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Amálgama INTRODUÇÃO Amálgama é o material mais usado para restaurações diretas em dentes posteriores. Fatores como: custo-benefício, duração e técnica simples faz com que esse material seja muito usado. A desvantagem é a estética, já que tem aspecto metálico, e é frágil no quesito corrosão. COMPOSIÇÃO Formado pela mistura entre mercúrio líquido com partículas sólidas de liga de prata, estanho e cobre, além do zinco. - A prata contribui para o aumento da resistência da restauração, e diminui o escoamento do material sobre cargas mecânicas; aumenta a expansão de presa. - O estanho facilita na amalgamação, e reduz a expansão da prata. - O cobre substitui a prata, aumenta a dureza e resistência mecânica, diminui escoamento e corrosão. Menos de 6% = baixo teor de cobre; de 13-30% = alto teor de cobre. - O zinco diminui formação de outros óxidos. Ligas com zinco (mais de 0,01%) tem desempenho superior. Responsável por expansão tardia quando em contato com água. *Índio aumenta a resistência a copressão e reduz o creep, reduz também o mercúrio. Aumenta a resistência a fraturas, mas reduz o brilho após o polimento e aumenta rugosidade superficial. PARTÍCULAS LIMALHA: Obtido por fundição – lingote. Grãos não homogêneos vão ao forno e formam pó de limalha por moagem ou corte fundido mecanicamente. Limalha tem formato irregular, essas partículas passam na peneira e são moídos para formar tamanhos diferentes. Partículas finas ou microfinas são preferidas, fazem restaurações mais lisas, mas possuem maior quantidade de mercúrio. PARTÍCULAS ESFÉRICAS: Pó obtido por atomização. Metal liquefeito é borrifado em ambiente inerte, o que solidifica as partículas esféricas e de tamanhos variados. Também são peneiradas e obtém um tamanho específico. INFLUÊNCIA DO TAMANHO E FORMATO As ligas de amálgama necessitam de mercúrio líquido para molhar. As esféricas necessitam de menos. A quantidade de mercúrio influencia nas propriedades mecânicas da liga. AMALGAMAÇÃO BAIXO TEOR DE COBRE___Quando ocorre a mistura da liga e do amalgama, formam-se duas novas fases: fase γ¹ e fase γ², sendo que a 1 precipita antes da 2. Conforme essas fases vão se formando o amalgama vai ficando rígido, não se deformando mais, impedindo sua condensação e sua escultura. A fase γ² é a mais fraca, amálgama rico nessa fase tem baixa resistência a compressão e dureza, grande escoamento e maior chance de sofrer corrosão na boca. ALTO TEOR DE COBRE___Maior resistência a compressão, e melhor desempenho clínico. Essa liga elimina a fase γ². A liga eutética quem elimina. LIGAS DE COMPOSIÇÃO ÚNICA___Cada partícula apresenta mesma composição química, sendo cobre, estanho e zinco. LIGAS DE AMÁLGAMA MODERNAS: CLASSIFICAÇÃO DAS LIGAS Classificadas de acordo com o teor de cobre e zinco pelo formato das partículas. - Percentual de mercúrio empregado para formar o amálgama de prata. Ligas com baixo teor de cobre necessitam de mais mercúrio do que as ligas de alto teor. - Ligas com alto teor de cobre de composição única, necessitam de menor mercúrio ainda. - Maioria das ligas com alto teor são esféricas e sem zinco, porque durante a fabricação não entram em contato com o oxigênio. PROPRIEDADES ALTERAÇÃO DIMENSIONAL Para ocorrer à alteração, o mercúrio é absorvido pelas partículas das ligas, e então o volume de partículas é reduzido. A manipulação incorreta pode causar a contração ou expansão do amálgama. Favorecendo as fases gama ¹ e ² resultam em expansão, e quando não favorece pode contrair ou expandir o material. Mais liga/mercúrio desfavorece a formação das fases gama, logo contrai mais. PROPRIEDADES MECÂNICAS Quando a restauração é finalizada, o amálgama ainda é bem fraco, então deve evitar tensões nesse período inicial. A maior resistência das ligas com alto teor de cobre se deve a eliminação da fase γ². Ligas esféricas são mais resistentes que limalha, por causa do teor de mercúrio. Mais fraco sob tração e flexão que sob compressão. CREEP Deformidade viscoelástica de materiais que sofrem deformação plástica, sob a aplicação de forças. Amálgama se deforma permanentemente com tensões mastigatórias, saindo além das margens cavitárias, podendo sofrer fraturas e formar fenda marginal. Ligas com baixo teor de cobre têm maiores valores de creep. FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA DO AMÁLGAMA Formato e tamanho das partículas: menos mercúrio, mais resistência. Partículas esféricas, mais resistentes que limalha. Microestrutura do amálgama: menos fase gama e gama um maior a resistência. Mais gama 2, pior é, menos propriedades mecânicas. Porosidade: Reduz a resistência. Proporção mercúrio/liga: menor proporção, maior resistência. Tempo de trituração: supertrituração -> cristalização rápida, menor tempo de trabalho. Subtrituração -> não molha todas as partículas pelo mercúrio e diminui a resistência do material. CORROSÃO Degradação de um metal por reação química. A corrosão pode aumentar a porosidade, diminuir as propriedades mecânicas e liberar metal na boca. Amalgama é suscetível à corrosão. Fase gama 2 se decompõe para produzir produtos da corrosão. Polimento reduz significativamente a corrosão desse material na boca, pois com a superfície lisa, menos alimentos se acumulam, desfavorecendo a concentração de eletrólitos. A corrosão é responsável por alterações estéticas, prata penetra nos túbulos dentinários, escurecendo o dente. A corrosão pode ser benéfica, como amalgama não se adere às paredes, há formação de uma fenda, que a corrosão tampa, prevenindo microinfiltração. Verniz pode levar a corrosão do amálgama. PROPRIEDADES TÉRMICAS Condutividade térmica com o dente; transmite calor dos alimentos e líquidos para a polpa, gerando desconforto ao paciente. Seu coeficiente de expansão térmico é maior que das estruturas dentais. PROPRIEDADES BIOLÓGICAS Efeito tóxico do mercúrio (?). Inalar o vapor de mercúrio durante a confecção da restauração é péssimo. Mas enfim, a restauração não prejudica ninguém, comer frutos do mar tem mais mercúrio do que ter uma restauração na boca. COISAS RUINS: Má armazenação do mercúrio do amalgama, ambiente não ventilado, descarte incorreto. MANIPULAÇÃO SELEÇÃO DA LIGA E PROPORÇÃO Ligas com alto teor têm propriedades mecânicas melhores, sofrem menos creep. Zinco ajuda na vida da restauração, diminui fraturas marginais. Forma e tamanho também influenciam na plasticidade. LIMALHAS: Rugosas e irregulares. Partículas finas produzem superfície lisa durante acabamento e escultura. O material pode se apresentar a granel ou em cápsulas, se cristalizando lentamente, regular ou rapidamente. Gral e pistilo. Amalgamador mecânico. TRITURAÇÃO Manual (não se usa mais) e mecânica (amalgamadores). O processo mecânico é mais prático, tem resultados uniformes, diminui a contaminação por mercúrio, economiza tempo, porém tem um custo maior. Funciona por rotações/minuto e distância. O dentista deve saber distinguir um amálgama subtriturado (secas e esfareladas), supertriturado (molhada e muuuuuito brilhante) e adequado (massa coesa, T média e brilho acetinado). Esses tipos estão ligados com tempo de trabalho, resistência e creep. SUB: Muito poroso, menos resistente, maior corrosão. CONDENSAÇÃO Compactar o amálgama na cavidade, aflorando o mercúrio e deixando a massa mais densa possível. Existe condensação manual e mecânica (essa ultima não produz resultados melhores). Alto custo. Logo os profissionais usam técnicasmanuais de condensação. As esféricas se compactam melhor que as partículas irregulares. Para condensar deve fazer força de pressão, que também são necessárias para aflorar o mercúrio. Limalha precisa de mais mercúrio durante a amalgamação. Deve começar sempre do menor para o maior condensador. Em partículas esféricas é difícil utilizar o condensador pequeno, porque as partículas rolam sobre as outras, dificultando a adaptação do material na cavidade. Independente da liga deve iniciar pelas regiões de difícil acesso. Retirar o excesso de mercúrio, e assim por diante com todos os incrementos. Ao terminar de preencher a restauração, condensar bem a ultima camada, e colocar cerca de 1 mm além do ângulo cavossuperficial. BRUNIMENTO PRÉ ESCULTURA Esfregar o amalgama com instrumentos metálicos. Essa etapa remove o excesso de mercúrio, reduz à porosidade, melhora a adaptação do amálgama, reduz a microinfiltração e diminui a rugosidade. Facilita nos processos finais. Deslizar brunidor com pressão. ESCULTURA Devolve ao dente seu formato original. Deve esculpir de forma simples e rápida, com sulcos profundos. “grito do amálgama” já pode esculpir, tem resistência ao corte. A escultura deve ser realizada com instrumentos de corte. Reproduzir cristas marginais e vertentes (altura dos dentes vizinhos). BRUNIDURA PÓS-ESCULTURA Obtém uma superfície mais lisa, ajuda no polimento, reduz porosidade das margens... Brunidores que se adaptem à escultura oclusal do dente. Do centro para as margens ACABAMENTO E POLIMENTO Passo final. É o resultado de uma sequencia de atuações de pós e instrumentos abrasivos na restauração. Restauração mais lisa, conforto do paciente, menor acúmulo de placa. Acabamento com brocas multilaminadas, polimento com pastas abrasivas. Proximal com matriz de aço. Usar os instrumentos na ordem decrescente de abrasividade. Polimento e acabamento devem ser realizados pelo menos 24h após o término da restauração (por conta das propriedades mecânicas). Polimento: pedra pomes, água e escova de Robinson. Branco de Espanha e oxido de zinco com álcool. Ou usar borrachas abrasivas (marrom, verde e azul).
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