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O FAZER E A CONSCIÊNCIA
Lehninger em seu trabalho de bioquímica, diferencia a matéria viva da matéria não-viva, pelo fato de o organismo extrair e transformar a energia do seu meio ambiente em “relação funcional”, ou seja, a energia é retirada do meio para construir e manter a própria estrutura do organismo vivo.
Os organismos vivos são abertos, pois trocam energia e matéria com o meio ambiente, ao fazer isso, transformam ambos.
A estrutura de um organismo vivo se dá com base na reciprocidade, que envolve a transformação da natureza à imagem e semelhança do organismo, ocorre uma dupla apropriação.
Em um organismo mais complexo, as relações tendem a ficarem mais claras. Um rato, ao se alimentar de queijo, o “ratifica”, ou seja, ratificar, tornar o queijo, queijo e “ratificar” o queijo rato, pelo avesso, o rato se “queijifica”.
A sobrevivência de um organismo depende da capacidade física, biológica e psicológica, de transformar o meio à sua imagem e semelhança, e sua imagem ao meio. 
Assim, a genética toma para si a compreensão da transformação da espécie pelo meio através das gerações, a biologia celular estuda as múltiplas relações entre célula e meio externo.
A Psicologia se preocupa com os mecanismos de sobrevivência do organismo em termos de percepção, aprendizagem, motivação, etc.
Sabendo como um animal sobrevive, muito saberemos como se comportará.
Segundo Leontiev (um psicólogo soviético), se referindo as seres humanos: “na própria organização corporal dos indivíduos está contida a necessidade de entrar em uma relação ativa com o mundo exterior; para existir devem atuar... ao influir sobre o mundo exterior o modificam, com isso se modificam também a si mesmo...”.
Vejamos como se dá esta dupla relação organismo-meio. 
Ocorre no homem o mesmo fenômeno que ocorre com os animais?
Sim e não! Ao mesmo tempo, é a resposta. 
Sim, porque o Homem também tem sua história natural.
Não, porque o Homem produz sua própria existência, portanto produz a si mesmo.
Ao comer um tomate, por exemplo, o homem entra em relação de dupla apropriação com todo o planeta e com toda a história da humanidade literalmente.
O homem não encontra o tomate pronto na natureza, tem que plantá-lo. Até aqui nada novo, pois a aranha produz a teia; a diferença é que o ser humano não sabe plantar antes de nascer, precisa aprender. Enquanto a aranha para construir a teia tem uma tarefa pela frente, o homem tem um problema de depende de uma técnica e de um projeto.
A técnica pressupõe uma divisão de trabalho tanto longitudinal quanto transversal.
Transversal: o homem se divide para produzir, exemplo, uns espantam a caça, enquanto outros a matam.
Longitudinal: cada geração aperfeiçoa parte da técnica que o homem aprende em dado momento.
Nessa questão está a divisão do trabalho. Esta divisão permeia a linguagem, os instrumentos, o pensamento, a consciência.
O USO DE INSTRUMENTOS DE TRABALHO
O que é instrumento de trabalho?
Marx diz: “O meio de trabalho é uma coisa ou conjunto de coisas que o homem interpõe entre ele e o objeto do seu trabalho. Portanto, o instrumento de trabalho tem um caráter mediador, que funciona como extensão do homem.
Neste sentido o instrumento de trabalho é um mediador entre o homem e sua história, ele se molda a sua história.
A criação se liberta do criador, o machado que fiz, ao mesmo tempo que imortaliza meu gesto, recria o gesto do outro à minha imagem e semelhança, o machado representa o homem individual, a história da humanidade.
Através do instrumento de trabalho o homem transforma a história dos homens e é transformado por ela.
Em suma, o instrumento de trabalho transforma o homem de animal em ser transcendente.
O HOMEM E O OUTRO
O trabalho exigiu do homem a convivência em grupos, o desenvolvimento da linguagem e a divisão de trabalho. 
Para Marx, a linguagem é a consciência prática. 
A divisão de trabalho une e separa (une porque separa, e separa porque une) os homens ao mesmo tempo. Se a caça é grande e perigosa para que o homem não possa abatê-la sozinho, ele se organiza em grupos para abatê-la.
É igualmente obrigatório que os mesmo homens separados pelas atividades diferenciadas, unam-se para alcançar objetivos e para a sobrevivência.
Ao mesmo tempo que a atividade aproxima o homem da natureza, seu modo de ser social e histórico, obriga uma relação de afastamento.
A construção de instrumentos permite a criatividade, a competência de um trabalhador e passe a toda a humanidade.
O machado é uma via de consciência do mundo e do social, porque o homem é genérico, quanto mais técnica se aperfeiçoa mais o meio ambiente do homem se torna humano. Hoje há operários lidando com máquinas feitas por máquinas.
Assim, promove o afastamento, por um poder cada vez maior sobre a natureza pela via social. Em exemplo:
Tomemos um operário que ingressa hoje em uma fábrica: encontra ali, já construído, um modo de produção coletivizado altamente evoluído. Ao apertar um botão que aciona uma máquina, nosso operário é invadido pela história e torna-se seu portador.
O operário viverá entre estes dois fogos o tempo todo, a apropriação de si pelo mundo e a reapropriação do mundo. O momento da greve, por exemplo, ao promover a ruptura da produção alienada, rompe com o isolamento de um individuo para com o outro. A não produção produz um produtor ativo, de si, do outro, do mundo.

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