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Direito Previdenciário Benefícios da Previdência Social Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Claudio Alves da Silva Profa. Ms. Fernanda Garcez Lopes de Souza Revisão Textual: Profa. Dra. Patrícia Silvestre 5 • Introdução • Auxílio • Aposentadoria • Benefícios do plano simplificado da Previdência Social (PSPS) • Acidente de trabalho Para melhor estruturar os estudos, recomendo a leitura do texto teórico; a apresentação em PowerPoint da Unidade; o aprofundamento do tema mediante a leitura de quaisquer das obras indicadas na bibliografia (observe a indicação de capítulos de livros e leituras sugeridas) e a participação no fórum de estudos. O estudo do tema “Benefícios da Previdência Social” deve ser complementado com a leitura da bibliografia indicada no Plano de Ensino, além da leitura da bibliografia complementar e de uma pesquisa nas bibliotecas virtual e do campus, além da Internet. Existem diversos textos e vídeos disponíveis que poderão ser úteis ao aprofundamento do tema. Prosseguindo nosso estudo, nesta unidade serão estudados os benefícios da Previdência Social, entre os quais os devidos por acidente de trabalho. Especial atenção há de ser emprestada às peculiaridades de cada benefício e à caracterização do acidente de trabalho e a sua natureza jurídica. Trata-se de tema abrangente e será muito útil para a vida de todos vocês. Estudem o material disponibilizado, aprofundando os conhecimentos com a realização das atividades de sistematização e a participação no nosso Fórum. Benefícios da Previdência Social 6 Unidade: Benefícios da Previdência Social Contextualização O aumento do consumismo e o curto ciclo de vida dos produtos referentes à sua durabilidade fizeram com que o aumento do descarte de produtos se tornasse um problema mundial. A Logística Reversa de Pós-Consumo viabiliza o retorno de produtos, ao quais, por algum motivo, não se deseja utilizar, ou não podem ser mais utilizados, e necessitam de um destino adequado, sendo ela a matriz estratégica, tática e operacional para a viabilização adequada do retorno. 7 Introdução Os benefícios da previdência social são prestações pecuniárias devidas pelo Regime Geral da Previdência Social aos segurados, destinadas a prover-lhes a subsistência, nas eventualidades que os impossibilitem de, por seu esforço, auferir recursos para isto, ou a reforçar-lhes os ganhos para enfrentar encargos de família, ou ampara, em caso de morte ou prisão, os que dele dependiam economicamente. Classificação dos benefícios Os benefícios podem ser classificados da seguinte forma: 1. Quanto ao tempo: a) de prestação instantânea: quando pagos em cota única (atualmente inexistente no Regime Geral da Previdência Social); b) de prestação periódica: são os pagos por um número previamente determinado de competências (ex: salário maternidade); c) de prestação continuada: são os mantidos por prazo que não se pode determinar em princípio (ex: aposentadoria por idade). 2. Quanto aos destinatários: a) devidos aos segurados: aposentadoria; auxílio-doença; auxílio-acidente; auxílio- maternidade e o salário-família; b) devidos aos dependentes: pensão por morte e auxílio-reclusão. 3. Quanto ao risco: a) benefícios acidentários: auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez e pensão por morte; b) benefícios comuns: denominados previdenciários propriamente ditos. 4. Quanto à natureza: a) remuneratórios: visam à substituição da remuneração percebida pelo segurado e destinado ao sustento da família, não podendo ser inferior ao salário-mínimo (ex: aposentadorias, auxílio-doença, salário-maternidade, pensão por morte e auxílio reclusão). b) indenizatórios: destinam-se a trazer algum tipo de compensação ao trabalhador, podendo ser inferior ao salário mínimo (ex: auxílio-acidente e salário-família). Adiante, estudaremos cada um dos benefícios da Previdência Social: 8 Unidade: Benefícios da Previdência Social Aposentadoria Aposentadoria por invalidez É o benefício devido ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e lhe será paga enquanto permanecer nessa situação. Beneficiários Todos os segurados da Previdência Social Carência Isenta para os casos do inciso II do art. 26 da Lei 8.213/91 ou 12 meses, na hipótese de aposentadoria por invalidez comum. Pressupostos para concessão 1. Verificação da condição de incapacidade por exame médico-pericial, a cargo da Previdência, podendo o segurado ser acompanhado por médico de sua confiança. 2. A doença ou lesão adquirida antes da filiação ao RGPS, mas que torne o segurado incapaz em razão de agravamento ou progressão decorrente do exercício da atividade. Renda mensal inicial 100% do salário-de-benefício ou 100% do salário-de-benefício + 25% se o segurado necessitar da assistência de outra pessoa. Cessação do benefício 1. Retorno voluntário à atividade; 2. Recuperação total para a atividade que exercia o segurado, comprovada em perícia médica no período de cinco anos a partir do afastamento, podendo ser o retorno imediato (se o segurado estiver empregado, com direito a retornar à função na empresa em que trabalhava) ou após tantos meses quantos forem os anos de duração dos benefícios por incapacidade para os segurados que tiveram o contrato rescindido, mediante indenização. Durante os primeiros 15 dias de afastamento consecutivos da atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário. Concluída a perícia médica inicial pela existência de incapacidade total e definitiva para o trabalho, a aposentadoria por invalidez será devida: a) ao segurado empregado, a contar do 16º dia do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrer mais de 30 dias; b) ao segurado empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, especial ou facultativo, a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de 30 dias; c) no caso de o segurado encontrar-se em gozo de auxílio-doença, o benefício será devido a contar do dia imediato da cessação do auxílio-doença. A concessão da aposentadoria por invalidez está condicionada ao afastamento de todas as atividades. 9 Situações em que o aposentado terá direito à majoração de 25% do valor do benefício: cegueira total; perda de nove dedos das mãos ou quantidade superior a esta; paralisia dos dois membros superiores ou inferiores; perda dos membros inferiores acima dos pés, quando a prótese for impossível; perda de uma das mãos e dois pés, ainda que a prótese seja possível; alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social ou em caso de doença que exija permanência contínua no leito e incapacidade para as atividades da vida diária. A majoração de 25% do valor do benefício, antes referida, cessa com a morte do aposentado, ou seja, não se incorpora na pensão eventualmente deixada por ele. No caso de recuperação parcial ou total após cinco anos ou sendo o segurado apto para serviço diverso é mantida a aposentadoria no seu valor integral por seis meses a partir da recuperação; nos seis meses seguintes será devida à razão de 50%; nos próximos seis meses, à razão de 25%, findo os quais a aposentadoria será cancelada. Caso o beneficiário não compareça à perícia médica periódica ou quando convocado pelo INSS, o benefício é suspenso. Aposentadoria por idade É o benefício previdenciário pago mensalmente ao segurado que completar 65 anos de idade, se homem, 60 anos se trabalhador rural ou mulher e 55 anos para trabalhadora rural. Beneficiários Todos os segurados da Previdência Social Carência 180 contribuições. Pressupostos para a concessão Completar 65 anos se homem e 60 anos se mulher. Esselimite será reduzido em 05 anos nos casos de trabalhador rural (empregados rurais, avulsos rurais, contribuintes individuais rurais e o garimpeiro); avulso; segurado especial e segurado garimpeiro. Renda mensal de benefício 70% do salário-de-benefício + 1% a cada grupo de 12 contribuições mensais até o máximo de 30%. Início do benefício 1. Para o segurado empregado e doméstico: a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias do desligamento; ou a partir do requerimento, se não houver desligamento ou se o requerimento for feito após 90 dias do desligamento. 2. Para os demais segurados, a partir da data do requerimento. Cabe observar que a empresa pode requerer a aposentadoria do empregado desde que este tenha cumprido o período de carência e completado 70 anos se homem e 65 se mulher. Essa aposentadoria é facultativa para a empresa, mas uma vez requerida é compulsória para o empregado, garantida a indenização trabalhista pela rescisão do contrato de trabalho, considerada a data imediatamente anterior à do início da aposentadoria. 10 Unidade: Benefícios da Previdência Social Aposentadoria especial É devida ao segurado que tenha trabalhado durante 15, 20 ou 25 anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Beneficiários Segurado empregado, avulso, contribuinte individual filiado a cooperativa de produção ou de trabalho. Carência 180 contribuições. Pressupostos para a concessão Depende de comprovação, pelo segurado, perante o INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, exercido em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física durante o período mínimo de 15, 20 ou 25 anos, conforme a atividade laborativa. O segurado deverá comprovar a efetiva exposição aos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício. Renda mensal inicial 100% do salário-de-benefício. Início do benefício 1. Para o segurado empregado: a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias do desligamento; ou a partir do requerimento, se não houver desligamento ou se o requerimento for feito após 90 dias do desligamento. 2. Para os demais segurados, a partir da data do requerimento. A cessação da aposentadoria se dá pelo retorno do segurado ao exercício de atividade ou operações que o sujeitem aos agentes nocivos ou nele permanecer voluntariamente. Mas a partir do momento em que o segurado afastar-se dessas atividades nocivas o benefício volta a ser pago por se tratar de direito adquirido. Caso a empresa forneça equipamentos de proteção individual e coletiva que minimizem ou controlem a exposição a agentes nocivos não será devida a aposentadoria especial, desde que esta informação conste do Perfil Profissiográfico Previdenciário (Instrução Normativa nº 20/INSS-Pres). Todavia a jurisprudência entende que o simples uso de equipamento de proteção individual, no caso de exposição a ruído, por si só não descaracteriza o tempo de serviço especial (Súmula 09 da Turma Nacional de Uniformização dos JEFs). Aposentadoria por tempo de contribuição É o benefício pago aos segurados, homem e mulher, que completarem, respectivamente, 35 e 30 anos de contribuição para o Regime Geral da Previdência Social. Beneficiários Todos os segurados, exceto o especial, quando não contribui como individual, e o segurado que opta pelo Sistema Especial de Inclusão Previdenciária. Carência 180 contribuições. 11 Pressupostos para a concessão Qualidade de segurado e tempo mínimo de contribuição exigido. Renda mensal inicial 1. 100% do salário-de-benefício aos 35 anos de contribuição, se homem, e 30 anos, se mulher. 2. Para filiados ao RGPS antes de 16/12/98, 70% do salário-de-benefício aos 25 anos de contribuição para mulher e 30 para o homem, acrescendo 5% para cada grupo de contribuições, até o limite de 100%. Início do benefício 1. Para o segurado empregado e doméstico: a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias do desligamento; ou a partir do requerimento, se não houver desligamento ou se o requerimento for feito após 90 dias do desligamento. 2. Para os demais segurados, a partir da data do requerimento. Para professores que comprovem exclusivamente tempo de efetivo exercício em função de magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou no ensino médio, o requisito é 30 anos para homem e 25 para mulher. Função de magistério abrange as atividades exercidas por professores especialistas em educação no desempenho de atividades educativas em estabelecimento de educação básica, incluídas o exercício da docência, a direção escolar e a coordenação e assessoramento pedagógico exercidos por professores. Logo, diretores, coordenadores e professores que jamais tenham exercido docência não têm direito à redução. Professor universitário não tem direito à redução de tempo de contribuição. Não há limite de idade para a aposentadoria por tempo de contribuição. Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na Administração Pública e na atividade privada, rural ou urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência compensar-se-ão financeiramente. Regras para a contagem recíproca: a) não se admite a contagem em dobro ou em outras condições especiais; b) é vedada a contagem de tempo de contribuição no serviço público e na atividade privada quando concomitantes; c) não será contado por um regime o tempo de contribuição utilizado para a concessão de aposentadoria em outro regime; d) o tempo de serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação à previdência social só será contado mediante indenização da contribuição correspondente ao período respectivo, com acréscimo de juntos de 0,5% ao mês, capitalizados anualmente, e multa de 10%. 12 Unidade: Benefícios da Previdência Social Auxílio Auxílio-doença É o benefício recebido pelo segurado que ficar incapacitado para o seu trabalho ou para sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos. Beneficiários Todos os segurados Carência 12 contribuições ou nenhuma, consoante se trate, respectivamente, de auxílio doença comum (de origem não-ocupacional) ou acidentário (decorrente de acidente de trabalho, doença profissional ou doença do trabalho). Pressupostos para a concessão Qualidade de segurado; incapacidade verificada por exame médico pericial; ocorrência de acidente de qualquer natureza; progressão ou agravamento de doença preexistente à filiação do RGPS, em decorrência da atividade laboral. Renda mensal inicial 91% do salário-de-benefício Início do benefício 1. A contar do 16º dia de afastamento da atividade para o segurado empregado (exceto doméstico); 2. A contar da data do início da incapacidade para os demais segurados; 3. A contar da data da entrada do requerimento, quando requerido após o 30º dia do afastamento da atividade, para todos os segurados. Caso o segurado empregado afastar-se por 15 dias e retornar no 16º e, posteriormente, no decorrer de 60 dias desse retorno, voltar a afastar-se da atividade, fará jus ao auxílio- doença a partir da data do afastamento. Impende observar que, quando o segurado exercer mais de uma atividade e incapacitar-se definitivamente para uma delas, receberá o auxílio- doença indefinidamente, não cabendo sua transformação em auxílio-invalidez enquanto esta incapacidade não se estender às demais atividades. Informação O segurado é obrigado, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue que são facultativos. O segurado insuscetível de recuperação para a atividade habitualdeverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para exercício de outra atividade, não cessando o benefício até que seja dado como habilitado para nova atividade ou, se considerado não-recuperável, seja aposentado por invalidez. 13 Salário família É o benefício pago aos trabalhadores e aposentados de baixa renda, para ajudar na manutenção dos dependentes menores de 14 anos ou inválidos de qualquer idade. É devido mensalmente na proporção do respectivo número de dependentes. O pagamento é realizado pela empresa ao segurado em atividade; pelo sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra ao trabalhador avulso em atividade e pelo INSS ao empregado e trabalhador avulso em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria. O benefício é direito do pai e da mãe segurados. Ambos recebem o benefício. Havendo divórcio, separação judicial ou de fatos dos pais, caso de abandono legalmente caracterizado ou perda de pátrio poder, o salário família será pago diretamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do menor, respeitada determinação judicial de que seja pago a outra pessoa. O salário-família é suspenso se o segurado não apresentar o atestado de vacinação obrigatória e a comprovação de freqüência escolar do filho nas datas definidas pelo INSS. Este benefício cessa por morte do dependente, bem assim quando o dependente completar 14 anos ou quando cessar a incapacidade; e cessa também por desemprego do segurado. Beneficiários Empregado (exceto o doméstico) e o trabalhador avulso Carência Nenhuma contribuição é exigida. Pressupostos para a concessão Qualidade de segurado; ter filho ou equiparado até 14 anos de idade ou inválido; ser segurado de baixa renda. Renda mensal inicial O valor do salário família é fixado pelo Ministério da Previdência Social e Ministério da Fazenda, sendo periodicamente reajustado. O mesmo ocorre com a estipulação do valor limite da renda da família para a concessão do benefício. Início do benefício A partir da data da apresentação da documentação necessária à obtenção do benefício (certidão de nascimento, atestados de vacinação anual até os 6 anos, e de freqüência escolar semestral dos filhos entre 7 e 13 anos, e termo de responsabilidade). Salário maternidade É o benefício devido à segurada durante 120 dias, destinado ao descanso da mulher trabalhadora, em virtude de nascimento de seu filho. Beneficiários Todas as seguradas Carência 1. Sem carência para segurada empregada, avulsa e empregada doméstica; 2. 10 meses para a segurada contribuinte individual e facultativa; 3. Para a segurada especial: comprovação de exercício de atividade rural nos últimos 10 meses anteriores ao requerimento do benefício, mesmo que de forma descontínua. 14 Unidade: Benefícios da Previdência Social Pressupostos para a concessão Qualidade de segurado; nascimento do filho, abordo, adoção ou guarda judicial. Renda mensal inicial 1. Segurada empregada: renda igual à remuneração integral, pago pelo INSS até o limite do subsídio mensal dos Ministros do STF; 2. Trabalhadora avulsa: remuneração integral equivalente a 01 mês de trabalho, pago pelo INSS até o limite do subsídio mensal dos Ministros do STF; 3. Doméstica: valor do último salário de contribuição; 4. Segurada especial: 01 salário mínimo; 5. Contribuinte individual e facultativa: 1/12 avos das somas dos últimos 12 salários de contribuição apurados no período de até 15 meses. Início do benefício A partir do 28º dia antes do parto e término após 91 dias do parto, determinado em atestado médico. Algumas peculiaridades: 1 - Em caso de parto antecipado, a segurada conserva o direito aos 120 dias e o período de carência é reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado. 2 - Em caso de aborto não-criminoso, salário-maternidade corresponde a 2 semanas. 3 - Caso de natimorto a partir do 6º mês a segurada terá direito a 120 dias. 4 - No caso de empregos concomitantes, fará jus ao benefício relativo a cada emprego. 5 - Caso a empregada receba mais que o valor do subsídio mensal dos Ministros do STF, deverá a empresa arcar com o custo adicional do salário-maternidade, evitando, desse modo, prejuízo à empregada. Em caso de adoção temos as seguintes regras: · Adotado contando até 1 ano: 120 dias; · Adotado entre 1 e 4 anos: 60 dias; · Adotado entre 4 e 8 anos: 30 dias. Auxílio-acidente É a indenização a que tem direito o segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar seqüela definitiva que implique redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. Algumas peculiaridades do auxílio-acidente: 1 - o segurado tem direito à estabilidade no emprego em que tenha ocorrido o acidente de trabalho; 2 - Pelo decreto 6.722/08 passou-se a reconhecer ao desempregado que tenha qualidade de segurado, direito ao auxílio-acidente, desde que preenchidos os requisitos da lei; 15 3 - A perda da audição somente dá causa à percepção do benefício se houver nexo causal entre a atividade e a doença; 4 - o benefício é suspenso em caso de concessão ou abertura de auxílio-doença decorrente do mesmo acidente que lhe tenha dado origem; 5 - o benefício cessa no momento da aposentadoria ou morte do segurado. Beneficiários Segurado empregado; segurado especial e trabalhador avulso Carência Sem carência. Pressupostos para a concessão 1. Redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia o segurado; 2. Redução de capacidade para o trabalho que habitualmente exercia e exija maior esforço para o desempenho da mesma atividade de antes; 3. Impossibilidade de desempenho da atividade que exercia à época do acidente, porém, permita o desempenho de outra após reabilitação profissional. Renda mensal inicial 50% do salário-de-benefício. Início do benefício A contar do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado. Pensão por morte É o benefício concedido aos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não. É vedado acumular mais de uma pensão por morte deixada por cônjuge. O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, que recebia pensão de alimentos, receberá pensão em igualdade de condições com os demais dependentes da 1º classe. Cônjuge ausente somente faz jus ao benefício a partir do momento em que se habilitar e provar dependência econômica. A mulher que, na separação, renunciou aos alimentos, tem direito à pensão por morte de ex-marido, se comprovada a necessidade econômica superveniente (STJ, Súmula 336). Os filhos nascidos dentre 300 dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento são considerados filhos concebidos na constância do casamento. Beneficiários Os dependentes de qualquer segurado Carência Nenhuma contribuição é exigida. Pressupostos para a concessão Óbito do segurado; qualidade de segurado do falecido e a qualidade de dependente do beneficiário. Renda mensal inicial 100% da renda mensal da aposentadoria que o segurado recebia ou teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data do falecimento, rateada em partes iguais entre os dependentes. Início do benefício A partir da data do óbito. 16 Unidade: Benefícios da Previdência Social Auxílio-reclusão É o benefício concedido aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de benefício previdenciário Beneficiários Os dependentes de qualquer segurado de baixa renda que for preso Carência Nenhuma contribuição é exigida. Pressupostos para a concessão Ser segurado de baixa renda (assim definido pela Previdência Social) e estar o segurado preso. Renda mensal inicial 100% da renda mensal da aposentadoria por invalidez que o segurado teria direito, rateada em partes iguais entre os dependentes. Início do benefícioA partir do efetivo recolhimento do segurado à prisão, se requerida até 30 dias depois desta, ou na data do requerimento, se posterior. Observações 1. O beneficiário deverá apresentar trimestralmente atestado de que o segurado permanece retido ou recluso; 2. No caso de fuga do segurado, o benefício é suspenso até a captura; 3. Falecido o segurado, o auxílio reclusão é convertido em pensão por morte; 4. Ainda que o recluso exerça atividade remunerada e contribua como contribuinte individual ou facultativo, permanece o direito ao auxílio reclusão. 5. É cabível para o condenado a regime fechado ou semi-aberto, mas não em caso de livramento condicional ou pena em regime aberto. O contribuinte individual que trabalha por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparada e o segurado facultativo que optarem pelo Plano Simplificado de Previdência Social (previsto na Lei Complementar nº. 123/2006) terão por benefícios: aposentadoria por idade; auxílio-doença; salário-maternidade; pensão por morte; auxílio-reclusão e aposentadoria por invalidez. O optante pelo PSPS contribui com alíquota de 11% sobre o salário mínimo. O optante pelo PSPS poderá obter a aposentadoria por tempo de contribuição complementar a contribuição mensal, mediante o recolhimento de mais 9%, incidente sobre o salário mínimo, acrescido de juros moratórios. Benefícios do Plano Simplificado da Previdência Social (PSPS) 17 Acidente de trabalho Histórico A questão do acidente de trabalho começou a surgir com a Revolução industrial, em que foi substituído o trabalho manual pelo uso de máquinas, o trabalho doméstico pelo fabril. Em consequência, avolumaram-se os acidentes de trabalho. As primeiras preocupações surgiram na legislação a partir de 06/07/1884, na Alemanha, por intermédio de Bismarck, que introduziu ampla definição de acidente de trabalho. Previa-se assistência médica e farmacêutica e o pagamento de um valor pecuniário para compensar o fato de que o empregado ficaria sem receber salário. Na Inglaterra, a primeira norma veio somente em 1897, mas não previa assistência médica, nem pensão. Na França, em 1894, surge lei sobre acidente de trabalho, mas aplicada somente a atividades perigosas. No Brasil, o Código Comercial de 1850 foi o primeiro diploma legal a dar a orientação geral sobre acidente de trabalho, ao prever a manutenção dos salários por três meses contínuos por acidentes imprevistos e inculpados. Em 1919, surge Lei nº. 3.724, primeira a tratar de acidente de trabalho, adotando a teoria do risco profissional: Havendo acidente de trabalho, a responsabilidade pela indenização era do empregador. Os acidentes de trabalho deveriam ser comunicados à autoridade policial. Em 1934, com o Decreto 24.637, passou-se a conceder benefício de acidente do trabalho aos industriários e trabalhadores agrícolas, independentemente de usarem máquinas motoras. Também era concedido o benefício aos comerciários e empregados domésticos. Os herdeiros ou beneficiários poderiam ingressar com ação contra terceiro responsável pelo acidente. Por intermédio do Decreto 7.036/44, o acidente passou a ser conceituado como o que provoca lesão corporal, indicando sua causa e não mais o efeito. Deixou claro o princípio da concausalidade, pois não mais exigia que acidente fosse a única causa do evento. Foi estendido o conceito de acidente do trabalho para abranger aquele que ocorresse durante o intervalo para refeições ou destinado a satisfazer necessidades fisiológicas ou para descanso no local de trabalho. O seguro contra acidentes ainda ficava a cargo do empregador. A comunicação do acidente passou a ser feita a autoridade judicial. O acidente in itinere passou a ser melhor delineado. Em 1967, surge o Decreto 293, a par da forma de seguro privada, admitiu que o INPS continuasse a operar na área mediante concorrência. Por intermédio da Lei nº. 5.316/67, a Previdência Social passou a ficar incumbida do seguro contra acidente do trabalho. Os trabalhadores rurais passaram a integrar o sistema. Domésticos perderam os benefícios de acidente do trabalho. A comunicação de acidente deveria ser feita à Previdência Social. 18 Unidade: Benefícios da Previdência Social A Lei nº. 6.195/74 tratava do regime rural de acidente de trabalho. O Funrural custearia o regime. Com a Lei 6.367/76, as ações acidentárias passaram a correr pela Justiça Comum. Manteve-se a concausalidade. Teorias que fundamentam a proteção ao acidentado Culpa Aquiliana – também chamada de teoria extracontratual ou de culpa delitual. O dano decorre da demonstração da culpa. Havia a necessidade de se estabelecer a prova do dano, quem o tinha cometido, se havia nexo entre o dano e falta. Por essa teoria, o ônus da prova era incumbência da vítima, caso pretendessem receber indenizações tendo por base a culpa do empregador, comprovada a negligência, imprudência ou imperícia. Teoria do Contrato – entende que o empregador tinha a obrigação de proteger o operário do acidente do trabalho em razão de cláusula que estaria implícita no contrato de trabalho: o empregador deve zelar pela segurança do trabalhador. O empregador deveria restituir, ao fim da jornada, o trabalhador da mesma forma como havia recebido. A teoria invertia o do ônus da prova, sendo que a existência do acidente importava em presunção relativa de culpa do empregador. Todavia, se esse demonstrasse ter cumprido as normas legais e técnicas, nada teria a indenizar. Teoria da responsabilidade pelo fato da coisa – o dano causado ao empregado deveria ser reparado pelo proprietário do objeto que o causou, ou seja, o proprietário da máquina, o empregador deveria ser responsabilizado pelo acidente. Quem fosse o proprietário da máquina deveria reparar o dano causado. Não se cogita culpa do empregador. Essa teoria é incompleta, pois muitas contingências não estavam contempladas, tal como o acidente in itinere. Teoria do risco profissional – introduziu definitivamente a teoria da responsabilidade objetiva ao empregador, afastando a discussão em torna da culpa. Mas essa teoria somente amparava os que trabalhassem em atividades perigosas, não se estendendo aos demais trabalhadores. Teoria do risco de autoridade – era baseada na relação jurídica de subordinação entre o empregado e o empregador, ou do poder de direção do empregador sobre empregado, proveniente do contrato de trabalho. Pelo fato de o empregador admitir e dirigir atividade do empregado, deveria repará-lo pela existência de qualquer acidente dentro do local de trabalho, tanto direta quanto indiretamente, mas inerente à atividade do empregador. A responsabilidade decorreria do contrato de trabalho. Teoria do Seguro Social – baseada na solidariedade que informa a Seguridade Social, Todos os membros da sociedade têm de se solidarizar na proteção de contingências sociais que possam ocorrer em relação ao trabalhador, como as que decorrem de desemprego, invalidez, velhice, morte e inerentes ao acidente do trabalho são socializados, repartidos entre todos os membros da sociedade. A responsabilidade é, portanto, Estatal. O trabalhador acidentado tem as mesmas necessidades do que se estivesse desempregado, inválido, na velhice. É necessário pagar um valor ao segurado em decorrência do infortúnio até que ele possa voltar a trabalhar. A proteção, também, deveria ser estendida a outras pessoas que nem mesmo vínculo empregatício possuem, tal como como o avulso e o autônomo. 19 Conceito e natureza jurídica Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal, perturbação funcional que cause morte ou perda ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. Para configuração do acidente de trabalho deve haver uma relação entre o trabalho e o infortúnio. Se a existência de uma contingência decorrente do trabalho (causa) influir de forma negativana capacidade de trabalho (efeito), estará configurado o acidente. A natureza jurídica da prestação de acidente de trabalho é, sem dúvida, uma prestação previdenciária! Espécies de acidente do trabalho Ao lado do acidente-tipo, originado de um acontecimento súbito, inesperado e violento, há doenças ocupacionais, que agem aos poucos sobre a saúde do trabalhador, podendo deflagrar morte, perda ou redução da capacidade de trabalho. Essas doenças são divididas em profissionais e do trabalho. Doença profissional é a entidade mórbida produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante de relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social (MPS). Doença do trabalho é a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, segundo relação elaborada pelo MPS. A doença profissional atinge de modo peculiar determinada atividade ao passo que a doença do trabalho pode atingir qualquer pessoa, mas somente será considerada acidentária em razão das condições especiais em que o trabalho é exercido. Acidente de trabalho por equiparação São equiparados a acidente de trabalho: 1 - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação. 2 - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior. 3 - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; 20 Unidade: Benefícios da Previdência Social 4 - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. Comunicação do acidente A empresa é obrigada a comunicar o acidente até o 1º dia útil seguinte ao da sua ocorrência e, em caso de morte, de imediato, sob pena de multa. A comunicação é feita mediante Comunicação de Acidente de trabalho (CAT). Na falta de comunicação pela empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública. Beneficiários e prestações em caso de acidente de trabalho São beneficiários das prestações por acidente do trabalho apenas empregados, trabalhadores avulsos e segurados especiais (CF/88, art. 7º, XXVIII e XXXIV). São prestações decorrentes de acidente de trabalho: aposentadoria por invalidez, auxílio- doença, auxílio acidente e reabilitação profissional. Para os dependentes: pensão por morte. O abono anual será devido ao segurado que receber durante o ano civil prestações de auxílio- doença acidentário, auxílio-doença, aposentadoria por invalidez acidentária e pensão por morte decorrente de acidente de trabalho. É calculado da mesma forma que a gratificação de Natal, tendo por base o valor da renda mensal do benefício de dezembro. Independentemente de se tratar de prestação acidentária ou comum, o valor corresponde a 91% do salário-de-benefício. Impende destacar, por derradeiro, que o segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantido, por 12 meses, no mínimo, a manutenção de seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção do auxílio-acidente. 21 Material Complementar Para o aprofundamento dos temas debatidos na presente Unidade, sugiro a análise da seguinte bibliografia complementar: Explore BALERA, Wr. Noções preliminares de direito previdenciário. São Paulo: Quartier, 2004. BRAGANÇA, K. H. Direito previdenciário. Rio de Janeiro: 5 ed. São Pualo: Lumem Júris, 2009. HORVATH JUNIOR, M. Direito previdenciário. São Paulo: 7 ed. São Paulo: Quartier Latin, 2008 KERTZMAN, I. Curso Prático de direito previdenciário. Salvador: 7 ed. São Paulo: JusPodivm, 2010. Além disso, seguem abaixo sites com materiais interessantes para nosso estudo: Explore www.mpas.gov.br www.ibdp.org.br http://www.iape.com.br/artigos.asp http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/doutrina.asp?id=23 www.mpas.gov.br www.mpas.gov.br www.ibdp.org.br www.ibdp.org.br http://www.iape.com.br/artigos.asp www.iape.com.br/artigos/index.asp http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/doutrina.asp?id=23 22 Unidade: Benefícios da Previdência Social Referências IBRAHIM, F. Z. Curso de direito previdenciário. 15 ed. Rio de Janeiro. Impethus, 2010. MARTINS, S. P. Direito da seguridade social. 29 ed. São Paulo. Atlas, 2010. VIANA, J. E. A. Curso de direito previdenciário. 3 ed. Editora Atlas, 2010. CASTRO, C. A. P.; LAZZARI, J. B. Manual de direito previdenciário. 11 ed. São Paulo. Conceito Editorial 2009. DIAS, E R; MACÊDO, J. L. M. Curso de direito previdenciário. São Paulo. Editora Método 2009. 23 Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000 http://
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