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TREINAMENTO ALIMENTAR

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I Mostra Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão 
Universidade Federal de Santa Maria, Campus Frederico Westphalen, 21 de Agosto de 2019 
 
TREINAMENTO ALIMENTAR NO CULTIVO DA TRAÍRA (HOPLIAS 
MALABARICUS) 
 
Fusatto, Abner P.
1
(IC); Marasca, Samuel.
2
(PG); Schneider, Thamara L.S.
2
 (PG); Lazzari, 
Rafael.
1
(O) 
 
1
Departamento de Zootecnia e Ciências Biológicas, campus Palmeira das Missões, 
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); 
2
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, UFSM 
 
A piscicultura brasileira é uma atividade em crescimento e com grande potencial, 
principalmente devido aos recursos hídricos abundantes disponíveis em 2018, apresentou 
um crescimento de 4,5% quando comparado com o ano anterior. A região Sul do Brasil foi 
quem mais se destacou, obtendo um crescimento de 11% neste mesmo período, tendo a 
tilápia (Oreochromis niloticus) como principal espécie cultivada. Em contraponto, a 
produção de peixes nativos teve uma queda de 4,76% na produção nacional. Essa 
diminuição pode ser atribuída à dificuldade de cultivo, no qual as principais causas podem 
estar relacionadas à problemas climáticos, sanitários e mercadológicos. Assim como a 
dificuldade de suprir a necessidade nutricional de espécies nativas, porém, espécies como a 
traíra além de apresentar um sabor de grande aceitabilidade também é utilizada como 
controle de desovas em cultivos de tilápia. O tambaqui (Colossoma macropomum) é o 
peixe nativo mais produzido no Brasil e apresenta hábito alimentar onívoro-oportunista, ou 
seja, se alimenta de ingredientes de origens vegetal e animal e apresenta trato 
gastrointestinal adaptativo, isso facilita a aceitação de dietas formuladas. Já espécies do 
gênero Pseudoplatystoma(pintado e cachara), Cichla (tucunaré), Salminus (dourado) e 
Hoplias (traíra e trairão), apresentam característica alimentar carnívora. A exigência por 
ingredientes de origem animal de alto valor protéico e a capacidade limitada de digerir e 
aproveitar carboidratos são características de espécie carnívoras que encarecem o sistema 
produtivo. Uma espécie de grande valor agregado, porém, pouco difundida no mercado é a 
traíra (Hoplias malabaricus). Sua pouca disseminação, se dá pela dificuldade de produção, 
que, necessita de um manejo mais meticuloso que o convencional. E por conseguinte, tais 
espécies não aceitam de maneira voluntária rações balanceadas, necessitando receber um 
treinamento alimentar. Para o trairão (Hopliaslacerdae) foi observado que o treinamento 
alimentar pode ser iniciado na fase juvenil, medindo 1,6cm. Ao atingirem este 
comprimento são adicionadas pequenas quantidades de fígado cru junto a ração, para que 
ocorra principalmente um estímulo de atratividade para apreensão dos pelletse a produção 
de enzimas digestivas no trato gastrointestinal. No treinamento alimentar com tucunaré foi 
substituído gradualmente o peixe moído por ingredientes secos na dieta (ração comercial). 
Para o pintado, em fase larval, o alimento vivo (Artêmia) foi substituído gradualmente pela 
ração farelada. Contudo, o estudo sobre práticas de treinamentos alimentares para traíras se 
fazem necessárias para que ocorra uma facilitação na produção desses peixes, sendo que 
essa espécie apresenta grande potencial para a piscicultura brasileira, pois apresenta alta 
aceitabilidade pelos consumidores e carne de excelente qualidade e sabor. 
 
Trabalho apoiado pelo programa PIBIC-CNPq

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