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MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM Evolução da sociedade, entrada de mecanismos alternativos no direito, sociedade exige atualização. Esses mecanismos visam resolver conflitos de forma passiva: concepção diferente das antigas, forma pacífica de resolver um conflito. Princípios: CC 1916: Estado liberal: individual Principio da autonomia ilimitada (vontade) Principio da igualdade formal Principio da boa fé subjetiva (crê que há boa fé) Pacta sunt servanda CC 2002: Estado social: coletivo Principio da autonomia da vontade limitada Principio da igualdade material/substancial (desigualdade pra igualar) Principio da boa fé objetiva (conduta pautada na boa fé) Principio da função social Pacta sunt servanda Visa a Boa fé e função social CF: cidadã e pacificadora CDC 1990: equilíbrio CPC e Lei de Mediação: mecanismos consensuais de resolução de conflitos Conflito: negativo, separa as partes / positivo: procura solucionar o conflito. MEDIAÇÃO O mediador conduz a fala, pode interferir, mas nunca solucionar, as partes entram em acordo. Objetiva reestabelecer as falhas. Visa a função e boa-fé. Conflito negativoCPCdecisãoum ganha, outro perde; Conflito positivomediaçãoconstrutivoambos ganham. Construção da solução: - Soluções, não só decisões - Equilibrio entre as partes - Restauração das relações - Compartilhamento das informações Características: Rapidez na solução; Confidencialidade; Informalidade; Flexibilidade no procedimento; Economia; Privacidade; Oralidade (as partes falam); Reaproximação das partes (solução do conflito); Equilíbrio das relações. Regulamentação: CPC/2015 Art. 166, 170 a 173 Lei de mediação 13.140/2015 Resolução 125/2010 CNJ (anexo 3) Princípios da mediação: Neutralidade e imparcialidade Aptidão técnica do mediador Autonomia da vontade Confidencialidade Empoderamento das partes para tomar decisões Objeto: Direitos disponíveis: Contexto familiar: divórcio/separação, dissolução da união estável, guarda do filho, regime de visitas, conflitos entre irmãos, pais e filhos, direitos sucessórios. Contexto laboral: diminuição racial de gênero, assedio sexual e moral, conflitos entre empregados e empregadores. Contexto comunitário: condomínios, vizinhança, comunidades religiosas. Contexto escolar: disputas entre alunos, disputas entre alunos e professores, corpo docente e administrativo. Contexto organizacional: entre sócios, disputas contratuais (empresas), violações de patentes, propriedade intelectual. Contexto público: questões ambientais, cidadão x polícia Contexto médico-hospitalar: erro médico, negação cobertura (planos de saúde). Contextos gerais: direito do consumidor, contratos em geral, construção civil. Penal/ justiça restaurativa: Prevenção de violência Rebeliões nas prisões Ameniza questão ofensor/ofendido. Lei 13.140/15: Art. 1: Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de controvérsias entre particulares e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública. - Autocomposição: as partes criam a solução, método consensual. §único: Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia. Art. 2: A mediação será orientada pelos seguintes princípios: I – imparcialidade do mediador; II – isonomia entre as partes; III – oralidade; IV – informalidade; V – autonomia da vontade das partes; VI – busca do consenso; VII – confidencialidade; VIII – boa-fé. § 1: Na hipótese de existir previsão contratual de cláusula de mediação, as partes deverão comparecer à primeira reunião de mediação. § 2: Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de mediação. Art. 3: Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que admitam transação. § 1: A mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte dele. § 2: O consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, deve ser homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público. Art. 4: O mediador será designado pelo tribunal ou escolhido pelas partes. § 1: O mediador conduzirá o procedimento de comunicação entre as partes, buscando o entendimento e o consenso e facilitando a resolução do conflito. § 2: Aos necessitados será assegurada a gratuidade da mediação. Art. 5: Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento e suspeição do juiz. Parágrafo único. A pessoa designada para atuar como mediador tem o dever de revelar às partes, antes da aceitação da função, qualquer fato ou circunstância que possa suscitar dúvida justificada em relação à sua imparcialidade para mediar o conflito, oportunidade em que poderá ser recusado por qualquer delas. Art. 6: O mediador fica impedido, pelo prazo de um ano, contado do término da última audiência em que atuou, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes. Art. 7: O mediador não poderá atuar como árbitro nem funcionar como testemunha em processos judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em que tenha atuado como mediador. Art. 8: O mediador e todos aqueles que o assessoram no procedimento de mediação, quando no exercício de suas funções ou em razão delas, são equiparados a servidor público, para os efeitos da legislação penal. Art. 9: Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se. Art. 10: As partes poderão ser assistidas por advogados ou defensores públicos. Parágrafo único. Comparecendo uma das partes acompanhada de advogado ou defensor público, o mediador suspenderá o procedimento, até que todas estejam devidamente assistidas. Art. 14. No início da primeira reunião de mediação, e sempre que julgar necessário, o mediador deverá alertar as partes acerca das regras de confidencialidade aplicáveis ao procedimento. Art. 17: Considera-se instituída a mediação na data para a qual for marcada a primeira reunião de mediação. -O início é a data que foi marcada a primeira reunião. Parágrafo único. Enquanto transcorrer o procedimento de mediação, ficará suspenso o prazo prescricional. Art. 19: No desempenho de sua função, o mediador poderá reunir-se com as partes, em conjunto ou separadamente, bem como solicitar das partes as informações que entender necessárias para facilitar o entendimento entre aquelas. Art. 20: O procedimento de mediação será encerrado com a lavratura do seu termo final, quando for celebrado acordo ou quando não se justificarem novos esforços para a obtenção de consenso, seja por declaração do mediador nesse sentido ou por manifestação de qualquer das partes. Art. 28. O procedimento de mediação judicial deverá ser concluído em até sessenta dias, contados da primeira sessão, salvo quando as partes, de comum acordo, requererem sua prorrogação. Resolução 125/CNJ: Prepara a vinda da lei, trata que a função é a resolução pacífica dos conflitos. §único do artigo 1: cabe mediação antes da sentença judicial. Art. 2: trata da capacitação dos mediadores e funcionários. Art. 5: as universidades tem que proporcionar a matéria para que haja interesse Art. 6: código de ética Art. 7, VIII: o tribunal quem deve regulamentar a remuneração dos mediadores. Resolução 125/CNJ, anexo 3: Art. 1º: São princípios fundamentais que regem a atuação de conciliadores e mediadores judiciais: confidencialidade, decisão informada, competência, imparcialidade, independência e autonomia, respeito à ordem pública e às leis vigentes, empoderamento e validação. I - Confidencialidade - dever de manter sigilo sobre todas as informações obtidas na sessão, salvo autorizaçãoexpressa das partes, violação à ordem pública ou às leis vigentes, não podendo ser testemunha do caso, nem atuar como advogado dos envolvidos, em qualquer hipótese; II - Decisão informada - dever de manter o jurisdicionado plenamente informado quanto aos seus direitos e ao contexto fático no qual está inserido; III - Competência - dever de possuir qualificação que o habilite à atuação judicial, com capacitação na forma desta Resolução, observada a reciclagem periódica obrigatória para formação continuada; IV - Imparcialidade - dever de agir com ausência de favoritismo, preferência ou preconceito, assegurando que valores e conceitos pessoais não interfiram no resultado do trabalho, compreendendo a realidade dos envolvidos no conflito e jamais aceitando qualquer espécie de favor ou presente; V - Independência e autonomia - dever de atuar com liberdade, sem sofrer qualquer pressão interna ou externa, sendo permitido recusar, suspender ou interromper a sessão se ausentes as condições necessárias para seu bom desenvolvimento, tampouco havendo dever de redigir acordo ilegal ou inexequível; VI - Respeito à ordem pública e às leis vigentes - dever de velar para que eventual acordo entre os envolvidos não viole a ordem pública, nem contrarie as leis vigentes; VII - Empoderamento - dever de estimular os interessados a aprenderem a melhor resolverem seus conflitos futuros em função da experiência de justiça vivenciada na autocomposição; VIII - Validação - dever de estimular os interessados perceberem-se reciprocamente como serem humanos merecedores de atenção e respeito. Art. 2º: As regras que regem o procedimento da conciliação/mediação são normas de conduta a serem observadas pelos conciliadores/mediadores para o bom desenvolvimento daquele, permitindo que haja o engajamento dos envolvidos, com vistas à sua pacificação e ao comprometimento com eventual acordo obtido, sendo elas: I - Informação - dever de esclarecer os envolvidos sobre o método de trabalho a ser empregado, apresentando-o de forma completa, clara e precisa, informando sobre os princípios deontológicos referidos no Capítulo I, as regras de conduta e as etapas do processo; II - Autonomia da vontade - dever de respeitar os diferentes pontos de vista dos envolvidos, assegurando-lhes que cheguem a uma decisão voluntária e não coercitiva, com liberdade para tomar as próprias decisões durante ou ao final do processo e de interrompê-lo a qualquer momento; III - Ausência de obrigação de resultado - dever de não forçar um acordo e de não tomar decisões pelos envolvidos, podendo, quando muito, no caso da conciliação, criar opções, que podem ou não ser acolhidas por eles; IV - Desvinculação da profissão de origem - dever de esclarecer aos envolvidos que atuam desvinculados de sua profissão de origem, informando que, caso seja necessária orientação ou aconselhamento afetos a qualquer área do conhecimento poderá ser convocado para a sessão o profissional respectivo, desde que com o consentimento de todos; V - Compreensão quanto à conciliação e à mediação - Dever de assegurar que os envolvidos, ao chegarem a um acordo, compreendam perfeitamente suas disposições, que devem ser exequíveis, gerando o comprometimento com seu cumprimento.
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