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AULA 06 - ORÇAMENTO - PREÇO DE VENDA

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Universidade Federal de Pelotas – UFPEL
Centro de Engenharias – CENG
Construção Civil II
AULA 6 – ORÇAMENTO:
PREÇO DE VENDA
LUCRO
• Lucro pode ser conceituado, do ponto de vista contábil e de
forma bastante simplificada, como a diferença entre as receitas e
as despesas.
• É o que entra menos o que sai.
• Lucro é um valor absoluto, expresso em unidades monetárias
(reais).
EXEMPLO 1:
Um lucro de R$ 100.000,00 em um contrato em valor absoluto não quer
dizer muito.
A relatividade é importante: Se tal lucro foi obtido em um contrato de R$
500.000,00, sua representatividade é muito maior do que se tiver sido
obtido em um de R$ 2.000.000,00.
LUCRATIVIDADE
• Lucratividade: A medida da relatividade do lucro
• Lucratividade é a relação entre o lucro e a receita.
• É um quociente e é expresso em percentual (valor relativo).
• A lucratividade dá uma ideia do percentual do contrato que se
transforma em ganho para a empresa.
RENTABILIDADE
• Rentabilidade é o percentual de remuneração do capital
investido na empresa, ou seja, o grau de rendimento
proporcionado por determinado investimento.
• Expressa pela percentagem de lucro em relação ao investimento
total.
• Refere – se ao retorno sobre o investi-
mento realizado na empresa e serve para
a comparação com a rentabilidade que o
dinheiro teria se fosse aplicado no banco,
por exemplo.
LUCRO, LUCRATIVIDADE E RENTABILIDADE
EXEMPLO 2:
Uma obra prevê um ganho de R$ 40.000,00 num contrato com preço
de venda orçado em R$ 300.000,00. A construtora irá desembolsar
R$ 250.000,00 na obra.
Calcular lucro, lucratividade e rentabilidade previstos:
Lucro = R$ 40.000,00
Lucratividade = R$ 40.000 / R$ 300.000 = 7,5%
Rentabilidade = R$ 40.000/ R$ 250.000 = 16,0%
NÍVEL DE LUCTRATIVIDADE
• É usualmente determinado pelo:
1. estado da economia
2. forças de mercado
3. nível de risco
• Quanto mais preciso o processo de orçamentação, tanto maior a
confiança de que a lucratividade arbitrada será efetivamente
alcançada.
• Dependendo da magnitude, a lucratividade pode ser classificada em
1. Normal.
2. Alta.
3. Baixa.
NÍVEL DE LUCTRATIVIDADE NORMAL
• É a lucratividade que compensa a atividade empresarial dentro
de padrões médios.
• Garante ao empresário retomo sobre o investimento e ganhos
compatíveis com seu ramo de negócio.
• As empresas de construção podem ter projetos com variadas
margens de lucro.
• Ao longo prazo, o patamar de nível normal deve ser mantido.
NÍVEL DE LUCTRATIVIDADE ALTA
• É a lucratividade maior do que a normal.
• Praticada em situações especiais:
1. Pouca concorrência: Lei da oferta e demanda: a diminuição da
concorrência tende a aumentar a margem de lucro. Nos casos em
que o cliente só solicita preços a uma empresa: o lucro tende a ser
ainda mais alto.
2. Projeto incompleto: Situações em que o cliente licita a obra apenas
com anteprojetos ou estudos, deixando dúvidas quanto ao real
escopo de serviços e especificações técnicas.
3. Alto risco: quando a economia local apresenta grandes oscilações e
incertezas, ou quando o cliente não inspira muita confiança ao
construtor.
NÍVEL DE LUCTRATIVIDADE BAIXA
• É a lucratividade menor do que a normal.
• Praticada em situações especiais:
1. Muita concorrência: concorrência faz cair a margem de lucro.
2. Época de recessão: quando a construtora conquista a obra para cobrir
os custos fixos.
3. Possibilidade de serviços extras: a construtora adota um lucro baixo
para vencer a concorrência, porém aposta em serviços adicionais (com
preços novos) para obter lucro posterior na obra.
4. Novo mercado: a construtora sacrifica o lucro em prol de entrar em
um novo mercado ou absorver nova tecnologia.
5. Novo cliente: a construtora quer ganhar credibilidade com o cliente
em uma obra visando contratos futuros maiores
AMPLITUDE DE LUCTRATIVIDADE
DESPESAS TRIBUTÁRIAS
• No processo de orçamentação, a inclusão dos impostos vem ao
final.
• Impostos incidem sobre o preço de venda da obra.
• Os impostos a serem incluídos como despesas tributárias são
aqueles que incidem sobre o faturamento.
• Impostos a serem computados:
1. COFINS;
2. IRPJ;
3. PIS;
4. ISSQN;
5. CSLL.
COFINS
• Contribuição para Financiamento Social.
• Competência: Federal
• Base de cálculo: faturamento.
• Alíquota: 3,99% (média de 2019 – 4,25% em set/2019)
• Forma de cálculo: 4% sobre o faturamento (ou preço de venda do
contrato).
• Se destina a financiar a seguridade social, atividade implementada
pelo Sistema 5S (SESC, SESI, SENAC, SENAI, SENAR e SEBRAE).
• Constitui – se no segundo maior tributo em termos arrecadatórios
no Brasil, atrás somente do IR.
PIS
• Programa de Integração Social.
• Competência: Federal
• Base de cálculo: faturamento.
• Alíquota: 0,87% (média de 2019 – 0,92% em set/2019)
• Forma de cálculo: 0,90% sobre o faturamento (ou preço de venda
do contrato).
• O PIS foi instituído com o objetivo de financiar o pagamento do
seguro desemprego e do abono para os trabalhadores que ganham
até dois salários mínimos (14º salário).
• Outra parte dos valores arrecadados é utilizada pelo Governo
Federal para financiar programas de desenvolvimento econômico.
ISSQN OU ISS
• Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza.
• Competência: Municipal
• Base de cálculo: preço do serviço prestado.
• Alíquota: Varia com o município (Pelotas: 2%)
• Forma de cálculo: alíquota × preço do serviço (com deduções).
• Serve como instrumento de atração de empresas e negócios para
alíquotas mais baixas.
• Verificar a alíquota do município da obra.
• Deduções: materiais e subempreitadas
ISSQN OU ISS
EXEMPLO 3:
Sabendo que a alíquota de ISSQN é de 2% e supondo que as
deduções de materiais e subempreiteiros é de 40% do valor do
contrato, calcular o percentual a ser considerado no orçamento.
Parcela a sofrer incidência do imposto = 100% - 40% = 60%
Alíquota para o orçamento = 0,60 × 2% = 1,2%
O orçamento deve adotar 1,2% sobre o valor do contrato.
IRPJ E CSLL
• Imposto de Renda de Pessoa Jurídica.
• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
• Competência: Federal
• Base de cálculo: lucro real, lucro presumido, lucro arbitrado ou
simples nacional.
• Alíquota: Varia com o regime tributário
1. LUCRO REAL: IRPJ = 15% a 25% - CSLL = 17%
2. LUCRO PRESUMIDO: IRPJ = 8% a 32% - CSLL = 17%
3. LUCRO ARBITRADO: IRPJ = 15% CSLL = 17%
4. SIMPLES NACIONAL: IRPJ = 15,50% a 30,50% - CSLL = 15%
LUCRO REAL × LUCRO RESUMIDO
LUCRO REAL × LUCRO RESUMIDO
LUCRO ARBITRADO
• É uma forma de apuração da base de cálculo do imposto de renda
utilizada pela autoridade tributária ou pelo contribuinte.
• É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica
deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas à
determinação do lucro real ou presumido, conforme o caso.
• Quando conhecida a receita bruta, e, desde que ocorrida qualquer
das hipóteses de arbitramento previstas na legislação fiscal, o
contribuinte poderá efetuar o pagamento do imposto de renda
correspondente com base nas regras do lucro arbitrado
SIMPLES
• O Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições
das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples).
• Regime tributário diferenciado, simplificado e favorecido, aplicável
às pessoas jurídicas consideradas como microempresas (ME) e
empresas de pequeno porte (EPP).
• Constitui-se em uma forma simplificada e unificada de
recolhimento de tributos, por meio da aplicação de percentuais
favorecidos e progressivos, incidentes sobre uma única base de
cálculo, a receita bruta.
SIMPLES NACIONAL
• O Simples Nacional é um tratamento tributário favorecido e
diferenciado previsto em lei (Lei complementar nº 123,de 14 de
dezembro de 2006).
• Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de
Pequeno Porte.
• Lei Geral das Microempresas.
• Estabelece normas gerais relativas às microempresas e às
empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes não só da
União, como também dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
LUCRO OPERACIONAL
• É o lucro antes da incidência de IRPJ e CSLL.
• É o lucro após a incidência de IRPJ e CSLL.
• É o valor que efetivamente sobra para o construtor.
LUCRO LÍQUIDO
𝐿𝑂 =
𝐿𝐿
1 − 𝐼𝑅𝑃𝐽 − 𝐶𝑆𝐿𝐿
PREÇO DE VENDA
O preço de venda é o valor total ofertado pelo contrato, que 
engloba todos os custos, o lucro e os impostos. 
PREÇO DE VENDA
• É o valor final do orçamento.
• Condições para o orçamentista calcular o preço de venda da obra:
1. Levantamento de todos os custos da obra.
2. Definido o percentual de lucro almejado.
3. Identificado todos os impostos com suas respectivas alíquotas.
• CUSTO inclui:
1. custos diretos;
2. custos indiretos;
3. custos acessórios - administração central, custo financeiro,
imprevistos e contingências.
PREÇO DE VENDA
EXEMPLO 4:
Uma obra hipotética orçada em R$ 100. A diretoria da empresa
determinou que a lucratividade almejada é de 12% do preço de
venda e o orçamentista verificou que os impostos na localidade
atingem o patamar de 8%.
O PV é tal que, descontados os 12% de lucratividade e os 8% de
impostos, o valor que sobra é exatamente o custo de R$ 100:
PREÇO DE VENDA
EXEMPLO 4: (CONTINUAÇÃO)
Um erro comum é aplicar as duas taxas percentuais sobre os R$ 100,
chegando a um preço de R$ 120.
PREÇO DE VENDA
EXEMPLO 4: (CONTINUAÇÃO)
Outro erro é aplicar primeiro a lucratividade e depois os impostos
(ou vice-versa):
• Equação em notação paramétrica do Preço de Venda:
𝑖% → somatório de todas as incidên-
cias sobre o preço de venda𝑃𝑉 =
𝐶𝑈𝑆𝑇𝑂
1 − 𝑖%
PREÇO DE VENDA
PREÇO DE VENDA
EXEMPLO 5:
Uma obra foi orçada em R$ 250.000,00 (custo total). Na localidade
da obra, os impostos atingem 7% e a lucratividade desejada pelo
construtor é de 8%. Calcular o preço de venda.
CUSTO = R$ 250.000,00.
 
𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 = 7%
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 8%
→ Incidências sobre o preço de venda = 15%
𝑃𝑉 =
𝐶𝑈𝑆𝑇𝑂
1 − 𝑖%
=
250.000
1 − 0,15
𝑃𝑉 = 𝑅$294.117,65
PREÇO DE VENDA
EXEMPLO 5: Continuação
Verificação:
1. Custo → 𝑅$250.000,00
2. Impostos = 7% → 𝑅$294.117,65 × 7% = 𝑅$20.588,24
3. Lucro 8% → 𝑅$294.117,65 × 8% = 𝑅$23.529,41
4. Soma = Custo + Impostos + Lucro
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑅$250.000,00 + 𝑅$20.588,24 + 𝑅$23.529,41
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑅$294.117,65
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOLDMAM, P. Introdução ao planejamento e controle de custos
na construção civil brasileira. 4ª Edição. São Paulo, SP. PINI,
2013.
MATTOS, A. D. Como preparar orçamentos de obras. São Paulo,
SP : Pini, 2006

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