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ESUV- Escola de Estudos Superiores de Viçosa DIREITO PENAL II Professora Fabiana Gonçalves ROTEIRO DE AULA CONCURSO DE PESSOAS 1) CONCEITO (art. 29 do CP) Fala-se em concurso de pessoas quando 2 ou mais pessoas, concorrem para a prática de uma mesma infração penal. Ocorre quando uma infração penal é cometida por 2 ou mais pessoas, juntas. 2) REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS 2.1) pluralidade de agentes e de condutas; 2.2) identidade de infração; 2.3) liame subjetivo entre os agentes; 2.4) relevância causal de cada conduta 3) TEORIAS QUE EXPLICAM O CONCURSO 3.1) monista (ou unitária) – adotado pelo CP (art. 29) Todos que contribuem para a prática do delito cometem o mesmo crime, não havendo diferença quanto ao enquadramento típico entre autor e partícipe. Existe um único crime atribuído a todos que para ele concorreram. 3.2) dualista Um crime para os co-autores e outro crime para os partícipes. 3.3) pluralista Para cada agente, um delito diferente. Haverá tantas infrações quantos forem os autores e os partícipes. Contudo, há exemplos dessa teoria em nosso CP, a título de exceção (veja abaixo) Exceção pluralista à teoria monista (ou desvio subjetivo de conduta): - aborto – médico art. 126 e gestante art. 124 do CP - corrupção ativa e passiva- quem aceita responde pelo art. 317 e quem oferece pelo art. 333 do CP. 4) AUTORIA Como o CP não definiu o conceito de autor, isto ficou a cargo da doutrina. Surgiram, portanto, várias teorias: umas restritas, outras mais abrangentes e outras conciliatórias. Contudo, o tema não é nada pacífico. Tem enfrentado certa polêmica. 4.1) Teoria restritiva Autor é somente quem pratica o verbo, ou seja, o núcleo do tipo. Partícipe = aquele que, sem realizar a conduta principal, concorre para o resultado. Esta teoria diferencia autor de partícipe. O CP adotou esta teoria. (cuidado, pois o Greco não concorda). 4.2) teoria extensiva – todos que concorrem para o crime são autores. Não há diferença entre autor e partícipe. 4.3) teoria do domínio do fato Autor é todo aquele que tem o domínio do fato, isto é, o controle final. Essa teoria permite a punição do autor mediato. 5) FORMAS DE CONCURSO 5.1) co-autoria Ocorre quando 2 ou mais, conjuntamente, praticam o núcleo do tipo (a conduta principal). 5.2) participação Partícipe é quem concorre para que o autor ou co-autor realize a conduta principal, ou seja, é aquele que, sem praticar o verbo, concorre, de algum modo, para a produção do resultado. Dois aspectos definem participação: a) vontade de cooperar com a conduta do agente b) cooperação efetiva, mediante uma atuação concreta 6) AUTORIA COLATERAL/ AUTORIA INCERTA/ E AUTORIA DESCONHECIDA 6.1) AUTORIA COLATERAL Quando mais de um agente realiza a conduta convergente sem que exista liame entre eles. 6.2) AUTORIA INCERTA Ocorre quando, na autoria colateral, não se sabe quem foi o causador do resultado. 6.3) AUTORIA DESCONHECIDA (ou ignorada) Não se consegue apurar, sequer, quem realizou a conduta. Conseqüência = arquivamento do IP. 7) PARTICIPAÇÃO 7.1) NATUREZA JURÍDICA DAPARTICIPAÇÃO Participação é a conduta acessória à do autor. 7.2) ESPÉCIES OU TEORIAS DE ACESSORIEDADE a) da acessoriedade mínima b) da acessoriedade limitada c) da acessoriedade máxima d) da hiperacessoriedade As quatro teorias são unânimes em dizer que a participação é conduta acessória. Agora, o que diferencia uma teoria da outra é o grau de acessoriedade. 7.3) FORMAS DE PARTICIPAÇÃO a) moral b) material (auxílio) 7.4) INIMPUTABILIDADE DA PARTICIPAÇÃO A participação somente é punível se a conduta do autor entrar na fase de execução. V. art. 31 do CP. 7.5) PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA (art. 29, § 1º do CP) Se a participação for de menor importância, a pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3. Trata-se de causa geral de diminuição de pena. 7.6) PARTICIPAÇÃO EM CRIME MENOS GRAVE (art. 29, §2º do CP) É sinônimo de desvio subjetivo de conduta. 8) PUNIBILIDADE NO CONCURSO DE PESSOAS Art. 30 do CP: “as circunstâncias e condições de caráter pessoal não se comunicam, SALVO se elementares do tipo” - Espécies de circunstâncias: a) subjetivas ou de caráter pessoal b) objetivas ou de caráter material - Condições: (de caráter pessoal) RESUMINDO: as circunstâncias e condições de caráter pessoal NÃO se comunicam. as circunstâncias objetivas se comunicam, DESDE QUE os demais agentes a conheçam elementares se comunicam, DESDE QUE os demais agentes a conheçam
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