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Procedimentos de Enfermagem em Pediatria

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Procedimentos de Enfermagem em Pediatria 
O conceito de Segurança do Paciente refere-se à redução dos riscos de danos ​desnecessários 
associados*​ à assistência em saúde a um mínimo aceitável. 
*Conhecidos como efeitos adversos. São danos não intencionais decorrentes da assistência prestada 
ao paciente, não relacionados à evolução natural da doença de base. Acarretam lesões mensuráveis 
nos pacientes afetados, óbito ou prolongamento do tempo de internação. 
NR-32: ​tem por finalidade estabelecer as Diretrizes básicas para a implantação de medidas de 
proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que 
exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 
PNSP: ​institui ações para a promoção da segurança do paciente e a melhoria da qualidade nos 
serviços de saúde. 
6 Passos da Segurança do Paciente: 
1. Identificar corretamente o paciente 
2. Melhorar a comunicação entre profissionais de Saúde 
3. Melhorar a segurança na prescrição, no uso e administração de medicamentos 
4. Assegurar cirurgia em local de intervenção, procedimento e paciente corretos 
5. Higienizar as mãos para evitar infecções 
6. Reduzir o risco de quedas e úlceras por pressão 
 
Sondagem Gástrica 
Tem como objetivo ser um meio alternativo para administração de medicamentos, de alimentação , 
colheita de material para exame, preparo pré-operatório, descompressão gástrica, quando em 
ventilação mecânica e drenagem de secreções gástricas. Utilizamos a via nasogástrica ou 
orogástrica (para deixarmos as narinas dos RNs livres e não dificultar sua respiração). 
Materiais: sonda gástrica de silicone no calibre adequado à criança, seringa, estetoscópio, 
lubrificante, se necessário, esparadrapo, luva de procedimento. 
Procedimento: 
● Posicionar a criança em decúbito dorsal ou lateral; 
● Medir o cateter e marcar com o esparadrapo ( RN e Lactentes prematuros, medir da narina 
até um 1 cm acima da ponta da extremidade inferior do apêndice xifóide; Crianças maiores, 
medir do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e desta até o apêndice xifóide); 
● Iniciar a introdução da sonda aberta pela narina (SNG) ou através da boca (SOG), com 
movimentos firmes e precisos, observando as reações da criança (se a criança conseguir, 
pedir-lhe para fazer movimentos de deglutição). Ao alcançar a marca predeterminada, fixar o 
cateter com esparadrapo. 
● Verificar se o cateter está posicionado corretamente no estômago: ausculta com o 
estetoscópio e/ou aspirar conteúdo gástrico. 
● Fechar a sonda ou conectá-la a um sistema de drenagem. Fixar a sonda com tiras de 
esparadrapo em “H”, se possível, utilizar tintura de benjoim para proteção da pele. Colocar a 
criança confortavelmente ao leito. 
 
Pontos a serem observados: 
● falso trajeto - cateter na traquéia -> desconforto respiratório; 
● estimulação do nervo vago -> sinais de apneia, bradicardia (principalmente caso de 
lactentes); 
● evitar distensão abdominal, aspirando o volume do ar injetado no estômago ao testar o 
posicionamento da sonda; 
● introdução excessiva com penetração no intestino -> drenagem de bile 
● evitar necrose do tecido nasal -> alternância das narinas e calibre do cateter / trocas muito 
freqüentes devem ser evitadas por ser uma manobra traumática e desagradável para a 
criança; 
● verificar sempre o posicionamento da sonda antes de cada administração de dieta, aspirando 
o conteúdo gástrico, registrando características do mesmo, utilizar a força da gravidade e 
irrigar o cateter gástrico após a administração de dieta; 
● Aprazamento da dieta - REPOUSO GÁSTRICO 
 
Inaloterapia e Oxigenoterapia 
Inaloterapia - tem como objetivo: auxiliar na eliminação de secreções, promover a umidificação das 
vias aéreas superiores, administrar medicamentos pela via respiratória. 
● Nebulizadores com baixa capacidade volumétrica:​ administração de broncodilatadores. 
○ Vantagens: utilizar ar comprimido e oxigênio 
○ Desvantagens: administração lenta e irregular 
● Nebulizadores com grande capacidade volumétrica​: manter úmidas as vias aéreas de 
crianças com traqueostomia entubação endotraqueal ou que foram recentemente entubadas. 
○ Vantagens: utilizados em terapia prolongada, com ou sem aquecedor 
○ Desvantagens: hidratação excessiva (crianças muito pequenas) 
 acúmulo de líquido condensado nas extensões (infecções) 
● Nebulizadores ultra-sônicos: ligados à rede elétrica, utilizam alta frequência para quebrar a 
superfície da água em partículas e criar uma névoa. 
○ Vantagens: facilita fluidificação em áreas de diâmetro muito pequeno nas vias aéreas 
inferiores. 
○ Desvantagens: hidratação excessiva 
Pontos a observar: 
● Se a umidificação for inadequada a secreção torna-se espessa, dificultando sua remoção 
● Qualquer gás inspirado deve ser aquecido e umidificado 
● Atentar para limpeza e desinfecção adequadas dos equipamentos após o uso 
● Observar e avaliar a criança, constantemente 
 
Oxigenoterapia ​- é indicada quando a criança tem a sua função respiratória comprometida devido a 
alterações crônicas ou agudas. Devemos fornecer uma quantidade suficiente de oxigênio para 
corrigir a hipoxemia, evitando-se níveis tóxicos do oxigênio inspirado. 
O oxigênio apresenta efeitos colaterais tóxicos importantes sendo os mais conhecidos os que afetam 
o pulmão ( atelectasia, hemorragia, edema, fibrose) retina (fibroplasia retrolenticular). 
Necessidade de análises frequentes dos gases arteriais (gasometria) e da fração inspirada de 
oxigênio (oxímetro). A pressão parcial de oxigênio arterial (PaO2) entre 55 a 60 mmHg ( saturação 
mínima de 90%). O método a ser utilizado para administração dependerá, da condição da criança e 
da análise dos gases sanguíneos. O2 deve ser sempre umidificado, aquecido e usado com uma das 
técnicas seguintes. 
Os equipamentos mais utilizados em pediatria são: 
● Cânula nasal - baixar concentrações de O2, de 20-40%. Simples e econômico. Pouca 
tolerado pelas crianças (facilmente deslocável, exigindo vigilância constante. 
● Cateter nasal ou nasofaríngeo - fornece concentrações semelhantes à cânula a ponta deve 
ser localizada na orofaringe. Causa mais desconforto que a cânula nasal. 
Em qualquer desses métodos, fluxo acima de 8 l/min são extremamente irritantes, causando 
ressecamento da mucosa, além de eventualmente levar à distensão gástrica. A cânula ou o cateter 
deve ser trocados de narina a cada 8 a 12 horas. 
Tipos de oxigenação: 
● Máscara - (indicada para concentração de 40% a 60% contraindicada em crianças 
inconscientes variam de tamanho e forma), 
● Tenda de oxigênio - (necessidade de fluxo 8 a 10 l/min, para uma concentração de oxigênio 
em torno de 40-50%, dificil de manter FiO² constante, visão e audição prejudicados pelo 
gás.) 
● Oxi-Hood - fornece até 100% dependendo do fluxo, permite ajuste dos gases, desvantagem: 
ruído e fixação em torno da região cervical) 
● Incubadoras e ventiladores​ - outras modalidades de fornecimento de oxigênio 
 
Administração de medicamentos em pediatria 
Preparação da criança: o momento da aplicação nem sempre é visto como uma experiência 
agradável para muitas pessoas. No caso das crianças, os pais podem exercer uma forte influência 
negativa ao transferir o seupróprio medo para o pequeno paciente. 
Os seis certos da administração de medicamentos​: medicamento, dose, criança, via, hora, registro 
certos. 
O critério de escolha dependerá das condições da criança e o tempo que se deseja que o 
medicamento inicie seu efeito. ​As dosagens pediátricas variam de acordo com o peso, 
superfície corpórea e a idade da criança. ​É essencial que haja exatidão ao calcular, preparar e 
administrar, uma vez que as dosagens administradas são pequenas e qualquer variação para mais 
ou para menos pode prejudicar a criança. Ex: ação nefrotóxica, ação ototóxica. 
 
Via oral: 
Para administrar medicamentos por via oral deve-se observar: 
● Escolher material adequado para a criança; 
● Homogeneizar as soluções antes de administrar; 
● Não abrir ou esmagar cápsulas, para que não percam proteção entérica; 
● Dissolver comprimidos triturados em quantidade de água possível de ser engolida de uma só 
vez; 
● Conta gotas, copos e seringas são utilizados em menores de 1 ano; 
● Sonda nasogástrica ou orogástrica, administram-se medicamentos líquidos em crianças que 
não podem deglutir. 
 
Via parental (injetáveis): 
● Ação mais rápida ou imediata; 
● Medicamentos que causam irritação gástrica; 
● Medicamentos que não podem ser ingeridos; 
● Criança com dificuldades de deglutir. 
Muitas vezes é considerado pela criança como ato agressivo, causando dor ou medo, o que a 
criança traduz com choro e ansiedade. 
 
Via intramuscular: 
● As agulhas mais utilizadas em pediatria são as de calibre 25x6, 25x7, 10x5,13x4 e devem ser 
introduzidas em ângulo de 90°; 
● Volume máx. de 1-3 ml; 
● Locais de aplicação: 
○ Região ventro-glútea é utilizada em crianças maiores de 1 ano porque há riscos 
mínimos de lesões vasculares ou do sistema nervoso. 
○ Região dorso-glútea deve ​ser evitada em crianças que ainda não começaram a 
andar​, porque devido ao desenvolvimento incompleto dos músculos, a agulha pode 
lesar o nervo ciático 
○ Região do vastolateral inclui a parte antero-lateral da coxa, é indicado para crianças 
pequenas porque não há riscos de lesão em nervos importantes. 
○ Região do deltóide é a região mais indicada para crianças maiores (geralmente 
escolares e adolescentes) – ​contra-indicado lactente e crianças menores – 
nervos radial e ulnar e arteria braquial. 
 
Via subcutânea: absorção de medicamento é lenta, sendo indicada para administrar insulina, 
adrenalina e vacinas. 
 
Via intradérmica: é usada para procedimentos diagnósticos como testes alérgicos, tuberculínicos e 
aplicação da vacina BCG. 
 
Via Endovenosa: 
Em crianças os dispositivos intravenosos: 
● Scalps mais usados são os de calibre 21, 23, 25, 27; 
● Jelcos 20, 22, 24 e devem ser introduzidos em ângulo de 15°; 
● Locais mais recomendados são; veias do couro cabeludo, dorso da mão e do pé e 
antebraço. 
 
“As três leituras certas da medicação” 
● Ao retirar o frasco ou ampola do armário, confira o rótulo pela primeira vez; 
● Ao aspirar com a seringa ou retirar o comprimido do frasco, faça a segunda conferência; 
● Ao guardar o medicamento ou jogá-lo fora, faça a terceira conferência. 
 
 
Princípios básicos na profilaxia de infecções relacionadas a terapêutica intravenosa: 
● Lavagem das mãos: 
● Uso de barreiras de proteção; 
● Prazos de permanência dos sistemas de infusão; 
● Treinamento da equipe; 
● Utilização de curativos adequados; 
● Manuseio de equipos e conexões com técnica adequada; 
● Frascos e ampolas multidoses. 
 
Padronização dos horários das medicações sugeridas: 
● 4/4 horas - 10h 14h 18h 22h 02h 06h 
● 6/6 horas - 12h 18h 24h 06h 
● 8/8 horas - 14h 22h 06h 
● 12/12 horas - 12h 24h 
● 1x/dia - 12h 
● 2x/dia - 12h 24h 
 
Nutrição Parenteral em Pediatria: 
É o aporte intravenoso de um suporte nutricional parcial ou total, através da administração de 
proteína, gordura, carboidrato, vitaminas e minerais. 
A técnica de NP consiste na introdução por via venosa central ou periférica, de nutrientes em 
qualidade e em quantidade suficientes para o atendimento das exigências nutritivas do organismo e 
manutenção da massa corpórea dentro dos limites normais, bem como assegurar níveis normais de 
crescimento e desenvolvimento do organismo. 
N.P. está indicada quando: 
● A criança não pode comer : anomalias ou cirurgias do trato intestinal, doença 
intestinal inflamatória, enterocolite necrotizante, tumores obstrutivos da cabeça e 
pescoço, vômitos incoercíveis, etc. 
● A criança não come o suficiente : prematuridade, queimadura, desnutrição, trauma, 
síndrome do intestino curto, septicemia, doença renal, doença hepática, doença 
cardíaca, quimio e/ou radioterapia, etc. 
A criança não deve comer : doença intestinal inflamatória, obstrução intestinal, etc. 
A criança não quer comer : doenças malignas, anorexia nervosa, etc. 
 
O enfermeiro deve atentar, a todo momento, para a prevenção de contaminação. A mistura 
de glicose, Aas emulsão lipídica, e outras substâncias, forma um caldo e cultura muito rico, onde as 
bactérias e fungos podem multiplicar-se em grande velocidade. 
Sendo assim, o enfermeiro exerce função capital na assistência ao cliente em N.P., pois o 
mesmo em muito contribuirá para o bom êxito de tal terapia. A ele cabe orientar a sua equipe sobre a 
importância da série de cuidados que se faz necessário quando em N.P.

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