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Cópia de Resumo Canabidiol

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Universidade Federal de Santa Catarina 
Centro de Ciências Agrárias 
Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos . 
 
CANABIDIOL E SEU USO MEDICINAL 
 
Introdução 
A ​Cannabis Sativa L. é um gênero de angiosperma, uma erva pertencente à família 
Cannabaceae que foi inicialmente descoberta na Ásia, mais especificamente na região do 
Himalaia e da Índia.​5 Possui grande adaptabilidade no que se refere ao clima, altitude e 
solo.​12 Em meados do século XIX, o médico inglês Dr. Willian B. O’Shaugnessy relatou que 
o uso de altas doses de ​Cannabis estava diretamente relacionado com a melhoria de 
pacientes com desordens hepáticas e convulsivas.​5 A partir deste estudo, o uso de tinturas 
e extratos de ​Cannabis foi disseminado na indústria farmacêutica mundial.² Entretanto, em 
meados da metade do século XX, houve um declínio nas pesquisas devido a várias 
restrições ilegais, o que eliminou os medicamentos do mercado.² O interesse nas 
propriedades medicinais da erva voltou com a descoberta dos fitocanabinóides e do sistema 
endocanabinóide.¹ Desde então, diversos estudos a respeito do tema estão sendo 
realizados e a implementação de medicamentos a base de ​Cannabis vem sendo um 
assunto muito discutido no âmbito mundial. 
 
1. Canabinóides 
A palavra canabinóides refere-se a toda substância química, independentemente de 
sua origem ou estrutura, que se junte aos receptores canabinóides do corpo e do cérebro e 
que tenham efeitos semelhantes aos produzidos pela planta Cannabis Sativa L. Sua 
estrutura básica é formada por 21 átomos de carbono que constituem três anéis. Essas 
substâncias são sintetizadas pela planta Cannabis Sativa L. na forma de ácidos 
carboxílicos, que sob luz e calor são convertidos em canabinoides através da perda do 
grupo COOH na forma de CO2.​7 Os canabinóides podem ser subdivididos em 
fitocanabinoides, endocanabinoides e canabinóides sintéticos. Os fitocanabinoides são 
aqueles de ocorrência natural e origem vegetal e os endocanabinoides são os endógenos, 
produzidos diante de estímulos fisiológicos. 
1.2 Canabidiol 
O Canabidiol (CBD) é um importante fitocanabinóide não psicotrópico que produz 
uma grande quantidade de efeitos farmacológicos, anti-oxidantes e anti-inflamatórios. Essas 
ações têm sido clinicamente comprovada em casos de ansiedade, psicose e distúrbios de 
movimento, bem como para aliviar a dor neuropática em indivíduos que sofrem de esclerose 
múltipla. 
 
2. Sistema endocanabinóide 
O Sistema endocanabinóide é uma sofisticada rede de neuromoduladores 
(canabinóides endógenos) que exerce funções reguladoras importantes, particularmente no 
sistema nervoso central (SNC) e imunológico, tornando-o um alvo terapêutico potencial para 
vários distúrbios, incluindo náuseas e vômito, dor, inflamação, doenças cardiovasculares, 
glaucoma, câncer, espasticidade e epilepsia. As investigações sobre o mecanismo de ação 
do ∆9-THC, levou a descoberta de um receptor canabinóide no sistema nervoso central, 
denominado CB1.​6 O CB1 é principalmente encontrado no cérebro e medula espinhal – 
áreas associadas a comportamentos que eles impactam, como o hipotálamo que é 
responsável por regular o apetite e as amígdalas que influenciam na memória e processo 
emocional. Já os receptores CB2 localizam-se principalmente no sistema imunológico e em 
áreas periféricas do sistema nervoso central que, quando ativadas, reduzem as 
inflamações. 
2.1. Funcionamento do Sistema Endocanabinoide (SEC) 
Moléculas receptoras do corpo são como cadeados e cada cadeado tem sua chave, 
correspondente às moléculas químicas chamadas agonistas. O SEC é formado por duas 
células receptoras principais existentes no corpo: CB1 e CB2 e os agonistas desses 
receptores são os endocanabinoides que são produzidos pelo organismo, os dois principais 
endocanadinóides circulando no organismo humano são anandamida (envolvida com 
apetite, memória, entre outras funções, já foi identificada como a sensação de satisfação 
após uma corrida, por exemplo) e 2-arachidonoylglicerol (relacionada com estado 
emocional, proteção de convulsões e sistema cardiovascular). O SEC precisa dos 
endocanabinoides para regular os outros sistemas secundários do corpo. 
Endocanabinoides são originados a partir de ácidos graxos e são 
neurotransmissores de “ordem curta”, ou seja, só são sintetizados quando o corpo sinaliza 
que eles são necessários. 
Canabinóides são mensageiros químicos naturais do corpo. Mesmo que haja vários, 
todos cabem em duas categorias: endógeno e exógeno. Os endógenos são produzidos pelo 
corpo e interagem com os receptores de canabinoide para regulação de funções básicas 
como humor, apetite, dor, sono, etc. Já os exógenos vem de fora e são tradicionalmente 
encontrado na Cannabis (THC e CBD). Quando consumidos, eles interagem com o SEC 
para produzir efeitos físicos e psicológicos. 
 
 3. Química do canabidiol 
O fitocanabinóide canabidiol é de natureza lipídica, assim como os 
endocanabinóides naturais produzidos no corpo humano, ele ​não desencadeia diretamente 
nem o receptor CB1 ou CB2. Ao invés disso ele modifica a habilidade dos receptores se 
ligar dos canabinóides. O CBD tem papel no sistema endocanabinóide de influenciar esses 
receptores, ocupando certas enzimas, ao mesmo tempo que aumenta os níveis naturais de 
endocanabinóides. 
O corpo possui uma gama de moléculas que controlam quando e onde os 
endocanabinóides serão produzidos e com que velocidade eles serão capturados e 
quebrados, o corpo possui enzimas que transformam substâncias lipídicas em anandamida 
e 2-AG. Quando o sinal para produzir endocanabinóides é recebido, essas enzimas são 
ativadas. 
 
4. Estudos relacionando doenças 
 
É provável que o uso de CBD puro e extratos de cannabis com baixo teor de THC sejam os 
mais eficientes no tratamento de doenças e menos propensos a causar efeitos indesejáveis. 
Nos últimos anos tivemos um aumento no interesse pelo fitocanabinóide canabidiol. Muitos 
estudos foram conduzidos para aprimorar os conhecimentos do CBD com potencial 
benefício terapêutico. A gama de aplicações do medicamento varia de tratamento contra 
inflamações, convulsões, ansiolíticas, insônia, entre outras. O uso do CBD tem relatado 
produzir ações anti-inflamatórias em animais modelos de artrite, colite, doenças 
neurodegenerativas, isquemia, asma e diabetes.​9 Estudos em animais sugerem que o CBD 
sistêmico diminui significativamente a inflamação e danos devidos à retinopatia diabética 
em ratos.​10,14,15 Além disso, administração sistêmica de CBD em várias espécies de 
roedores é positiva para tratamento de depressão.​11 Estudos clínicos em humanos 
mostraram que administração oral de CBD, comparado ao placebo, significativamente reduz 
a ansiedade, tem ações anticonvulsivantes, e pode ser terapêutico para distúrbios do sono. 
12, 13 
Pacientes que sofrem de doenças como Parkinson, esclerose múltipla e glaucoma, 
apesar da necessidade de mais estudos futuros também tiveram resultados positivos 
quando submetidos ao uso do CBD.Conclusão 
O uso de canabidiol no tratamento de algumas doenças demonstra o grande 
potencial terapêutico desta substância. Sendo assim, pode-se inferir que o canabidiol é 
importante na busca de tratamentos de doenças que atingem o sistema nervoso mas que 
ainda há necessidade de realizar estudos e experimentos que permitam ampliar o 
conhecimento, tanto da sua ação como dos seus efeitos colaterais. 
 
Referências 
1. Carvalho RC, Hoeller AA, Franco CLP, Eidt I, Walz R. Canabinoides e Epilepsia: potencial terapêutico do canabidiol. 
Vittalle - Revista de Ciência da Saúde 29 n.1 54-63. Janeiro, 2017. Disponível em 
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