. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 9. Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados (2006) • Entre outras previsões, a Convenção estabelece a proibição à prisão secreta e a exigência de registros oficiais das pessoas que estão privadas de sua liberdade. • A Convenção exige ainda que os Estados Partes criminalizem atos de desaparecimento forçado e conduzam investigações e medidas legislativas para prevenir sua ocorrência. CONVENÇÕES DE DIREITOS HUMANOS 9. Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra os Desaparecimentos Forçados (2006) • Comitê. Os Estados Parte devem enviar Relatórios Periódicos ao Comitê contra o Desaparecimento Forçado. O Comitê conta com 10 membros e foi criado em junho de 2011. É prerrogativa dos Estados Parte aceitar a competência do Comitê tanto para o recebimento de petições individuais quanto de outros Estados Parte. O Comitê também pode adotar medidas de urgência ou ainda proceder a um inquérito contra um Estado Parte caso receba informação de que há sérias violações sistemáticas e disseminadas à Convenção. É prerrogativa dos Estados Parte, ainda, transferir as funções do Comitê para outro órgão de monitoramento. MECANISMOS EXTRA-CONVENCIONAIS • Os Mecanismos Extra-Convencionais baseiam-se em um único tratado: A Carta da ONU. • Sendo assim, diferenciam-se dos Mecanismos Tradicionais uma vez que seus órgãos de proteção têm competência inclusive frente a Estados que não tenham assinado uma Convenção específica de Direitos Humanos, além de poderem tutelar qualquer Direito Humano. MECANISMOS EXTRA-CONVENCIONAIS • Conselho de Direitos Humanos. • O órgão central de proteção não-convencional de Direitos Humanos era a Comissão de Direitos Humanos, substituída, em 2006, pelo Conselho de Direitos Humanos. • Cabe ao Conselho de Direitos Humanos assumir, revisar e, quando necessário, aprimorar e racionalizar os mandatos, os mecanismos, as funções e responsabilidades da antiga Comissão de Direitos Humanos, a fim de manter um sistema de procedimentos especiais, relatorias especializadas e procedimentos de denúncias. MECANISMOS EXTRA-CONVENCIONAIS • Conselho de Direitos Humanos. • A criação do Conselho de Direitos Humanos foi aprovado pela Assembleia Geral da ONU, através da resolução 60/251, em 2006, contando com 4 votos dissidentes: Estados Unidos, Israel, Ilhas Marshall e Palau. • A Declaração Universal de Direito dos Humanos estabelece que todos os Direitos Humanos são indivisíveis e inter-relacionados, e têm igual importância. • Não há hierarquia entre os Direitos Humanos. MECANISMOS EXTRA-CONVENCIONAIS • Conselho de Direitos Humanos. • Todos os Estados devem se comprometer a promover e respeitar os direitos e liberdades estabelecidos na DUDH e tomar medidas, nacionais e internacionais, para assegurar a universalidade e o efetivo reconhecimento e observação dos direitos. • OsTratados Cardeais são um quadro jurídico coerente através do qual cada Estado pode, com o apoio dos órgãos do tratado, alcançar este comprometimento. MECANISMOS EXTRA-CONVENCIONAIS • Conselho de Direitos Humanos. • Todos os Estados devem se comprometer a promover e respeitar os direitos e liberdades estabelecidos na DUDH e tomar medidas, nacionais e internacionais, para assegurar a universalidade e o efetivo reconhecimento e observação dos direitos. • OsTratados Cardeais são um quadro jurídico coerente através do qual cada Estado pode, com o apoio dos órgãos do tratado, alcançar este comprometimento. SISTEMAS REGIONAIS DE PROTEÇÃO AO DIREITOS HUMANOS SISTEMA EUROPEU • O Sistema Europeu tem fundamento na Convenção Europeia de Direitos Humanos, de 1950, e entrou em vigor em 1953. É reconhecido como o sistema regional mais desenvolvido. Atualmente, não conta mais com uma Comissão, uma vez que ela foi extinta em 1983 pelo Protocolo 11. • O principal mecanismo de proteção dos Direitos Humanos é a Corte Europeia de Direitos Humanos, em funcionamento desde 1998. A Corte tem caráter permanente, diferentemente das Cortes Interamericana e Africana, e pode ser acessada tanto por Estados Parte quanto diretamente por indivíduos. SISTEMA AFRICANO • O Sistema Africano tem fundamento na Carta Africana sobre Direitos Humanos e dos Povos, que foi adotada em 1981 e entrou em vigor em 1986. • Uma das suas características refere-se à proteção dos direitos dos povos. Conta com a Comissão Africana de Direitos Humanos e dos Povos, que pode ser acessada tanto por Estados Parte quanto por indivíduos, e com a Corte Africana de Direitos Humanos e dos Povos, que iniciou seus trabalhos em 2008. OUTROS SISTEMAS • Além dos 3 principais sistemas, existem também o sistema Árabe e Asiático de proteção aos Direitos Humanos. O Sistema Árabe tem seu fundamento na Carta Árabe de Direitos Humanos, de 1944, e o Asiático na Carta Asiática de Direitos Humanos, de 1997. • No entanto, nenhum dos dois sistemas atingiu, ainda, grande grau de desenvolvimento. SISTEMA INTERAMERICANO • Em 1948 foi realizada a IX Conferência Interamericana, que aprovou a Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem e a Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA). • Após tais tratados, a Organização dos Estados Americanos foi gradativamente evoluindo e se desenvolvendo. SISTEMA INTERAMERICANO • Em 1969 foi adotada a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Convenção Americana ou Pacto de São José da Costa Rica), que aprovou a criação da Corte Interamericana de Direitos Humanos (que, por sua vez, entrou em vigor em 1978). • A Comissão já existia desde antes da Convenção Americana, mas a partir dela sofreu algumas alterações nas suas atribuições. SISTEMA INTERAMERICANO • O Sistema Interamericano é um sistema regional de promoção e proteção de direitos humanos, integrado por dois órgãos (bifásico): a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (“CIDH” ou “Comissão”) e a Corte Interamericana de Direitos Humanos (“Corte IDH”), que monitoram o cumprimento das obrigações contraídas pelos Estados membros da Organização dos Estados Americanos (“OEA”). OEA • É uma organizaçãoque reúne os 35 países independentes das Américas • Tem como propósitos garantir a paz e a segurança continentais, consolidar a democracia representativa, respeitando o princípio da não intervenção, prevenir as possíveis causas de dificuldades e assegurar a solução pacífica das controvérsias que surjam entre seus membros, procurar a solução dos problemas políticos, jurídicos e econômicos que surgirem entre os Estados membros, promover o desenvolvimento econômico, social e cultural, erradicar a pobreza crítica, que constitui um obstáculo ao pleno desenvolvimento democrático dos povos do Hemisfério, e alcançar uma efetiva limitação de armamentos convencionais. MEMBROS DA OEA • Os 35 Estados membros da OEA são: Antiga e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Dominica, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Saint Kitts e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela. MEMBROS DA OEA • Os 35 Estados membros da OEA são: Antiga e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Dominica, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Saint Kitts e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela. COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (função) • É o órgão principal e autônomo da OEA criado em 1959, cujo mandato consta da Cartada OEA. A Comissão é integrada por sete membros independentes, peritos/as em direitos humanos, que não representam nenhum país e são eleitos/as pela Assembléia Geral da OEA. Uma secretaria executiva permanente, sediada em Washington, D.C., Estados Unidos, dá apoio profissional, técnico e administrativo à Comissão. COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (função) • Promover a observância e a defesa dos direitos humanos nas Américas. Ela exerce essa função mediante a realização de visitas aos países, atividades ou iniciativas temáticas, a preparação de relatórios sobre a situação de direitos humanos em um país ou sobre um tema determinado, a adoção de medidas cautelares ou pedido de medidas provisórias à Corte IDH e o processamento e análise de petições individuais, com o objetivo de determinar a responsabilidade internacional dos Estados por violações dos direitos humanos e emitir as recomendações que considerar necessárias. COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (função) • A Comissão não tem competência para atribuir responsabilidade individual, ou seja, não pode determinar se uma pessoa é ou não culpada. A Comissão pode apenas determinar a responsabilidade internacional de um Estado membro da OEA. COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (função) • As petições individuais examinadas pela Comissão podem ser apresentadas por pessoas, grupos de pessoas ou organizações que alegam violações dos direitos humanos garantidos na Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (“a Declaração Americana”), na Convenção Americana sobre Direitos Humanos (“a Convenção Americana”) e em outros tratados interamericanos de direitos humanos. COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (função) • É necessário haver esgotado os meios internos de promoção e proteção dos direitos previstos nos tratados do sistema interamericano. • A denúncia deve ser apresentada contra um ou mais Estados membros da OEA que se considere terem violado os direitos humanos constantes da Declaração Americana, da Convenção Americana e de outros tratados interamericanos de direitos humanos. COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (função) • O Estado pode ser responsável pela violação de direitos humanos por: • 1. ação (como consequência de atos do Estado ou de seus agentes); • 2. aquiescência (como consequência do consentimento tácito do Estado ou de seus agentes), • 3. omissão (resultante do fato de que o Estado, ou seus agentes, não atuaram quando o deveriam ter feito). COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (função) • Se determinar que um Estado é responsável pela violação de direitos humanos de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, a Comissão emitirá um relatório que poderá incluir as seguintes recomendações ao Estado: • (i) suspender os atos que causam violação de direitos humanos; • (ii) investigar e punir os responsáveis; COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (função) • (iii) reparar os danos ocasionados; • (iv) introduzir mudanças no ordenamento jurídico; e/ou • (v) requerer a adoção de outras medidas ou ações estatais; • (vi) Também é possível tentar chegar a uma solução amistosa com o Estado sobre a denúncia. CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (função) • A Corte IDH foi criada pela Convenção Americana. • A Corte IDH, instalada em 1979, é um órgão judicial autônomo da OEA, cujo mandato consta da Convenção Americana. • Está sediada na cidade de São José, Costa Rica, e é integrada por sete juízes(as) eleitos(as) a título pessoal, provenientes dos Estados membros da OEA. CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (função) • A Corte IDH tem como objetivo interpretar e aplicar a Convenção Americana e outros tratados interamericanos de direitos humanos, em particular por meio da emissão de sentenças sobre casos e opiniões consultivas. • Somente os Estados partes e a Comissão podem submeter casos à Corte IDH. As pessoas não podem recorrer diretamente à Corte IDH, devendo apresentar sua petição à Comissão e completar os passos previstos perante esta. CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (função) • Sentença definitiva e inapelável (artigo 2, 65 e 68 da Convenção Americana) – efeito inter partes • Obrigação de Vínculo de Adequação (artigo 2 e 62 da Convenção Americana) • Sentença e Opinião Consutiva – efeito erga omines (Corte IDH. Caso Gelman vs. Uruguai) • Obrigação de Controle de Convencionalidade (Caso Almonacid Arellano vs. Chile - 2006) CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS e o BRASIL • O Brasil teve sete casos levados pela Comissão à Corte, dois deles ainda em 2015 e aguardam julgamento: • 1. Cosme Rosa Genoveva, Evandro de Oliveira e outros (Favela Nova Brasília) (2015) - Violência policial, chacinas • 2. Trabalhadores da Fazenda Brasil Verde (2015) - Trabalho escravo • 3. Julia Gomes Lund y Otros (Guerrilha do Araguaia) (2009) - Crimes cometidos na ditadura, lei de anistia CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS e o BRASIL • 4. Sétimo Garibaldi (2007) - Violência (morte) no campo • 5. Arley José Escher e outros (2007) - Grampo ilegal de ligações telefônicas • 6. Gilson Nogueira de Carvalho (2005) - Assassinato de defensor de direitos humanos • 7. Damiao Ximenes Lopes (2004) - Tratamento de paciente em instituição psiquiátrica (morte e integridade pessoal) CORPUS JURIS INTERAMERICANO • (I) Convenção Americana sobre Direitos Humanos - “Pacto de São José da Costa Rica” 1969; • (II) Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, 1985; (III) Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, “Protocolo de San Salvador”, 1988; • (IV) Protocolo à Convenção Americana sobre Direitos Humanos Relativo à Abolição da Pena de Morte, 1990; CORPUS JURIS INTERAMERICANO • (V) Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, “Convenção de Belém do Pará”, 1994; • (VI)Convenção Interamericana sobre Desaparecimento Forçado de Pessoas, 1994; • (VII) Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, 1999. MEMBROS DA CONVENÇÃO AMERICANA • Os países que ratificaram a Convenção Americana são: Argentina, Barbados, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Dominica, Equador, El Salvador, Granada, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela. MEMBROS DA CONVENÇÃO AMERICANA • Em relação aos demais Estados da OEA, a Comissão tem competência para receber petições em que se aleguem violações da Declaração Americana ou de outro tratado interamericano de direitos humanos ratificado pelo Estado em questão. MEMBROS DA CONVENÇÃO AMERICANA • Trinidad e Tobago e Venezuela denunciaram a Convenção Americana. A Comissão e a Corte IDH são competentes para examinar alegações de violações dos direitos constantes da Convenção Americana em relação a fatos que ocorreram ou começaram a ocorrer antes do período de notificação. A Comissão mantém sua competência a respeito da Declaração Americana.
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