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Títulos de Créditos

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Títulos de Créditos
TRABALHO – NP 2
1 – O protesto da Letra de Câmbio e da Nota Promissória visa resguardar o direito de regresso contra os coobrigados no título. Isto posto, pergunta-se: é necessário o protesto para cobrar o título de crédito do devedor principal? (art. 25 da LUG – Decreto 57.663/66) 
O protesto só é indispensável se o credor deseja executar os codevedores (ou devedores indiretos), como é o caso, por exemplo, do endossante. Em contrapartida, se a execução é dirigida contra o devedor principal do título, o protesto é desnecessário.
2 – Quem é o responsável por cumprir a ordem de pagamento da letra de câmbio: o emitente/sacador, o tomador/beneficiário ou o sacado/devedor? (art. 1º da LUG) 
Sacado/devedor: Sacado – a quem a ordem é destinada, contra quem a ordem é dirigida.
3 – Qual é a finalidade da cláusula “à ordem”? (art. 1º, 6 c/c art. 11 da LUG) 
A chamada cláusula à ordem, é a faculdade que tem o titular de um direito de crédito (credor) de transferir esse direito à outra pessoa, juntamente com o documento que o incorpora.
As cambiais são transmissíveis graças à cláusula ‘à ordem’, presente em todos os títulos de crédito próprios: o cheque, a nota promissória, a duplicata e a letra de câmbio. Esta cláusula tem o significado de assentimento no endosso. É como se o emitente do título (devedor) dissesse ao credor originário que aquele título lhe será pago no vencimento ou, será pago a quem o credor indicar, a quem ele ordenar que seja pago. Por isso a cláusula ‘ou à sua ordem’
4 – É necessária a autorização de alguém (do devedor principal, por exemplo) para que o título possa ser transferido por endosso? (art. 12 da LUG) 
Não, O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja subordinado considera-se como não escrita.
O endosso parcial é nulo.
O endosso ao portador vale como endosso em branco.
5 – Considerando que a Nota Promissória consiste em um documento que contém uma Promessa de Pagamento de natureza cambiária, pergunta-se: admite-se o endosso e o aval? (art. 77) 
Sim, são aplicáveis às notas promissórias as disposições relativas o endosso e o aval previstas na Letra de Câmbio.
Endosso: artigo 11 da LUG, “Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de endosso.” 
Aval: artigo 30 da LUG, “O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval.”
6 – Quais os requisitos da Nota Promissória (art. 75 da LUG) 
Art. 75 da LUG, “ A nota promissória contém:
1. denominação "nota promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título;
2. a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;
3. a época do pagamento;
4. a indicação do lugar em que se efetuar o pagamento;
5. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;
6. a indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada;
7. a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).”
Art. 76 da LUG, “O título em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito como nota promissória, salvo nos casos determinados das alíneas seguintes.
A nota promissória em que se não indique a época do pagamento será considerada à vista.
Na falta de indicação especial, o lugar onde o título foi passado considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do subscritor da nota promissória.
A nota promissória que não contenha indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado ao lado do nome do subscritor.”
7 – Quais são os prazos de prescrição, para a ação cambial (art. 78 da LUG). 
Art. 78 da LUG, “O subscritor de uma nota promissória é responsável da mesma forma que o aceitante de uma letra.
As notas promissórias pagáveis a certo termo de vista devem ser presentes ao visto dos subscritores nos prazos fixados no artigo 23. O termo de vista conta-se da data do visto dado pelo subscritor. A recusa do subscritor a dar o seu visto é comprovada por um protesto (artigo 25), cuja data serve de início ao termo de vista.”
Art. 23 da LUG, “As letras a certo termo de vista devem ser apresentadas ao aceite dentro do prazo de 1 (um) ano das suas datas.
O sacador pode reduzir este prazo ou estipular um prazo maior.
Esses prazos podem ser reduzidos pelos endossantes.”
8 – Quem emite e quem paga o cheque administrativo? (art. 9º, III, da Lei n. 7.357/85)? O que é cheque cruzado? (art. 45); O cheque pode ser ao portador ou nominativo (art. 8º § único) 
O cheque administrativo é um tipo de documento emitido pelo banco como garantia para o credor de que ele receberá um cheque com fundos suficientes para arcar com o pagamento da compra. Tendo em vista a segurança tanto de quem dará o cheque, quanto de quem vai receber, o cheque administrativo também se diferencia do cheque convencional por ser emitido apenas por uma instituição financeira e ser descontado do cliente o valor referente ao cheque no ato da solicitação do mesmo.
O que é cheque cruzado?
Art . 45, da Lei n. 7.357/85 O cheque com cruzamento geral só pode ser pago pelo sacado a banco ou a cliente do sacado, mediante crédito em conta. O cheque com cruzamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banco indicado, ou, se este for o sacado, a cliente seu, mediante crédito em conta. Pode, entretanto, o banco designado incumbir outro da cobrança.
§ 1º O banco só pode adquirir cheque cruzado de cliente seu ou de outro banco. Só pode cobrá-lo por conta de tais pessoas.
§ 2º O cheque com vários cruzamentos especiais só pode ser pago pelo sacado no caso de dois cruzamentos, um dos quais para cobrança por câmara de compensação.
§ 3º Responde pelo dano, até a concorrência do montante do cheque, o sacado ou o banco portador que não observar as disposições precedentes.
O cheque pode ser ao portador ou nominativo? 
Sim, o cheque pode ser ao portador ou nominativo.
Lei n. 7.357/85, art. 8, Parágrafo único,“Vale como cheque ao portador o que não contém indicação do beneficiário e o emitido em favor de pessoa nomeada com a cláusula ‘’ou ao portador’’, ou expressão equivalente.”
9 – Quais são os prazos de apresentação do cheque? (art. 33) 
 30 dias na mesma praça de pagamento;
 60 dias em praça diversa de pagamento. 
 Lei n. 7.357/85, art. 33, “O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País ou no exterior.
Parágrafo único - Quando o cheque é emitido entre lugares com calendários diferentes, considera-se como de emissão o dia correspondente do calendário do lugar de pagamento.”
10 – Quem é o sacado, responsável pelo pagamento de um cheque? (art. 3º) 
O banco ou instituição financeira.
Lei n. 7.357/85, art. 3º, “O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque.”
11 – Sobre a Duplicata, responda (Lei n. 5.474/68): (a) É um título causal, ou seja, só pode ser emitido em razão de uma causa específica, ou seja, um determinado negócio jurídico? (art. 1º c/c art. 2º);
Sim.
 (b) qual o efeito de o portador da duplicata não tirar o protesto no prazo e na forma regular? (art. 13,§4°);
Lei nº 5.474/68, art. 13, § 4º “O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo da 30 (trinta) dias, contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas.”
 Quais são os tipos de protesto da duplicata (art. 13);
 Por falta de aceite;
 Por falta de devolução;
 Por falta de pagamento.
 A duplicata pode ter seu prazo prorrogado? (art. 11);
Sim, 
Lei nº 5.474/68, art. 11, “A duplicata admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento, mediante declaração em separado ou nela escrita, assinada pelo vendedor ou endossatário, ou por representante com poderesespeciais.
 Parágrafo único. A reforma ou prorrogação de que trata este artigo, para manter a coobrigação dos demais intervenientes por endosso ou aval, requer a anuência expressa destes.”
Quais são os tipos de endosso admitidos para as duplicatas (art. 25)? 
Endosso em preto e endosso em branco.
Endosso em preto (endosso nominal): é aquele que identifica expressamente a quem está sendo transferida a titularidade do crédito.
Endosso em branco: quando apenas conta a assinatura do endossante, sem indicação do endossatário, considera-se um título ao portador.
Qual é o nome dado para a 2ª via ou reprodução da Duplicata (art. 23) 
Recebe o nome de triplicata.
12 – Qual é o conceito de cédula de crédito bancário (art. 26 e 28 da Lei n. 10.931/2004)? 
Lei n. 10.931/2004
Art. 26. A Cédula de Crédito Bancário é título de crédito emitido, por pessoa física ou jurídica, em favor de instituição financeira ou de entidade a esta equiparada, representando promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito, de qualquer modalidade.
 Art. 28. A Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial e representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela soma nela indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, ou nos extratos da conta corrente,(...).
Pode ser emitida com garantia real e também fidejussória? (art. 31) 
Lei n. 10.931/2004, Art. 31, “A garantia da Cédula de Crédito Bancário poderá ser fidejussória ou real, neste último caso constituída por bem patrimonial de qualquer espécie, disponível e alienável, móvel ou imóvel, material ou imaterial, presente ou futuro, fungível ou infungível, consumível ou não, cuja titularidade pertença ao próprio emitente ou a terceiro garantidor da obrigação principal.”
13 – Os títulos nominados (típicos) previstos na LUG impõe ao endossante a obrigação de responder pelo cumprimento da obrigação cambiária. Para isso, exige o protesto para fins do exercício do direito de regresso (art. 25 da LUG parte final). Nos títulos inominados (atípicos), regidos pelo Código Civil, qual é a exigência para que o endossante se vincule à obrigação de pagar o título? 
Basta o endossante transferi a propriedade do título de crédito ao endossatário, então ele passa a ter responsabilidade perante o endossatário pela existência do crédito e pela solvência. Assim ele não responde apenas pelo fato do título ser idôneo, mas pelo efetivo pagamento do título. Pode existir uma cláusula de Limitação ou de exclusão, que limita essa responsabilidade
Prevê o código civil a exigência de protesto para o exercício desse regresso? (art. 914) 
Não, basta o endossante efetuar o pagamento do título, então terá ação de regresso contra os coobrigados anteriores. 
14 – Os títulos atípicos (inominados), regulados pelo Código Civil vedam o aval parcial (art. 897, §único), ou seja, admite que um terceiro garanta o pagamento do título pelo seu valor integral. Nesse ponto, existe diferença na disciplina jurídica do aval regulado pela LUG (art. 30 da LUG)? 
Sim, a diferença é que o aval regulado pala LUG, pode ser garantido o pagamento de uma letra de cambio no total ou em parte, sendo a garantia dada por um terceiro ou por um signatário (aquele que assina ou subscreve) da letra.
Quais são os pontos similares existentes no aval aposto nos títulos nominados (LUG) e nos títulos inominados (Código Civil) (artigos 897/900 CCB e artigos 30/32 da LUG)
T.N (títulos nominados)
T.I (títulos inominados)
T.N: O aval considera-se como resultante da simples assinatura do dador aposta na face anterior da letra, salvo se se trata das assinaturas do sacado ou do sacador.
T.I: Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do avalista. 
 T.N: O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele afiançada. 
T.I: O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final. 
T.N: O aval é escrito na própria letra ou numa folha anexa.
T.I: O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
T.N: A sua obrigação mantém-se, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula por qualquer razão que não seja um vício de forma. 
T.I: Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma.
T.N: Se o dador de aval paga a letra, fica sub-rogado nos direitos emergentes da letra contra a pessoa a favor de quem foi dado o aval e contra os obrigados para com esta em virtude da letra. 
T.I: Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores.

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