Buscar

Patologias do Sistema Musculoesquelético: Achados de Imagem

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Patologias do sistema musculoesquelético: achados de imagem 
 
 
Neysa Aparecida Tinoco Regattieri1 
Rainer Guilherme Haetinger2 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 As modalidades diagnósticas utilizadas para o estudo do sistema 
musculoesquelético são a radiologia convencional, a tomografia computadorizada, a 
ressonância magnética e a ultrassonografia. Esta última não será discutida pois não 
faz parte do processo de trabalho do técnico em radiologia. O médico assistente 
escolherá a modalidade de diagnóstico por imagem a ser utilizada, na dependência 
da suspeita clínica. Outras modalidades diagnósticas incluem a tomografia por 
emissão de pósitrons associada à tomografia computadorizada (PET-CT) e exames 
por medicina nuclear. Esses métodos, porém, não serão abordados neste capítulo. 
 
A tomografia computadorizada oferece vantagens sobre a radiologia convencional 
por ser um método que possui maior acuidade na identificação de diferentes 
densidades teciduais. Também elimina o problema de sobreposição de estruturas, 
pois é obtido por meio de cortes seccionais transversais. 
 
O estudo por ressonância magnética é a modalidade de exame que fornece melhor 
contraste entre os tecidos quando comparada à radiologia convencional e à 
tomografia computadorizada, tornando essa modalidade de exame de grande valia 
nas avaliações das lesões do sistema musculoesquelético1. 
 
1
Médica Radiologista. Membro Titular do Colégio Brasileiro de Radiologia. Doutora em Ciências, área de concentração 
Anatomia Morfofuncional pela Universidade de São Paulo. Mestre em Medicina, área de concentração Radiologia pela 
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná do curso Superior de 
Tecnologia em Radiologia. 
 
2
Médico Radiologista na área de Cabeça & Pescoço e coordenador da Tomografia Computadorizada da Med Imagem, 
Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. Membro Titular do Colégio Brasileiro de Radiologia. Doutor em Ciências na 
área de Anatomia Morfofuncional pela Universidade de São Paulo. Professor da Pós-graduação no Departamento de 
Anatomia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. 
2 MODALIDADES DIAGNÓSTICAS 
 
2.1 Radiologia Convencional 
 
A radiologia convencional é usada, até os dias de hoje, para se caracterizar 
morfologicamente, uma lesão óssea de origem neoplásica. Muitas vezes, é o 
primeiro exame em traumas desse sistema1. 
 
Pode ajudar também na caracterização de processos degenerativos e inflamatórios 
crônicos2. 
 
2.2 Tomografia Computadorizada 
 
O advento da ressonância magnética (RM) fez com que a tomografia 
computadorizada (TC) deixasse de ser o método de escolha, em algumas situações, 
para o estudo de várias patologias do sistema musculoesquelético. 
 
Quanto aos casos de traumatismos, a TC ainda é largamente utilizada, pois permite 
a obtenção de informações rápidas e, em alguns equipamentos, a possibilidade de 
reformatações em três dimensões (3D). Deve ser utilizada quando exames obtidos 
pela radiologia convencional falharem em demonstrar toda a extensão da lesão, 
como por exemplo em traumatismos da coluna vertebral com comprometimento 
neurológico3. 
 
Tanto a TC quanto a RM são utilizadas no diagnóstico e seguimento das doenças 
articulares, quando há suspeita de complicações1. 
 
2.3 Ressonância Magnética 
 
Os estudos por RM, quando comparados com a radiologia convencional e a TC, 
permitem uma melhor avaliação de estruturas que compõem o sistema 
musculoesquelético, tais como1: 
 Tendões, cartilagens, ligamentos e medula óssea 
 Permitem a detecção de edema ósseo e fraturas não diagnosticadas pelo 
exame de radiologia convencional, o estadiamento de tumores e a avaliação 
de infecções musculoesqueléticas 
 
A RM permite a obtenção de imagens multiplanares, ou seja, em outros planos que 
não o axial, tais como o sagital, o coronal e o oblíquo. 
 
Como os exames realizados por RM permitem caracterização de sinal distinto nas 
diversas ponderações utilizadas, é uma ferramenta de grande valia na avaliação de 
processos inflamatórios e em edemas secundários a lesões de diversas etiologias. 
 
A RM pode ser utilizada como ferramenta de auxílio para avaliação da extensão do 
comprometimento, tanto da parte óssea quanto das partes moles circundantes, nos 
casos de neoplasias ósseas malignas4. 
 
3 ATLAS DE PATOLOGIAS DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 
 
3.1 Aspectos de Imagem das neoplasias ósseas 
 
Para que sejam diferenciadas lesões ósseas com características de agressividade 
daquelas com características de benignidade, é necessário o reconhecimento de 
alguns critérios estabelecidos pela literatura médica4. Um exame de boa qualidade 
deve permitir responder a algumas questões importantes, tais como: 
 A lesão é delimitada por margens escleróticas? 
 Há destruição da cortical óssea? 
 Qual o tipo de reação periosteal observado? 
 Há uma região de transição entre o osso normal e aquele acometido pelo 
processo patológico? 
 Há envolvimento das partes moles circundante ao segmento ósseo 
acometido? 
 
3.1.1 Neoplasias malignas 
 
As lesões de natureza maligna destroem a cortical óssea. Sua reação periosteal, 
que nada mais é do que a resposta do periósteo a um estímulo, ocorre de maneira 
mais aguda, sem tempo suficiente para sua consolidação. Dessa maneira, lesões 
agressivas possuem aspecto lamelar, como no sarcoma de Ewing ou do tipo raios 
de sol, como observado nos osteossarcomas. A zona de transição dessas lesões 
com o osso normal é quase imperceptível. Isso fala a favor da agressividade da 
lesão, o que não significa que essa lesão seja maligna. Um exemplo de doença com 
esse tipo de acometimento é a osteomielite, que, apesar de sua agressividade, é 
uma doença benigna, na qual a zona de transição entre o osso comprometido e o 
normal é, muitas vezes, de difícil delimitação. Nas neoplasias malignas, células de 
origem cancerígena podem invadir as partes moles circundantes ao sítio primário da 
lesão4,5. 
 
3.1.1.1 Sarcoma de Ewing 
 
É um tumor maligno que tem sua origem na medula óssea vermelha. Essa doença 
acomete, preferencialmente, indivíduos do sexo masculino, entre os cinco e vinte e 
cinco anos de idade, sendo seu pico de incidência por volta dos quinze anos. Seu 
aspecto de imagem é a de uma lesão destrutiva, que acomete a medular da metáfise 
de um osso longo, preferencialmente o fêmur. Pode acometer ossos chatos. Quando 
isso ocorre, os principais ossos acometidos são o sacro e a escápula. Nas imagens 
obtidas por radiologia convencional e por tomografia computadorizada pode-se 
observar ruptura da cortical óssea, reação periosteal em camadas e 
comprometimento das partes moles circundantes. Esse tumor pode simular uma 
lesão por osteomielite4,5,6,7. Nas imagens obtidas por ressonância magnética, 
quando ponderadas em T1, esse tipo de sarcoma apresenta intensidade de sinal de 
moderada a baixa (Figura 1). 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Sarcoma de Ewing.Exame por ressonância magnética ponderada em T1. Cortes coronal 
(A) e axial (B) do ombro direito demonstrando lesão com intensidade intermediária em medular óssea 
do terço proximal do úmero, com invasão das partes moles adjacentes. 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA – SP) 
 
Nas imagens ponderadas em T2 e em STIR, essas lesões apresentam intensidade 
de sinal aumentada7(Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Sarcomade Ewing. Exame por ressonância magnética nos planos coronal (A) e axial (B) na 
sequência STIR do ombro direito, demonstrando alterações na cortical. Nessa sequência observa-se 
aumento de sinal do tumor com boa definição da extensão da lesão na medular óssea e do edema 
peritumoral. 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA – SP) 
 
3.1.1.2 Osteossarcoma 
 
È uma lesão maligna. Responde por aproximadamente 20% de todos os tumores 
ósseos primários7. Esse tumor acomete preferencialmente a extremidade de ossos 
longos4. Nas imagens obtidas pela radiologia convencional observa-se uma massa 
de origem intramedular, destrutiva, sem definição das bordas de transição entre a 
lesão e o osso normal. Possui reação periosteal agressiva com aspecto em raios de 
sol (Figura 3). 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Osteossarcoma. Radiografia em AP da perna esquerda demonstrando lesão expansiva 
predominantemente osteoblástica com comprometimento periosteal. 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - SP) 
 
Na ressonância magnética, quando há presença de matriz óssea, o tumor apresenta 
baixa intensidade de sinal nas imagens ponderadas em T1 e em T2. Quando há 
matriz óssea mineral, apenas a massa de partes moles possui intensidade de sinal 
intermediária nas imagens ponderadas em T1. Naquelas ponderadas em T2, a 
intensidade de sinal é alta7 (Figura 4). 
 
Figura 3 - Osteossarcoma. Exame por ressonância magnética demonstrando lesão expansiva óssea 
que apresenta hipointensidade em T1 e impregnação heterogênea após a injeção do contraste 
paramagnético. 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - SP) 
 
3.1.2 Neoplasias benignas 
 
Lesões de origem benigna podem apresentar margens escleróticas, ou seja, com 
maior densidade óptica, pois esses tumores possuem crescimento lento, permitindo 
um depósito ósseo em maior espaço de tempo. Sua reação periosteal costuma ser 
sólida, sem interrupção. Podem afilar a cortical óssea de modo a deixá-la quase 
imperceptível, porém não a rompem. 
 
3.1.2.1 Osteocondroma 
 
O osteocondroma é o tumor ósseo benigno mais comum, sendo também conhecido 
pelo nome de exostose. Pode tornar-se maligno, após degenerar sob a forma de 
condrossarcoma em 1 a 2% dos casos. Isto pode ocorre em lesões solitárias. Essa 
neoplasia benigna é constituída por osso e cartilagem, sendo que a cartilagem pode 
calcificar tardiamente. Geralmente acomete as extremidades distais dos ossos 
tubulares longos, porém os locais mais frequentemente acometidos são a 
extremidade distal do fêmur e as extremidades superior e inferior da tíbia. São 
lesões assintomáticas, mas, quando crescem muito, podem comprimir estruturas 
circundantes causando dor ou alteração funcional. Seu aspecto de imagem é o de 
uma lesão que possui um pedículo e seu crescimento ocorre em direção oposta ao 
da articulação. A cortical do tumor tem continuação com a do osso acometido 
(Figura 5). Esta lesão tem início na infância e para de crescer com a fusão das 
epífises. Nos exames por ressonância magnética, apresenta sinal intermediário nas 
imagens ponderadas em T1. Nas imagens ponderadas em T2, o osteocondroma 
possui alta intensidade de sinal em seu constituinte cartilaginoso (Figura 6). A 
radiologia convencional é a modalidade de diagnóstico por imagem preferencial para 
a avaliação inicial dessa alteração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4. - Radiografia demonstrando osteocondroma em terço proximal do fêmur. 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - SP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 - Osteocondroma. Exame por ressonância magnética demonstrando uma formação 
expansiva óssea em diáfise proximal do úmero. Lesão apresentando base larga (séssil). 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - SP) 
 
A tomografia computadorizada e a ressonância magnética são reservadas para a 
avaliação da porção cartilaginosa dessa neoplasia4,5,7. 
 
3.1.2.2 Fibroma não ossificante 
 
É uma lesão radiotransparente, assintomática e sua localização característica é a 
metáfise cortical do osso. É excêntrica e circundada por uma fina lâmina de 
esclerose. O exame obtido pela radiologia convencional é a modalidade diagnóstica 
de escolha para seu diagnóstico (Figura 7). A extremidade distal do fêmur e as 
regiões proximais ou distais da fíbula e da tíbia são os sítios de acometimento 
preferencial. Crianças e adultos jovens são os indivíduos acometidos. Como tende a 
desaparecer, raramente é encontrado após os trinta anos de idade4,5. 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 - Fibroma não ossificante. Radiografia anteroposterior e em perfil do joelho direito 
demonstrando lesão radiolucente justacortical com margem esclerótica fina e bem definida, com 
reação periostal e septações em seu interior. 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - SP) 
 
3.2 Fraturas 
 
O termo fratura refere-se a interrupções da superfície óssea, geralmente causadas 
por trauma direto8. 
 
A radiologia convencional costuma ser, na maioria das vezes, o primeiro exame a 
ser solicitado. Um exame de boa qualidade deve permitir responder a algumas 
questões importantes, tais como: 
 A fratura é completa ou incompleta? Fraturas completas comprometem as 
duas superfícies corticais vistas na radiografia simples. Podem ser 
classificadas como transversas, oblíquas ou em espiral, quando avaliadas em 
relação ao seu plano de orientação. Fraturas incompletas acometem apenas 
uma superfície da cortical óssea. 
 Há deslocamento de um dos fragmentos ósseos? 
 As superfícies articulares estão deslocadas totalmente ou parcialmente entre 
si? 
 
Para que essas questões sejam respondidas de forma adequada, é necessário que 
o exame de radiografia seja obtido em pelo menos duas incidências ortogonais pois, 
algumas vezes, a linha de fratura é vista somente em uma dessas incidências5. 
 
3.2.1 Fratura por estresse ou fadiga 
 
Pode ter o aspecto de uma lesão agressiva. Caso o quadro clínico apresentado pelo 
indivíduo não seja característico, e as imagens obtidas pela radiologia convencional 
não sejam diagnósticas, deve-se realizar outro estudo uma a duas semanas após o 
primeiro, sem que isto signifique que a radiografia obtida anteriormente seja de baixa 
qualidade diagnóstica. Nesses casos, tanto a tomografia computadorizada quanto a 
ressonância magnética podem ajudar na demonstração desses tipos de 
fratura4(Figura 8). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7 - Fratura de estresse. Radiografia do pé demonstrando um espessamento fusiforme da 
cortical óssea (reação periosteal) no terço médio da diáfise do 2º metatarso com ruptura da cortical. 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - SP) 
 
3.3 Edema ósseo 
 
O edema ósseo, decorrente do trauma mesmo quando não há fratura, pode ser 
identificado pela RM. É caracterizado por áreas com aumento na intensidade de 
sinal nas imagens ponderadas em T2 e com baixa intensidade de sinal naquelas 
ponderadas em T12 (Figura 9). 
 
 
 
 
 
Figura 8. Exame por ressonância magnética do pé esquerdo demonstrando edema em medular óssea 
secundário à fratura no terço médio da diáfise do 2º metatarso. 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - SP) 
 
3.4 Lesões tendíneas e cartilaginosas 
 
Os estudos por ressonância magnética permitem avaliar lesões de meniscos e 
rupturas de tendões, assim como alterações cartilaginosassecundárias a traumas 
ou a processos degenerativos. 
 
Alterações cartilaginosas são caracterizadas, nas imagens ponderadas em T2, como 
áreas com aumento da intensidade de sinal. Nas rupturas tendíneas, geralmente são 
observadas linhas com aumento na intensidade de sinal que se dirigem às 
superfícies articulares. 
Rupturas ou estiramentos podem acometer ligamentos submetidos a trauma. Nos 
estiramentos podem ser vistas áreas de edema adjacentes ao ligamento, traduzidas 
por um aumento de sinal nas imagens ponderadas em T2. Nas rupturas 
ligamentares são observadas indefinição das fibras ligamentares e áreas com 
alterações de sinal no interior do ligamento 2(Figura 10). 
 
3.5 Processos inflamatórios das bursas 
 
Nos processos inflamatórios das bursas articulares, também conhecidos como 
bursites, observa-se aumento na intensidade de sinal nas imagens ponderadas em 
T22(Figura 10). 
 
Figura 9 - Exame por ressonância magnética na sequência ponderada em STIR (corte coronal) do 
ombro direito demonstrando ruptura parcial próximo à inserção do tendão do supra-espinhoso. Há um 
aumento de sinal dentro do tendão e presença de líquido na bursa subacromial-subdeltóide (bursite). 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA – SP) 
 
3.6 Doença articular degenerativa 
 
Essa doença é caracterizada pela redução do espaço articular, esclerose óssea e 
formação de osteófitos4. 
 
3.7 Artrite reumatóide 
 
Os aspectos de imagem característicos dessa patologia são mais bem avaliados 
pela radiologia convencional. Essa patologia, de etiologia desconhecida, acomete 
mais indivíduos do sexo feminino, entre os vinte e os sessenta anos de idade, com 
pico de incidência entre os quarenta e cinqüenta anos. Pode acometer qualquer 
articulação sinovial do corpo. Suas características são o edema de partes moles, 
osteoporose periarticular, erosões ósseas marginais e redução do espaço 
articular4,5,6,7. Geralmente o envolvimento articular é múltiplo e simétrico. 
Inicialmente, as articulações, interfalangeanas proximais, as articulações 
metacarpofalangeanas e a articulação do punho são os sítios mais comumente 
acometidos8 (Figura 11). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura10 - Artrite reumatóide. Exame por ressonância magnética (cortes coronais) nas sequências T1 
e STIR demonstrando sinais de alteração dos contornos com presença de cistos subcondrais e 
edema ósseo em ossos do carpo e ulna. 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - SP) 
 
3.8 Hérnia de disco 
 
A hérnia de disco ocasiona um quadro clínico doloroso, muitas vezes incapacitante. 
A dor é secundária à compressão do saco dural e das raízes nervosas pelo material 
herniado. Essa patologia é caracterizada pelo deslocamento focal do material que 
compõe o disco, seja ele o núcleo pulposo ou o anel fibroso, para além das margens 
do disco intervertebral, ou seja, para o interior do canal medular2,5 (Figura 12). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 - Exame por ressonância magnética, imagens sagitais ponderadas em T2 e T1, 
evidenciando uma hérnia de disco entre a sexta e sétima vértebras torácicas. Esta hérnia produz uma 
compressão sobre o saco dural e a medula. 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - SP) 
 
3.9 Nódulos de Schmorl (hérnia de Schmorl) 
 
O nódulo de Schmorl ocorre quando células da vida embrionária, em torno das quais 
os corpos vertebrais se desenvolvem, persistem após o nascimento. Na radiologia 
convencional aparecem como defeitos nas superfícies de um ou mais corpos 
vertebrais, podendo ocorrer protrusão de material do disco para o interior do corpo 
vertebral. Acometem, geralmente, os corpos vertebrais inferiores da coluna torácica 
e os superiores da coluna lombar5 (Figura 13). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12 - Estudo por ressonância magnética ponderado em T1 e T2, no plano sagital: Nódulos de 
Schmorl nos platôs vertebrais inferiores de T5 a T9 e superiores de T6 a T9. 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - SP) 
 
3.10 Osteoporose 
 
O termo osteoporose significa redução na quantidade de osso. Suas causas são 
várias. A osteoporose primária é aquela que acomete mulheres após a menopausa e 
a secundária é aquela que tem uma causa subjacente como observada em 
distúrbios renais. A osteoporose por desuso pode acometer indivíduos de qualquer 
idade e decorre da imobilidade, como por exemplo, após o tratamento de fraturas. 
Seu aspecto no exame obtido pela radiologia convencional é o de redução da 
densidade óptica, afilamento da cortical óssea e trabeculado ósseo de aspecto 
grosseiro4,5,8. 
 
13 Osteopetrose 
 
A osteopetrose é uma doença rara e hereditária. É caracterizada pelo aumento da 
densidade do tecido ósseo, porém são ossos frágeis, suscetíveis a fraturas (Figura 
15). Quando as fraturas ocorrem, são geralmente de orientação transversa em 
relação ao eixo longo do osso acometido4,5 (Figura 14). 
 
Figura 14 - Osteopetrose. Radiografia de crânio em perfil demonstrando esclerose principalmente dos 
ossos da base do crânio. 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA – SP) 
 
3.11 Doença de Paget 
 
Geralmente acomete indivíduos após os cinqüenta anos de idade. Pode acometer 
qualquer osso. Apenas 20% dos indivíduos acometidos são sintomáticos. Os ossos 
mais acometidos são, por ordem descrescente de frequência, a bacia, as vértebras, 
o fêmur, o crânio, a tíbia, a clavícula, o úmero e os arcos costais. Essa doença é 
caracterizada pela destruição óssea com posterior tentativa de reparaçãodo do osso 
acometido. Por isso, seu aspecto de imagem depende da fase da doença. Assim, 
pode apresentar um padrão de lise, ou seja, de destruição óssea; um padrão de 
reparação óssea, ou ainda, um padrão misto. Na radiologia convencional o osso 
acometido apresenta espessamento de sua cortical e trabeculado ósseo grosseiro. 
Também podem ser observadas lesões radiotransparentes com áreas radiodensas 
de permeio. O exame por tomografia computadorizada (Figura 15) mostra os 
mesmos achados observados pela radiologia convencional. É utilizado, assim como 
a ressonância magnética, para estudo das complicações dessa doença4,5. 
 
Figura 15 - Exame de tomografia computadorizada demonstrando lesões mistas predominantemente 
osteoblásticas em vértebra devido a doença de Paget. 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - SP) 
 
3.12 Mieloma múltiplo 
 
É um processo maligno onde há o comprometimento difuso da medula óssea 
vermelha. É comum o envolvimento dos corpos vertebrais. Os exames por 
tomografia computadorizada ou por ressonância magnética são solicitados quando 
há suspeita de comprometimento neurológico em fraturas patológicas5 (Figura 16). 
 
 
 
Figura 16 - Mieloma multiplo. Exame de tomografia computadorizada demonstrando lesão expansiva 
lítica do corpo da terceira vertebra torácica. 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - SP) 
 
3.13 Metástase óssea 
 
As metástases ósseas podem ser líticas (radiotransparentes), blásticas (radiopacas) 
(Figura 17) ou mistas (quando há combinação dos dois tipos anteriores). 
Geralmente, a maioria das lesões metastáticas para os ossos são líticas. Ocorrem 
mais frequentemente em indivíduos acima de cinqüenta anos. O comprometimento 
ósseo por uma lesão metastática pode levar a fratura patológica. Os principais 
tumores malignos que enviam metástases para os ossos são: os pulmões, as 
mamas, os rins e a glândula tireóide2,5,8.Figura 13 - Metástase óssea de meduloblastoma. Radiografia em AP do quadril demonstrando 
múltiplas lesões osteoblásticas 
 
Fonte: MED-IMAGEM (HOSPITAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA - SP) 
 
Glossário 
Plano axial: horizontal, axial, transaxial, transversal ou transverso: são os planos que 
formam, com qualquer um dos outros planos, ângulos retos. 
Margem esclerótica: este termo refere-se a uma maior deposição óssea nas 
margens da lesão. Lesões de natureza benigna costumam possuir margens 
escleróticas2. 
Cortical óssea: o osso compacto do corpo, ou a diáfise, que envolve a cavidade 
medular, é a substância cortical2. 
Epífise: parte que se encontra mais próxima da articulação, sendo estreita e 
revestida pela cartilagem articular. No nascimento, pode ser uma estrutura 
completamente cartilaginosa e, devido a isso, não aparece nas radiografias9. 
Fise: é a chamada placa de crescimento ou cartilagem de crescimento, sendo 
localizada entre a epífise e a metáfise9. 
Metáfise:é a porção alargada, junto às articulações. Na região metafisária encontra-
se tecido ósseo esponjoso9. 
Diáfise: Constitui a maior porção do osso longo e estende-se do centro para as 
extremidades. Encontra-se tecido hematopoiético (formador de sangue) nessa 
região9. 
STIR: o objetivo do STIR é suprimir a gordura. Logo, ele baseia-se no ponto nulo 
inerente da gordura, que ocorre em um TI curto quando comparado a outros 
tecidos10. 
T1: este termo refere-se a um tempo de eco notavelmente menor do que T2, 
praticamente independe dos valores de T2 dos tecidos avaliados. Para isso, deve-se 
escolher um tempo de repetição TR curto, assim a intensidade do sinal depende 
somente de T1 e da densidade de prótons. Esta é dita uma sequência curta. Este é 
um sinal ponderado em T111. 
T2: este termo refere-se a um tempo de eco “longo”, com a mesma ordem de 
grandeza que o dos tempos T2 dos tecidos, relacionado a um TR longo. Assim a 
intensidade do sinal depende somente dos valores de T2 e da densidade de prótons. 
Este e um sinal ponderado em T211. 
Agente paramagnético: os agentes de contraste são utilizados para aperfeiçoar a 
especificidade dos exames. Os agentes paramagnéticos agem principalmente em 
T1, formados por complexos de gadolínio11. 
Osteoblástico: este termo refere-se à deposição (formação) contínua de osso novo12. 
Reação periosteal: formação do osso novo pela membrana periosteal em resposta 
aos processos patológico, sendo influenciada pela agressividade e velocidade de 
desenvolvimento da patologia13. 
 
REFERÊNCIAS 
 
1 KATZ, D; MATH, K.R.;GROSKIN, S. Segredos em Radiologia. 1. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2000. 
 
2 JÚNIOR, C. F. M. Radiologia Básica, Rio de Janeiro, RJ: Revinter © 2010. 
 
3 WEBB, W. R.; BRANT, W. E.; HELMS, C. A. Fundamentos de Tomografia 
 Computadorizada do Corpo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 
 
4 RBRANT, W. E.; HELMS, C. A. Fundamentos de Radiologia: Diagnóstico por 
Imagem. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2008. 
 
5 JUHL J.H.; CRUMMY A.B.; KUHLMAN J.E.; PAUL & JUHL 
R . 7a ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2000. 
 
6 HARRISON T.R.; FAUCI A.S. Medicina Interna. 16a Ed. Rio de Janeiro: 
McGraw-Hill; 2006. 
 
7 STOLLER D, TIRMAN P, BREDELLA M, Diagnostic Imaging: Orthopaedics. 
New York, NY: Elsevier; 2004. 
 
8 STIMAC G. K.; KELSEY C. A. Advanced Techniques in Diagnostic Imaging. 
In: Introduction to Diagnostic Imaging. Seattle: WB Saunders Company, 1994. 
 
9 RUARO, A. F. Ortopedia e Traumatologia. 
 
10 WESTBROOK, C. Manual de Técnicas de Ressonância Magnética. Rio de 
Janeiro: Guanabara koogan, 2002 
 
11 CABANIS et al, Diagnostico por Imagem em Ressonância Magnética, 2 ed., 
2000 
 
12 GUYTON, Arthur C. Fisiologia Humana. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2008 
 
13 EDEIKEN et al. New Bone Production and Periosteal Reaction. Am. J. 
Roentgenol.; Jul 1966; 97:708 -718

Outros materiais