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NOTA DE AULA – PROF MARCELO OLIVEIRA – SISTEMAS DE SEGUNDA ORDEM ANÁLISE DE SISTEMAS DE SEGUNDA ORDEM Sistemas de segunda ordem são aqueles cuja função de transferência possui dois pólos. Considere a seguinte FTMF de um sistema de controle de 2a ordem: 𝐶(𝑠) 𝑅(𝑠) = 𝜔𝑛 2 𝑠2 + 2𝜉𝜔𝑛𝑠 + 𝜔𝑛 2 A equação diferencial que modela esse sistema é: Onde: ξ - fator ou razão de amortecimento (damped ratio) 𝜔𝑛 - freqüência natural não amortecida (natural undamped frequency) A equação característica é: 𝑠2 + 2𝜉𝜔𝑛𝑠 + 𝜔𝑛 2 = 0 Raízes (pólos da relação de controle): 𝑝1,2 = −𝜉𝜔𝑛 ± 𝑗𝜔𝑛√1 − 𝜉2 A resposta do sistema depende da posição dos pólos no plano complexo. Fig 1 – Valores de ξ no plano complexo. Quando ξ > 1, o sistema é classificado como SUPERAMORTECIDO. (pólos reais negativos e desiguais) ξ = 1 => Sistema CRITICAMENTE AMORTECIDO. (pólos iguais negativos e reais) 0 < ξ < 1 => Sistema SUBAMORTECIDO. (pólos complexos conjugados e parte real negativa) NOTA DE AULA – PROF MARCELO OLIVEIRA – SISTEMAS DE SEGUNDA ORDEM 𝜉 = cos 𝜃 𝜃 = 𝑐𝑜𝑠−1𝜉 𝑝1,2 = −𝜉𝜔𝑛 ± 𝑗𝜔𝑛√1 − 𝜉2 = −𝜎 ± 𝑗𝜔𝑑 𝜎 = −𝜉𝜔𝑛 𝜔𝑑 = 𝜔𝑛√1 − 𝜉2 Fig 2 – Relações entre as variáveis no plano complexo. Denomina-se 𝜔𝑑 como: frequência natural amortecida (damped frequency). A Fig Nr 3 apresenta os lugares geométricos considerando os parâmetros constantes. Fig 3 – LG para 𝜔𝑛 , 𝜔𝑑 𝑒 𝜉 constantes. NOTA DE AULA – PROF MARCELO OLIVEIRA – SISTEMAS DE SEGUNDA ORDEM RESPOSTA AO DEGRAU: 𝐶(𝑠) = 𝜔𝑛 2 𝑠2 + 2𝜉𝜔𝑛𝑠 + 𝜔𝑛 2 𝑅(𝑠) Como a Transformada de Laplace da função degrau é: 𝑅(𝑠) = 1 𝑠 Logo: 𝐶(𝑠) = 𝜔𝑛 2 𝑠(𝑠2 + 2𝜉𝜔𝑛𝑠 + 𝜔𝑛 2) Considerando os possíveis valores de ξ : ξ = 0 => não há amortecimento. Neste caso 𝜔𝑑 = 𝜔𝑛 e a resposta oscila com a frequência natural 𝜔𝑛 (Fig 4a). Fig 4 – Respostas ao degrau de um sistema de segunda ordem NOTA DE AULA – PROF MARCELO OLIVEIRA – SISTEMAS DE SEGUNDA ORDEM 0 < ξ < 1 => SUBAMORTECIDO. σ = - 𝜉𝜔𝑛 => amortecimento Quanto maior for o produto 𝜉𝜔𝑛 mais rapidamente decairá o transitório (caso subamortecido). A medida que ξ aumenta de valor de 0 a 1 (0 < ξ < 1), a oscilação vai sendo gradativamente amortecida (SUBAMORTECIDO). As Fig 4b e 4c ilustram esse caso, sendo que: - na Fig 4b: ξ = 0,1 e 𝜔𝑛= 2; e - na Fig 4c: ξ = 0,6 e 𝜔𝑛= 2. ξ = 1 => CRITICAMENTE AMORTECIDO. 𝑐(𝑡) = 1 + 𝜔𝑛𝑡𝑒 −𝜔𝑛𝑡 − 𝑒−𝜔𝑛𝑡 Quando ξ = 1 , ocorre a transição para o desaparecimento da oscilação (AMORTECIMENTO CRÍTICO). ξ > 1 => SUPERAMORTECIDO. 𝑐(𝑡) = 1 + 1 2√𝜉2 − 1(𝜉 + √𝜉2 − 1) 𝑒−(𝜉+√𝜉 2−1)𝜔𝑛𝑡 − 1 2√𝜉2 − 1(𝜉 − √𝜉2 − 1) 𝑒−(𝜉−√𝜉 2−1)𝜔𝑛𝑡 - A resposta inclui dois termos exponenciais decrescentes. Denominando s1 = (𝜉 + √𝜉2 − 1)𝜔𝑛 e s2 = (𝜉 − √𝜉2 − 1)𝜔𝑛 , tem-se: 𝑐(𝑡) = 1 + 1 2√𝜉2 − 1(𝜉 + √𝜉2 − 1) 𝑒−𝑠1𝑡 − 1 2√𝜉2 − 1(𝜉 − √𝜉2 − 1) 𝑒−𝑠2𝑡 - Se –s2 estiver muito mais próximo de jω, então é possível desprezar –s1. Note que se ξ>>1 então, para o mesmo valor de 𝜔𝑛, |𝑠1| ≫ |𝑠2| e portanto o efeito do pólo s1 sobre a resposta desaparece bem mais rápido que o efeito do pólo s2 que está mais próximo do eixo imaginário. Sendo assim para valores de ξ>>1 o sistema se torna extremamente lento. Um sistema de primeira ordem com um pólo s2 teria uma resposta parecida. - Quando ξ > 1 não ocorrem oscilações na resposta (SUPERAMORTECIDO). Essa resposta pode ser vista na Fig 4d, onde (ξ = 2 e 𝜔𝑛=2). NOTA DE AULA – PROF MARCELO OLIVEIRA – SISTEMAS DE SEGUNDA ORDEM EXEMPLO Nr 1: Encontre os valores de ξ e ωn para o sistema de segunda ordem (circuito RLC) apresentado na Fig 5. Fig 5 – Circuito RLC. A Função de Transferência do sistema é dada por: 𝐹(𝑠) = 1 𝐿𝐶𝑠2 + 𝑅𝐶𝑠 + 1 Por comparação: 𝐹(𝑠) = 1 𝐿𝐶𝑠2 + 𝑅𝐶𝑠 + 1 = 𝜔𝑛 2 𝑠2 + 2𝜉𝜔𝑛𝑠 + 𝜔𝑛 2 Logo: 𝜔𝑛 2 = 1 𝐿𝐶 ; 2𝜉𝜔𝑛 = 𝑅 𝐿 => 𝜉 = 𝑅 2 √ 𝐶 𝐿 OBS.: - a taxa de amortecimento ξ depende linearmente do valor da resistência, que é o elemento que dissipa energia; - Num sistema sem amortecimento, isto é R=0 e portanto ξ=0, a resposta oscila com a frequência natural do sistema. Este é o caso da Fig 3a; e - o valor de ωn depende dos valores da capacitância e da indutância, que são os elementos responsáveis pelas oscilações da resposta. NOTA DE AULA – PROF MARCELO OLIVEIRA – SISTEMAS DE SEGUNDA ORDEM EXEMPLO Nr 2: Considerando, no mesmo sistema apresentado na Fig 5, que a saída não é mais a tensão no capacitor e sim a corrente da malha, e os seguintes valores dos componentes: R=.50 Ω, L=2mH e C=1μF. A FT é: 𝐺(𝑠) = 𝐼(𝑠) 𝑉(𝑠) = 1 𝐿 𝑠 𝑠2 + 𝑅 𝐿 𝑠 + 1 𝐿𝐶 Comparando a equação característica da FT do circuito com a da forma canônica: 𝑠2 + 2𝜉𝜔𝑛𝑠 + 𝜔𝑛 2 = 𝑠2 + 𝑅 𝐿 𝑠 + 1 𝐿𝐶 Logo: 𝜔𝑛 2 = 1 𝐿𝐶 => 𝜔𝑛 = 1 √𝐿𝐶 => A frequência de oscilação depende dos componentes que armazenam energia, L e C. 2𝜉𝜔𝑛 = 𝑅 𝐿 => 𝜉 = 𝑅 2 √ 𝐶 𝐿 => amortecimento diretamente proporcional a R. Substituindo os valores dos componentes: 𝐺(𝑠) = 100𝑠 𝑠2 + 5000𝑠 + 108 𝜔𝑛 = 1 √𝐿𝐶 = 1 √10−210−6 = 104 𝜉 = 𝑅 2 √ 𝐶 𝐿 = 50 2 √ 10−6 10−2 = 0,25 Da equação característica, obtem-se os pólos: 𝑝1,2 = −𝜉𝜔𝑛 ± 𝑗𝜔𝑛√1 − 𝜉2 = 2500 ± j9682,45 Considerando outros valores de resistência: R = 200 => 𝜉 = 1 => pólos reais iguais R = 100 => 𝜉 = 0,5 => pólos complexos R = 50 => 𝜉 = 0,25 => pólos complexos R = 0 => 𝜉 = 0 => pólos imaginários A Figura Nr 6 ilustra as posições dos pólos no plano complexo, obtidas para esses diferentes valores de resistência. NOTA DE AULA – PROF MARCELO OLIVEIRA – SISTEMAS DE SEGUNDA ORDEM Fig 6 – Posições dos pólos e valores de 𝜉. NOTA DE AULA – PROF MARCELO OLIVEIRA – SISTEMAS DE SEGUNDA ORDEM ESPECIFICAÇÕES DE DESEMPENHO 1. RELACIONADAS À RAPIDEZ DA RESPOSTA a. Tempo de subida, tr (RISING TIME) É o tempo para a resposta passar de 0% a 100% do seu valor final (SUBAMORTECIDO). Para sistemas superamortecidos, o critério tem seus limites alterados para 10% e 90%. 𝑡𝑟 = = 𝜋 − 𝜃 𝜔𝑑 b. Tempo de pico, tp (PEAK TIME) 𝑡𝑝 = = 𝜋 𝜔𝑑 Fig 7 – Especificações de desempenho de um sistema subamortecido 2. RELACIONADAS À PROXIMIDADE DA RESPOSTA A VALORES DESEJADOS a. Ultrapassagem máxima, MP (OVERSHOOT) 𝑀𝑝 = 𝑒 − 𝜉𝜋 √1−𝜉2 Valor percentual: 𝑀𝑝(%) = 100 𝑒 − 𝜉𝜋 √1−𝜉2 NOTA DE AULA – PROF MARCELO OLIVEIRA – SISTEMAS DE SEGUNDA ORDEM b. Tempo de acomodação, tS (SETTLING TIME) É o tempo necessário para a curva de rsposta alcançar e permanecer dentro de uma faixa em torno do valor final. (erros de ±2% e ±5% são valores usuais). Fig 5 – Ultrapassagem máxima e tempo de acomodação. A envoltória da resposta subamortecida comporta-se como uma função exponencial, que possui as seguintes características: Fig 6 – Função exponencial. NOTA DE AULA – PROF MARCELO OLIVEIRA – SISTEMAS DE SEGUNDA ORDEM t TABELA 𝒆−𝝎𝒏𝒕 ERRO (%) 1T 0,368 36,8 2T 0,135 13,5 3T 0,050 5,0 4T 0,018 1,8 5T 0,007 0,7 Para erro de ± 2%: 𝑡𝑠 = 4𝑇 = 4 |𝜎| = 4 𝜉𝜔𝑛 Para erro de ± 5%: 𝑡𝑠 = 3𝑇 = 3 |𝜎| = 3 𝜉𝜔𝑛
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