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Bullying, suicídio e omissão na escola
A série “13 reasons why” (“Os 13 porquês”) aborda os motivos que fizeram uma estudante tirar a própria vida e o que poderia ter sido feito para salvá-la
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Salvar
Por: Nairim Bernardo
Um dia desses, conversando sobre situações traumáticas que vivemos na época de escola com algumas amigas, elas me contaram que já sofreram ameaças de colegas, foram expostas nas redes sociais, xingadas e humilhadas publicamente por diversos motivos. Discutimos que, em situações como essas, é bem difícil ter coragem para contar para um adulto o que está acontecendo. Quando elas finalmente conseguiram, me disseram que nem sempre encontraram apoio nos professores e gestores. Alguns chegaram a dizer que a culpa pelo ocorrido era delas ou, ao saber da situação, só tomaram atitudes pontuais, como dispersar a multidão que se juntou no recreio para atacá-las verbalmente. Isso sem falar de momentos em que o praticante do bullying era o próprio professor.
LEIA MAIS: 21 perguntas e respostas sobre bullying
Esse papo começou por causa de uma nova série que está causando interesse em jovens de todo o mundo chamada 13 reasons why (Os 13 porquês, em português), produzida pela Netflix. A série é baseada em um livro homônimo. O tema é pesado: o suicídio de uma adolescente. Durante os episódios, tomamos conhecimento dos motivos que fizeram a estudante secundarista Hannah Baker tirar a própria vida. E não, não foi para chamar a atenção. A jovem sofria bullying, buscou, mas não recebeu ajuda da escola.
A história começa com a escola de luto pela morte da aluna. Ao voltar para casa, Clay, que era não só amigo, mas também apaixonado por ela, encontra em sua porta uma caixa com treze fitas. Elas foram feitas por Hannah para relatar os acontecimentos que a fizeram tomar a decisão de “sumir para sempre”. Descobrimos, então, que ela sofreu com diversas situações que muitas mulheres estão suscetíveis: teve uma foto espalhada pelas redes sociais, foi ofendida por isso e viu praticamente todos os colegas se afastando e a julgando. Além disso, presenciou o estupro de uma amiga e também foi abusada sexualmente.
 
Muitos estudantes brasileiros estão se identificando com os personagens da série. Não à toa, o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação brasileira que fornece trabalha na prevenção ao suicídio e oferece apoio a quem precisa, passou a receber o dobro de contatos desde que a série estreou e lançou a campanha #NaoSejaUmPorque, em referência ao título.
Os colegas
Ao contrário de outras séries e filmes adolescentes, Os 13 porquês não pretende definir vilões nem mocinhos. Os personagens, assim como na vida real, são complexos e nem sempre entendem o quanto uma frase, um gesto ou a falta dele podem realmente significar. Os garotos que riem da foto de Hannah consideram aquilo uma piada, quem se afasta realmente a considera uma pessoa de quem é melhor não estar próximo, o rapaz que a estupra não considera que aquele foi um ato forçado, um crime.
ACESSE: “Guia do professor - programa de prevenção ao bullying e cyberbullying” lançado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nesta sexta-feira (7/4), Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola
Cada cena que eu assisti da série despertava em mim alguns pensamentos e memórias. Primeiro, eu não acreditava que aquilo poderia acontecer na vida real ou achava que, no lugar da Hannah, eu faria diferente. Depois, eu comecei a me lembrar de uma situação parecida que aconteceu na minha escola. No final, já tinha certeza que já vi ou já passei por isso e, na hora, não consegui fazer nada também.
Os professores
A maioria das situações da série acontecem ou tem repercussão no ambiente escolar. Os educadores tratam muitas situações como normais e não ajudam a jovem como poderiam. O diretor também se omite perante os casos de bullying que presencia e defende que a escola não tem relação alguma com o que acontece. As denúncias da menina só passam a ser vistas quando a mãe da jovem entra em um dos banheiros, vê diversos xingamentos contra sua filha escritos na parede e decide processar a escola.
No Brasil, o bullying e a violência na comunidade escolar atinge, afeta e mata jovens e crianças. Já escrevemos sobre o assunto aqui, quando noticiamos que agressões já atingiram 68% dos jovens da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) em escolas. Em outro momento, também ficamos sabendo de meninas tendo sua intimidade exposta na internet, quando adolescentes divulgaram o “top 10 mais vadias”, fazendo o ranking as meninas consideradas “vadias” na escola. Características físicas e comportamentos também podem servir como gancho para que agressões físicas e verbais sejam praticadas. Quem nunca presenciou um aluno sendo chamado de “gordo”, “baleia”, “magricela”, “macaco”, “machona”, “bixa”?
A série mostra de forma explícita o que aconteceu com um grupo de adolescentes e pretende chocar ao revelar que acontecimentos que parecem simples e até mesmo engraçados para alguns podem culminar na morte de uma pessoa. O objetivo é justamente esse, mostrar o suicídio da forma mais natural possível, sem romantizar o fato de morrer jovem e bela.
Bullying nas escolas: como identificar, combater e prevenir
14/03/2018 / Por Portabilis / Sem comentários
Bullying
Você sabia que o tão comentado bullying nas escolas é muito mais do que apelidos, piadinhas e rótulos constrangedores? Trata-se de um tipo de violência física ou psicológica, e é imprescindível saber lidar com esse desafio no ensino público.
O bullying é uma prática terrivelmente comum entre os estudantes e pode causar danos irreparáveis nos alunos e seus familiares. A prova disso é o triste caso do garoto que atirou contra os colegas de classe em Goiânia, chocando o país inteiro em outubro de 2017.
Outra história marcante, mas com um final mais animador, é a de Keaton Jones, um adolescente norte-americano que relatou ser vítima de bullying e questionou a razão de ser constantemente incomodado pelos colegas. O vídeo emocionou e viralizou na internet, fazendo com que Jones recebesse apoio de várias pessoas, inclusive de celebridades.
Tendo em vista que a origem do bullying, muitas vezes, ocorre dentro da sala de aula, é responsabilidade das escolas identificar, combater e prevenir essas atrocidades — conforme a Lei nº 13.185. Mas, não se preocupe, vamos ajudar você. Confira!
Conceito de bullying
O bullying se caracteriza por agressões intencionais e repetitivas, físicas e/ou verbais, feitas por um aluno ou um grupo de alunos sem motivo aparente, podendo causar danos físicos, psicológicos e emocionais na vítima.
O termo ‘bullying’ vem de ‘bully’, uma palavra inglesa que significa “valentão”. E é dessa forma que podemos imaginar a situação: algozes que, com atitudes e palavras ameaçadoras e agressivas, causam angústia e dor em uma pessoa indefesa.
Até algum tempo atrás, o bullying nas escolas não tinha esse nome e era visto como fatos isolados, brigas de crianças e piadas de mau gosto. Porém, atualmente, já é compreendido como um problema crônico nas escolas e, também, como crime.
Conheça a seguir os principais tipos de bullying.
Físico
Esse tipo de bullying se manifesta por meio de agressões físicas, como socos, chutes, tapas, bloqueios de passagem, empurrões e demais ações que envolvem toque de modo inadequado.
Apesar de ser um ato notório, em que facilmente se pode distinguir agressor e vítima, muitas vezes, essas atitudes são encobertas como se fossem uma “brincadeira entre amigos”. É preciso conscientizar os alunos para que a violência não seja confundida com descontração.
Psicológico
O bullying psicológico pode ser encontrado em perseguições, manipulações, chantagens, discriminações e ameaças que muitas pessoas sofrem em razão da sua cor de pele, orientação sexual, religião, aparência física ou outro motivo.
O bullying psicológico é tão sério que pode levar suas vítimas a desenvolverem quadrosde ansiedade, depressão e fobia social.
Verbal
O bullying verbal é o xingamento, a piada ou o rótulo humilhante. Nesse caso, o aluno recebe um “título” por não se enquadrar em determinado padrão e não ser considerado “normal” ou “pertencente” por seus colegas. A consequência disso são adultos doentes, inseguros, dependentes e com problemas de interação social.
Material
O bullying material se caracteriza por esconder, sujar, estragar, rasgar, ou danificar de qualquer outra maneira um objeto que pertença à vítima.
Isso acontece por que o “valentão” quer sempre se mostrar mais forte e corajoso (e até perigoso) do que o outro aluno, e, para isso, destrói seus pertences como forma de intimidação.
Cyberbullying
Com a facilidade da tecnologia e encorajados pela falsa liberdade por estarem atrás de uma tela, os agressores não medem esforços para atacarem suas vítimas com ameaças, fofocas, chacotas e imagens ou vídeos comprometedores expostos em redes sociais e sites.
O cyberbullying representa uma invasão à privacidade de alguém, causando sofrimento, constrangimento e temor. E, infelizmente, os casos de vítimas no Brasil surgem constantemente.
Como identificar o bullying no ambiente escolar
O que começa com um apelido supostamente inofensivo pode causar traumas duradouros que comprometem toda a vida pessoal e escolar de um aluno. Por isso, é fundamental identificar qualquer vestígio do bullying nas discretas brincadeiras e comentários.
Agora, que você entende que esses atos são construídos diante de uma relação desigual e sem motivo evidente, o ideal é ser veemente em não aceitar práticas maldosas, como apelidos, fofocas, brincadeiras de mão ou xingamentos na sua escola.
Não trate situações que parecem pequenas com menos seriedade. Lembre-se: nem sempre o bullying será escancarado. Às vezes, ele é velado em olhares, murmurinhos e exclusão.
Atente-se aos seguintes sinais em seus alunos:
machucados sem explicação convincente;
roupas sujas ou rasgadas;
materiais escolares estragados ou frequentes perdas de objetos;
isolamento, medo de sair sozinho ou não querer ir à escola;
queda no rendimento escolar;
ausência de socialização e amizades;
tristeza, solidão, insônia e estresse;
perda do apetite;
baixa imunidade;
pensamentos suicidas.
Ações para combater e prevenir o bullying nas escolas
É necessário compreender qual é o papel das escolas no combate e prevenção ao bullying, pois a instituição pode sofrer as consequências previstas em lei, se for considerada culpada dos atos.
Embora pareça que o foco da lei é punir e colocar as escolas em situação de fragilidade, seu real interesse é impulsionar uma mudança cultural. Para isso, é inevitável o desenvolvimento de medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying. Conheça algumas ideias.
Incentivar os alunos a denunciarem o bullying
A escola não pode ignorar os acontecimentos e deve garantir que o aluno se sinta seguro para reportar o bullying, deixando claro que a direção e os professores estão dispostos a ajudá-lo.
Aproxime-se dos seus alunos — e peça para que os docentes façam o mesmo — com o intuito de incentivá-los a denunciarem atos de bullying e ensiná-los que não devem aceitar essas atitudes, tampouco reproduzi-las.
Oferecer eventos sobre a temática
Promover campanhas de conscientização, palestras e debates a respeito do bullying é uma ótima forma de combate e, principalmente, prevenção. Nesses eventos, é possível falar diretamente com alunos, mas, também, capacitar educadores para discussão e solução da prática nas escolas.
Para os alunos, uma boa ideia é passar filmes que os façam refletir sobre o tema. Eles precisam conhecer as consequências das suas ações e saber quantas vidas foram impactadas negativamente por causa dessas “brincadeiras”.
Atuar junto com os pais e a comunidade escolar
A conscientização é cultural e, para que a mudança aconteça, deve ser trabalhada em todos os ambientes que o aluno frequentar. Diante disso, é importante desenvolver ações para integrar escola, pais e comunidade nessa causa.
Estimular lideranças positivas entre os alunos
Brincadeiras que incentivam a competição e disputa de ego são péssimas aliadas no combate ao bullying. Portanto, adote o conceito de liderança positiva e estimule a empatia e o trabalho em equipe.
Disponibilizar apoio psicológico
Uma sugestão é contar com um psicólogo na escola a fim de ajudar na identificação de ocorrências, apoiar alunos que sofrem com a violência do bullying e, também, auxiliar os que cometem esses atos. Afinal, essas crianças ou adolescentes estão “perdidos” por alguma razão e merecem nossa atenção.
Vale ressaltar que a escola não deve se concentrar em punir os alunos agressores, mas em instruí-los. Em tempos de intolerância, o mais indicado é adotar atitudes firmes e falas claras ao defender o respeito ao próximo e às diversidades.
Para superar de vez o bullying nas escolas, é preciso escutar seus alunos. Para tanto, o que acha de contar com a contribuição do corpo discente na tomada de decisão? Saiba mais sobre gestão escolar participativa! Introdução – Sinais do Bullying
O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa.
Os efeitos sobre o alvo são o ponto principal do Bullying, situação que se caracteriza por qualquer forma de agressão verbal ou física, feita de maneira intencional e repetitiva por um ou mais alunos contra um ou mais colegas.
Essas agressões são construídas dentro de uma relação desigual de poder e acontecem sem motivo evidente.
Entre os meninos, essas ações são mais expansivas e agressivas, como chutar, bater, empurrar. Portanto, mais fáceis de identificar. Já no universo feminino o problema se apresenta de forma mais velada, através de fofocas, boatos, olhares, sussurros e exclusão.
Mas um dos principais desafios para a identificação do bullying escolar é justamente o fato de muitas dessas práticas serem aceitas como meras brincadeiras pelos próprios pais e professores que vêem normalidade no fato das crianças se darem apelidos, fazerem gozações ou chacotas umas com as outras.
Muitos desses adultos usam a famosa frase “eu também passei por isso” como justificativa. No entanto, vale entender que cada indivíduo encara as dificuldades de maneira diferente.
Aramis Lopes, presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria, explica que muitas vezes, quando o aluno resolve conversar, não recebe a atenção necessária, pois a escola não acha o problema grave, e então deixa passar.
Além de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, as crianças e adolescentes que passam por humilhações racistas, separatistas ou difamatórias podem apresentar doenças psicossomáticas ou sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade na fase adulta.
Eis alguns sinais de alerta para pais e professores que identificam que uma criança pode estar sofrendo bullying escolar:
Hematomas, arranhões ou cortes sem explicação convincente
Roupas rasgadas e materiais escolares estragados
Isolamento
Medo de ir sozinho ou não querer ir à escola
Queda no rendimento escolar
Muda o trajeto que leva à escola
Chega em casa faminto, pois pode ter tido seu dinheiro do lanche roubado
Frequentes perdas de objetos, já que pode estar sendo vítima de extorsão
Ter poucos amigos e pouco convidado para atividades
Não quer sair de casa
Mostra-se triste, solitário, choroso e estressado
Irritabilidade
Dores de cabeça, de barriga e aftas
Perda do apetite
Insônia
Baixa na imunidade
Pensamentos suicidas
Alguns sinais isolados da lista podem não caracterizar bullying. No entanto, quanto mais desses sinais a criança apresentar, maior é a chance de ele realmente estar sendo um alvo.
O bullying escolar é preocupante porque pode chegar a afetar o estado emocional do jovem de tal forma que faça ele optar por soluçõesmais trágicas, como automutilação e suicídio em casos extremos.
Mas os efeitos do bullying também recaem sobre aqueles que o praticam. A criança que é “bullied” pode se tornar um adulto com comportamentos antissociais e violentos. Podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delituosas.
Por todos esses motivos, o Bullying é um problema mundial encontrado em toda e qualquer escola que precisa ser debatido e combatido.
Bullying escolar: como lidar?
É preciso ter em mente que todo ambiente escolar pode apresentar esse problema, e o primeiro passo para combatê-lo é admitindo que a escola é um local passível de bullying escolar.
Professores e alunos precisam ficar cientes do que é o problema e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática.
As escolas, por sua vez, não devem fechar os olhos para o bullying, encarando a instituição apenas um local de ensino formal. Seu papel é também de formação cidadã, de direitos e deveres, amizade, cooperação e solidariedade, e agir contra o bullying é uma maneira barata e eficiente de diminuir a violência até mesmo na sociedade.
A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia) traz como sugestão as seguintes atitudes para um ambiente saudável na escola:
– Conversar com os alunos e escutar atentamente reclamações ou sugestões
– Estimular os estudantes a informar os casos
– Reconhecer e valorizar as atitudes da garotada no combate ao problema
– Criar com os estudantes regras de disciplina para a classe em coerência com o regimento escolar
– Estimular lideranças positivas entre os alunos, prevenindo futuros casos
– Interferir diretamente nos grupos, o quanto antes, para quebrar a dinâmica do bullying
Conclusão
É claro que existem as brincadeiras entre colegas no ambiente escolar. Mas é importante e altamente necessário distinguir o limiar entre uma piada aceitável e uma agressão.
Para o pediatra Lauro Monteiro Filho, não é tão difícil como parece. Basta que o professor se coloque no lugar da vítima e se pergunte se o apelido é engraçado. Ou como se sentiria se fosse chamado assim.
Os especialistas Cléo Fante e José Augusto Pedra, autores do livro Bullying Escolar também dão algumas sugestões aos educadores para a prevenção do bullying, como:
– Incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças por meio de conversas e campanhas de incentivo à paz e à tolerância,
– Trabalhos didáticos, como atividades de cooperação e interpretação de diferentes papéis em um conflito;
– Desenvolver em sala de aula um ambiente favorável à comunicação entre alunos;
– Quando um estudante reclamar de algo ou denunciar o bullying, procurar imediatamente a direção da escola.
Validar os princípios de respeito desde cedo, apontando que todos devem ser respeitados, independentemente de se dar bem ou não com uma pessoa, faz parte do trabalho dos educadores na prevenção do bullying.
Não adianta, porém, pensar que o bullying só é problema dos professores quando ocorre do portão para dentro. É papel da escola construir uma comunidade na qual todas as relações são respeitosas e também conscientizar os pais e os alunos sobre os efeitos das agressões fora do ambiente escolar, como na internet, por exemplo.
Bullying e as suas consequências psicológicas
Bullying e as suas consequências psicológicas PSICOLOGIA
Na atualidade, um dos temas que vem despertando cada vez mais, o interesse de profissionais das áreas de educação e saúde, em todo o mundo, é sem dúvida, o do bullying escolar. Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato. 
O bullying pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa. As causas desse tipo de comportamento abusivo são inúmeras e variadas. Deve-se à carência afetiva, à ausência de limites e ao modo de afirmação de poder e de autoridade dos pais sobre os filhos, por meio de "práticas educativas" que incluem maus-tratos físicos e explosões emocionais violentas. 
O portador dessa síndrome possui necessidade de dominar, de subjugar e de impor sua autoridade sobre outrem, mediante coação; necessidade de aceitação e de pertencimento a um grupo; de autoafirmação, de chamar a atenção para si. Possui ainda, a inabilidade de expressar seus sentimentos mais íntimos, de se colocar no lugar do outro e de perceber suas dores e sentimentos. As consequências para as "vítimas" desse fenômeno são graves e abrangentes, promovendo no âmbito escolar o desinteresse pela escola, o déficit de concentração e aprendizagem, a queda do rendimento, o absentismo e a evasão escolar. 
No âmbito da saúde física e emocional, a baixa na resistência imunológica e na autoestima, o stress, os sintomas psicossomáticos, transtornos psicológicos, fobia, a depressão e o suicídio. Para os "agressores", ocorre o distanciamento e a falta de adaptação aos objetivos escolares, a supervalorização da violência como forma de obtenção de poder, o desenvolvimento de habilidades para futuras condutas delituosas, além da projeção de condutas violentas na vida adulta. Para os "espectadores", que é a maioria dos alunos, estes podem sentir insegurança, ansiedade, medo e estresse, comprometendo o seu processo socioeducacional. Esta forma de violência é de difícil identificação por parte dos familiares e da escola, uma vez que a "vítima" teme denunciar os seus agressores, por medo de sofrer represálias e por vergonha de admitir que está apanhando ou passando por situações humilhantes na escola ou, ainda, por acreditar que não lhe darão o devido crédito. 
É necessário estar atento ao bullying nas escolas, porque é lá que as crianças se tornam serem independentes e auto-determinados para enfrentar o seu futuro, e as vítimas de bullying ao não exporem o seu caso talvez não tenham tanto sucesso no futuro como as outras que nunca o sofreram ou eram os agressores. Quando ocorre esse problema é necessário a vítima procurar uma pessoa de confiança, procurar os pais, o diretor da escola, um psicólogo qualificado e competente e contar o problema. Não silencie, não deixe que a situação se agrave.

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