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1 CLIMA ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO COMPARATIVO APLICADO EM UMA EMPRESA DO SETOR MADEIREIRO Rodrigo Afonso Candéo – Faculdade SECAL – rodrigocandeo@bol.com.br Paulo Henrique Fernandes de Godoy – Faculdade SECAL - paulohenriquef1984@gmail.com Rubia Santi – Faculdade SECAL – rubiasanti@secal.edu.br Resumo: O Clima Organizacional representa a satisfação dos sujeitos envolvidos no processo de trabalho, o qual além de influenciar na produtividade e ser considerado um diferencial decisivo para a atratividade e retenção de talentos, pode interferir diretamente no sucesso ou insucesso da organização. O presente estudo buscou mensurar o clima organizacional do departamento de produção de uma empresa multinacional do setor madeireiro, situada na cidade de Ponta Grossa – PR, bem como realizar uma análise comparativa com o resultado obtido na pesquisa anterior, considerando as mesmas condições de avaliação para os dois estudos. A pesquisa foi conduzida através da aplicação de um questionário de clima organizacional, onde após tabulação dos dados e fechamento das médias finais os resultados foram expressos de forma gráfica para a comparação. O resultado demonstrou um índice de satisfação superior ao encontrado na pesquisa anterior e evidenciou que sete das dez categorias pesquisadas apresentaram evoluções significativas nos seus números, o que comprova que as ações de melhoria adotadas pela empresa nos últimos quatro anos foram eficazes. Palavras-chave: Clima Organizacional. Produtividade. Retenção de Talentos. ORGANIZATIONAL CLIMATE: A COMPARATIVE STUDY APPLIED IN A WOOD SECTOR COMPANY Abstract: The organizational climate represents the satisfaction of the subjects involved in the labor process, which besides influencing productivity and be considered a decisive advantage for attraction and talent retention, may directly affect the success or failure of the organization. The current study sought to measure the organizational climate of the production department of a multinational company in the wood sector, in Ponta Grossa - PR as well as perform a comparative analysis with the results obtained in the previous survey, considering the same assessment conditions for both studies. The research was conducted by applying an organizational climate questionnaire, and after tabulation and closing of the final average results were expressed graphically for comparison. The results showed an satisfaction rating higher than the previous survey and showed that 7/10 categories surveyed had their numbers improved significantly, which proves that the improvement actions taken by the company in the last four years have been effective. Key-words: Organizational Climate. Productivity. Talent Retention. 1 INTRODUÇÃO A gestão de pessoas surge de um complexo contexto, visto que se trata das pessoas e das organizações e, portanto, abrange o campo comportamental, psicológico, motivacional, pessoal, cultural, entre as demais subjetividades que são inerentes ao ser humano. Identifica-se uma necessidade nas organizações de administrar e gerir levando em consideração tais subjetividades, pois a empresa é um micro campo de relações sociais entre equipes e os resultados do trabalho em equipe sofrem interferências das relações entre as pessoas. O Clima organizacional é um conjunto de características presentes no ambiente de trabalho que é perceptível de forma direta ou indireta pelas pessoas que atuam nesse ambiente. Tais características são passíveis de mensuração e influenciam na motivação de um modo geral. “Para maximizar o desempenho e a satisfação dos funcionários, deve-se levar em consideração as diferenças individuais, como experiência, personalidade e tarefa” (ROBBINS, 2005, p.367). 2 Ainda segundo Robbins (2005), algumas das propriedades que influenciam no ambiente organizacional são: Perfil de liderança, comunicação, qualidade de vida no trabalho, remuneração e benefícios. A Pesquisa de "Clima Organizacional” é uma das ferramentas de gestão mais comumente utilizada em grandes empresas que, por seu tamanho, não permitem à direção detectar distorções setoriais e departamentais que possam estar afetando seu desempenho organizacional. O foco deste estudo foi a gestão de pessoas, pela consciência de que as necessidades das pessoas no trabalho sofrem influência do grupo em que estão inseridas, do ambiente de trabalho, da forma como se utilizam da estrutura organizacional o que, por sua vez, têm reflexos diretos na motivação e no desempenho das atividades desenvolvidas pelos colaboradores. Foi demonstrado neste estudo como se encontra o clima organizacional do departamento de produção de uma empresa do setor madeireiro na cidade de Ponta Grossa – PR, resultado obtido através da aplicação de uma pesquisa de clima organizacional. Este resultado foi comparado com o resultado obtido na pesquisa de clima anterior, realizada em 2011, onde na época, o departamento de produção apresentava um índice de rotatividade acumulado (turn over) superior à 50% após ter vivenciado um processo de joint venture que durou três anos. O resultado anterior mostrou-se relativamente favorável, com 64,46% de aprovação, mas com alguns pontos de melhorias que foram trabalhados durante os últimos anos. Sendo assim, a problemática do presente artigo é: A pesquisa de clima organizacional, se bem realizada, orienta de forma eficaz para ações de melhoria? Diante do exposto, o objetivo geral do presente trabalho é: Identificar se as ações tomadas pela direção da empresa, as quais foram levantadas através de resultado da pesquisa de clima anterior, foram eficazes ou positivas para a melhoria do clima organizacional do setor pesquisado. 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Gestão de Pessoas A Gestão de pessoas tem se mostrado a cada dia como uma ferramenta imprescindível para se gerar resultado dentro das organizações. As grandes empresas inovam todos os dias, desenvolvendo novas tecnologias, formas mais fáceis e rápidas de se produzir um bem ou serviço, mas o grande agente transformador e gerador de mudanças é o homem. Neste sentido para que as mudanças ocorram de forma positiva dentro das organizações, as pessoas devem se sentir motivadas e recompensadas. Bons resultados somente surgem se as pessoas ao executar determinada tarefa puderem perceber um propósito para aquilo que estão realizando, pois somente assim a tarefa será executada com eficácia e qualidade. Segundo Chiavenato (2010), a existência do ser e seu trabalho é praticamente indissociável, e, portanto para uma pessoa ser considerada bem sucedida, esta necessita obrigatoriamente crescer dentro de uma organização. Obviamente nesta relação são geradas expectativas para ambas as partes onde cada qual dentro desse processo possui seus anseios de forma horizontal, com o objetivo de crescer e/ou se manter no mercado. A este respeito, o mesmo autor exemplifica os principais objetivos das organizações, bem como, dos indivíduos que exercem funções na dinâmica empresarial através do Quadro 1 a seguir. Para a gestão de pessoas é necessário rotinas que busquem suprir às aspirações de ambas as partes. 3 Objetivos Organizacionais Objetivos Individuais Sobrevivência Melhores salários Crescimento Sustentado Melhores benefícios Lucratividade Estabilidade no emprego Produtividade Segurança no trabalho Qualidade nos produtos/serviços Qualidade de vida no trabalho Redução de Custos Satisfação no trabalho Participação no mercado Consideração e respeito Novos mercados Oportunidade de crescimento Novos clientes Liberdade para trabalhar Competitividade Liderança liberal Imagem no mercadoOrgulho da organização Quadro 1: Objetivos individuais e organizacionais Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2010. Os objetivos organizacionais e individuais citados por Chiavenato (2010) lançam um parâmetro para aplicação de medidas na empresa que originem satisfação e rendimento no trabalho e nos resultados. Essas medidas devem emergir de uma iniciativa da gestão organizacional e além desses objetivos, poderão existir outros de acordo com o perfil específico de cada empresa e de cada grupo de pessoas, visto que a todo o momento são levadas em consideração as subjetividades inerentes a cada grupo. Dessa maneira, está explicito que as pessoas são o ponto chave para qualquer organização. Por isso, a empresa procura conhecer seus talentos, pois estes, na atualidade, são um recurso estratégico a ser valorizado. "As pessoas, em todos os níveis, constituem o verdadeiro capital das empresas (...) a capacidade de atrair, manter e empregar bem os talentos confere um diferencial competitivo as empresas (PASCHOAL, 2006, p.4)" As organizações funcionam através das pessoas, que agem em conformidade com um propósito e assim tomam suas decisões em nome das suas organizações. Neste contexto, Chiavenato (2010, p. 5), sugere que no ambiente corporativo existe uma gama de termos atribuídos às pessoas segundo cada tipo de organização, podendo ser: “funcionários, empregados, pessoal, trabalhadores, operários”, recursos humanos, colaboradores, associado, talento humano, capital humano e capital intelectual. Já a respeito da atuação da área de Gestão de Pessoas, Chiavenato (2010) define as quatro funções administrativas sendo: planejar, organizar, dirigir e controlar. Neste contexto, o autor ressalta que: A Gestão de Pessoas procura ajudar o administrador a desempenhar todas essas funções porque ele não realiza seu trabalho sozinho, mas através de pessoas que formam sua equipe. É com a equipe de subordinados que o administrador executa suas tarefas e alcança metas e objetivos. A Gestão de Pessoas refere-se a políticas e práticas necessárias para administrar o trabalho das pessoas. (CHIAVENATO, 2010, p. 14). Uma dinâmica eficiente de produção e funcionamento de uma empresa depende de muitos fatores, entre eles do Clima Organizacional. O Clima Organizacional tem relação intrínseca com os anseios humanos, sua motivação, seus modos de relacionar-se no ambiente de trabalho, seu relacionamento e comunicação com as hierarquias e lideranças existentes e com o grau de satisfação com sua rotina e sua remuneração. A satisfação do indivíduo com sua condição na empresa, o impulsiona a esforçar-se pela qualidade no seu trabalho e o crescimento de sua produtividade. Segundo Robbins (2005), algumas das propriedades que influenciam no ambiente organizacional são: perfil de liderança, comunicação, qualidade de vida no trabalho, 4 remuneração e benefícios. Tais variáveis organizacionais são fatores chave e impactam positivamente para a motivação, produtividade e qualidade do clima organizacional. 2.2 Clima Organizacional O clima organizacional é um indicador da sensação de satisfação das pessoas que fazem parte de uma organização. E para identificar o grau de satisfação e motivação dos colaboradores é necessário compreender e identificar as habilidades e competências da organização, assim como, ver de que forma o colaborador enxerga a sua companhia. Segundo Luz (2003, p. 11), "Definimos o clima organizacional em termos de como as pessoas percebem a companhia, como as decisões são tomadas e com que eficácia as atividades são coordenadas e, então comunicadas". Percebe-se que o clima organizacional está relacionado com o grau de satisfação dos funcionários no ambiente de trabalho, pode ser benéfico quando eleva a autoestima dos funcionários causando um comprometimento do funcionário com a empresa e pode ter consequências negativas quando causam insatisfação levando ao desinteresse pela empresa. De acordo com Bedani (2006), a gestão de clima organizacional é uma importante ferramenta para o monitoramento do comportamento humano nas organizações. Prestar atenção e monitorar o clima organizacional é uma responsabilidade não apenas do departamento de recursos humanos, mas também dos diversos líderes em seus diversos departamentos. A Gestão de Clima organizacional serve para mapear o ambiente interno e externo da organização, identificar os possíveis problemas e melhorar o ambiente de trabalho. Serve também para identificar e compreender os aspectos positivos e negativos que impactam no clima organizacional, além de orientar os planos de ação, visando a melhoria da produtividade da empresa (LUZ, 2003). A este respeito: O clima organizacional retrata o grau de satisfação material e emocional das pessoas no trabalho. Observa-se que este clima influencia profundamente a produtividade do indivíduo e, consequentemente da empresa. Assim sendo, o mesmo deve ser favorável e proporcionar motivação e interesse nos colaboradores, além de uma boa relação entre os funcionários e a empresa. (LUZ, 2003, p. 40) As empresas se tornam produtivas quando alcançam os seus objetivos, transformando a matéria prima em produtos, ou energia e conhecimentos em serviços, com o menor custo possível. Em uma empresa a preocupação com a produtividade é muito grande e está relacionada tanto com a eficácia que busca atender com sucesso as necessidades dos seus clientes, quanto com a eficiência que é produzindo com o menor custo possível (ROBBINS, 2005). Por outro lado, se sabe que para um funcionário ser produtivo ele precisa de motivações que vão além dos salários e recompensas. Precisa de um local adequado a tarefa, apoio emocional, elogios e até críticas que possam ser construtivas para seu desenvolvimento. De acordo com Luz (2003), para um funcionário desenvolver um bom serviço é preciso: saber fazer, poder fazer e querer fazer, o que depende do estado de espírito, do ânimo e da satisfação das pessoas quando realizam o seu trabalho. O querer fazer está relacionado à forma como ele percebe o clima do seu ambiente de trabalho e é no clima que muitas vezes encontra- se causa para a baixa produtividade. Assim, pode-se dizer que não basta pagar um bom salário, manter móveis e máquinas modernas e eficientes, mas também é preciso avaliar o desempenho e a vontade de cada trabalhador, para que se sinta confortável em seu ambiente de trabalho. 5 A cultura organizacional influencia o comportamento de todos os indivíduos e grupos dentro da organização. Ela impacta no cotidiano da organização, suas decisões, as atribuições de seus funcionários, as formas de recompensas e punições, as formas de relacionamento com seus parceiros comerciais, seu mobiliário, o estilo de liderança adotado, o processo de comunicação, a forma como seus funcionários se vestem e se portam no ambiente de trabalho, seu padrão arquitetônico, sua propaganda, e assim por diante, (LUZ, 2006). Segundo o autor acima citado o clima organizacional é afetado tanto internamente na empresa, devido a maneira como a empresa trata o funcionário, quanto externamente, como por exemplo, por fatores pessoais dos seus colaboradores. 2.2.1 Pesquisa de Clima Organizacional A melhor forma de se medir o clima organizacional de uma organização é através da Pesquisa de Clima Organizacional. De acordo com Chiavenato (1999, p. 440) “As pesquisas de clima organizacional procuram coligir informações sobre o campo psicológico que envolve o ambiente de trabalho das pessoas e a sua sensação pessoal neste contexto”. Para Luz (2003), a pesquisa de clima organizacional busca identificar e avaliar as atitudes e padrõesde comportamento, com vistas a orientar políticas de ação e correção de problemas no relacionamento e no plano motivacional dos integrantes da organização. Trata-se de uma ação que dever ser bem estruturada, de modo a detectar as imperfeições existentes nas relações que impactam nos resultados da organização, pois expõe as fraquezas de uma gestão deficiente e os pontos fortes de uma gestão competente. A respeito das etapas da pesquisa de clima organizacional, Luz (2003) descreve: As etapas para o desenvolvimento de uma pesquisa de clima organizacional são: coleta de dados (questionário, entrevista e dinâmica de grupo), tabulação e análise dos dados, apuração e análise dos resultados por área/ departamento, elaboração do relatório final e análise da pesquisa de clima, identificando os pontos fortes e pontos a desenvolver. (LUZ, 2003). Através dessas etapas, é necessário definir alguns objetivos para a aplicação de uma pesquisa de clima organizacional, lembrando que não existe um modelo padrão de pesquisa, pois é necessário que cada organização elabore a sua de acordo com as necessidades observadas. A este respeito, deve-se considerar a definição do público alvo, quem vai conduzir a pesquisa, quem vai coletar os dados e de que forma, definir a técnica utilizada e a periodicidade de aplicação, são alguns aspectos indispensáveis no momento de medir o clima organizacional, a fim de obter um resultado eficaz. 3 METODOLOGIA O presente estudo foi conduzido através de uma pesquisa de campo, de abordagem quali- quantitativa e subdividido em quatro etapas. Segundo Gil, (2002) trata-se de uma pesquisa exploratória, que visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado, análise de exemplos que estimulem a compreensão. Também é uma pesquisa descritiva, pois tem a intenção de descrever os fatos que se relacionam com o tema do trabalho, clima organizacional. No campo da administração há um contexto favorável a utilização de metodologias de pesquisa que adotem um enfoque múltiplo. O cenário organizacional é, ao mesmo tempo, complexo e mutante. Se estudar o ser humano isoladamente já é uma tarefa desafiadora, entendê-lo no ambiente organizacional é uma tarefa ainda mais árdua. (GOMES; ARAÚJO, 2011, p.8). 6 Na primeira etapa foi realizada uma entrevista com todos os colaboradores do setor de produção, com o intuito de explicar o real objetivo da pesquisa e deixá-los à vontade para responder as questões com sinceridade, mas com seriedade. As pessoas cooperam com mais e melhores informações quando têm oportunidade de falar informalmente. Na segunda etapa foi aplicado um questionário contendo perguntas fechadas, de fácil entendimento e de fácil preenchimento, de modo a diminuir o risco de o entrevistado deixar de responder alguma questão. O questionário é um instrumento que se refere a coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante o qual depois de preenchido é devolvido ao pesquisador. (MARCONI; LAKATOS 2001, p.165). Foram aplicadas 40 perguntas distribuídas em 10 categorias para uma amostra de 53 colaboradores de uma população de 68, onde 15 deles não participaram por não estarem presentes por alguma razão específica (folga, férias, licenças, etc). O questionário foi estruturado para ser respondido com 5 possibilidades de resposta (Ótimo, Bom, Razoável, Ruim e Péssimo), sendo formuladas a partir de informações levantadas no primeiro contato e também demais informações relativas, convergentes com literaturas disponíveis sobre o assunto. Foi utilizado o mesmo questionário da primeira pesquisa para que exista consistência e mesma base de comparação entre os períodos, assim aumentando o nível de assertividade do estudo em questão. Na terceira etapa, os dados obtidos na pesquisa foram transpostos da forma qualitativa para quantitativa, de modo a gerar um indicador em percentual para que cada categoria pesquisada pudesse ser avaliada matematicamente. Após a aplicação do questionário, os resultados foram transferidos para uma planilha do Microsoft Excel, a fim de padronizar as respostas e também gerar os gráficos respectivos para cada área analisada. E para que fosse possível trabalhar matematicamente a pesquisa, foi criada uma matriz para que as respostas fossem transformadas em percentual de acordo com os seguintes níveis de satisfação: - Ótimo = 100% - Bom = 75% - Razoável = 50% - Ruim = 25% - Péssimo = 0% Para a obtenção da porcentagem final foi aplicada a seguinte fórmula: Sat = [(O x 100%)+(B x 75%)+(Ra x 50%)+(Ru x 25%)+(P x 0%)] N Onde: - Sat = Satisfação - O = N° de Ótimos - B = N° de Bons 7 - Ru = N° de Ruins - P = N° de Péssimos - Ra = N° de Razoáveis - N = Total de respostas E ao final, os dados foram tabulados e expostos de forma gráfica e comparativa com o estudo anterior, de modo a gerar o fácil entendimento para a tomada de decisão por parte da administração da empresa em um novo plano de ação que possa ser gerado no futuro. Não houve a necessidade de identificação do respondente e nenhuma informação que por alguma razão pudesse quebrar o anonimato da pesquisa. As questões aplicadas estavam diretamente relacionadas com as seguintes variáveis organizacionais. (BOM SUCESSO, 2002). - O trabalho em si: Nesta variável procura-se conhecer a percepção e atitude das pessoas em relação ao trabalho, horário, distribuição, suficiência de pessoal, etc; - Desenvolvimento Profissional: avalia as oportunidades que os trabalhadores têm de se qualificar, de se atualizar, de se desenvolver profissionalmente; - Imagem Corporativa: avalia a opinião dos funcionários sobre como a empresa é percebida no mercado, por seus clientes e pela comunidade; - Motivação: esta categoria procura identificar quais fatores do ambiente de trabalho são percebidos pelos funcionários como de maior contribuição para a motivação dos mesmos; - Comunicação: busca identificar o quanto a empresa é clara na divulgação de seus objetivos e planos departamentais e organizacionais; - Remuneração e Benefícios: avalia o quanto os benefícios atendem às necessidades e expectativas dos funcionários; - Saúde e Segurança: verifica a percepção e satisfação dos funcionários quanto à estrutura física do ambiente de trabalho, bem como o acesso ao material básico para exercer suas funções e preocupação com doenças ocupacionais; - Estilo Gerencial: Objetiva apontar o grau de satisfação do funcionário com a sua chefia, analisando a qualidade de supervisão em termos de competência, feedback, organização, relacionamento, etc; - Orientação para resultados: Verifica o nível de estímulos empregado pela organização aos seus funcionários objetivando que se responsabilizem efetivamente pela consecução de resultados. Abaixo, segue questionário aplicado aos colaboradores durante a pesquisa: 8 Quadro 2 – Questionário da Pesquisa de Clima Organizacional Fonte: Próprio Autor Com base nas respostas obtidas na pesquisa, foi criada uma matriz de resultados que para fins didáticos estão relacionadas pelo número da "Questão Referência" expressa na primeira coluna de ambas as tabelas. Nesta tabela, pode-se visualizar as médias calculadas para cada questão referência, bem como para cada categoria analisada individualmente. Vale ressaltarque cada categoria é composta por quatro questões, onde a referida média aritmética foi obtida através dos resultados das questões que as compõem. E por fim, pode-se conhecer a média final da pesquisa de clima organizacional aplicada ao departamento de produção da empresa pesquisada, calculada através das 10 médias obtidas nas categorias anteriores, valor o qual está expresso na última coluna da tabela abaixo: 9 Quadro 3 – Matriz de Resultados da Pesquisa Fonte: Próprio Autor 4 OBJETO DE ESTUDO A empresa pesquisada, a qual disponibilizou seu departamento de produção para a realização deste estudo, é uma multinacional americana que possui aproximadamente 30 plantas industriais instaladas entre E.U.A, Canadá, Chile e Brasil. Considerada líder mundial no seu segmento, atua na produção e comercialização de painéis estruturais de madeira utilizados para construção civil sob os sistemas construtivos steel frame e wood frame. Possui operações no Brasil desde 2008, mas somente após um processo de joint venture de três anos adquiriu 100% do controle da empresa. Tal planta industrial está instalada desde 2001 em Ponta Grossa – PR, e pertencia a uma empresa de capital Chileno, também multinacional líder no segmento madeireiro, porém com seu foco direcionado a arquitetura de interiores. O departamento pesquisado é composto por 69 trabalhadores, os quais trabalham em regime de turnos fixos, em 3 turnos, sob jornada de trabalho diária de 8 horas por 6 dias na 10 semana, com 2 dias de folga. A planta industrial opera 24 horas por dia, 7 dias por semana e 365 dias por ano. Uma pesquisa de clima organizacional foi conduzida em 2011 a este mesmo departamento, e ações de melhorias foram tomadas sob alguns aspectos. Os seguintes resultados demonstrarão se tais ações foram eficazes e, além de uma comparação, também avaliará o clima organizacional atual neste departamento. 5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Partindo dos resultados do quadro 3 definiu-se os seguintes critérios: Índices inferiores à 60% são considerados ruins e estarão representados no gráfico através de barras ilustradas pela cor vermelha. Índices entre 60% e 70% são considerados bons e estarão representados pela cor amarela. Índices superiores à 70% são considerados ótimos pontos fortes a favor do clima organizacional, e estarão representados pela cor verde. O gráfico a seguir demonstra a média obtida em cada categoria pesquisada ordenada de forma crescente. A última barra à direita deste gráfico apresenta a média final obtida na pesquisa aplicada. Gráfico 1 - Médias Finais 2015 Fonte: Próprio Autor O gráfico a seguir mostra comparativamente os resultados obtidos durante os estudos realizados em 2011 e 2015. Gráfico 2 – Comparativo 2011/2015 Fonte: Próprio Autor 11 6 CONCLUSÃO Inicialmente pôde-se observar que o resultado final deste estudo foi superior ao resultado anterior, 68,14% de aprovação em 2015 contra 64,46% em 2011 ou seja, o clima organizacional do departamento de produção da empresa pesquisada que já era considerado BOM, está 3,68% melhor. Sete das dez categorias pesquisadas melhoraram seus resultados, inclusive a categoria COMUNICAÇÃO que apresentou a maior oportunidade de melhoria na pesquisa anterior, (subiu de 49,28% para 60,97%). Três categorias reduziram seus índices, porém duas delas merecem grande atenção por parte da diretoria da empresa, são elas: REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS (apresentou uma redução no índice de 60,82% para 50,35%) e AMBIENTE FÍSICO DE TRABALHO (reduziu seu índice de 65,38% para 54,60%). Outro dado não contemplado na pesquisa de clima mas que também apresentou uma melhora positiva foi o turn over acumulado, o qual em 2011 era superior a 50% hoje está próximo aos 30% (índice ainda considerado alto), mas com uma tendência decrescente, apresentando uma taxa de redução média aproximada de 5% ao ano. Conclui-se a partir deste estudo, que as ações tomadas pela empresa pesquisada foram positivas, e no geral melhoraram o clima organizacional do departamento pesquisado. Sugere- se que a direção desta companhia reavalie seu programa de cargos e salários bem como seu programa de participação de resultados anual, ambos apresentaram baixos índices de aprovação pelo grupo pesquisado. Outra oportunidade de melhoria a ser explorada se dá com a organização do ambiente físico do trabalho, mais especificamente à qualidade e higiene dos banheiros e áreas de descanso e lazer utilizadas pelos colaboradores, pois os resultados obtidos individualmente não foram positivos para estes aspectos. É importante ressaltar que além das sugestões propostas anteriormente, que as ações adotadas e que estão melhorando significativamente os demais índices se mantenham em constante evolução, seguindo o princípio da melhoria contínua. Melhorias somente são possíveis quando se existe compromisso, portanto esta mesma pesquisa pode ser adaptada e aplicada à outras organizações com intuito de verificar e solucionar possíveis entraves que estejam limitando o pleno desenvolvimento da produtividade. 12 7 REFERÊNCIAS ALYRIO, R. D. Metodologia Científica. Rio de Janeiro. PPGEN: UFRRJ, 2008 BEDANI, M. Clima Organizacional: Investigação e diagnóstico: Estudo de caso em agências de viagens e turismo. Psicologia para América Latina. Vol. 7, 2006. BOM SUCESSO, E. P. Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho. Rio de Janeiro: QualityMark, 2002. CANDEO, R. A.; LOPES, C.F.P. O clima organizacional em uma empresa do setor madeireiro após joint venture. 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