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Atuação do enfermeiro na parada e ressuscitação cardiorrespiratória História da RCP: Em 1950 – Peter Safar, médico anestesista e intensivista – técnicas de reanimação. Safar ainda contribuiu para a sistematização do atendimento desenvolvendo o Advanced Cardiologic Life Support (ACLS), ou Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (SAVC) Conceitos: A parada cardiorrespiratória (PCR) é a cessação súbita da circulação sistêmica em um individuo com expectativa de restauração de suas funções fisiológicas e não portador de doença crônica infartável ou em fase terminal. Em outras palavras, é a cessação da respiração e da circulação. A Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) é uma serie de ações de salvamento que aumentam a chance de sobrevida após uma PCR. As manobras de ressuscitação cardiopulmonar consistem na manutenção de condições vitais por meio de ventilação artificial e compressão torácica externa, combinada com a desfibrilação precoce. Resultado = melhor sobrevida dos pacientes. Estudos de RCP intra-hospitalar: Mortalidade por PCR intra-hospitalar – ALTA Taxa de sobrevivência: 21% 80% acabam morrendo antes da alta; Apenas 25% dos ritmos são: Fibrilação Ventricular (FV) e taquiventricular (TV) Evento arrítmico súbito sem desfibrilação, as chances de sobrevivência diminuem em 7 a 10% 83% de inadequações na frequência de compressões torácicas e 100% na ventilação. Causas da parada cardiorrespiratória: Causas cardíacas: Infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, arritmia, espasmo de artéria coronária, tamponamento cardíaco. Causas pulmonares: insuficiência respiratória, obstrução da via aérea, troca gasosa prejudicada (SARA), ventilação prejudicada (pneumotórax), embolia pulmonar, distúrbios eletrolíticos, hipercalemia, hipomagnesemia, hiper ou hipocalcemia Procedimentos: cateterismos (artéria pulmonar ou cardíaco), cirurgia Outros: intoxicações, efeitos colaterais de medicações. A PCR pode ser causada por quatro ritmos: fibrilação ventricular (FV), taquicardia ventricular sem pulso (TVSP), atividade elétrica sem pulso (AESP) e assistolia. A sobrevida dos pacientes depende da integração do suporte básico de vida (SBV), do suporte avançado de vida em cardiologia (SAVC) e dos cuidados pós-ressuscitação. Taquicardia ventricular É reconhecida por amplos complexos QRS bizarros ocorrendo em um ritmo regular em uma frequência superior a 100 bpm. As ondas P geralmente não são vistas, mas, quando vistas, não estão relacionadas com QRS. Fibrilação ventricular É definida como uma despolarização rápida, irregular e ineficaz do ventrículo. É uma arritmia mortal e principal causa de morte de pacientes adultos. Ocasionado por obstruções artérias. Atividade elétrica sem pulso (AESP) Parada súbita e inesperada dos batimentos cardíacos eficazes. Assistolia A assistolia é um ritmo de parada cardíaca associado a atividade elétrica não discernível ao ECG. Representada por uma linha reta ao ECG. Atendimento a PCR: As melhores chances de sobrevivência dependem da RCP e da desfibrilação precoce. Em 4 minutos inicia-se a lesão cerebral; em 10, a morte cerebral se estabelece. = HORA DE OURO. Materiais utilizados: Equipamentos de proteção individual; Carrinho de urgência com desfibrilador; Prancha de RCP; Ambu – bolsa-válvula-máscara Extensão Rede de gazes Sonda de aspiração no. 12 ou 14 Medicamentos Material de intubação traqueal: Laringoscópio com lâminas Tubo traqueal Seringa de 20 ml Cadarço Esparadrapo, Cânula de orofaríngea ou nasofaríngea Máscara laríngea: É um dispositivo utilizado na área médica, para realização de ventilação pulmonar na manipulação da via aérea difícil. Monitoramento do paciente: monitor multiparamétrico e eletrodos. Mudanças ocorridas no protocolo da AHA Não avalia mais: ver – ouvir – sentir:CABD (circulação, via aérea, respiração, desfibrilação precoce) ABC (via aérea, circulação, respiração) Ressuscitação em equipe Ênfase na realização das manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) de boa qualidade Atropina não é mais recomendada Uso da capnografia - é um indicador de intubação orotraqueal adequada, ela também é indicadora da qualidade das manobras de RCP e do retorno da circulação espontânea (RCE) Principais intervenções de RCP Compressões torácicas; Ventilação; Desfibrilação precoce; Intubação; Administração de medicamentos Atendimento a PCR Determinar a responsividade: Verifique se o paciente responde: toque e grite Tempo: 5 a 10 segundos. Verifique se está com respiração ou sem respiração – avalie o tórax Tempo: 5 a 10 segundos. Se o paciente responde: Avalie a respiração Se respiração presente: coloque paciente em posição de recuperação Instalar oxigênio Puncionar veia periférica (2º socorrista) Verificar SSVV Monitorização cardíaca Paciente não responde: Avalie a respiração: respiração ausente ou “gasping” Chame a equipe!!! Posicionamento do paciente: Posicione o paciente em decúbito dorsal sobre uma superfície rígida e plana No ambiente hospitalar, coloque a prancha de reanimação sob o tronco Circulação: Verifique: há pulso central? Técnica de compressões torácicas e ventilações: Comprima o centro do tórax (metade inferior do externo), com força (5 cm) e rapidez (mínimo de 100 compressões/min) Permitir retorno do tórax total após as compressões Minimize interrupções nas compressões Alternar os profissionais – não gastar mais de 10 segundos Evite ventilação excessiva Os profissionais de saúde devem iniciar as compressões torácicas antes de aplicar ventilações de resgate (CABD em vez de ABC) Iniciar a RCP com 30 compressões em vez de duas ventilações. Isso diminui a demora em aplicar a primeira compressão. A frequência de compressão foi modificada para um mínimo de 100 por minuto, em vez de aproximadamente 100/minuto. A profundidade da compressão em adultos foi ligeiramente alterada para, no mínimo, 2 polegadas (cerca de 5 cm) Se não houver pulso continue as manobras de RCP Se houver pulso inicie a ventilação de resgate à frequência de 1 ventilação a cada 5 ou 6 segundos (10 a 12 ventilações/min) Via aérea: Via Aérea Pérvia: Manobra de Jaw-Trust ou Chin Lift: Uso do dispositivo bolsa-válvula-máscara (AMBU) 30 compressões para 2 ventilações durante 2 minutos e reavaliar Se respirações espontâneas não retornarem = deve ser dado respiração assistida Necessidade de via aérea avançada Cuidados importantes durante e após a intubação: É importante aspirar a traquéia s/n Fixar a cânula Havendo sucesso da RCP, conectar no respirador o tubo traqueal (ventilação mecânica) Iniciar cuidados pós-RCP Desfibrilação: Quando a monitorização com desfibrilador manual revela ritmo de FV/TVSP: desfibrilação o mais precoce possível Desfibrilador bifásico: energia do choque deve ser entre 120-200J Desfibrilador monofásico: a energia é de 360 J Administração de medicamentos na PCR Puncionar veia periférica calibrosa e administrar medicamentos conforme prescrição médica Preparar as medicações de urgência e identificar: Epinefrina: 1 mg a cada 3 a 5 min (IV ou IO) Vasopressina: 40 unidades podem substituir a primeira ou segunda dose de epinefrina (IV ou IO) Amiodarona: primeira dose: 300mg em bolus e segunda dose 150 mg em bolus Administração de flush com soro fisiológico após cada medicação. Lidocaína - medicação de segunda escolha, caso a amiodarona não esteja disponível Sulfato de magnésio – administração de sulfato de magnésio IV pode finalizar taquicardia ventricular polimórfica do tipo torção das pontas. Bicarbonato de sódio – tratamento da acidose Atendimento pós-RCP Papel do enfermeiro na RCP Atuar como coordenador da equipe de enfermagem Monitorar o paciente Solicitar o respirador Controlar o tempo de administração das drogas solicitadas pelo médico Fazer anotação e sistematização da assistênciade enfermagem Desfibrilar o paciente se o líder solicitar Fornecer apoio e orientações a família do paciente Organização e padronização do carro de emergência e checagem diária do mesmo (ou supervisão disto) Treinamento da equipe Ações necessárias relacionadas ao atendimento adequado de PCR: Atualização sobre as manobras de RCP Treinamento das equipes Padronização de medicamentos e materiais do carro de emergência Formação de um grupo responsável pela padronização e divulgação das ações Sistema de resposta rápida: Na última década, hospitais de vários países e inclusive o Brasil conceberam sistemas para: Identificação precoce de PCR; Tratamento precoce de PCR; Melhorar os resultados para a segurança dos pacientes. Critérios fisiológicos para chamar a equipe de resposta rápida: Via aérea ameaçada; Frequência respiratória < 6 ou >30 rpm; Frequência cardíaca <40 ou >140 bpm; Pressão arterial sistólica <90 mmHg; Hipertensão sintomática; Rebaixamento do nível de consciência; Agitação inexplicável; Convulsão; Queda no débito urinário; Considerações subjetivas.
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